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A confusão e a ignorância que persiste no Ocidente entre Islão e islamismo alimentam o medo, disse hoje, terça-feira, a jornalista Margarida Santos Lopes, autora do "Novo Dicionário do Islão", cuja segunda edição foi lançada em Setembro.
Neste "Novo Dicionário", comparativamente à primeira edição, em 2002, Margarida Santos Lopes eliminou alguns capítulos, adicionou mais referências e personagens com o objectivo "de levar as pessoas a julgarem por si próprias que religião é o Islão", destacou.
Prefaciada pelo ex-Presidente da República Jorge Sampaio, a obra, de 452 páginas, é editada pela Casa das Letras e pretende responder à pergunta "Por que é que o Islão atrai e amedronta"?
"Muitas vezes o nosso medo do outro tem a ver também com a nossa ignorância. O medo vai sempre subsistir e os jornalistas aí têm uma função importante: Queremos dar voz a uma maioria que é ainda, ou que ainda talvez permaneça silenciosa ou se queremos dar voz a uma minoria ruidosa", questionou.
Margarida Santos Lopes considera que o tratamento diferenciado que a imprensa no Ocidente concede aos muçulmanos assenta na ignorância, reflectindo-se no espaço dado, por exemplo, a personagens como Osama bin Laden.
"Nós damos muito mais espaço a essas pessoas do que às outras que estão a tentar contrariar isso. E nós não vamos em busca dessas pessoas. Enquanto ignorarmos esse outro lado, vamos sempre ter medo", acentuou.
Por outro lado, persiste uma diferença fundamental entre os judeus, os cristãos e os muçulmanos: "O Islão ainda não fez a exegese dos seus textos sagrados. O Corão é interpretado literalmente. O Islão não tem clero, portanto não há uma directriz", com o mesmo versículo a poder ter diferentes interpretações, destacou.
Daí que Margarida Santos Lopes apresente o seu livro como instrumento para se perceberem as divisões no seio do Islão e, sobretudo, "para se entender que não devemos olhar para o outro como se fosse um inimigo".
Para Jorge Sampaio, a edição é oportuna, porquanto ocorre "numa altura em que crescem, na Europa, sinais inquietantes e uma recrudescência de atitudes e comportamentos que se designam, recorrendo a um neologismo que alguns consideram pouco feliz, de 'islamofobia'".
JN
Neste "Novo Dicionário", comparativamente à primeira edição, em 2002, Margarida Santos Lopes eliminou alguns capítulos, adicionou mais referências e personagens com o objectivo "de levar as pessoas a julgarem por si próprias que religião é o Islão", destacou.
Prefaciada pelo ex-Presidente da República Jorge Sampaio, a obra, de 452 páginas, é editada pela Casa das Letras e pretende responder à pergunta "Por que é que o Islão atrai e amedronta"?
"Muitas vezes o nosso medo do outro tem a ver também com a nossa ignorância. O medo vai sempre subsistir e os jornalistas aí têm uma função importante: Queremos dar voz a uma maioria que é ainda, ou que ainda talvez permaneça silenciosa ou se queremos dar voz a uma minoria ruidosa", questionou.
Margarida Santos Lopes considera que o tratamento diferenciado que a imprensa no Ocidente concede aos muçulmanos assenta na ignorância, reflectindo-se no espaço dado, por exemplo, a personagens como Osama bin Laden.
"Nós damos muito mais espaço a essas pessoas do que às outras que estão a tentar contrariar isso. E nós não vamos em busca dessas pessoas. Enquanto ignorarmos esse outro lado, vamos sempre ter medo", acentuou.
Por outro lado, persiste uma diferença fundamental entre os judeus, os cristãos e os muçulmanos: "O Islão ainda não fez a exegese dos seus textos sagrados. O Corão é interpretado literalmente. O Islão não tem clero, portanto não há uma directriz", com o mesmo versículo a poder ter diferentes interpretações, destacou.
Daí que Margarida Santos Lopes apresente o seu livro como instrumento para se perceberem as divisões no seio do Islão e, sobretudo, "para se entender que não devemos olhar para o outro como se fosse um inimigo".
Para Jorge Sampaio, a edição é oportuna, porquanto ocorre "numa altura em que crescem, na Europa, sinais inquietantes e uma recrudescência de atitudes e comportamentos que se designam, recorrendo a um neologismo que alguns consideram pouco feliz, de 'islamofobia'".
JN