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Mais de 30% da população portuguesa sofre de dor crónica, um problema de saúde pública com impactos nos cuidados de saúde e na economia, segundo a Associação Portuguesa para o Estudo da Dor.
O presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), José Romão, antecipou à Agência Lusa algumas das principais conclusões de um estudo nacional sobre o impacto da dor crónica na sociedade portuguesa, realizado pela Faculdade de Medicina do Porto e que será apresentado, na sexta-feira, no congresso da APED.
O estudo epidemiológico, que envolveu mais de cinco mil entrevistas, concluiu que 31% dos portugueses sofrem de dor crónica, atingindo 14% da população nos casos de dor de intensidade moderada ou forte.
"Representa um enorme número de pessoas com um enorme impacto em termos de saúde pública", referiu o presidente da APED, dando também conta dos impactos ao nível da economia devido à taxa de absentismo laboral elevada e cuidados de saúde que exige.
O estudo indica também que mais de 25% dos doentes que estão a ser tratados para a dor não se encontram satisfeitos com a terapêutica, justificando com a ineficácia da medicação prescrita e falta de atenção que o médico dedicou à dor.
Uma percentagem significativa dos inquiridos foi reformada precocemente devido à dor e uma boa parte desses doentes teve uma baixa prolongada, adianta o inquérito.
José Romão, também coordenador da unidade de dor crónica do Hospital de Santo António, no Porto, explicou que a dor crónica é um estado de dor persistente, sendo as causas mais frequentes a osteoartrose, lombalgia crónica e artrite reumatóide.
Se a dor não for adequadamente tratada, a qualidade de vida da pessoa poderá ser gravemente afetada, podendo até levar à incapacidade para trabalhar, disse, acrescentando que tem impactos importantes a nível individual, familiar e social.
A dor crónica afecta todos os estratos etários, sendo comum em idades mais avançadas, e atinge sobretudo as mulheres.
Profissionais desvalorizam a dor
José Romão sublinhou também que a "realidade de quem sofre de dor crónica em Portugal tem sido muitas vezes negligenciada e os efeitos na economia e na sociedade são ignorados desde sempre."
O especialista considerou que é negligenciada ao nível dos profissionais da saúde, existindo uma cultura instalada de desvalorização da dor entre médicos e enfermeiros, que começa logo na fase de formação.
Nesse sentido, a APED aconselha que a população deve exigir junto dos médicos "um tratamento mais eficaz e atempado".
Na Semana Europeia de Luta Contra a Dor, a APED quer chamar a atenção para este problema "grave" e apelar para um "melhor e mais" precoce tratamento.
JN
O presidente da Associação Portuguesa para o Estudo da Dor (APED), José Romão, antecipou à Agência Lusa algumas das principais conclusões de um estudo nacional sobre o impacto da dor crónica na sociedade portuguesa, realizado pela Faculdade de Medicina do Porto e que será apresentado, na sexta-feira, no congresso da APED.
O estudo epidemiológico, que envolveu mais de cinco mil entrevistas, concluiu que 31% dos portugueses sofrem de dor crónica, atingindo 14% da população nos casos de dor de intensidade moderada ou forte.
"Representa um enorme número de pessoas com um enorme impacto em termos de saúde pública", referiu o presidente da APED, dando também conta dos impactos ao nível da economia devido à taxa de absentismo laboral elevada e cuidados de saúde que exige.
O estudo indica também que mais de 25% dos doentes que estão a ser tratados para a dor não se encontram satisfeitos com a terapêutica, justificando com a ineficácia da medicação prescrita e falta de atenção que o médico dedicou à dor.
Uma percentagem significativa dos inquiridos foi reformada precocemente devido à dor e uma boa parte desses doentes teve uma baixa prolongada, adianta o inquérito.
José Romão, também coordenador da unidade de dor crónica do Hospital de Santo António, no Porto, explicou que a dor crónica é um estado de dor persistente, sendo as causas mais frequentes a osteoartrose, lombalgia crónica e artrite reumatóide.
Se a dor não for adequadamente tratada, a qualidade de vida da pessoa poderá ser gravemente afetada, podendo até levar à incapacidade para trabalhar, disse, acrescentando que tem impactos importantes a nível individual, familiar e social.
A dor crónica afecta todos os estratos etários, sendo comum em idades mais avançadas, e atinge sobretudo as mulheres.
Profissionais desvalorizam a dor
José Romão sublinhou também que a "realidade de quem sofre de dor crónica em Portugal tem sido muitas vezes negligenciada e os efeitos na economia e na sociedade são ignorados desde sempre."
O especialista considerou que é negligenciada ao nível dos profissionais da saúde, existindo uma cultura instalada de desvalorização da dor entre médicos e enfermeiros, que começa logo na fase de formação.
Nesse sentido, a APED aconselha que a população deve exigir junto dos médicos "um tratamento mais eficaz e atempado".
Na Semana Europeia de Luta Contra a Dor, a APED quer chamar a atenção para este problema "grave" e apelar para um "melhor e mais" precoce tratamento.
JN