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Empresários do Alto Minho classificam portagens como "assalto à mão armada"

florindo

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Out 11, 2006
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A introdução de portagens nas autoestradas sem custos para o utilizador (SCUT) constitui um "assalto à mão armada na estrada" para alguns empresários do Alto Minho.

Em declarações à Agência Lusa, Alcides Silva, administrador da Carsiva, um entreposto comercial de carnes de Ponte de Lima que tem diariamente 15 viaturas a circular na A28, espera um custo adicional de "nunca menos de 5000 euros" por mês.

"Isto é um autêntico assalto à mão armada. Aqueles pórticos são pistolas que nos apontam para nos obrigarem a pagar. Só não põem lá um homem de metralhadora em punho porque era capaz de parecer um bocado mal", disse, à Lusa, o proprietário da Carsiva.

"É de mais, é sempre tudo a cair em cima dos mesmos. Assim, é insuportável. Qualquer dia, fecho portas e depois 'ai ai, meu Deus', que lá vão mais 50 pessoas para o desemprego", acrescentou, visivelmente indignado.

A Carsiva, que em Fevereiro de 2009 inaugurou as suas novas instalações, em Fontão, Ponte de Lima, num investimento de 7,5 milhões de euros, dispõe de uma frota de 30 viaturas, metade das quais se desloca diariamente até à zona do Grande Porto, utilizando a A28, uma via que "não tem qualquer alternativa".

"Sempre prometeram que não haveria portagens onde não houvesse alternativa. Será que consideram alternativa uma estrada [EN13] onde uma viagem de camião até ao Porto demora meio dia?", questionou, indignado.

Opinião semelhante tem José Morais Vieira, administrador da Melatoviana, na Zona Industrial de Neiva (Viana do Castelo), que espera um "rombo" de seis mil euros por mês nas finanças da empresa, que tem 120 trabalhadores.

"Tenho duas hipóteses, perante esta autêntica ditadura do Estado: pagar ou fechar portas. Para já, vou pagar. Depois logo se vê", disse José Morais, que é também vice-presidente da Associação Industrial do Minho.

No seu entender, as portagens "vão pôr em risco a sobrevivência de muitas e muitas empresas que asseguram os postos de trabalho que ainda há no distrito, e que infelizmente já são poucos".

Uma opinião partilhada pelo presidente da Associação Empresarial de Viana do Castelo (AEVC), Luís Ceia, que fala num "duro golpe" para a economia da região.

"As nossas empresas vão passar a ter muitas mais dificuldades para recrutar a mão de obra qualificada de que carece e que até aqui era 'fornecida' pela Área Metropolitana do Porto e pela Galiza", disse à Lusa Luís Ceia.

Para o líder da AEVC, este poderá ser também um fator "desmotivador" da instalação de empresas na região.

"Mais do que ao preço do metro quadrado do terreno, os empresários, na hora de decidir, têm muito mais em atenção factores como a mobilidade. Até aqui, neste domínio, o Alto Minho tinha uma enorme vantagem", referiu.

O Governo já anunciou que a partir de 01 de Julho serão cobradas portagens na A28 (SCUT do Norte Litoral), bem como nas SCUT do Grande Porto e da Costa da Prata.

JN
 
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