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Atrasos nos voos devem manter-se até ao Natal
Milhares de passageiros continuam em terra no Norte e Centro da Europa, impedidos de viajar por causa de condições meteorológicas adversas que obrigaram ao cancelamento de mais de 22.500 voos e impediram a circulação de comboios e automóveis.
Os aeroportos de Frankfurt, na Alemanha, de Orly e Charles de Gaulle, em França, ou de Heathrow, na Inglaterra, tornaram-se cenários de caos e desespero. Assoberbadas depois de três dias consecutivos de interrupções e atrasos, as companhias aéreas vêem-se impotentes para responder às solicitações de milhares de passageiros frustrados e impacientes que perderam as suas reservas.
Na Alemanha, mais de mil voos foram cancelados, depois de um novo nevão ter deixado um manto de mais de 40 centímetros em várias regiões do país. A Lufthansa interrompeu as rotas domésticas e “desviou” os passageiros para o comboio, mas a inclemência do tempo também provocou atrasos no fiável sistema ferroviário.
Os voos com partida de Bruxelas foram cancelados até quarta-feira — por falta de líquido anticongelante. O fornecedor, com sede em França, não tem recebido os componentes para o fabricar por causa dos nevões que impediram os camiões TIR de circular.
O serviço da linha Eurostar — Londres, Paris, Bruxelas, Amesterdão — foi severamente condicionado. Nos aeroportos de Bruxelas e Paris, as partidas não estavam asseguradas, uma vez que o equipamento necessário para o descongelamento dos aviões começava a escassear.
O Governo francês destacou veículos blindados da polícia e do exército para limpar as estradas e cerca de 30 por cento dos voos nos aeroportos de Charles de Gaulle e Orly foram cancelados. Na Bélgica, as auto-estradas foram fechadas ao tráfego de pesados, depois de se verificarem engarrafamentos de 600 quilómetros que ameaçavam deixar muitos motoristas à mercê dos elementos longe de qualquer abrigo. Na Holanda, a circulação está aberta mas a velocidade máxima foi limitada a 50 quilómetros por hora.
Os analistas estimam que os cancelamentos dos voos em Heathrow estejam a custar uma média de dez milhões de libras (11,8 milhões de euros) por dia à companhia de bandeira British Airways. As perturbações podem continuar pelo menos até ao Natal. Um responsável do aeroporto de Heathrow adiantou ao diário britânico "Guardian" que "os passageiros devem antecipar mais atrasos e cancelamentos nos próximos dias e possivelmente até depois do dia de Natal", porque as operações de limpeza de neve não deverão estar concluídas antes de quarta-feira.
E o mau tempo não afecta apenas aqueles com planos de viagem. Em vários países, as escolas fecharam, a entrega do correio está comprometida e os fornecimentos de mercadorias estão em causa.
O comércio natalício é outro dos prejudicados. O gigante da distribuição francês Auchan, bem como a maior cadeia britânica, John Lewis, reportaram um decréscimo de dez por cento nas vendas do fim-de-semana.
Público
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