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A Avenida de Francelos, em Gulpilhares, Gaia, transformou-se, em dois meses de portagens na A29, em auto-estrada. Os moradores falam em perigo e em desassossego. A Câmara faz contas ao tráfego para levar o Estado a tribunal por danos em vias municipais.
"Acesso condicionado na saída para Francelos. Modere velocidade". As frases estão, nas horas de ponta, no painel informativo da A44 a poucos metros da saída para aquele lugar de Gulpilhares, Gaia, no sentido Norte-Sul.
Há dois meses que é assim: foge-se ao pórtico da A29, colocado um pouco mais à frente, poupam-se 45 cêntimos por passagem na portagem (mais 30 para quem não tem qualquer dispositivo) e transformam-se vias municipais em caminhos alternativos.
O problema é que há quem use tais caminhos com velocidade excessiva. É o caso da Avenida de Francelos, que liga a decepada Nacional 109 à zona litoral, outrora local de filas de carros apenas no Verão, com seis passadeiras, um só semáforo (com verde para peões que dura segundos) e pouca iluminação nocturna.
"Tenho medo de atravessar. Vivo na avenida há 23 anos. A pacatez morreu. Passam aqui com uma bolina...", diz Manuel Ferraz, conseguindo um acenar de cabeça solidário de Damião Fonseca, dono de um café há seis anos.
"Anda a circular, para aí há um mês, uma petição [da Junta de Gulpilhares] para que o pórtico da A29, colocado em Arcozelo, seja mudado para outro lado. No lugar onde está penaliza quem mora duplamente na freguesia: paga portagem em casa e leva com quem não quer pagar", afirma Damião, dando dois exemplos de ruas que perderam "o sossego": Prado e Ameixoeiras.
"São caminhos que vão dar à A29 depois do pórtico. Isso significa que quem quer fugir anda por aí, por ruas onde mal cabe um carro, a toda a hora e a velocidades desaconselháveis. Nem sei como ainda não houve acidentes", salienta o comerciante.
Indemnização por danos.
"A Câmara está a apurar o aumento de tráfego nas ruas municipais para impor, em algumas, condicionamentos ao trânsito", disse, ao JN, o vice-presidente da Autarquia, Marco António Costa.
A intenção tem dois objectivos: calcular quantos carros passavam no local do pórtico antes e depois da portagem para avaliar que indemnização será pedida ao Estado por danos. "A Câmara está a preparar uma acção por danos no património municipal. Com as portagens, o Estado gera receitas e, como colocou o pórtico em local penalizador, está danificar o património que é da Autarquia", afiançou.
Para Marco António Costa, a ideia de mudar o pórtico "nem sequer é única" dado que se "abriu um precedente entre Lousada e Paços de Ferreira". "O problema é que o secretário de Estado das obras Públicas [Paulo Campos] não tem revelado espírito de cooperação com a Câmara de Gaia e, até hoje, continua sem dar resposta a um pedido de audiência, feito por toda a vereação, no Verão passado, para discutir o assunto das portagens", referiu.
"O trânsito na Avenida de Francelos é só um exemplo de como, com as portagens, a freguesia de Gulpilhares se tornou numa auto-estrada. É um caos nas horas de ponta e um desassosego para quem cá vive", garante Ana Lopes Ribeiro, moradora na avenida há 26 anos.
Jornal de Notícias
"Acesso condicionado na saída para Francelos. Modere velocidade". As frases estão, nas horas de ponta, no painel informativo da A44 a poucos metros da saída para aquele lugar de Gulpilhares, Gaia, no sentido Norte-Sul.
Há dois meses que é assim: foge-se ao pórtico da A29, colocado um pouco mais à frente, poupam-se 45 cêntimos por passagem na portagem (mais 30 para quem não tem qualquer dispositivo) e transformam-se vias municipais em caminhos alternativos.
O problema é que há quem use tais caminhos com velocidade excessiva. É o caso da Avenida de Francelos, que liga a decepada Nacional 109 à zona litoral, outrora local de filas de carros apenas no Verão, com seis passadeiras, um só semáforo (com verde para peões que dura segundos) e pouca iluminação nocturna.
"Tenho medo de atravessar. Vivo na avenida há 23 anos. A pacatez morreu. Passam aqui com uma bolina...", diz Manuel Ferraz, conseguindo um acenar de cabeça solidário de Damião Fonseca, dono de um café há seis anos.
"Anda a circular, para aí há um mês, uma petição [da Junta de Gulpilhares] para que o pórtico da A29, colocado em Arcozelo, seja mudado para outro lado. No lugar onde está penaliza quem mora duplamente na freguesia: paga portagem em casa e leva com quem não quer pagar", afirma Damião, dando dois exemplos de ruas que perderam "o sossego": Prado e Ameixoeiras.
"São caminhos que vão dar à A29 depois do pórtico. Isso significa que quem quer fugir anda por aí, por ruas onde mal cabe um carro, a toda a hora e a velocidades desaconselháveis. Nem sei como ainda não houve acidentes", salienta o comerciante.
Indemnização por danos.
"A Câmara está a apurar o aumento de tráfego nas ruas municipais para impor, em algumas, condicionamentos ao trânsito", disse, ao JN, o vice-presidente da Autarquia, Marco António Costa.
A intenção tem dois objectivos: calcular quantos carros passavam no local do pórtico antes e depois da portagem para avaliar que indemnização será pedida ao Estado por danos. "A Câmara está a preparar uma acção por danos no património municipal. Com as portagens, o Estado gera receitas e, como colocou o pórtico em local penalizador, está danificar o património que é da Autarquia", afiançou.
Para Marco António Costa, a ideia de mudar o pórtico "nem sequer é única" dado que se "abriu um precedente entre Lousada e Paços de Ferreira". "O problema é que o secretário de Estado das obras Públicas [Paulo Campos] não tem revelado espírito de cooperação com a Câmara de Gaia e, até hoje, continua sem dar resposta a um pedido de audiência, feito por toda a vereação, no Verão passado, para discutir o assunto das portagens", referiu.
"O trânsito na Avenida de Francelos é só um exemplo de como, com as portagens, a freguesia de Gulpilhares se tornou numa auto-estrada. É um caos nas horas de ponta e um desassosego para quem cá vive", garante Ana Lopes Ribeiro, moradora na avenida há 26 anos.
Jornal de Notícias