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Gasolina atinge esta semana preço mais alto de sempre

florindo

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Transportadores querem negociar com Governo formas de ajudar as empresas a acomodar este aumento de custos

Todos ainda se lembrarão da escalada do preço dos combustíveis que, em Julho de 2008, esteve na base do protesto dos transportadores de mercadorias que quase paralisou o país. Mas, neste momento, os preços dos combustíveis em alguns postos de abastecimento já ultrapassaram o valor médio mais alto de sempre - 1,523 euros por litro de gasolina, registado a 18 de Julho de 2008 -, com a agravante de que o preço da matéria-prima, isto é, do barril de crude, está actualmente muito longe dos 147 dólares que custava em Julho daquele ano.

Segundo a informação que é possível consultar na página da Internet da Direcção-Geral de Energia e Geologia (onde também é possível verificar quais os postos de abastecimento que estão a praticar os melhores preços), o valor médio do preço por litro no continente era na passada segunda-feira de 1,545 euros e ontem de 1,568 euros. O gasóleo custava, em média, 1,313 euros. Há um ano, exactamente, custava 1,091 euros.

Mas porque é que o valor máximo histórico é atingido agora, numa altura em que o preço do barril continua a aproximar-se da barreira psicológica dos cem dólares por barril? A Associação Portuguesa das Empresas Petrolíferas (Apetro) publicou no seu site uma nota informativa onde explica que na formação do preço do combustível não conta, apenas, o preço da matéria-prima. E, na análise que faz, tenta demonstrar que para esta escalada de preços concorre o sucessivo aumento do custo dos produtos refinados no mercado internacional, onde o país se abastece - Portugal também refina, mas está longe de satisfazer as necessidades.

Ainda segundo a Apetro, a componente de preço que mais fez agravar o litro de combustível foi a parte fiscal, que sofreu dois agravamentos de IVA: a 1 de Julho de 2010 passou para 21 por cento e a 1 de Janeiro passou para 23 por cento. Também o final da isenção fiscal (no Imposto sobre produtos petrolíferos - ISP) de que beneficiavam os biodiesel que incorporam o gasóleo comercializado em Portugal veio trazer aumentos. Ou seja, o gasóleo rodoviário tornou-se mais caro 0,044 euros por litro. Segundo a Apetro, cerca de 58 por cento do preço do litro de gasolina é absorvido pela carga fiscal e no gasóleo rodoviário essa percentagem atinge os 47 por cento (estes cálculos usaram como referência os preços cobrados a 10 de Janeiro).

Protestos irrepetíveis

Sem que ninguém consiga antecipar até onde poderá ir a escalada dos preços - já que o preço da matéria-prima tem manifestado uma tendência de subida -, os protestos a que o país assistiu em Julho de 2008 não deverão repetir-se. Apesar de muita coisa ter piorado, como a cobrança de portagens nas ex-Scut.

Diz Artur Mota, o actual presidente da Associação Nacional das Transportadoras Portuguesas (ANTP), que "as circunstâncias do país mudaram muito, e somos sensíveis a isso". Mas as preocupações permanecem e todos os representantes de operadores - de passageiros e de mercadorias - com quem o PÚBLICO conseguiu falar temem os efeitos no negócio desta escalada de preços. E já estão a reivindicar apoios que "permitam a sobrevivência" das empresas.

Os transportadores de passageiros voltaram a pôr na mesa das negociações a possibilidade de usufruírem de gasóleo rodoviário. Cabaço Martins, da Antrop, diz que em causa estará uma diminuição da receita fiscal de três por cento. Artur Mota espera, até sexta-feira, obter resposta da tutela ao pedido de que sejam tomadas "medidas extraordinárias, para combater uma situação extraordinária", como o usufruto temporário de gasóleo diferenciado.

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