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PSP encerra creche ilegal e que alegadamente dava calmantes a crianças

florindo

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Uma creche na rua Morais Sarmento, em Lisboa, foi encerrada ontem, quinta-feira, à tarde pela PSP de Lisboa por alegadamente estar ilegal e depois de uma suspeita de uma criança ter tomado um medicamento para dormir.

Em comunicado divulgado hoje, sexta-feira, a PSP explicou que ao final do passado dia de 1 de Fevereiro, um agente de serviço num hospital foi contactado por uma médica.

A profissional de saúde informou que no local se encontrava um pai a acompanhar a filha, e que tudo levava a crer que a criança teria sido "sujeita a medicação própria para criar sonolência durante o período de tempo que esteve na creche".

"A suspeita levantou-se uma vez que o bebé estava sonolento durante todo o tempo após o pai a ir buscar à creche" e as análises posteriores confirmaram o consumo de um medicamento calmante próprio para adultos", lê-se no comunicado.

O produto em bebés ou crianças, além de outras consequências, pode causar graves problemas nos rins.

O mesmo pai quando se deslocou à creche para ir buscar a filha verificou que todas as crianças, cerca de 10, dormiam profundamente.

Na sequência destes acontecimentos, ontem, quinta-feira, agentes, dois inspectores do Serviço de Fiscalização da Segurança Social e outros dois da Santa Casa da Misericórdia, deslocaram-se ao local suspeito e verificaram que 12 crianças estavam a dormir profundamente.

"E o espaço onde as mesmas se encontravam era pequeno e desadequado às circunstâncias, não havendo qualquer licença legal para a prática daquele exercício", acrescentou o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP.

Os pais foram então notificados para se deslocarem com os filhos ao Instituto de Medicina Legal para serem observados e sujeitos a análises de sangue.

O estabelecimento foi encerrado e os pais retiraram as crianças do local.

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florindo

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Onze crianças foram observadas no Instituto de Medicina Legal

Onze crianças foram observadas por vários médicos do Instituto de Medicina Legal de Lisboa, na sequência da suspeita de administração de medicamentos para dormir numa creche de Lisboa, entretanto encerrada.

A confirmação foi dada à Lusa pelo director da delegação sul do Instituto de Medicina Legal, Jorge Costa Santos, que confirmou a observação das crianças, mas escusou-se a dar mais informações por o caso estar em "segredo de justiça".

Em comunicado, a PSP de Lisboa tinha informado que 12 crianças tinham sido encaminhadas para serem observadas e submetidas a análises no Instituto.

Hoje, sexta-feira, o director precisou que foram 11 as crianças que compareceram, tendo uma faltado por estar adoentada, mas aparentemente sem relação com o caso.

Costa Santos explicou ainda que o caso está sob a tutela do Ministério Público, que abriu um inquérito judicial.

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florindo

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"Só queria aquilo fosse fechado. Agora é esquecer tudo o que passei"

Ana e João escolheram a creche da Morais Soares depois de uma "conversa de rua". Andavam aflitos, à procura de um local para deixar a filha, perguntando aqui e acolá se alguém conhecia alguma ama de confiança. "A minha mulher estava na paragem do autocarro e a creche foi indicada por outra senhora que tinha lá a filha", explicou.

João, tal como muitos pais, encontrou ali a solução que parecia ideal para a filha, face à falta de vagas na rede pública. Era mais barato que as privadas (pagava 160 euros), tinha vaga, e a proprietária não lhe causou má impressão.

Rapidamente mudou de opinião e empenhou-se em acabar com aquele pesadelo. "Só queria que aquilo fosse fechado e esquecer tudo o que passei", disse, acrescentando que pode ter salvo algumas vidas, uma vez que, a longo prazo, a medicação desregrada e que só pode ser dada a adultos por prescrição médica, pode até levar à morte.

Por se tratar de um crime semi-público, depende de queixas formais dos pais por ofensas à integridade física, os quais poderão ainda pedir indemnizações. Ana e João ainda não tomaram uma decisão. Estão ainda em estado de choque.

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Creche ilegal causa choque e desespero

Surpreendidos, chocados e desesperados. Há pelo menos mais um pai de um bebé que frequentava a creche ilegal situada na Rua Morais Soares, em Lisboa, que também apresentava sintomas de apatia. Outros, confessam-se enganados pela proprietária.

Wagner Soares é pai de uma das crianças que estava à guarda da creche, gerida por uma brasileira de 30 anos, suspeita de recorrer a ansiolíticos para tranquilizar e adormecer menores entre os quatro meses e os três anos. Ontem, quando soube da operação da PSP e da Segurança Social, foi pedir explicações à proprietária, mas ninguém abriu a porta.

Wagner confessa que já tinha tido problemas com outra ama. Raísa, a sua filha de nove meses, frequentava a creche da Morais Soares desde Dezembro. "Recorri a esta senhora porque, na outra ama a minha filha vinha para casa com medo do escuro. Agora mais esta situação", lamenta-se.

Ao JN, Wagner relata que, por duas ou três vezes, notou que a menina estava sonolenta, mas nunca lhe passou pela cabeça que a filha poderia estar sob efeito de sedativos. "Achava que era coisa de criança", refere este pai, brasileiro e pasteleiro de profissão.

Recorde-se que o caso foi despoletado pela desconfiança de um pai que, perante a sonolência continuada da filha de oito meses, confirmou, no Hospital Dona Estefânia, a presença de benzodiazepinas no organismo da filha.

Na quinta-feira, as autoridades entraram de surpresa na creche e encontraram 12 crianças, quase todas a dormir, à guarda de duas mulheres. O espaço foi encerrado e as crianças foram encaminhadas para o Instituto de Medicina Legal, onde fizeram exames. O processo seguiu para o Ministério Público, para investigação.

A creche funcionava na clandestinidade há cerca de seis anos num apartamento com cozinha, sala e quatro divisões pequenas. Já passou por duas "gerências". Acolhia cerca de 15 crianças e cobrava 160 euros por mês. Recebia menores aos sábados, mas cobrava uma taxa extra, de 7,5 euros/dia.

"Moro na Morais Soares há cinco meses e ouvia muito choro de crianças. Era muita criança e pouca gente a cuidar. Se é verdade que a dona dopava as crianças, ela, para mim, é um monstro", assume, sem rodeios, Alexandre Oliveira, que também é brasileiro e chegou a alertar alguns pais.

Natalia Fedynych, ucraniana, conheceu bem as duas "gerentes". Reside no mesmo prédio da Rua Morais Soares e a sua filha Júlia, agora com sete anos, frequentou a creche. "A antiga gerente inspirava muita confiança, as crianças brincavam muito e até passava recibos. Com esta senhora, a minha filha ficou um mês, nas férias da escola, e não gostava muito, mas nunca houve problemas", conta.

"Eu ainda estou tonta com as notícias. Ela (a proprietária) não parecia esse tipo de pessoa. Dou graças a Deus por a minha filha estar bem", avança, por sua vez Adriana, que no dia da fiscalização recebeu uma chamada da proprietária a dizer que não podia levar mais a minha filha para a creche. "Ligou-me a chorar, muito nervosa, a dizer que tinha acontecido uma coisa muito grave, mas não explicou o que aconteceu".

"Estou atónita e desesperada. Não tenho ama, não tenho creche. Preciso de trabalhar e não sei o que fazer", diz Adriana. Rogério Barbosa, o ex-marido, confessa que se sente enganado. "Pensei que ela tinha cinco, seis crianças. Afinal, estava a ficar rica...", atira, com ironia. "Eu só quero o bem para a minha filha. Nunca notei nada de estranho", refere Rogério.

Adriana conta que tinha por hábito buscar a filha, de três anos, por volta das 18 horas e garante que, por essa altura, não era hábito ver crianças a dormir.

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"Em doses elevadas há risco de morte"

Opinião do pediatra Paulo Oom

A substância que foi já detectada numa das crianças provoca sonolência e reflexos diminuídos. Paulo Oom, pediatra e membro da Sociedade Portuguesa de Pediatria e da Direcção do Colégio de Pediatria da Ordem dos Médicos, alerta que este tipo de sedativos pode trazer sequelas a curto e a longo prazo.

Explica que, a curto prazo e em doses muito elevadas, pode levar a um quadro de depressão respiratória. "A criança adormece, deixa de respirar e morre", frisa. A longo prazo, pode causar habituação, dependendo da dosagem e do tempo que durar a medicação.

De acordo com Paulo Oom, mesmo em doses muito pequenas, mas prolongadas no tempo, a crianças podem começar a manifestar o síndrome de abstinência. "Apresentam sintomas de irritabilidade e alterações de comportamento". Neste caso, a criança pode ter de ser internada para fazer uma espécie de "desmame" sob o controlo atento dos médicos.

No entanto, para o especialista, "o grande perigo, o grande risco deste tipo de substâncias é a depressão respiratória". Admite que cenários de lesões cerebrais ou renais só aconteceriam com doses muito elevadas.

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Crianças de creche ilegal sem indícios de drogas

As crianças da creche encerrada quinta-feira em Lisboa e que foram observadas no Instituto de Medicina Legal não apresentavam alterações de comportamento ou físicas susceptíveis de estarem sob o efeito de fármacos, avançou fonte daquele organismo.

As crianças frequentavam uma creche na rua Morais Soares, que acabou por ser encerrada na sequência da suspeita de um pai de que ao filho teria sido administrado um medicamento para dormir.

Em declarações à Lusa, o director da delegação sul do Instituto de Medicina Legal, Jorge Costa Santos, disse que as crianças foram observadas e que «estavam bem».

Jorge Costa Santos recusou dar mais pormenores sobre a observação das crianças no Instituto de Medicina Legal, afirmando: «o que foi feito está em segredo de justiça».

Fonte da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa afirmou que as crianças já estão distribuídas por diversas creches geridas por aquela entidade.

O Departamento de Investigação e Acção Penal está a investigar o caso e o inquérito foi distribuído à Unidade Contra a Violência Doméstica.

Lusa/SOL
 
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