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O Governo japonês deu ordens a cerca de 140 mil pessoas para que não saiam de casa, devido aos perigosos níveis de radioactividade que se seguiram a uma explosão seguida de incêndio na central nuclear de Fukushima.
Numa declaração na televisão pública nipónica, o primeiro-ministro Naoto Kan admitiu que a radiação se espalhou a partir de quatro reactores da central nuclear Fukushima Dai-ichi, severamente atingida pelo sismo da semana passada.
Da tragédia natural de então confirmaram-se até agora mais de 10 mil mortos, deixando milhões de pessoas desesperadas pela perda de pessoas próximas, de bens, e pela destruição económica.
Naoto Kan tem apelado à calma, mas os desenvolvimentos em Fukushima têm aumentado os receios no país e em outros pontos do mundo.
De acordo com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que cita as autoridades japonesas, o incêndio no reactor deflagrou numa zona de armazenamento, onde o combustível nuclear é mantido a baixas temperaturas.
«A radioactividade está a ser libertada directamente para a atmosfera», reconheceu a AIEA. No pior dos casos, o derretimento do centro do reactor poderia levar ao envio de quantidades ainda maiores de radioactividade para a atmosfera.
Esta manhã, os níveis de radiação naquela zona já eram 100 vezes superiores ao normal. Em Tóquio a radiação também é superior ao normal, mas longe de ameaçar os 39 milhões de habitantes da capital.
SOL/AP