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Funcionários judiciais dizem que cerimónia de abertura é 'inútil e ofensiva'

florindo

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O Sindicato dos Funcionários Judiciais (SFJ) considera que não é tempo para «festas e festanças», sublinhando que a cerimónia de abertura do ano judicial, hoje em Lisboa, é «inútil e ofensiva para quem trabalha nos tribunais».

Em declarações à agência Lusa, Fernando Jorge, presidente do SFJ, disse que a prioridade para este ano judicial devia ser «resolver o constrangimento e o mau funcionamento da Justiça e dos tribunais».

Para o sindicalista, «essa é que devia ser a preocupação mas parece que a preocupação é mais fazer festas, festanças, debates, discussões e depois, se puder ser, ainda complementados com uns cocktails e uns vinhos do Porto».

A cerimónia de abertura do ano judicial decorre esta tarde, em Lisboa, contando com a participação do bastonário da Ordem dos Advogados, do procurador-geral da República, do presidente do Supremo Tribunal de Justiça, do ministro da Justiça, do presidente da Assembleia da República e do Presidente da República.

Fernando Jorge entende que «o que vai acontecer é uma cerimónia perfeitamente inútil e quase ofensiva para quem trabalha nos tribunais», uma vez que «a situação nos tribunais está tão mal que não se compadece com este tipo de cerimónias de pompa e circunstância».

De acordo com o sindicalista, os problemas da Justiça resolvem-se «dotando os tribunais de meios e de equipamentos».

«Neste momento, a falta de funcionários é uma situação caótica e o que está a acontecer nos tribunais é que eles fingem que resolvem os processos porque não são capazes de os resolver. Nós temos tribunais com 10, 15, 20 mil processos pendentes e têm cinco ou seis funcionários, quando deviam ter 30», denunciou Fernando Jorge.

Para o sindicalista, os problemas dos tribunais não são «os [processos] Face Oculta, os [processos] Casa Pia», o problema está em «dar resposta aos problemas dos cidadãos».

O Sindicato dos Funcionários Judiciais pediu na terça-feira uma reunião urgente ao ministro da Justiça, que já tinha sido pedida em Dezembro e que foi adiada duas vezes. «Se agora desmarcar [a reunião], nós não vamos pedir mais nenhuma e vamos reunir o conselho nacional a 2 de Abril», adiantou ainda Fernando Jorge, acrescentando que há o risco de se assistir a «uma versão dos oficiais de justiça à rasca», uma vez que a situação é «perfeitamente insustentável».

Lusa/SOL
 
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