• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

'Situação do país é mais importante do que amuo do PSD' - Fernando Medina

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,984
Gostos Recebidos
343
O secretário de Estado Adjunto, da Indústria e do Desenvolvimento classificou na quinta-feira à noite como «um amuo» a reacção do PSD ao anúncio das novas medidas de austeridade propostas pelo Governo.

Numa sessão em que apresentou aos militantes do PS de Santa Maria da Feira a Moção Política de Orientação Nacional de José Sócrates, Fernando Medina afirmou: «O discurso do PSD foi totalmente falso e alheio à realidade, incidindo sobre a forma do anúncio, como se eles estivessem amuados porque ninguém falou com eles antes».

«Mas a situação do país é muito mais importante que um amuo do PSD», contrapôs o responsável socialista, observando que as «críticas» e «ameaças» dos sociais-democratas se verificaram «no pior momento possível, quando Portugal se encontrava entre duas cimeiras-chave e devia mostrar-se unido».

Para Fernando Medina, a postura do principal partido da oposição denuncia «oportunismo político», na medida em que «o PSD tem a necessidade de criar uma crise política para rapidamente chegar ao poder e consolidar uma liderança que está ameaçada».

O porta-voz dos socialistas acredita que, «às vezes, as escolhas mais difíceis são as certas», mas admite igualmente que essas opções possam ser «também as mais incompreendidas, por exigirem maiores sacrifícios das pessoas - o que é ainda mais complicado quando não se vê a luz ao fundo do túnel ou o fim da batalha».

Realçando o «total desprendimento de José Sócrates em relação à sua situação pessoal e até à sua posição no partido, sempre em benefício do que é importante para o país», Fernando Medina traçou depois um paralelo entre o atual primeiro-Ministro e um seu antecessor.

«Mário Soares é hoje uma figura muito querida da sociedade portuguesa e respeitamo-lo pelas escolhas que fez», recordou, «mas quem tem memória histórica sabe que ele também passou por batalhas muito complicadas, às vezes até dentro do seu partido».

Insistindo que Portugal nunca antes enfrentou um momento de dificuldades como as que se vivem hoje, Fernando Medina declarou: «Esta crise precisa de uma solução solidária ao nível europeu, que não envolva o Fundo Monetário Internacional (FMI)».

O secretário de Estado considera, contudo, que «a Europa tem reagido com muita lentidão a este problema, porque se têm acentuado as lógicas individualistas dos estados europeus».

«Esta já não é a Europa do Mário Soares ou do Miterrand», observou. «Está muito mais egoísta, a pensar mais em si e no seu eleitorado, e menos no colectivo».

Nesse contexto, Fernando Medina afiança que «medidas tão impopulares» como as anunciadas por Sócrates visam garantir ao Governo «mais peso negocial» face ao sistema financeiro europeu.

«Não vamos propor à votação do Parlamento nenhuma moção que seja rejeitada pelo PSD. Não vamos dar-lhes oportunidade de criarem uma crise política que significaria a entrada imediata do FMI em Portugal», conclui.

Sol/Lusa
 
Topo