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O líder parlamentar do PS vincou hoje que o PEC IV foi apresentado pelo primeiro-ministro de forma «detalhada» ao presidente do PSD, acusando Pedro Passos Coelho de omitir até segunda-feira um dado «absolutamente fundamental».
Numa conferência de imprensa na sede do PS, em Lisboa, Assis sublinhou que «durante semanas» o PSD passou a ideia de que o assunto foi tratado através de «um mero e simples telefonema» e que o principal partido da oposição não tinha sido «respeitado», quando José Sócrates «apresentou longa e detalhadamente» o documento.
«Houve da parte do primeiro-ministro ainda antes da apresentação do PEC a preocupação de o discutir e apresentar ao líder do maior partido da oposição. Essa apresentação tinha um objectivo: envolver seriamente a PSD neste processo», afirmou Francisco Assis.
Na segunda-feira à noite, Pedro Passos Coelho revelou que na véspera do PEC ser apresentado em Bruxelas recebeu um telefonema do primeiro-ministro, José Sócrates, e em seguida deslocou-se pessoalmente a São Bento para ser informado sobre medidas que, disse, constituíam um facto consumado.
Francisco Assis defendeu que mesmo que o líder do PSD tivesse entendido que o PEC era um documento «fechado» durante esse encontro, no dia seguinte teve a informação de aquele «era um documento aberto».
«Não é verdade que o líder do PSD tenha sido desrespeitado. Não é verdade que o líder do PSD não tenha sido informado. Não é verdade que o primeiro-ministro não tenha procurado valorizar o contributo do PSD neste processo», frisou.
Para Francisco Assis, este dado vem pôr em causa o argumento «fundamental» que o PSD apresentou para não entrar na discussão e apresentar propostas sobre o PEC, acusando os sociais-democratas de «deliberadamente» quererem provocar uma crise política, com receio de uma «crise interna» no partido.
«A razão pela qual o PSD abriu esta crise política, e agora verificamos que o PSD omitiu um dado absolutamente fundamental é muito clara: o líder do PSD teve receio da crise interna e provocou uma crise geral no país», argumentou, acusando o PSD de ter estado sempre neste processo «com enorme reserva mental».
Para o líder parlamentar dos socialistas, são «as próprias palavras» de Passos Coelho que vêm agora desmentir que José Sócrates «desvalorizou» ou «ignorou» o PSD.
Lusa/SOL