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Polícia tolera manifestação 'à espanhola' no Rossio

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Out 11, 2006
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A manhã começou calma no Rossio com os manifestantes a limpar as evidências da primeira noite passada ao relento. Os pacifistas foram questionados pelas autoridades mas, após os primeiros minutos de tensão, os agentes ficaram solidários.

À pergunta feita pelos dois elementos da Polícia Municipal (PM) sobre quem era responsável pela iniciativa montada na Praça D. Pedro IV, os jovens explicaram que ali não havia líderes nem organizadores. A culpa não era de “ninguém” e era de “todos”.

Portugueses e espanhóis contaram que estavam “fartos” dos políticos, “cansados” da crise, desesperados com a falta de emprego e até revoltados com as guerras. Não foi preciso argumentar muito para que um dos polícias, montado numa Segway, começasse a acrescentar criticas à longa lista de preocupações.

“Eles (PM) só não se juntam a nós porque não podem. Estão a trabalhar, mas também têm os seus problemas”, atirou uma jovem que se passeava com um cartaz dizendo “Queremos sonhar”.

Outra manifestante explicou que “a ideia não é perturbar as pessoas". "A ideia é mostrar que estamos insatisfeitos e queremos uma mudança. Estamos fartos de ouvir os políticos a falar mal e viemos fazer o bem”, contou à Lusa a contestatária.

Joan era um dos que punha em prática as palavras da nova “amiga” feita na véspera. De joelhos, o catalão de 27 anos, juntamente com outros quatro jovens, esfregaram energicamente o chão junto à estátua”, munidos de esfregões verdes, baldes e detergente.

“Estamos a limpar as evidências da primeira noite, para manter a higiene do espaço que ocupamos. Queremos chatear ao mínimo as autoridades e para isso temos de manter a casa limpa. Isto é quase como estar a limpar o mundo”, explicou o jovem catalão, há dois meses em Portugal.

Enquanto uns limpavam os “vestígios”, outros criam páginas nas redes sociais - "revolução portuguesa" é o nome da página no Facebook - ou davam largas à sua imaginação fazendo novos cartazes. Sentada no chão, uma rapariga desenhava as letras de mais um slogan: “O povo unido não precisa de partido”.

Ao longo de toda a manhã, a estátua de D. Pedro IV foi ganhando cada vez mais cartazes, ora pedindo “desculpa pelo incómodo” da manifestação ora explicando que “a democracia faz-se com pessoas, não com mercados”.

Desde sexta-feira à noite que um grupo de portugueses e espanhóis estão reunidos na mítica praça lisboeta. Entre dezenas de comerciantes, as já habituais floristas da praça e os turistas estrangeiros, os manifestantes mantiveram-se relativamente discretos até à hora do almoço, quando um grupo de jovens começou a circular pela baixa atraindo com bombos quem passeava. “Todos ao Rossio hoje. Povo unido. Pela Democracia Real”, apelava a faixa que transportavam ao som dos bombos.

Depois de na sexta-feira, cerca de 200 jovens terem realizado uma assembleia popular naquela praça, às 22:00 de hoje volta a acontecer nova sessão para decidir o futuro da concentração.

Lusa / SOL
 
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