Quedas de 2,5% da Galp e PT pressionam Lisboa
O PSI 20 (no gráfico) caiu mais de 2% para mínimos de dois anos com a Galp e a PT a pressionar. A banca também pesou. O BCP perdeu 4%.
O principal índice português, o PSI 20, recuou hoje 2,04% para 6.761,01 pontos, pressionado sobretudo pelo desempenho negativo da Galp e da Portugal Telecom (PT), que caíram 2,5%.
Mas não foram os únicos. Também o sector financeiro continua a ser fustigado pela crise de dívida: os títulos do Banif tombaram mais de 5%, ao mesmo tempo que os do BCP caíram quase 4%.
Lisboa registou um dos piores desempenhos entre as pares europeias e voltou a cair para mínimos de pouco mais de dois anos. Mas também o parisiense CAC40 caiu 1,11%, acompanhado pelo madrileno IBEX35, que recuou 0,71%, num dia em que as atenções dos investidores se focaram em Itália.
João de Deus, trader da Dif Broker, comentou à Reuters, que o que condicionou "principalmente nos mercados europeus foi a colocação de dívida por parte da Itália, com a questão da iminente possibilidade dos EUA verem o seu ‘rating' cortado a tornar as coisas mais preocupantes".
É que Roma pagou juros recorde para convencer os investidores a absorver 5 mil milhões de euros em obrigações do Tesouro (OT), com maturidades entre 5 e 15 anos. Além disso, o montante global das emissões ficou 30% abaixo do valor máximo pretendido. Os resultados do leilão italiano motivaram um agravamento dos indicadores de risco da dívida do país liderado por Berlusconi, um efeito que se propagou a Portugal, no dia em que o IGCP agendou um novo leilão de dívida de curto prazo para a próxima semana.
A motivar a pressão vendedora nos mercados europeus estiveram ainda as mais recentes acções das agências de 'rating'. A Fitch cortou ontem à tarde a notação da Grécia para 'CCC', um nível entre 'lixo' e incumprimento, e, na sequência deste ‘downgrade', baixou já hoje o ‘rating' de cinco bancos helénicos. Também ontem, ao início da noite, a Moody's ameaçou baixar a notação máxima dos Estados Unidos, de ‘AAA', devido aos receios de que democratas e republicanos não cheguem a acordo para aumentar o limite de endividamento da maior economia do mundo.
E a falta de consenso sobre o novo pacote de ajuda à Grécia acrescentou ainda mais instabilidade nas praças europeias.
Por Lisboa, apenas duas cotadas resistiram à pressão vendedora: REN (+ 0,18%) e Brisa (0,14%). As restantes sofreram perdas acentuadas, com destaque para a Galp e para a Portugal Telecom. A petrolífera nacional caiu 2,41% para 15,175, numa altura em que o petróleo recuava mais de 0,5% nos mercados internacionais.
Já a ‘telecom' liderada por Zeinal Bava perdeu 2,52% para 6,03 euros, mínimos de pouco mais de dois anos.
A pressionar a praça nacional estiveram ainda os títulos do sector financeiro. O BCP, que tem um banco na Grécia, cedeu 3,87% para 0,32 euros, ao mesmo tempo que o BCP e o BES recuaram 1,5%. Já o Banif teve o pior desempenho do dia no PSI 20 ao afundar 5,26% para 0,54 euros.
Outros destaques negativos vão para a EDP Renováveis e Jerónimo Martins: a primeira caiu 3,22% e a segunda cedeu 1,81%.
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In:Economico