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Morto pelo calor dentro do carro do pai

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GF Ouro
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Mai 2, 2009
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É um caso chocante: um menino de 4 anos morreu anteontem, domingo, o dia mais quente do ano, asfixiado de calor, fechado dentro do carro, à porta de casa. Aconteceu em S. Tomé de Covelas, freguesia de Baião, distrito do Porto, durante uma festa de família. A comunidade está em choque, mas o caso pode agora levantar investigação do Ministério Público. Em causa estará actuação parental negligente.

Era domingo de festa, o irmão mais velho fazia 8 anos, vieram primos, tios e tias e amigos da família e eram 28 ao todo a almoçar na casa de pátio da Rua do calvário, em S. Tomé de Covelas, freguesia que fica no fundo do vale do concelho de Baião, e que é a mais distante do seu centro de distrito, a 94 quilómetros do Porto. Era o dia mais quente do ano e o sol ardeu acima dos 40 graus.

Tiago, que faria 4 anos em Setembro, irmão do meio de Francisco, 8 anos, e de Rodrigo, 2 anos, desapareceu a uma hora indeterminada do meio daquela tarde, quando as outras crianças ainda brincavam e as mães arrumavam as mesas na sombra da festa. Desapareceu para o interior da carrinha Astra preta do pai, estacionada com outras no pátio de casa de onde se vê o vale, com jardim de couves tronchudas e rosas, e ali ficou, no carro preto, sozinho, fechado, adormecido ao sol. Até que deram pela falta dele, entre as 17 e as 18 horas.

Chamou-se, procurou-se, a mãe, Susana, 28 anos, o pai, Paulo Pinto Monteiro, 31 anos, as tias já aflitas, os tios, os primos, até os pequeninos que não se lembravam de o ver. Chamou-se e procurou-se, achou-o aflito o pai: estava aninhado inanimado dentro do carro, mas o carro era já uma fornalha viva, de temperatura infinitamente mais alta do que os 40 graus da tarde interminável de calor.

Em choque, aos gritos, já toda a gente junta e alvoroçada, o pai com o corpo febril e inerte do menino nos braços, o pai e uma prima, que é socorrista do Colégio Universal, efectuam manobras atormentadas de reanimação já dentro de casa. A criança volteia, vomita, abre os olhos, tem pulso, perde e ganha a consciência.

A cena aflita é contada pela tia do menino morto, Maria Palmira, que ontem, segunda-feira, chorava e amparava a irmã, mãe do menino, que agora esmorece e chora no alto da varanda daquela casa de pedra amarela, onde muita gente estremecia ao ouvir o choro rasgado de gritos agudos da mãe, que chamava por Deus e pelo pequenino, e o seu choro gritado sobrepunha-se a todo o silêncio do vale onde só ecoa o sino trazido pelo vento da igreja.



In:JN
 
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