• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

A Princesa Doente

edu_fmc

GForum VIP
Entrou
Fev 29, 2008
Mensagens
21,260
Gostos Recebidos
14
A Princesa Doente
Era uma vez um pobre rapaz que vivia - com uma madrasta cruel, malvada e
horrenda como uma feiticeira. No lugar, todos tinham compaixão daquele
pobre menino que emagrecia a olhos vistos devido aos inauditos
sofrimentos a que estava exposto. Uma noite, cansado de suportar aqueles
maus tratos, resolveu fugir, para dirigir-se à Varsóvia, onde esperava
encontrar trabalho para ganhar a vida. Para sair da casa tinha de
atravessar o quarto da bruxa e, quando teve a certeza de ,que ela estava
bem adormecida, vestiu-se às pressas, abriu devagar a porta que
comunicava com o quarto da malvada madrasta e, com o coração palpitante
de emoção, dispôs-se a abandonar aquela casa onde não conhecera senão a
dor e os sofrimentos. A velha não percebeu coisa alguma e o rapaz pôde
chegar são e salvo a Varsóvia. Atravessando a praça onde se erguia o
palácio dos soberanos, notou um grande ajuntamento de pessoas que
falavam em

voz baixa entre si. Muitas mulheres choravam. - Aconteceu alguma
desgraça? - perguntou o menino, voltando-se para um velhinho que
enxugava os olhos e parecia muito magoado. - A filha do rei está para
morrer. Se alguma boa fada não quebrar o encanto, o país vai perder a
sua amada princesinha. — Está doente?- perguntou o rapaz, cheia de
curiosidade. - Sim - respondeu-lhe o velhinho - está de cama e
enfraquece cada vez mais. Os sábios declararam nada poderem fazer,
porque se acham em face de um malefício provocado por alguma malvada
feiticeira. - E de que doença se trata? - A infeliz princesinha morre
porque nas suas veias não corre mais a quantidade de sangue necessária
para manter a vida. E o velho desatou em soluços. O menino afastou-se
alguns passos e, justamente naquele momento, percebeu que era seguido
por um cachorro barbudo, que o olhava com insistência, como se quisesse
dizer-lhe alguma coisa. O menino parou para acariciá-lo, e então o
animal aproximou o focinho do seu ouvido, murmurando : - Não te espantes
de me ouvir falar, caro menino. Quero sugerir-te a maneira de salvar a
princesinha. Mas será preciso não perderes tempo, do contrário ela
morrerá. - Que devo fazer? perguntou o menino. - Escuta-me: a bruxa que
fez a filha do rei ficar doente é a tua malvada madrasta. Ela tirou à
pobre princesinha uma garrafa de sangue, que tem

escondida no seu quarto. Restituindo aquele sangue à doente, ela ficará
boa. E o cachorro afastou-se, abanando a cauda. O rapaz começou a
refletir e, de repente, veio-lhe à mente que a madrasta conservava uma
garrafinha cheia de um líquido vermelho em um armário atulhado de
recipientes estranhos e de pacotes de ervas. Sem pensar duas vezes,
dirigiu-se de corrida para o lugar de onde acabava apenas de fugir e,
chegando defronte da casa da madrasta, entrou pé ante pé, resolvido a
apoderar-se da preciosa garrafinha. A feiticeira dormia ainda e
ressonava como um fole de ferreiro. Caminhando nas pontas dos pés, o
menino aproximou-se do armário e abriu-o, procurando ansiosamente entre
os objetos que ali estavam guardados. De repente descobriu a garrafinha
cheia de um líquido vermelho, e apoderou-se dela. Mas exatamente naquele
instante a velha despertou sobressaltada, soltando um grito de terror.
Assaltado por um medo louco, o menino tratou de fugir, apertando de
encontro ao peito a garrafinha. A feiticeira quis segui-lo, uivando e
gesticulando como uma louca, porém mal transpôs o limiar da porta, caiu
por terra pesadamente, contorcendo-se em furiosas convulsões. - Estou
perdida! - gemia -. Se a princesa recuperar o seu sangue e viver, eu
morrerei. Antes que despontasse o dia, o menino chegara de novo diante
do palácio real. Os guardas não o queriam deixar passar, mas quando o
ouviram dizer

que trazia a salvação da filha do rei, acompanharam-no sem mais à câmara
onde a pobre princesinha estava para entregar a alma a Deus. O rapaz
aproximou-se do leito e, incapaz de pronunciar uma palavra por causa da
emoção que o sufocava, apresentou a garrafa à moribunda, que a tomou
entre as mãos, arregalando os olhos de surpresa, e sentando-se na cama,
como se a vida tivesse voltado subitamente ao seu organismo. Depois,
levou a garrafinha aos lábios e bebeu o seu conteúdo, exclamando - Estou
salva! . . . A fada boa me tinha dito que eu só poderia sarar bebendo o
sangue que me fora roubado por uma feiticeira malvada! De fato, alguns
minutos depois, levantou-se da cama, completamente restabelecida, entre
a alegria dos soberanos e o contentamento de todos. Alguns anos depois,
tornou-se esposa do seu salvador, com o qual viveu contente e feliz.

FIM
 
Topo