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A Estrelinha

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Fev 29, 2008
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Era uma vez uma linda estrela que todas as noites brilhava e
brilhava lá no céu…
Lá de cima, ficava observando a Terra horas e horas e via a cidade
toda iluminada.
Pela manhã, escondida entre as nuvens, olhava as crianças correndo
nas ruas, admirava a cor linda do mar e a areia branca das praias.
Passava a vida feliz, a cantar e brincar com as outras estrelinhas
que a rodeavam.
Mas, um dia, ela começou a mudar… Chorava, chorava, chorava, até
adormecer.
Então, as outras estrelinhas começaram a ficar preocupadas com ela.
Todas queriam saber o porquê daquela tristeza, mas nenhuma tinha
coragem de perguntar.
Todas sofriam porque ela continuava triste.
E assim foram se passando os dias e as noites, e Estrelinha muito
quieta a observar a Terra.
Um belo dia, uma de suas amiguinhas perguntou:
– O que você tem, Estrelinha? Antes você era a mais bela, a mais
brilhante, e todas nós a invejávamos. Agora, só vive triste em seu
canto, como se quisesse pular lá embaixo.
– Estou triste porque queria ir à Terra… dar uma voltinha e
andar na areia.
– Ir aonde? Andar na Terra é impossível! Estrelas foram feitas
para brilhar e não para andar — respondeu a outra estrelinha.
Ouvindo isso, Estrelinha começou a chorar.
Nesse momento, passou um cometa muito apressado e, vendo-a daquele
jeito, desmanchando-se em lágrimas, perguntou:
– O que você tem, Estrelinha?
– Estou chorando, ora, não está vendo?
– Sei que você está chorando, mas queria saber o porquê de tantas
lágrimas.
– É que eu queria ir à Terra!
– Ir à Terra?! Você está louca? Estrelas não foram feitas para
andar, só para brilhar! Infelizmente, não vou poder ajudá-la.
E o cometa foi-se embora.
Estrelinha continuou a chorar. De repente, chegou a Lua!
Estrelinha, toda contente, enxugou as lagrimazinhas e disse:
– Ó, Lua, linda e charmosa, só você pode me ajudar!
– Eu, ajudar em quê? Da última vez em que a ajudei, você quase me
casou com o Sol!
– Por favor, Lua, me ajude! Dessa vez, é sério mesmo!
– O que você quer?
– Eu queria que você me mostrasse um meio de ir à Terra logo que
amanhecer.
Nesse instante, todo enfeitado, passou o Arco-Íris, feliz a cantar,
comunicando a todos que iria novamente à Terra em missão de esconder
tempestades. Ouvindo isso, Estrelinha se animou e saiu correndo,
gritando:
– Arco-Íris! Arco-Íris!
– Ah! É você, Estrelinha? O que quer?
– Só você pode me ajudar!
– Ajudar em quê? Não me diga que você está pensando em casar a
pobre da Lua outra vez.
– Não, Arco-Íris, dessa vez sou eu quem precisa de ajuda.
– Ajuda por quê? Está doente?
– Não, não estou doente. Gostaria que você me levasse para a
Terra, só para dar uma voltinha por lá. Será que você pode?
– O quê?! Levar você para a Terra? Lá é muito perigoso até para as
pessoas, imagine para uma estrela!
– Ó, Arco-Íris… me leve!!…
O Arco-Íris pensou, pensou… e decidiu:
– Como lhe ddevo um favorzinho, não vou lhe negar isso.
– Então quer dizer que você me leva?
– Só desta vez, ouviu?
Chegou o momento da partida. O Arco-Íris seguia em frente e, logo
atrás, a Estrelinha.
Chovia tanto que a força da água quase derrubou os dois viajantes.
O guarda-chuva novinho que o amigo Sol deu de presente a Estrelinha de
nada serviu, pois ambos ficaram molhados.
O Arco-Íris surgiu no céu em forma de uma ponte curva e, com uma
de suas pontas, tocou a Terra. Estrelinha escorregou levemente por sua
cauda e pisou no chão. A chuva passou e surgiram os raios de sol bem
morninhos que aqueciam tudo.
– Que belo! — exclamou Estrelinha, admirada.
Permaneceu parada sem saber o que fazer. Parecia um sonho.
Logo resolveu correr, pular e rolar na areia. Só dava para
reconhecer Estrelinha por causa do brilho provocado pelos raios de sol.
De repente, a pareceram crianças, que, assustadas, ficaram paradas
observando aqueles movimentos, sem saber o que era aquilo.
Ficaram quietas, com medo. Quando viram que os movimentos haviam
parado e ainda sem perceberem que era uma estrela disseram umas às
outras:
– O que será isso?
– Isso o quê? — perguntou Estrelinha.
– Meu Deus, isso fala!
– É claro que eu falo. Aprendi a falar com a Lua.
– Com a Lua?
– Isso mesmo que vocês ouviram: com a Lua!
– E quem é você?
– Sou uma estrela, ora!
– E o que está fazendo aqui?
– Resolvi conhecer melhor a Terra, que clareou todas as noites.
– Mas, como veio parar aqui?
– Estão vendo aquele arco-íris ali em cima? Pois bem, vim com ele,
depois fui escorregando, escorregando por sua cauda até tocar o chão.
Estou realizando um sonho antigo… Pena eu ter de ir embora logo, pois
o Arco-Íris não vai demorar muito.
– E por que não aproveitamos esse pouco tempo para brincar? O que
você acha?
– Ótima idéia!
Então começaram a brincar, primeiro de pega-pega, depois de
esconde-esconde, do jeitinho que Estrelinha sempre sonhou. Estava
radiante de tanta felicidade. Nunca tinha visto uma criança de perto e
agora estava com três, bem ali pertinho e de mãos dadas! Que maravilha!
Contou a elas as presepadas que fazia lá no céu, quando queria casar o
Sol com a Lua.
– Estrelinha, Estrelinha! — era o Arco-Íris chamando. — Está na
hora de voltarmos, pois já está ficando tarde e não podemos ficar a
vida toda aqui embaixo.
Estrelinha, toda tristonha, despediu-se de seus amiguinhos e foi-se
afastando lentamente em direção ao Arco-Íris.
– Mas você tem mesmo que ir embora?
– Tenho, não posso mais ficar com vocês. Meu lugar é lá em cima,
com as outras estrelas. Mas não se preocupem, pois todas as noites
ficarei olhando de lá para vocês.
E foi subindo, subindo, até não poder mais ser vista pelas crianças,
pois o sol forte impedia que ficassem observando.
Quando a noite chegou, as crianças correram à rua para observar o
céu, pois só elas sabiam que, lá em cima, havia uma estrela bem
pequenina a piscar.
E até hoje esperam que ela desça novamente e venha brincar na
Terra.
Quem sabe um dia ela voltará?
 
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