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Manual com matéria para obtenção de carta de caçador

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maar3amt

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CARTA DE CAÇADOR

MANUAL PARA EXAME



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Índice

Capítulo 1


Legislação Venatória

Regulamentação geral

Regulamentação das armas

Regulamentação sobre cães
e munições

Capítulo ll


CARTA DE CAÇADOR

Obtenção

Validade

Renovação

Dispensa

Capítulo lll


DOCUMENTOS DO CAÇADOR

Capítulo lV


CONCEITOS BÁSICOS

Recursos cinegéticos

Terrenos cinegéticos

Terrenos não cinegéticos

Exercício da caça

Auxiliares
Epoca venatória e período venatório

Calendário venatório

Dias de caça

Jornada de caca

Processos de caça

Meios de caça

Lista de espécies cinegéticas portuguesa

Capítulo V

BIOLOGIA DAS ESPÉCIES

ESPÉCIES CINEGETICAS

Coelho-bravo

Lebre

Raposa

Saca-rabos

Javali

Gamo

Muflão

Perdiz-vermelha
Faisão

Rola-comum
Codorniz

Patos
Galinha-d'água

Galeirão

Pombos

Galinhola

Narcejas
Tarambola-dourada

Tordos

Melro
Estorninho-malhado

Gralha-preta
Pega
Gaio

Questionário
ESPECIES NÃO CINEGETICA
S
Aves de rapina

Lince-ibérico
Abetarda

Capítulo Vl

CONDICIONAMENTOS VENATORIOS GERAIS

Locais de caça - proibições e restrições
Proibições genéricas

lnfracções

Capítulo Vll

TERRENOS CINEGÉTICOS
Terrenos cinegéticos ordenados

Terrenos cinegéticos não ordenado


Capítulo Vlll

PERÍODOS, PROCESSOS E CONDICIONAMENTOS VENATÓRIOS

Capítulo lX


ARMAS DE FOGO E MUNIÇÕES DE CAÇA

ESPINGARDAS CAÇADEIRAS

Canos

Mecanismo

Coronha

Munições

O tiro
Alcances
CARABINAS

Alguns tipos de carabinas

Vantagens do uso de carabina na caça maior

Munições

Calibre

Armas e munições Para caça malor

REGRAS DE SEGURANÇA COM ARMAS DE FOGO

Regras básicas

Regras específicas

Capítulo X


CAÇA COM ARCO E BESTA

Regras básicas
Meios de caça

Normas de segurança

Caoítulo Xl


CAMPOS DE TREINO DE CAÇA

Capítulo Xll


CÃES DE CAÇA

Algumas raças de cães de caça

Ensino do cão de caça

FOLHA DE AVALIAÇÃO DA PROVA TEÓRICA DE

PROVA TEÓRICA DE EXAME - TESTE MODELO

RESPOSTAS AO TESTE MODELO

EXAME



CAPÍTULO I

LEGISLAÇÃO VENATÓRIA

REGULAMENTAÇÃO GERAL


− Lei n.o 173/99, de 21 de Setembro.
Lei de Bases Gerais da Caça.

− Decreto-Lei n.o 202/2004, de 18 de Agosto.
Estabelece o regime jurídico da conservação, fomento e exploração dos recursos cinegéticos, com vista à sua gestão sustentável, bem como os princípios reguladores da actividade cinegética.

− Portaria n.o 1239/93, de 4 de Dezembro (mantêm-se em vigor os n.os 2.o–3,4.o, 6.o–3, e 7.o a 11.o, bem como os modelos anexos, até à publicação das normas que regulamentam a emissão de carta de caçador).
Define os modelos de impressos, os documentos a apresentar e os procedimentos para a concessão, renovação e 2.a via da carta de caçador e bem assim o valor das taxas devidas.

− Portaria n.o 1103/2000, de 23 de Novembro.
Define os modelos e as condições de colocação dos sinais e tabuletas na delimitação nomeadamente dos aparcamentos de gado, áreas de refúgio, campos de treino de caça, zonas de caça e de áreas sujeitas ao direito à não caça.

− Portaria n.o 123/2001, de 23 de Fevereiro, com a redacção que lhe foi conferida pela Portaria n.o 229/2002, de 12 de Março.
Define os termos, os conteúdos das provas e o processo de exame para obtenção de carta de caçador.

− Portaria n.o 465/2001, de 8 de Maio.
Estabelece as condições de autorização de instalação dos campos de treino de caça.

− Portaria n.o 466/2001, de 8 de Maio.
Identifica as espécies ou subespécies cinegéticas com que é permitido efectuar repovoamentos.

− Portaria n.o 469/2001, de 9 de Maio.
Estabelece os montantes das taxas referentes aos diversos tipos de licenças de caça, registo de matilhas de cães de caça, de aves de presa e de furões e ainda à criação de caça em cativeiro.

− Portaria n.o 1288/2001 (2.a série), de 25 de Julho.
Define a sinalética aplicável às zonas interditas à caça (ZIC) nas áreas classificadas.

− Portaria n.o 1391/2002, de 25 de Outubro.
Estabelece os requisitos, prazos e termos de procedimento administrativo a seguir em processos relativos a zonas de caça municipais, associativas e turísticas.


REGULAMENTAÇÃO DAS ARMAS E MUNIÇÕES



− Decreto-Lei n.o 37 313, de 21 de Fevereiro de 1949.
Aprova o Regulamento respeitante ao fabrico, importação, comércio, detenção, manifesto, uso e porte de armas e munições.

− Decreto-Lei n.o 207-A/75, de 17 de Abril.
Regulamenta a posse e uso de várias armas e munições.

− Decreto-Lei n.o 318/83, de 4 de Julho.
Regula a importação temporária de armas de caça ou de torneios de tiro a chumbo.

− Decreto-Lei n.o 399/93, de 3 de Dezembro.
Transpõe para a ordem jurídica interna a Directiva n.o 91/477/CEE, do Conselho, de 18 de Junho, relativa ao controlo da aquisição e da detenção de armas.

− Portaria n.o 1322/93, de 31 de Dezembro
Fixa os montantes das taxas de aposição de visto prévio e de emissão do cartão europeu de armas de fogo.

− Lei n.o 22/97, de 27 de Junho, rectificada pela Lei n.o 93-A/97, de 22 de
Agosto, e alterada pela Lei n.o 29/98, de 26 de Junho. Altera o regime de uso e porte de arma.



REGULAMENTAÇÃO SOBRE CÃES


− Decreto-Lei n.o 312/2003, de 17 de Dezembro.
Estabelece o regime jurídico de detenção de animais perigosos e potencialmente perigosos como animais de companhia.

− Decreto-Lei n.o 313/2003, de 17 de Dezembro.
Aprova o sistema de Identificação e Registo de Caninos e Felinos (SICAFE).

− Decreto-Lei n.o 314/2003, de 17 de Dezembro.
Aprova o Programa Nacional de Luta e Vigilância Epidemiológica da Raiva Animal e Outras Zoonozes (PNLVERAZ) e estabelece as regras relativas à posse e detenção, comércio, exposições e entrada em território nacional de animais susceptíveis à raiva.

− Decreto-Lei n.o 315/2003, de 17 de Dezembro.
Altera o Decreto-Lei n.o 276/2001, de 17 de Outubro, que estabelece as normas legais tendentes a pôr em aplicação em Portugal a Convenção Europeia para a Protecção dos Animais de Companhia.





CAPÍTULO II



CARTA DE CAÇADOR


A carta de caçador destina-se a habilitar o seu titular para o exercício da caça.

A carta de caçador admite quatro especificações:

− Com arma de fogo
Permite ao seu titular caçar com todos os meios de caça, com excepção de arco ou besta e com aves de presa.

− Arqueiro-caçador
Permite ao seu titular caçar com todos os meios de caça, excepto com armas de fogo e com aves de presa.

− Cetreiro
Permite ao seu titular caçar com todos os meios de caça, excepto com armas de fogo e com arco ou besta.

− Sem arma de caça nem ave de presa
Permite ao seu titular caçar com todos os meios de caça, excepto com armas de caça (constituem armas de caça as armas de fogo legalmente classificadas como de caça, o arco, a besta e a lança) e com aves de presa.




OBTENÇÃO


A obtenção de carta de caçador fica dependente de exame teórico a realizar pelo candidato, que frequentou com aproveitamento uma acção de formação ministrada pelas Organizações do Sector da Caça (OSC), perante a DGRF e representantes das OSC, válido até 31 de Maio de ano seguinte à sua realização.
Enquanto as referidas acções de formação, a ministrar pelas OSC, não estiverem devidamente regulamentadas, continuarão em vigor as provas de exame prático tal como realizadas actualmente.
Os candidatos que, não sendo titulares de carta de caçador pretendam obter mais de uma especificação (com arma de fogo, arqueiro-caçador ou cetreiro) realizam uma única prova teórica.
Na prova teórica são abordados, nomeadamente, os seguintes temas: fauna, ordenamento cinegético, legislação, meios e processos de caça.


Para a obtenção de carta de caçador é ainda necessário:

− Ter mais de 16 anos.
− Não sofrer de anomalia psíquica ou de deficiência orgânica ou fisiológica que torne perigoso o exercício da caça com os meios permitidos pela especificação requerida.
− Não estar sujeito a proibição de caçar por disposição legal ou decisão judicial
− Ter sido aprovado no exame destinado a apurar a aptidão e o conhecimento necessário ao exercício da caça.
− Autorização escrita da pessoa que legalmente o represente, no caso de menor, não emancipado.




VALIDADE


A carta de caçador tem validade até aos:
− 60 anos dos seus titulares e seguidamente por períodos de 5 anos.



RENOVAÇÃO


A carta de caçador pode ser renovada nos 12 meses que antecedem o final da sua validade.
Se a carta de caçador não for renovada neste prazo, pode ainda ser requerida a sua renovação excepcional durante 5 anos, após a sua data de validade, sob pena de a mesma caducar.



DISPENSA


Poderão ser dispensados da carta de caçador:

− Os membros do corpo diplomático e consular acreditados em Portugal.
− Os estrangeiros não residentes em território português, desde que estejam habilitados a caçar no país da sua nacionalidade ou residência.
− Os portugueses não residentes em território português, desde que habilitados a caçar no país da sua residência.



Mais algumas informações importantes sobre a carta de caçador:
− A carta de caçador caduca quando o seu titular é condenado por crime de caça.
− Quando a carta se encontre em mau estado de conservação ou se extravie, deverá o titular requerer a sua substituição mediante um pedido para emissão de 2.a via, ficando o primeiro documento caducado.
− A morada que figura na carta de caçador deve corresponder àquela que consta no Bilhete de Identidade (residência habitual); caso tal não se verifique, deverá o titular requerer a sua actualização.


C a p í t u l o l l l




DOCUMENTOS DO CAÇADOR



Para o exercício da caça são exigíveis os seguintes documentos:

- Carta de caçador
- B.I. ou passaporte
- Licença de caça

Existem dois tipos de licença de caça: Gerais e Especiais

As licenças gerais de caça podem ser:

- Licença nacional de caça;
Autoriza o exercício da caça em todo o território nacional e é válida por uma época venatória.

- Licença regional de caça;
Autoriza o exercício da caça na ârea da região cinegética a que respeita e é válida por uma época venatória.

-Licença de caça para não residentes em território nacional;
Autoriza o exercício da caça em todo o território nacional e é válida por um período de 30 dias.

-Licenças especiais de caça não dispensam a licença geral e podem ser:

Licença para caça maior:
Quando o caçador pretende caçar espécies de caça maior.

Licença para caça a aves aquáticas:
Quando o caçador pretende caçar patos, gaiinha-d,água ou galeirão.

-Recibo comprovativo da detenção de seguro de caça;
É obrigatório o seguro de responsabilidade civil contra terceiros.
O montante mínimo do seguro é de 100 000 € no caso de acto venatório com arma de caça, e de 25 000 € nos restantes casos.

-Licença de uso e porte de arma e livrete de manifesto de armas;
Estes documentos só são necessários quando o caçador utilize arma de fogo.
Quando arma é pertença de terceiro, é ainda necessário uma declaração de empréstimo.

-Documentos dos cães:
-Cartão nacional de identificação;
Onde consta o número de registo e a prova de vacinação anti-rábica. Este documento é exigido para os cães com mais de 4 meses de idade.

-Licença de cão de caça;
Exigida para cães com mais de 12 meses de idade.

-Quando menor, autorização escrita do seu representante legal
É obrigatório que a autorização indique o período para o qual é válida.



CAPÍTULO IV



CONCEITOS BÁSICOS


Não pretendendo fazer um glossário dos termos utilizados, não podemos deixar de retirar da legislação venatória as definições que mais interessam aos caçadores para, de uma forma simples, as apresentar com o destaque que merecem.



RECURSOS CINEGÉTICOS


Consideram-se recursos cinegéticos as aves e os mamíferos terrestres que se encontrem em estado de liberdade natural, quer os mesmos sejam sedentários no território nacional quer migrem através deste, ainda que provenientes de processos de reprodução em meios artificiais ou de cativeiro e que figurem na lista de espécies publicada com vista à regulamentação da presente lei, considerando o seu valor cinegético, e em conformidade com as convenções internacionais e as directivas comunitárias transpostas para a legislação.
As espécies cinegéticas encontram-se identificadas na lista apresentada no fim do capítulo IV do Manual.



TERRENOS CINEGÉTICOS


Consideram-se terrenos cinegéticos aqueles onde é permitido o exercício da caça, incluindo as áreas de jurisdição marítima e as águas interiores.



TERRENOS NÃO CINEGÉTICOS


Consideram-se terrenos não cinegéticos aqueles onde é proibido o exercício da caça.
Constituem terrenos não cinegéticos, nomeadamente:
− Áreas de protecção
Áreas onde o exercício da caça possa causar perigo para a vida, saúde ou tranquilidade das pessoas ou constitua risco de danos para os bens.
− Áreas de refúgio de caça
Áreas destinadas a assegurar a conservação ou fomento das espécies cinegéticas e a protecção de espécies não cinegéticas.
− Campos de treino de caça
Áreas destinadas treinar cães de caça e aves de presa, bem como à realização de provas e ao exercício de tiro, em qualquer época do ano e com espécies cinegéticas criadas em cativeiro.
− Enclaves cuja área individualmente considerada não exceda 10% da área total da zona até um máximo de 50 hectares.
− Zonas interditas à caça nas áreas classificadas.
− Zonas consideradas interditas à caça por despacho do Ministro da Agricultura a requerimento da entidade gestora.
− Áreas de não caça
Terrenos onde for reconhecido o direito à não caça.
 

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EXERCÍCIO DA CAÇA


Considera-se exercício da caça ou acto venatório a procura, a espera e a perseguição, visando capturar, vivo ou morto, qualquer exemplar de uma espécie cinegética que se encontre em estado de liberdade natural.



AUXILIARES


Durante o exercício da caça, o caçador pode ser ajudado por auxiliares:
− Matilheiros
Têm como função procurar, perseguir e levantar espécies de caça maior com ajuda de cães. Não podem ser portadores de arma de fogo, arco ou besta, nem capturar qualquer exemplar de espécie cinegética, excepto rematar um animal ferido.

− Batedores
Têm como função procurar, perseguir e levantar espécies de caça maior sem ajuda de cães ou espécies de caça menor com ou sem ajuda de cães. Não podem ser portadores de arma de fogo, arco ou besta, nem capturar qualquer exemplar de espécie cinegética.

− Negaceiros
Têm como função atrair espécies cinegéticas com a utilização de negaças. Não podem ser portadores de arma de fogo, arco ou besta, nem capturar qualquer exemplar de espécie cinegética.

− Secretários ou mochileiros
Têm como função transportar equipamentos, mantimentos, munições, aves de presa ou caça abatida. Não podem praticar quaisquer actos venatórios ou exercer as funções de matilheiros ou batedores. Só podem transportar armas de fogo, arco ou besta desde que acondicionadas em estojo ou bolsa e aves de presa com piós e avessada.
Em terrenos cinegéticos não ordenados cada caçador só pode ser acompanhado por um auxiliar.
Os auxiliares não podem fazer parte da linha de caçadores.




ÉPOCA VENATÓRIA e PERÍODO VENATÓRIO


Considera-se:
− Época venatória
Período anual que decorre entre o dia 1 de Junho de cada ano e o dia 31 de Maio do ano seguinte.

− Período venatório
Intervalo de tempo em que cada uma das espécies pode ser caçada e que é estabelecido dentro dos limites máximos legalmente definidos.



CALENDÁRIO VENATÓRIO


O calendário venatório, publicado anualmente por portaria, estabelece em cada época venatória e dentro dos limites estipulados no Decreto-Lei n.o 202/2004, de 18 de Agosto:
− As espécies cinegéticas que se podem caçar;
− O período venatório de cada espécie ou grupo de espécies, incluindo a duração da jornada de caça a algumas espécies;
− Os limites diários de abate;
• no caso das espécies migradoras, os limites diários de abate são iguais nos terrenos cinegéticos ordenados e nos não ordenados;
• no caso das espécies sedentárias, os limites diários de abate só se aplicam aos terrenos não ordenados, aplicando-se nos terrenos ordenados os limites estabelecidos nos planos de ordenamento e exploração cinegética das zonas de caça.
− Os processos de caça autorizados e outros condicionamentos venatórios.
O calendário venatório pode variar de uma região cinegética para outra e consoante se tratem de terrenos cinegéticos ordenados ou não ordenados.




DIAS DE CAÇA


Consideram-se dias de caça aqueles em que pode ser praticado o exercício venatório.
Nos terrenos cinegéticos ordenados os dias de caça permitidos são:
− Para as espécies de caça maior os previstos nos respectivos planos de ordenamento cinegético ou exploração.
− Para as espécies de caça menor sedentária:
As quintas-feiras, domingos, feriados nacionais obrigatórios e um dia à escolha previsto nos planos de ordenamento e exploração cinegética, nos casos das zonas de caça associativas e planos anuais de exploração, no caso das zonas de caça municipais e nacionais;
Os dias previstos nos planos de ordenamento e exploração cinegética, no caso das zonas de caça turísticas.
− Para as espécies de caça menor migradora:
As quintas-feiras, domingos, feriados nacionais obrigatórios e um dia à escolha previsto nos planos de ordenamento e exploração cinegética, nos casos das zonas de caça associativas e planos anuais de exploração, no caso das zonas de caça municipais e nacionais;
Os feriados nacionais obrigatórios e os três dias da semana constantes nos respectivos planos de ordenamento e exploração cinegética, no caso das zonas de caça turísticas.
Nos terrenos cinegéticos não ordenados os dias de caça permitidos são as quintas-feiras, domingos e feriados nacionais obrigatórios, exceptuando-se:
− A caça de batida à raposa e saca-rabos e a caça de batida e de montaria ao javali, nos meses de Janeiro e Fevereiro que podem ser exercidas ao sábado.
Nota: a caça a estas espécies pelos processos de batida e montaria só pode ser exercida nos locais e nas condições estabelecidos por edital da Direcção-Geral dos Recursos Florestais.
Processos de caça sem arma de fogo
• A caça de cetraria, a caça à raposa a corricão, a caça com lança e a caça com arco ou besta exerce-se às quartas-feiras e sábados não coincidentes com dias de feriado nacional obrigatório.



JORNADA DE CAÇA


Como regra o exercício da caça só é permitido de dia, ou seja, entre o nascer e o pôr do Sol.
Verificam-se, contudo, as seguintes excepções:
− A caça aos patos pelo processo de espera, quando exercida até 100 metros dos planos de água, em que é permitido o início do exercício da caça uma hora antes do nascer do Sol, e o seu fim uma hora depois do pôr do Sol.
− A caça a espécies de caça maior pelos processos de aproximação e de espera,pode ser autorizada fora daquele período, com a restrição de pelo processo de espera só ser autorizada em período de lua cheia.
Nota: o período de lua cheia compreende as oito noites que antecedem a noite de lua cheia e a noite seguinte à noite de lua cheia.

Mesmo de dia nem todas as espécies podem ser caçadas desde o nascer ao pôr do Sol:
− A caça aos pombos, tordos e estorninho-malhado, bem como a detenção de exemplares destas espécies no exercício da caça, só é permitida entre o nascer do Sol e as 16 horas, exceptuando-se em locais de passagem:
Em terrenos que não esteja sujeito a qualquer tipo de ordenamento cinegético, em locais devidamente identificados, em edital da Direcção-Geral dos Recursos Florestais;
Em zonas de caça identificadas em edital da Direcção-Geral dos Recursos Florestais, nos locais que tenham sido autorizados.



PROCESSOS DE CAÇA


Os processos legais de caça são os seguintes:
− De salto
Aquele em que um ou mais caçadores se deslocam para procurar, perseguir ou capturar exemplares de espécies cinegéticas que eles próprios levantam, com ou sem ajuda de cães.
− À espera
Aquele em que o caçador, parado, emboscado ou não, com ou sem negaça ou chamariz e com ou sem cães de caça para cobro, aguarda as espécies cinegéticas a capturar.
− De batida
Aquele em que o caçador aguarda, para capturar, as espécies cinegéticas que lhe são levantadas por batedores, com ou sem cães de caça, no caso de caça menor e sem cães no caso de caça maior.
− A corricão
Aquele em que o caçador se desloca a pé ou a cavalo, para capturar espécies cinegéticas apenas com o auxílio de cães de caça e com ou sem pau.
− De cetraria
Aquele em que o caçador, para capturar espécies cinegéticas, utiliza aves de presa para esse fim adestradas, com ou sem auxílio de cães de caça.
− Com lança
Aquele em que o caçador para capturar exemplares de caça maior utiliza lança, com ou sem auxílio de cavalo e de cães de caça.
− De aproximação
Aquele em que o caçador se desloca para capturar determinado exemplar de caça maior.
− De montaria
Aquele em que o caçador aguarda, em local previamente definido, para capturar exemplares de caça maior levantados por matilhas de cães conduzidas por matilheiros.
− Com furão
Aquele em que o caçador se coloca à espera para capturar coelhos bravos com auxílio de furão.


Nota: A caça ao coelho-bravo com furão só pode ser permitida em zonas de caça, para efeitos de ordenamento das suas populações e desde que previstos no plano de ordenamento e exploração cinegética ou no plano de gestão devidamente aprovado, e com autorização prévia da Direcção-Geral dos Recursos Florestais.
Os furões devem ser registados anualmente pelas entidades gestoras de zonas de caça e associações de caçadores nos serviços da Direcção-Geral dos Recursos Florestais.




MEIOS DE CAÇA


No exercício da caça apenas podem ser utilizados os seguintes meios:
− Armas de fogo – espingardas ou carabinas – legalmente classificadas como de caça
As armas semi-automáticas – espingardas ou carabinas – isto é, aquelas que se recarregam automaticamente por acção do tiro, apenas podem ser utilizadas no exercício da caça se estiverem previstas ou transformadas de forma a que não possam conter mais de três munições.
− Arco e besta
No exercício venatório às espécies de caça maior, é obrigatório que a ponta da flecha ou do virotão esteja munida de duas ou mais lâminas, convenientemente afiadas, com uma largura mínima de corte de 25 milímetros.
− Pau
O uso do pau só é permitido na caça a corricão e de salto.
− Lança
As lanças são armas de caça constituídas por uma lâmina curta adaptada a uma haste suficientemente longa que possibilite ser empunhada com ambas as mãos afastadas uma da outra, ou o conjunto formado pelo punhal e haste amovível de adaptação, destinado a prolongar o seu punho com vista à utilização como lança.
− Negaças
O uso de negaças só é permitido na caça aos pombos, aos patos, à pega-rabuda e à gralha-preta.
Em terrenos ordenados a Direcção-Geral dos Recursos Florestais pode ainda autorizar o uso de negaças em acções de gestão de populações de perdiz-vermelha, nos meses de Fevereiro a Abril.
− Chamarizes
O uso de chamarizes só é permitido na caça aos patos, à raposa, ao veado e ao corço.
Em terrenos ordenados, a Direcção-Geral dos Recursos Florestais pode ainda autorizar o uso de chamariz em acções de gestão de populações de perdiz-vermelha, nos meses de Fevereiro a Abril.
− Barco
A utilização do barco só é permitida na caça aos patos, galeirão e galinha-d’água, nas esperas ou para a deslocação entre locais de espera.
É proibida a sua utilização para perseguir a caça.
É proibido atirar com o motor em funcionamento ou com o barco em movimento.
− Aves de presa
Só podem ser soltas duas aves de presa a cada peça de caça.
− Cavalo
Na caça com utilização de cavalo é proibido o uso de arma de fogo, arco ou besta.A utilização de cavalo só é permitida na caça às espécies de caça maior, à raposa e à lebre e na caça de cetraria.
− Cães de caça
Nas montarias e na caça de salto ao javali não é limitado o número de cães a utilizar, podendo apenas ser utilizadas matilhas de caça maior.
Os cães galgos só podem ser usados na caça à lebre a corricão.No exercício da caça a espécies de caça menor, cada caçador só pode utilizar no máximo dois cães, com excepção das seguintes situações:
• Caça ao coelho-bravo de batida em que o número de cães não é limitado.
• Caça ao coelho-bravo por processo diferente do de batida em que cada caçador
ou grupo de caçadores pode utilizar até dez cães.
• Caça à raposa a corricão em que podem ser utilizados no máximo cinquenta cães.
• Caça à lebre a corricão em que podem ser utilizados, no máximo, dois cães
de busca e dois cães galgos a cada lebre.


Capítulo V



BIOLOGIA DAS ESPÉCIES


como já foi referido anteriormente, considerando a caça como um recurso natural renovável e tendo também em consideração o seu valor económico e ambiental, torna-se indispensável que os caçadores adquiram alguns conhecimentos de base sobre a biologia das espécies cinegéticas, por forma a que as possam explorar correctamente.

Assim, grande parte da informação contida nestas folhas apresenta prioritariamente um carácter explicativo ou formativo - e por isso e por vezes bastante detalhada, pelo que deve ser encarada como um auxiliar para o conhecimento da fauna cinegética


Glossário


Cervídeos -

Mamíferos caracterizados por só os machos possuírem hastes (a armação) mais ou menos ramificadas e que caiem todos os anos, voltando a nascer antes da época do cio seguinte.

Espelho:
Mancha nas asas de certas aves, formada por penas de colorido brilhante.

Veludo:
-Nos cervídeos, pele cinzenta e fina, coberta de pêlos muito rasos que é uma camada protectora que assegura a circulação sanguínea nas hastes. Tem este nome devido à semelhança que apresenta com este material.


Escudo:
Mancha que se destaca da cor geral do pêlo.

Biótopo:
Área ou habitat dum determinado tipo definido pelos organismos (plantas,animais, microorganismos) que nele vivem.

Remiges:
Penas das asas; as remiges primárias são as penas implantadas na ponta das asas.

Uropígio:
Apêndice triangular sobre as últimas vértebras das aves, no qual se implantam as penas da cauda.




ESPÉCIES CINEGÉTICAS



COELHO BRAVO


COELHO BRAVO

Nome vulgar: Coelho-bravo

Nome científico : Oryctotagus cuniculus





O coelho-bravo é uma das espécies cinegéticas portuguesas de maior importância e constitui
juntamente com a perdiz, a caça por excelência para o caçador português; um dos motivos para esta situação reside sem dúvida na facilidade com que se reproduz e nos números elevados que as suas populações atingem.
Pode dizer-se que no nosso país o coelho se encontra distribuído por quase todo o território.
E um pequeno herbívoro (cerca de 40 cm de comprimento) de cor acinzentada com laivos
amarelos, acastanhados na nuca e nas patas, e face anterior esbranquiçada as orelhas são
relativamente curtas (menores que o comprimento da cabeça). Corre em apertados ziguezagues

Habitat e Alimentação

Vive em zonas onde o mato é abundante, preferindo os terrenos secos e arenosos mais fáceis para a construção de covas. A alimentação é constituída essencialmente por plantas herbáceas , raizes, caules, grãos e mesmo cascas suculentas de algumas árvores

Comportamento e Reprodução

São animais de hábitos nocturnos e crepusculares, embora sejam vistos muitas vezes durante o dia.Vive em colónias, em galerias extensas e muito ramificadas.
A fêmea, quando prenhe, escava uma toca especial uma galeria simples e profunda situada a uma certa distância da colónia, com uma única abertura e forrada com pêlos que arranca do seu próprio abdómen - toca de reprodução.Depois do nascimento dos filhos, a fêmea sempre que se ausenta da toca tapa a abertura com terra para os machos não entrarem. Três semanas após o nascimento, muda os filhos para a toca normal - toca de habitação.
Pode considerar-se que o coelho se reproduz durante quase todo o ano embora exista uma época bem marcada em que a reprodução é mais intensa - Março a Maio





O período de gestação é de 28 a30 dias e,em média, cada fêmea tem 3 a 5 ninhadas por ano, produzindo em geral por ninhada 2 a 7 láparos, cegos, surdos e sem pêlo, pesando
cerca de 60 g (valor que duplica ao fim de 2 dias). O aparelho auditivo está completamente desenvolvido aos 8 dias e abrem os olhos aos l0 dias.
Com 6 meses de vida os coelhos são adultos estando aptos a reproduzirem-se. É uma espécie que tem grande longevidade, podendo viver até aos 10 anos.

Ordenamento da espécie:

As seguintes medidas podem contribuir para o ordenamento do coelho-bravo e a compatibilização das suas populações com as actividades agrícolas existentes.

Ao nível das necessidades vitais, dinâmica populacional e compatibilização com as práticas agrícolas:
Construa tocas ou "murouços" em terrenos onde seja difícil escavar;
Mantenha uma paisagem em "mosaico" (zonas florestais e de mato intercaladas com
áreas agricultadas);
Evite que os cães e os gatos vagueiem pelos campos;
Realize repovoamentos de forma criteriosa, só em caso de necessidade e com exemplares provenientes de zonas próximas do local a repovoar;
Utilize dispositivos de protecção individual nas plantas para evitar possíveis prejuízos em plantações recentes de espécies florestais ou frutícolas;

Realize culturas "tampão" ou "atractivas" em zonas junto das colónias para desviar o seu impacto nas culturas existentes.

Ao nível das doenças epidémicas:
Queime os coelhos vítimas de doenças;
Nos repovoamentos proceda ao seu controlo sanitário e vacinação
Não limpe no campo os coelhos caçados, nem dê as vísceras aos cães

Esta espécie representa uma pedra fundamental no equilíbrio ecológico do habitat mediterrânico, pois o seu desaparecimento prejudicaria a sobrevivência de alguns predadores que têm nela a base da sua dieta alimentar.
Actualmente esta espécie ó bastante menos abundante do que já foi, sem dúvida devido à
mixomatose. A mixomatose. que não é transmissível ao homem, foi introduzida na Europa
por volta de 1950, por um francês que inoculou voluntariamente este vírus em coelhos que danificavam as culturas agrícolas da sua propriedade. Há estirpes de vírus desta doença que matam só uma pequena percentagem dos animais atingidos enquanto que outras estirpe chegam a matar 99% dos indivíduos atacados


LEBRE

Nome vulgar: Lebre

Nome científico : Lepus granatensís


A lebre pertence à mesma família do coelho, o que se reflecte aliás nalgumas semelhanças morfológicas,embora se distinga facilmente pelo maior tamanho (50 a 60 cm), pela cor amarela acastanhada (mais acentuada nas partes superiores), as orelhas grandes, maiores que o comprimento da cabeça e negras na extremidade; outra das características mais notáveis é o grande comprimento dos seus membros posteriores, o que lhe permite adquirir grande velocidade (chega a atingir 60 km/hora); nada bem e trepa sem dificuldades.
Em Portugal ocorre em quase todo o território, sendo geralmente mais abundante na Beira Interior e a sul do Tejo.

Habitat e Alimentação

A lebre prefere os pousios e as terras cultivadas, sobretudo planas, húmidas e pouco cobertas.
É uma espécie herbívora, sendo a base da sua alimentação semelhante à do coelho.


Comportamento e Reprodução

A lebre, contrariamente ao coelho, e um animal solitário e não vive em tocas mas acama,
quer em bosques protegidos quer em terrenos abertos, com vegetação adequada.
Normalmente tem 1 a 3 ninhadas por ano; o período de gestação é de 42 a 44 dias e a
ninhada é constituída por 1 ou 2 lebrachos (raramente 3), que nascem já de olhos abertos
e com pêlo, sendo amamentados ate às 3 semanas.

Ordenamento da espécie
Esta espécie parece ser extremamente vulnerável, à intensificação da prática agrícola e,
infelizmente, à prática da caça furtiva.
Assim:
use de cuidados especiais nas ceifas das colheitas, sendo preferível ceifar de dentro
para fora ou realizá-las por faixas. É aconselhável a colocação de dispositivos na frente
de tractores ou de ceifeiras mecânicas que afugentem os animais escondidos nas searas.

Não abuse dos pesticidas e herbicidas, sendo aconselhável a utilização de produtos
com baixa toxicidade para a fauna selvagem.

E desaconselhável realizar queima dos restolhos. caso o faça,é preferível realizá-la por faixas e não em círculos a fim de possibilitar a fuga de animais,utilize dispositivos (reflectores fixos) que protejam as lebres de acidentes na rede viária,em especial nos caminhos de terra batida.

Evite que os cães e os gatos vagueiem pelos campos. Estes são uma das principais causas da predação juvenil

E indispensável realizar censos das populações lebres para correcta decisão da sua caça e sentido evolutivo das mesmas. Geralmente realiza-se um censo anual (Agosto/Setembro), sendo tecnicamente correcto, por norma,não caçar mais de 40 dos efectivos recenseados.
Para evitar possíveis prejuízos em plantações recentes de espécies florestais ou frutícolas,
utilize dispositivos de protecção individual nas plantas.
 

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RAPOSA

Nome vulgar: Raposa

Nome científico: Vulpes vulpes


Universalmente conhecida,heroína de fábulas e contos populares, a raposa é sem dúvida o mais "doméstico",dos mamíferos de médio porte da fauna bravia portuguesa.
Com um comprimento entre 50 e 80 cm e cauda comprida (cerca de 40 cm), pesa normalmente de 4 a 6 kg; os machos são mais pesados e por vezes podem distinguir-se das fêmeas por apresentarem uma cabeça mais forte e menos afilada. A pelagem, sobejamente conhecida de todos, é muito variável na cor e apresenta também variações sazonais: no Inverno o pêlo é mais espesso e denso do que no Verão
Encontra-se praticamente por todo o país, com maior incidência nas áreas rurais, muito
embora acompanhe o homem nos arredores das cidades.

Habitat e Alimentação

Da planície à montanha, dos maciços florestais às áreas agrícolas, tudo - ou quase tudo
- convém a esta espécie; aliás, este eclectismo também se manifesta na sua alimentação
em que tudo se encontra, do vegetal ao animal, dos peixes aos mamíferos, sendo também
as lixeiras uma fonte importante da sua alimentação'

Comportamento e Reprodução

Animais crepusculares ou nocturnos, solitários, as raposas só se vêem em grupo quando
os machos perseguem as fêmeas durante o cio que ocorre geralmente em Janeiro; à gestação de 50 a 60 dias, segue-se o nascimento de 3 a 6 crias




SACA-RABOS

Nome vulgar: Saca-rabos, Manguço
Nome científìco: Herpestes ichneumon





O saca-rabos é um carnívoro de médio porte (80 a 100 cm de comprimento total), de cor
geral castanha acinzentada, cauda comprida com a extremidade negra e orelhas muito curtas e arredondadas.
Até há relativamente pouco tempo encontrava-se restringido à parte sul do país mas hoje
ocupa praticamente toda a zona sul do Tejo e coloniza já aparte norte deste rio
Esta espécie, que não parece submetida a ritmos fixos de actividade (tanto pode ser
vista de dia como de noite), e bastante sociável, deslocando-se os animais em grupos
geralmente familiares, durante as suas actividades de caça.

Habita todos os locais onde uma vegetação densa lhe permite encontrar refúgio adequado
Tem uma alimentação extremamente variada, onde se incluem pequenas aves e mamíferos

- do rato ao coelho-bravo

- invertebrados, répteis e frutos.




JAVALI

Nome vulgar: Javali
Nome científico: Sus scrofa

Apresentando formas e proporções corporais inconfundíveis, o javali é a espécie de caça maior com mais ampla representação no nosso país.
Podendo atingir grande tamanho(comprimento total de 1,25 a I,70 m e peso podendo alcançar os 140 kg nos machos), o javali ostenta uma silhueta compacta e poderosa, com membros relativamente curtos e fortes, ausência aparente de pescoço e cabeça grande e afunilada, conferindo-lhe um aspecto sólido e resistente, bem complementado por uma pelagem bastante farta e rude, constituído por pêlos mais ou menos compridos - as cerdas.
Nesta espécie, o dimorfismo sexual manifesta-se não só no tamanho e no peso - o macho é maior e mais pesado do que a fêmea - mas também por diferenças na própria estrutura óssea, de que ressaltam no macho, entre outros aspectos, a cabeça mais larga e menos afunilada e a existência de caninos ou presas extremamente desenvolvidos de que o animal se serve principalmente como arma. Estes dentes - navalhas (caninos inferiores)
e amoladeiras (caninos superiores) - constituem o troféu do javali.





Depois de sofrer uma séria redução numérica há algumas dezenas de anos, esta espécie
evidenciou sinais de grande recuperação, ocupando presentemente uma área considerável
do país.
Chama-se ainda a atenção para o facto de ser esta espécie o mais importante portador da
peste suína africana, doença altamente contagiosa e mortífera que, como é sabido, já te
provocado autênticas hecatombes nas explorações de porcos domésticos.

-Habitat e Alimentação

Tal como o porco doméstico, também o javali é um animal omnívoro; assim, os elementos constituintes da sua dieta são frutos,raízes, bolbos, tubérculos, partes aéreas de pequenas plantas, larvas de insectos, pequenos vertebrados (ratos, láparos e lebrachos), ovos e mesmo cadáveres de outros animais. Será no entanto de realçar uma preferência nítida por bolota castanhas e cereais, o que leva à ocorrência de incompatibilidades com a exploração agrícola dado o risco de prejuízos de monta.
Em termos de habitat, esta espécie necessita sobretudo de dois elementos: extensas zona
de abrigo - essencialmente constituídas por matos cerrados - e presença de água.

Comportamento e Reprodução

No tocante à sociabilidade, o javali apresenta a característica de viver em grupos,chamado
varas ou companhias, englobando animais dos dois sexos e de idade variada:
Uma a duas fêmeas adultas, com crias e juvenis do ano anterior;
Fêmeas e machos novos (de 2,3 ou 4 anos);
Machos adultos, não solitários.
De notar que os machos tendem a isolar-se progressivamente com a idade, chegando mesmo ao isolamento completo, só quebrado na época do cio. Quando não.isolados
completamente, são acompanhados de perto por um ou mais machos de 2,3 ou 4 anos,
denominados aios ou escudeiros.
Ambos os sexos parecem tornar-se aptos para a reprodução aos 8 meses aproximadamente.

Nesta espécie o cio não parece ocorrer numa época fixa, ao contrário do que acontece com a maioria das espécies, pelo que não e rara a detecção de ninhadas em várias épocas do ano; de qualquer forma podemos dizer que na maior parte dos casos o cio ocorre nas primeiras semanas de Outubro e a gestação dura em média 120 dias.

As porcas prenhes afastam-se da vara para local isolado onde parem entre 2 a 10 crias. Estas crias - bácoros ou listados - são amarelas, raiadas de castanho escuro mudando de pelagem aos 6 meses, ficando com uma cor geral castanha avermelhada.





Dos 6 meses ao ano chamam-se farropos; e a pelagem escurece progressivamente até
apresentar um tom cinzento anegrado chamando-se então javalis de vara.
 

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GAMO

Nome vulgar: macho - Gamo; fêmea - Gama, Gamela
Nome científico: Cervus dama





É um animal mais pequeno que o veado e de cabeça mais curta, com focinho fino e de corpo compacto; o seu comprimento total varia de 1,30 a 1,50 m e o macho raramente ultrapassa os 120 kg de peso.
A pelagem sofre duas mudanças anuais: a pelagem de Verão mantém-se aproximadamente
durante 4 a 5 meses, desde meados de Abril ate meados de Setembro, altura em que o animal adquire a pelagem de Inverno que se mantém durante o resto do ano.
Com a pelagem de Verão, o animal apresenta uma coloração geral castanha clara um pouco arruivada, com manchas brancas espalhadas pelo dorso e a parte inferior do corpo clara.
No Inverno, as manchas desaparecem totalmente e o tom em geral é de um castanho escuro um pouco acinzentado; as restantes partes do corpo conservam as mesmas cores, com uma tonalidade mais escura.
A cauda, relativamente comprida (cerca de 15 cm), é branca com uma risca central negra na face exterior; o escudo anal é também de cor branca sendo ladeado por duas faixas negras.
O macho distingue-se da fêmea por apresentar durante a maior parte do ano uma armação;esta é constituída no animal adulto por duas hastes espalmadas, arredondadas na base.
Na parte superior da área espalmada desenvolvem-se várias pontas. Aos 7 anos, tal como no veado, a cabeça atinge a sua forma característica.





Habitat e Alimentação

O gamo prefere zonas com abundante arvoredo e matagal, com áreas de pasto. A alimentação é muito semelhante à do veado, variando essencialmente com o habitat.

Comportamento e Reprodução

O cio começa no princípio do Outono e tem uma duração aproximada de um mês. Durante
essa fase, os machos formam haréns (grupos de fêmeas) de composição semelhante aos
dos veados. para a constituição destes grupos, o macho delimita previamente a área em
que se estabelecerá com as fêmeas, impregnando com o seu cheiro árvores e arbustos.
Também nestes cervídeos são vulgares os combates entre os machos mas não apresentam
a violência dos combates entre veados. A brama - grito de desafio do macho - é bastante
menos forte do que a do veado e mais curta e intermitente; na fase mais intensa do cio o gamo brama durante todas as horas do dia.
Fora da época do cio, machos e fêmeas separam-se, permanecendo os jovens até um ano
de idade com as mães.
A queda das hastes, que tal como nos outros cervídeos se verifica todos os anos, dá-se
em Março-Abril e o crescimento de novas hastes começa imediatamente.
Os nascimentos iniciam-se em Maio e as fêmeas parem uma cria, raramente duas. Com
o fim do Verão começa um novo ciclo biológico



VEADO

Nome vulgar: macho - Veado; fêmea.- Cerva,
Nome científico: Cervus elaphus Veada (em português antigo)





O veado é um animal de grande porte - o maior dos cervídeos da nossa fauna - forte mas ágil e prudente, cujas dimensões são muito variáveis (o comprimento total vai de 1,65 até 2,5 m e o seu peso varia entre 100 e 200 kg),. de dorso direito, ombros esguios e garrote saliente.
A cor da pelagem é castanha, levemente avermelhada nos adultos; no primeiro ano de existência, os juvenis, de um castanho mais escuro, apresentam manchas brancas amareladas distribuídas pelo dorso e pescoço. A renovação do pêlo dá-se duas vezes por
ano, em Março e Setembro, coincidindo com as mudanças das estações. O escudo anal é
amarelado até ao nível do ânus e depois branco.





O macho distingue-se normalmente da fêmea por ser mais corpulento e apresentar durante quase todo o ano uma armação, normalmente vigorosa, composta por duas hastes cilíndricas,mais ou menos ramificadas.
Tal como nos restantes cervídeos, estas armações são caracteres sexuais secundários, estando o seu crescimento e queda relacionados com a actividade dos órgãos sexuais e atingem a forma característica por volta dos 7-8 anos de vida.
A armação é ainda indicadora do macho e constitui um troféu de caça.

Habitat e Alimentação

O seu habitat preferido são os bosques de folha caduca e de coníferas-com zonas abertas-
e os matagais.
O veado é um animal de pasto mas recorre igualmente ao estrato arbustivo e arbóreo onde, com a sua grande corpulência, atinge com facilidade a rama de algumas árvores. São
da preferência destes animais as folhas de sobreiro, azinheira, castanheiro, carvalhos, oliveira,zambujeiro, ulmeiro, freixo, choupo e figueira, entre outras. Quanto aos frutos, que
desempenham um papel importante na sua alimentação, têm preferência especial por bolotas (de carvalho, sobreiro, azinheira, carrasco), castanhas, frutos de pilriteiro, azeitonas e figos.
Alimentam-se ainda de alguns cogumelos, líquenes e casca de algumas árvores como por exemplo de oliveira, zambujeiro e ulmeiro.

Comportamento e Reprodução

No final do Verão, princípios do Outono, inicia-se o cio que se prolonga aproximadamente por um mês e durante o qual os veados se reúnem em agrupamentos mistos, formados por um macho e várias fêmeas (são animais poligâmicos). O número de cervas por harém (grupo de fêmeas), varia principalmente com a relação macho/fêmea existente no local e também com a densidade populacional; cada grupo tanto pode ser constituído por um veado e uma cerva como por um veado e dez a vinte cervas.
Para a constituição destes haréns, o macho delimita previamente a área em que se estabelecerá com as fêmeas, impregnando com o seu cheiro árvores e arbustos onde se
esfrega. São vulgares nesta época os combates entre machos, podendo atingir grande violência e provocando por vezes - embora raramente - a morte de um ou dos dois intervenientes. O grito de desafio que o macho lança aos seus rivais na época do cio chama-se brama -ronco seco, profundo e prolongado, que faz lembrar o berrar de um touro - que começa essencialmente ao fim da tarde e que se pode prolongar até às primeiras horas da manhã.
Nos restantes meses do ano os machos adultos e as fêmeas separam-se, formando grupos distintos, enquanto que os jovens até um ano de idade permanecem geralmente no agrupamento das fêmeas.
A queda da armação, que se verifica todos os anos, dá-se em fins de Fevereiro e Março e o crescimento de novas hastes começa imediatamente; nos animais mais velhos as hastes caem primeiro, sendo os animais com 2 anos (primeira cabeça) os últimos a perdê-las. Durante o seu desenvolvimento as hastes apresentam-se cobertas pelo veludo.
Na época do cio seguinte já todos apresentam as cabeças completamente refeitas mas enquanto não se forma a nova "cabeça", os machos escondem-se no mato, sendo bastante difíceis de observar.






os nascimentos começam em Abril e as fêmeas (que podem criar pela primeira vez aos 2 anos) parem uma cria, muito raramente duas. Durante as duas primeiras semanas de
vida a cria não abandona o local onde nasceu, permanecendo a mãe sempre nas imediações.
Passado este tempo, as fêmeas e as crias reúnem-se em rebanhos mais ou menos fixos, sendo os jovens amamentados até à época do cio seguinte.
Com o fim do Verão começa novamente o cio destes animais, fechando-se assim o seu ciclo biológico.




CORÇO

Nome vulgar: macho - Corço; fêmea - Corça
Nome científico : Capreolus capreolus





Espécie cuja capacidade de adaptação e sem dúvida das mais notáveis, é o mais pequeno dos cervídeos portugueses, de aspecto gracioso mas compacto.
Sobretudo activo durante a madrugada e o fim do dia, passa a maior parte do tempo restante embrenhado no coberto, comendo ou repousando; este facto, aliado ao comportamento arisco que o caracteriza, bem como ao tipo de terreno em que geralmente se encontra, faz com que estes animais dificilmente sejam vistos, mesmo pelas pessoas que frequentam os locais por eles habitados.
Em comparação com o veado - entre os nossos cervídeos sem dúvida o mais conhecido
- o corço é um animal bastante mais pequeno, variando o seu peso entre os 15 e os 30 kg;
as suas armações são também mais pequenas e menos ramificadas: geralmente a armação
dos animais adultos não atinge mais do que três pontas em cada haste, dizendo-se então
que o animal tem uma cabeça de seis pontas. Ao contrário do que pode acontecer com o
veado, a armação do corço não nos dá a indicação precisa da idade do animal pois o número de pontas, bem como o aspecto geral da cabeça, dependem mais de factores como a alimentação, estado de saúde, número de animais por hectare, entre outros, do que propriamente da idade.





No que respeita ao dimorfismo sexual, ele é sobretudo patente no facto de, tal como no veado e no gamo, só os machos possuírem armação. No entanto, durante a época do ano em que os machos não têm armações ou mesmo em situações de visibilidade difícil, é possível distinguir o macho da fêmea pela forma do escudo anal: no macho é em forma de rim e na fêmea é em forma de coração.

Habitat e Alimentação

Eminentemente esquivo, o corço encontra-se de preferência em zonas onde a vegetação se caracteriza por uma alternância de bosques e prados, com culturas e zonas de mato de densidade e altura variáveis.
Embora tímidos e desconfiados, não é invulgar encontrarem-se corços nas vizinhanças das povoações, desde que exista abrigo apropriado nas imediações. Esta aproximação deve-se à procura - para a alimentação - das culturas que normalmente se situam ao redor das aldeias. De qualquer modo, os estragos provocados por estes animais não são, salvo raríssimas excepções, sensíveis, pois que, para alem de preferirem comer aqui e ali, os corços também dependem bastante da vegetação arbustiva, como giesta, urze, silvas e outros arbustos.Os frutos encontrados no chão (castanha, bolota, cereja, etc.), bem como alguns cogumelos,fazem parte também da alimentação destes animais.

Comportamento e Reprodução

No aspecto comportamental e reprodutivo, há também profundas diferenças entre esta espécie e os restantes cervídeos portugueses.
O corço é um animal fundamentalmente solitário, não formando - no nosso país - rebanhos,mesmo durante o Inverno; acresce que, no caso dos machos, há uma fase do ciclo de vida - iniciada geralmente em Março com a limpeza do veludo que cobre as hastes - a que corresponde a delimitação de uma área de tamanho variável, através da secreção de glândulas especiais e marcas efectuadas com as hastes em arbustos e árvores jovens; o macho passa então a defender esta área, o território, dos outros machos adultos. Este tipo de comportamento prolonga-se até ao cio, que em Portugal ocorre entre Julho e Agosto.
Os partos ocorrem geralmente em Maio; a gestação anormalmente longa da corça (10 meses) explica-se pelo fenómeno da implantação retardada, que se resume à paragem do desenvolvimento do ovo logo após a fecundação, recomeçando só em Dezembro/Janeiro (o embrião mede nesta altura só 2 cm), desenvolvendo-se então o processo de forma normal até às parições, que vão assim ocorrer numa época especialmente favorável em termos alimentares.
As fêmeas podem ter a primeira criação com a idade de 2 anos. Parem com alguma frequência duas crias (de sexos diferentes), por vezes só uma cria e raramente três (as fêmeas mais velhas).




MUFLÃO

Nome vulgar: Muflão
Nome científico: Ovis ammon





O muflão é um "carneiro selvagem" de pelagem curta; os machos têm cornos recurvados (o troféu nesta espécie), e nas fêmeas, quando estão presentes, são muito pouco desenvolvidos.
Esta espécie apresenta valores médios de peso entre 25 e 50 kg, um comprimento total de 1,10 a 1,30m e a sua altura ao garrote pode variar entre 65 e 75 cm.
As origens do muflão não estão esclarecidas ainda, havendo autores que defendem ter esta espécie origem em carneiros domésticos introduzidos em ilhas mediterrânicas (Sardenha e Córsega).
Actualmente, apresenta ampla distribuição europeia (Europa Central e Meridional) embora
em Portugal a sua introdução seja muito recente e muito localizada.
No muflão, o cio ocorre em Novembro e as parições verificam-se normalmente em Abril.

A espécie é sociável, no Verão os machos adultos reúnem-se em grupos independentes de
outros grupos, formados por fêmeas e jovens.
 

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PERDIZ VERMELHA

Nome vulgar: Perdiz-vermelha, Perdiz-comum
Nome científico: Alectoris rufa





Excelente andarilha, a perdiz é uma ave de tamanho médio (rondando os 35 a 40 cm de comprimento), com os flancos caracteristicamente estriados de castanho e branco, uma
linha preta contornando o branco das faces e descendo até ao peito, onde forma um colar negro. Deste partem estrias da mesma cor que salpicam o cinzento do peito.
As costas e a parte superior da cabeça são num quente tom de castanho, o bico e as patas vermelhos.
Apesar de não ser fácil a distinção entre o macho e a fêmea, as perdizes possuem no entanto algumas características que, em observação simultânea, permitem a distinção dos
sexos com relativa segurança.
Normalmente o macho é maior e mais pesado do que a fêmea (peso médio dos machos: 483 gr peso médio das fêmeas: 395 gr);
Regra geral, a cabeça dos machos é mais volumosa do que a das fêmeas.
Os machos apresentam tarsos mais compridos e grossos, esporões com base larga e
extremidade arredondada, enquanto que as fêmeas têm os tarsos mais curtos e delgados e,quando apresentam esporões, estes têm a base estreita e são bicudos.




A distinção entre animais adultos e juvenis (menos de 1 ano) pode fazer-se pela observação das rémiges primárias as dez penas da extremidade da asa.
O juvenil inicia a muda no primeiro mês de vida, a qual se prolonga até Outubro e Novembro -mas não há substituição das duas últimas remiges. Estas duas penas são pontiagudas e podem apresentar uma pequena pinta branca na extremidade.
O adulto inicia a muda de todas as rémiges primárias duas ou três semanas antes do juvenil, as duas últimas penas, quer no caso de ainda não terem sido mudadas quer no caso de já serem novas, têm a extremidade arredondada.






Habitat e Alimentação

É uma ave que prefere especialmente as zonas de culturas cerealíferas, mas também se pode encontrar na periferia das áreas incultas ou matos, por vezes também em vinhas.
A alimentação, essencialmente insectívora no primeiro mês de vida, evolui radicalmente por forma a englobar produtos de origem quase só vegetal: grãos (trigo, cevada, aveia),bolota e também folhas, rebentos, bagas, flores e raízes de uma grande variedade de plantas espontâneas.

Comportamento e Reprodução

O acasalamento destas aves começa geralmente em Janeiro e Fevereiro no sul do país, Fevereiro e Março no norte, podendo haver alterações conforme as condições atmosféricas;
fazem o ninho geralmente no chão, com o fundo simplesmente coberto de plantas secas,
junto a tufos de ervas, debaixo de ramos secos ou mesmo junto a linhas de água ou caminhos.A postura dos ovos faz-se durante os meses de Março a Abril no sul e de Abril a Maio no norte, o número de ovos de cada ninho é variável, desde os 8 aos 23, com um valor médio de 12 ovos; a incubação, que começa depois da postura do último ovo, dura cerca de 23 dias. E conhecida a construção de um segundo ninho - provavelmente quando acontece a destruição do primeiro - o qual pode por vezes ser incubado pelo macho.
As eclosões começam no fim de Maio e Junho, havendo um máximo na primeira quinzena
de Junho no sul e nos finais do mês no norte; os perdigotos logo que nascem abandonam
o ninho (espécie nidífuga), mostrando uma notável vivacidade ao seguirem os adultos na
procura de alimentos.
Durante o Verão e até à nova época de acasalamento as perdizes deslocam-se em bandos.

0 Ordenamento da espécie

Numa população bem gerida, por cada ninho de perdiz, chegam em média à idade adulta
5 perdigotos para se atingir este número há que seguir certas regras, tais como:
Pôr à disposição da perdiz alimento, água e abrigo.
Cuidar da maneira como são feitas as ceifas.
Evitar o abuso de pesticidas.
Vigiar cuidadosamente os rebanhos e as varas. tendo em especial atenção aos cães de pastor.
Evitar o excesso de predadores o que não significa a sua eliminação mas sim o seu controle.
Evitar a deambulação de cães e gatos vadios que constituem as maiores populações de
predadores em Portugal.
Para o nível da população ser mantido, não pode abater-se anualmente mais do que 50% dos efectivos.


A perdiz-vermelha ou perdiz-comum pode confundir-se com a perdiz-cinzenta ou charrela(Perdìx perdix). Esta espécie, que pode ainda ser encontrada no norte do país, é muito rara em Portugal, sendo por isso mesmo protegida; importa ao caçador conhecê-la para não a abater.
Um pouco mais pequena do que a perdiz-vermelha, a charrela distingue-se desta pelas suas faces cor de ferrugem, o pescoço cinzento e as patas amareladas; o macho apresenta no peito uma mancha castanha em forma de ferradura.





FAISÃO

Nome vulgar: Faisão
Nome científico: Phasianus colchícus





Ave rara em Portugal, os efectivos existentes provêm de introduções.
O macho distingue-se facilmente da fêmea devido ao seu maior porte e à sua plumagem
extremamente colorida.
Sendo de criação fácil em cativeiro, é por isso muito usado nos campos de treino de caça.

Habitat e Alimentação

O seu habitat é essencialmente constituído por campos de cereais orlados por bosques de
folhosas, encontrando poucas condições naturais para sobreviver, no estado selvagem, em
Portugal.
Tem uma alimentação variada, que engloba frutos secos e carnudos, rebentos, insectos e
vermes.




ROLA-COMUM

Nome vulgar: Rola-comum
Nome científico : Streptopelia turtur





Ave da mesma família dos pombos, distingue-se destes por ser mais pequena (28 cm de comprimento) e de silhueta mais esbelta; em voo nota-se o batimento de asas mais irregular e a cauda negra com barra terminal branca.
É uma ave migradora que, invernando no continente africano, vem nidificar à Europa; a sua entrada dá-se a partir do mês de Abril e chega até ao sul da Escócia e ao norte da Alemanha.
De fins de Junho a fins de Setembro, e mesmo princípios de Outubro parte para a sua área de Inverno, na Africa tropical (Gâmbia, Senegal, norte da Nigéria, Chade, Sudão, Abissínia e Eritreia), registando-se as grandes entradas nestes países em meados de Setembro.

Habitat e Alimentação

É uma espécie que prefere matas densas alternando com campos abertos (searas e pastos).
É uma ave granívora e a sua alimentação baseia-se em sementes de plantas espontâneas cereais, e de plantas de cultivo (girassol, tremocilha, etc.), mas também come insectos, embora em pequena percentagem.

Comportamento e Reprodução

As rolas são normalmente vistas aos pares ou em grupos muito pequenos. são aves tímidas mas que se fazem ouvir de forma notável na época de acasalamento.
Os primeiros ninhos são feitos em Maio mas encontram-se ninhos com ovos ou juvenis mesmo em princípios de Agosto são construídos rudimentarmente com gravetos entrecruzados em árvores várias e também em silvados, tojos e arbustos diversos. A postura é de dois ovos raramente um; a incubação é feita por ambos os sexos e dura 13 a 14 dias.

Ordenamento da espécie

A rola é uma espécie cujos efectivos variam de acordo com os fluxos de migração e taxas de sobrevivência pós e pré-nupcial, pelo que existem os chamados "anos bons e maus de rolas".
No entanto dado ser uma espécie considerada vulnerável, interessa realçar alguns aspectos no âmbito do seu ordenamento que possam contribuir para a sua conservação, nomeadamente: o período venatório deve respeitar a última fase de reprodução desta espécie.
Não se deve caçar nos bebedouros e pontos de água, assim como se deve respeitar uma
faixa de protecção de pelo menos 100 metros.
As culturas atractivas, comedouros e outros dispositivos que visem concentrar rolas com fins venatórios são desaconselháveis, dado contribuírem para um abate excessivo para além de terem consequências na sua estrutura populacional, nomeadamente a relação
adultos/juvenis em desfavor destes.
Manutenção e criação de sebes vivas com estrato arbóreo e arbustivo bem desenvolvido
(incremento dos habitats preferenciais de nidificação).






CODORNIZ
Nome vulgar: Codorniz
Nome científico: Coturnix coturnix





Com cerca de 18 cM de comprimento, a codorniz é o mais pequeno galináceo europeu, sendo bastante parecida com um perdigoto. A cor geral de ambos os sexos é a parda, com o dorso e flancos listados. O macho apresenta a garganta com riscas negras, enquanto que a fêmea a tem amarelada, sem riscas,e apresenta o peito muito manchado.É uma ave muito difícil de ser vista, levantando com bastante dificuldade, num voo curto e baixo; na realidade, o contacto mais vulgar com a codorniz é o auditivo; o seu canto, que se pode ouvir quer de dia quer de noite, é bastante característico e invulgarmente forte para uma ave tão pequena.
A codorniz é uma migradora parcial. O seu ciclo migratório é bastante complexo. Além de longos, médios e curtos migradores, há também indivíduos sub-sedentários. Em Portugal,
a chegada das primeiras vagas migratórias ocorre a partir de Março, com um máximo em
Abril/Maio, sendo que as vagas migratorias de Outono se iniciam em Agosto, sucedendo-se até Dezembro, com uma quebra em Novembro. No sul do país e nos Açores pode ser encontrada todo o ano.

Habitat e Alimentação

Campos cultivados, searas, pastos e mesmo espaços abertos em bosques, onde a espécie
disponha de recursos alimentares suficientes, aliás semelhantes aos da perdiz.

Comportamento e Reprodução

Nidifica no solo, em áreas bem providas de vegetação, geralmente campos de cereais, restolhos. etc.
O ninho não passa de uma ligeira depressão forrada com material vegetal; a criação ocorre
geralmente de meados de Maio a Junho, o número de ovos é em média de 10 e a incubação (levada a cabo só pela fêmea) dura entre 16 a 21 dias; os pintos começam a voar cedo e com 2 meses podem já migrar juntamente com os adultos.

O Ordenamento da espécie

A codorniz e uma espécie cinegética muito apreciada, existindo caçadores verdadeiramente
especializados na sua caça. Algumas práticas agrícolas, pastorícia, tratamentos fitossanitários e técnicas de cultivo condicionam a utilização do habitat e influenciam negativamente a distribuição das populações, para minimizar estes impactos:
Favoreça a diversidade do habitat tipo, implantando pequenas parcelas com culturas forrageiras destinadas à fauna ou pequenas áreas sem mecanização agrícola.
Use de cuidados especiais nas ceifas das colheitas, sendo preferível ceifar de dentro para fora ou realizá-la por faixas. É aconselhável a colocação de dispositivos na frente de tractores ou de ceifeiras mecânicas que afugentem os animais escondidos nas searas;se possível, realize os cortes a mais de 30 cm de altura.
Não abuse dos pesticidas e herbicidas, sendo aconselhável a utilização de produtos com baixa toxicidade para a fauna selvagem e deixe uma faixa exterior sem tratamento.
O tratamento dos terrenos marginais deve ser evitado.
Utilize menores densidades de sementes nas margens das parcelas a cultivar.
É desaconselhável realizar a queima dos restolhos. Caso o faça é preferível realizá-la
por faixas e não em círculos, a fim de possibilitar a fuga de animais.
Evite que os cães e os gatos vagueiem pelos campos.




PATOS

Os patos pertencem à família dos Anatídeos, a qual engloba ainda os cisnes, e os gansos
(o cisne-bravo, Cygnus cygnus, é excepcionalmente raro em Portugal, o ganso-bravo-comum,Anser anser visita-nos regularmente no Inverno e o ganso-de-faces-negras, Branta bernicla e o ganso-campestre, Ánser fabalis, são francamente acidentais).
Quanto aos patos propriamente ditos, é geralmente aceite uma divisão classificativa que
agrupa espécies com determinadas afinidades (morfológicas, ecológicas, de comportamento,
etc.). Em Portugal há representantes em quatro destes grupos: patos de superfície, patos mergulhadores, patos marinhos e patos-gansos.
O reconhecimento das aves destes grupos torna-se extremamente importante para os caçadores,pois apenas se podem caçar uma parte dos patos, as espécies do género Anas,que pertencem aos patos de superfície e de duas espécies do género Aythya, que pertencem aos patos mergulhadores.
Damos seguidamente algumas características muito genéricas dos quatro grupos, que ajudarão a identificação das espécies que são proibidas e das que se podem caçar.

PATOS DE SUPERFíCIE

A este grupo pertencem sete espécies, todas do género Anas, com as seguintes características

Tamanho pequeno a médio;
Pescoço e patas de tamanho médio;
Espelho alar geralmente com brilho metálico;
Dimorfismo sexual acentuado na maioria das espécies;
Alimentação à base de microorganismos em suspensão na água e plantas do fundo que arrancam colocando-se com o terço posterior (caudal) emerso;
Levantam voo quase na vertical.

PATOS MERGULHADORES

A este tipo pertencem seis espécies (duas acidentais), uma do género Netta e as restantes
do género Aythya. Têm as seguintes características:

Tamanho pequeno a médio;
Pescoço, asas e patas curtas;
Disformismo sexual variável conforme as espécies
Patinham na água antes de levantar voo;
Franja alar, branca ou pálida (não têm espelho alar);
A alimentação (moluscos, vermes e plantas) é obtida por mergulho; emerge praticamente no local onde imergiram
 

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PATOS MARINHOS

Compreende as espécies de verdadeiros patos marinhos,os do género Melanitto que praticamente só se encontram ao largo da costa marítima e os mergansos, do género Mergtts.
Têm as seguintes características:

Tamanho médio;
Coloração quase sempre escura;
Alimentação preferencialmente animal;
Mergulham para capturar os peixes de que se alimentam e emergem a alguns metros do local onde mergulharam.


PATOS-GANSOS

Compreende as espécies que apresentam semelhanças com os gansos; só há uma espécie
em Portugal incluída neste grupo, o pato-branco (Tadorna tadorna). Têm as seguintes características:
Tamanho médio a grande;
Pescoço e patas relativamente compridos;
Coloração chamativa e semelhante em ambos os sexos,
Espelho com reflexos metálicos.

Permanência ao longo do ano - migração

Com excepção do pato-real, cuja população é na sua maior parte sedentária (está presente
durante todo o ano e portanto cria no nosso país). e do marreco, que é fundamentalmente
um migrador de passagem (atravessa o nosso território no decurso das migrações), toda
as outras espécies portuguesas de patos são migradoras invernantes, isto é, passam o Inverno entre nós; quanto a estas últimas, e com algumas variações, a chegada das primeiras ave dá-se a partir dos fins de Setembro, fazendo-se o regresso às áreas de criação (Norte e Centro da Europa) a partir de Março.

Habitat e Alimentação

Todo o tipo de zonas húmidas (estuários, albufeiras, sapais, lagoas, etc.) e em princípio adequado, existindo no entanto preferências de espécie para espécie, frequentemente ligada a aspectos alimentares. Os patos marinhos estão associados à zona litoral.
A alimentação destes animais é muito variada. principalmente de origem vegetal no caso dos patos de superfície, patos mergulhadores e patos-gansos, e de origem animal no caso dos patos marinhos e mergulhões.
Algumas espécies recorrem a habitats terrestres para se alimentarem; um caso típico é o da piadeira, que pasta em terra, de modo semelhante aos gansos.

PATOS QUE SE PODEM CAÇAR

Nome vulgar: Pato-real
Nome científico : Anas platyrhynchos
Macho - dorso acinzentado, cabeça verde, peito castanho, partes inferiores claras, bico amarelo.
Fêmea - acastanhada, com bico alaranjado.
Ambos os sexos com espelho azul.

Nome vulgar: Frisada
Nome científico: Anas strepera
Macho - cor geral castanha acinzentada, espelho pequeno branco, orlado em cima por
negro e ruivo vivo.
Fêmea - espelho semelhante ao do macho mas com menos ruivo. Ventre branco.

Nome vulgar: Marrequinha
Nome científico: Anas crecca
Macho - muito pequeno, cabeça avermelhada com uma zona verde partindo do olho em
direcção à nuca, linha branca no flanco, espelho verde brilhante
Fêmea - muito pequena, aspecto geral acastanhado, espelho semelhante ao do macho.

Nome vulgar: Pato-trombeteiro
Nome científico: Anas clypeata
Macho - cabeça verde, peito branco, mancha castanha nos flancos e ventre, espelho verde brilhante.
Fêmea - cor geral parda, coberturas alares muito claras, espelho verde.
Ambos os sexos possuem bico espatulado, muito mais desenvolvido que nas outras espécies

Nome vulgar: Marreco
Nome científico: Anas querquedula
Macho - pequeno, cabeça avermelhada com sobrancelha branca, espelho verde.
Fêmea - pequena, semelhante à forma da marrequinha, mas com coberturas alares muito
claras e espelho verde.

Nome vulgar: Arrabio
Nome científico: Anas acuta
Macho - cabeça acastanhada, pescoço branco, dorso cinzento, uma rectriz (pena da cauda) bastante mais comprida que as outras, espelho verde bronze.
Fêmea - aspecto geral acastanhado, espelho menos chamativo que o do macho, penas
caudais mais compridas do que as das fêmeas das outras espécies
Ambos os sexos possuem o pescoço comparativamente mais longo e esbelto que o dos
outros patos.

Nome vulgar: Piadeira
Nome científico: Anas penelope
Macho - dorso cinzento, pescoço, cabeça e peito cor de tijolo- fronte amarela, espelho verde brilhante.
Fêmea - aspecto geral castanho tijolo, ventre branco, espelho semelhante ao do macho
mas mais apagado.

Nome vulgar: Zarro-comum
Nome científico: Aythya ferina
Macho - cabeça e pescoço castanho avermelhado. peito e corpo cinzentos.
Fêmea - acastanhada, com anel cinzento azulado à volta do bico.

Nome vulgar: Negrinha, Zarro-negrinha
Nome científico: Aythya fuligula
Macho - dorso negro e penacho na cabeça comprido e fino, também preto, flancos brancos.
Fêmea - acastanhada, com penacho no mesmo tom, muito pequeno.



GALINHA.D'AGUA

Nome vulgar: Galinha-d'água
Nome científico: Gallinula chloropus





A galinha-d'água é uma ave característica das zonas húmidas, com cerca de 32 cm de comprimento, viva e nervosa, de tom geral escuro e que apresenta alguns caracteres que permitem uma rápida identificação: bico vermelho (com a ponta amarela), placa frontal também vermelha, linha branca ao longo dos flancos e penas sub-caudais brancas facilmente visíveis quando nada ou anda; aliás, o modo de se movimentar e já por si identificativo: em cada avanço, a galinha-d'água inclina a cabeça para a frente e balança a cauda de cima para baixo.

Habitat e Alimentação

É muito comum em charcos, lagoas, zonas alagadas e cursos de água lentos, em que as margens ofereçam bom coberto vegetal; a alimentação, essencialmente vegetal - embora incluindo também invertebrados, e mesmo pequenos vertebrados - é obtida dentro e fora de água.

Comportamento e Reprodução

Estes animais, bastante esquivos e com uma actividade essencialmente crepuscular, são também pouco sociáveis e vêem-se geralmente isolados; durante os meses de Inverno,
no entanto, podem encontrar-se em pequenos grupos.

De uma forma geral, esta ave selecciona as zonas de vegetação mais densa para nidificar. Os ninhos, implantados quer ao nível da água quer muito perto da margem - construídos essencialmente pelos machos - são plataformas compostas por vegetação seca e detritos.
A incubação pode começar com o primeiro ovo, mas normalmente tem o seu início a meio
ou no fim da postura de 6 a 9 ovos; a eclosão do primeiro acontece passados 19 a 22 dias.



GALEIRÃO

Nome vulgar: Galeirão
Nome científico: Fulica atra





O galeirão é a única ave aquática com plumagem inteiramente negra,exceptuando uma barra alar branca só visível quando em voo. De tamanho semelhante ao de alguns patos(37 cm de comprimento),poderá por vezes ser confundido com estes, mas tem, no entanto, uma
silhueta mais maciça. Em relação à galinha-d'âgua é saliente o seu aspecto mais pesado e menos vivo;outra característica distintiva é a cor branca do bico e da placa frontal.
Um comportamento curioso aliás o mesmo acontece com a galinha-d'âgua é a forma como levantam voo: correm sobre a água batendo freneticamente as asas, alcançando assim a velocidade necessária para se elevarem.

Habitat e Alimentação

O galeirão prefere um tipo de habitat semelhante ao da galinha-d'água, embora um pouco
mais aberto, podendo mesmo encontrar-se na orla marítima em lagoas e enseadas tranquilas.
A alimentação destas aves é essencialmente constituída por vegetais (especialmente plantas
aquáticas submersas), mas também - embora em muito menor escala - por invertebrados,
pequenos vertebrados e ovos de outras aves.

Comportamento e Reprodução

Estas aves são notavelmente gregárias no Inverno, constituindo nesta época grandes
bandos, sendo então fáceis de distinguir, mesmo de muito longe, das galinhas-d'água que ou andam sós ou em grupos muito pequenos
Com a aproximação da época de reprodução esta sociabilidade desaparece e os galeirões
tornam-se combativos e mostram-se extremamente territoriais.
Nesta espécie, o ninho localiza-se geralmente em canaviais ou juncais; tipicamente em
forma de volumosa taça e não raras vezes flutuante, ambos os sexos contribuem para a sua construção, cabendo ao macho o transporte de grande parte do material enquanto a fêmea se encarrega da sua colocação.
A postura, que começa geralmente em meados de Março, consiste em cinco a dez ovos que são incubados por ambos os sexos durante 21 a 24 dias.


POMBOS

No nosso país podem encontrar-se três espécies de pombos, com a designação geral de pombos bravos:

Pombo-torcaz;

Pombo-da-rocha;

Pombo-bravo.

São aves caracterizadas pelo seu aspecto robusto, asas pontiagudas, cabeça relativamente pequena, cauda comprida e voo rápido.
Outra característica que têm em comum - assim como a rola - e a sua dependência da
água (os grãos de que se alimentam são amolecidos no papo), sendo assim frequente ver os pombos em bebedouros onde saciam a sede, logo levantando voo.
Normalmente vivem em bandos fora da época de criação e aos pares durante o acasalamento.
As três espécies têm uma silhueta e forma de voo características, não oferecendo dificuldades de identificação; no entanto, apontam-se de seguida alguns pormenores específicos de cada uma delas.

Nome vulgar: Pombo-torcaz
Nome científico : Columba palumbus





E o maior dos três pombos (41 cm de comprimento), tem duas manchas brancas nos lados do pescoço e outras duas manchas, também brancas,nas asas, que o tornam facilmente reconhecível em voo.
E um migrador parcial; a maioria da população, proveniente do Norte da Europa, visita
Portugal durante o Outono e o Inverno. Os animais que criam no nosso país apresentam
uma distribuição englobando praticamente todo o território,mas de Inverno concentram- se, sobretudo, nas regiões com montados de sobro e azinho.

Habitat e Alimentação

O pombo-torcaz é característico nas zonas arborizadas e a sua alimentação é obtida nesses locais - bolota e azeitona -, mas também se alimenta de cereais nas áreas abertas.

Comportamento e Reprodução

O ninho é normalmente construído em árvores, a alturas geralmente elevadas; por norma,
realiza uma postura de dois ovos (raramente um) que são incubados pelo macho e pela fêmea durante 17 dias.

Ordenamento da espécie

Nas medidas de ordenamento do pombo-torcaz elegemos dois factores vitais a tratar:

Factor tranquilidade - dormidas:

Existência de coberto arbóreo denso com presença de matos;
Redução ao essencial da presença e influência humana (trânsito rodoviário, por exemplo);
Acessibilidade a bebedouros dentro das zonas de dormida;
Nas dormidas não se deve caçar.

Factor alimentação:

Existência de montado com grandes áreas limpas de mato;
Nos locais de alimentação não se deve caçar a partir das l5-16 horas.



Nome vulgar: Pombo-da-rocha
Nome científico: Columba Iivia





Considerado como antepassado dos nossos pombos mansos,este pombo, bastante mais pequeno (33 cm de comprimento) e esbelto que o torcaz, apresenta também outras características que permitem uma fácil distinção daquele: ausência das manchas brancas no pescoço e nas asas, duas barras pretas nas asas,sobretudo visíveis quando em voo, e uropígio branco.
E uma espécie residente, apresentando uma distribuição alargada a quase todo o país, embora localizada devido ao tipo de habitat preferencial.

Habitat e Alimentação

O habitat do pombo-da-rocha, tal como o nome indica, está sobretudo ligado a zonas rochosas,incluindo a orla marítima e áreas adjacentes; a sua alimentação é à base de grãos e sementes.

Comportamento e Reprodução

Nidifica nas falésias ou mesmo em edifícios, geralmente em colónias. O ninho é feito de uma camada delgada de pequenos ramos e raízes e é construído por ambos os sexos; normalmente o macho transporta o material e a fêmea coloca-o. A postura é de dois ovos, raramente um e a incubação dura 17 a 19 dias.



Nome vulgar: Pombo-bravo, Seixa
Norne científico: Columba oenas





Sensivelmente do mesmo tamanho do pombo-da-rocha, não apresenta, ao contrário deste, uropígio branco e barras alares negras. Identifica-se pelas pontas das asas negras e dorso nitidamente mais escuro do que o do pombo-da-rocha
Espécie também residente, mas das três espécies em causa é a que apresenta uma distribuição menos alargada no nosso país, restrita sobretudo ao interior.

Habitat e Alimentação

O habitat do pombo-bravo está especialmente relacionado com zonas arborizadas (bosques ou florestas) e a sua alimentação baseia-se em grãos e em menor percentagem em bagas e bolotas.

Comportamento e Reprodução

A nidificação faz-se geralmente em buracos de árvores, de edifícios ou mesmo de rochas.
Normalmente as posturas - duas ou três por ano * são de dois ovos, raramente um, e a
incubação é de 16 a 18 dias.
 

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GALINHOLA

Nome vulgar: Galinhola
Nome científico: Scolopax rustícola

Com cerca de 35 cm de comprimento, asas largas e arredondadas, bico comprido e direito a galinhola é uma ave solitária e difícil de observar quer devido à sua cor bastante mimética quer ainda devido ao seu período de actividade, fundamentalmente crepuscular e nocturno.





Com uma silhueta muito particular, também o voo é bastante característico: a galinhola voa rápida e silenciosamente entre as árvores, chamando então a atenção a sua figura atarracada de asas redondas e bico apontado para o solo; ao levantar voo, as suas asas
produzem um zumbido muito peculiar.
E uma ave migradora, só se encontrando em Portugal Continental durante os meses de
Inverno, indo criar nos países do Centro e Norte da Europa; é sedentária nos Açores.

Habitat e Alimentação

As galinholas encontram-se geralmente nos bosques com vegetação arbustiva suficiente para lhes fornecer coberto; a existência de terras frescas e húmidas é também um factor
importante, pois é preferencialmente neste tipo de zonas que elas se alimentam.
A sua alimentação é constituída essencialmente por minhocas, mas também por insectos,
pequenos moluscos e mesmo por diversos grãos e fragmentos vegetais.



NARCEJAS

As narcejas são aves que habitam zonas alagadiças e são caracterizadas - assim como a
galinhola - pelo seu grande bico, e pernas e pescoço relativamente curtos. São pouco sociáveis e a sua plumagem mosqueada de castanho, amarelo e preto torna-as quase invisíveis.
Em Portugal existem três espécies de narcejas; são migradoras invernantes, chegando ao nosso país entre Setembro e Outubro e partindo em Março, indo criar nos países da Europa Central e do Norte. Há no entanto notícias de nidificação de narceja-comum no
Norte do país, especialmente nas Terras de Barroso e Veiga de Chaves
Destas três espécies a narceja-grande (Gallinago media) é extremamente rara em Portugal
e por isso mesmo é protegida; as outras duas espécies, que podem ser caçadas, são a narceja-comum e a narceja-galega.

Habitat e Alimentação

As narcejas têm uma alimentação baseada em pequenos invertebrados que extraem da terra com o bico; estão geralmente ligadas às zonas com solos leves e húmidos, sendo muito frequentes nos restolhos de arroz que lhes proporcionam mais recursos alimentares (moluscos, insectos, fragmentos vegetais, grãos).

NARCEJAS QUE SE PODEM CAÇAR

Nome vulgar: Narceja-comum
Nome científico : Gallinago gallinago





E uma ave de 27 cm de comprimento, bico comprido (cerca de 6,5 cm) e cauda relativamente clara.
Embora a narceja-comum seja muito difícil de observar de perto, é facilmente identificada pelo seu voo, marcadamente ziguezagueante e pelo grito breve e muito característico emitido quando levanta voo, o chamado beijo da narceja.


Nome vulgar: Narceja-galega
Nome científìco: Lymnocryptes minimus





A narceja-galega é também muito difícil de ser observada, mas distingue-se facilmente da narceja-comum por ser consideravelmente mais pequena (19 cm de comprimento), por ter um bico mais curto (cerca de 4 cm) e cauda escura; além destas diferenças morfológicas, a narceja-galega apresenta ainda outros caracteres que a distinguem das outras narcejas: o seu voo é mais lento e mais directo e quando levanta é geralmente silenciosa.



TARAMBOLA DOURADA

As tarambolas são aves sociáveis, de tamanho médio (cerca de 27 cm), que nos visitam apenas durante o Inverno; apresentam em comum pescoço largo, bico relativamente curto e forte e olhos bem desenvolvidos
Podem encontrar-se em Portugal duas espécies de tarambolas: a tarambola-dourada e a
tarambola-prateada. Destas só a tarambola-dourada pode ser caçada

Nome vulgar: Tarambola-dourada

Nome científico : Pluvialis apricaria





Quando entre nós, no Inverno portanto, esta espécie apresenta a face e a parte inferior do corpo brancas, o peito mosqueado de castanho amarelado, e a face dorsal escura, profusamente manchada de dourado. A parte inferior das asas é completamente branca, a cauda e o uropígio são da cor do dorso.
Encontra-se especialmente em zonas interiores, mas também frequenta as áreas costeiras,
sobretudo as arenosas.
O regime alimentar da tarambola-dourada baseia-se sobretudo em insectos e larvas.

Por ser muito semelhante à tarambola-dourada, apresentamos uma breve descrição da tarambola-prateada(Pluvialis scluatarola) que é uma espécie integralmente protegida.
Com o mesmo aspecto geral da tarambola-dourada, apresenta no entanto a face dorsal mais acinzentada, axilas negras, bem evidentes, cauda e uropígio esbranquiçados.
Para além dos elementos de distinção já mencionados, apenas há a referir o aspecto alimentar que, nesta espécie, está preferencialmente ligado a moluscos, crustáceos e vermes, o que aliás justifica a estreita ligação da tarambola-prateada com as zonas de costa.



TORDOS

Os tordos são aves que formam um grupo bem distinto quer devido ao seu tamanho - são pássaros de tamanho médio - quer devido a alguns caracteres comuns que apresentam: aspecto geral acastanhado, parte inferior do corpo clara e mais ou menos sarapintada,com canto geralmente melodioso,,sem distinção de sexos, bico relativamente fino bem adaptado a uma alimentação baseada em invertebrados e frutos.
São aves cujo habitat está geralmente ligado a zonas arborizadas ou às suas orlas.
Em Portugal podem encontrar-se quatro espécies de tordos; apresentamos de seguida alguns caracteres identificativos de cada uma das espécies.

Nome vulgar: Tordeia, Tordoveia
Nome científico: Turdus viscivorus





É a maior das quatro espécies (26 cm de comprimento); a parte superior do corpo é de cor cinzenta acastanhada, o peito é claro com pequenas manchas castanhas escuras arredondadas e bem evidentes; em voo vê-se a parte inferior das asas de cor branca.
Espécie sedentária.

Nome vulgar: Tordo-zornal
Nome científico: Turdus pilaris





Espécie invernante em Portugal, vai nidificar nos países do Norte da Europa. Um pouco mais pequeno que a tordeia (25 cm de comprimento) o tordo-zornal apresenta cabeça e uropígio cinzentos, costas castanhas arruivadas, cauda quase preta; em voo, mostra a cor branca da parte inferior das asas.

Nome vulgar: Tordo-ruivo
Nome científico: Turdus iliacus





A mais pequena das quatro espécies (21 cm de comprimento), tem as sobrancelhas de cor branca amarelada bem evidente, a parte inferior do corpo raiada (e não sarapintada), flancos e parte inferior das asas (só visível em voo) de cor arruivada.Espécie que vem a Portugal passar o Inverno; nidifica nos países do Norte da Europa.

Nome vulgar: Tordo-comum
Nome científico : Turdus phitomelus





Pouco maior que o tordo-ruivo (22 cm de comprimento), apresenta a parte superior do corpo de cor castanha e a parte inferior das asas (visível quando em voo) amarela alaranjada.
Embora em Portugal seja invernante, já existem populações sedentárias a partir do Norte de Espanha.

MELRO

Nome vulgar: Melro
Nome científico: Turdus merula





Pássaro de tamanho médio (cerca de 25 cm de comprimento), geralmente solitário_O macho é inconfundível com a sua plumagem inteiramente preta (contrastando com a plumagem pardacenta da fêmea) e bico amarelo.
Vive em bosques, sebes e jardins e a sua alimentação é de origem animal (insectos e gastrópodes) e vegetal muito variada, englobando elementos (frutos diversos).

ESTORNINHO MALHADO

Nome vulgar: Estorninho-malhado
Nome científico: Sturnus vulgaris






O estorninho-malhado é uma pequena ave (25 cm de comprimento) de cor negra com reflexos verde e púrpura e que no Inverno - altura do ano em que se encontra em Portugal tem a plumagem densamente salpicada de cinzento
Estes pássaros estão associados quer às orlas dos bosques ou florestas quer aos terrenos de cultura ;barulhento bons imitadores, inquietos,gregários, juntam-se nas dormidas em bandos de milhares de indivíduos.
Há em Portugal um outro estorninho, o estorninho-preto (sturnus unicolor),muito semelhante ao estorninho-malhado (de verão tem uma plumagem preta e de Inverno só muito levemente manchada), residente (encontra-se na Península Ibérica e no Norte de Africa durante todo o ano) e que devido a convenções internacionais é proibido caçar

GRALHA PRETA

Nome vulgar: Gralha-Preta
Nome científico: Corvus corone





Muito comum em zonas abertas,reúne-se em bandos mais notáveis nas dormidas.
Pode confundir-se com o corvo; no entanto o seu menor tamanho (46cm de comprimento)' O bico mais fino, a cauda cortada a direito (vista em voo), a sua maior sociabilidade e a sua voz menos grave são factores que a diferenciam daquele.
As gralhas - assim como o corvo - são pássaros grandes, normalmente de plumagem inteiramente preta, algumas vezes misturada com cinzento.
São geralmente consideradas das aves mais capazes de se adaptarem às alterações do meio onde vivem; por isso mesmo estão de certa forma ligadas à presença humana.
Das gralhas existentes em Portugal só uma, a gralha-preta, está incluída na lista das espécies cinegéticas. Das restantes, a gralha-de-nuca-cinzenta e a gralha-de-bico-vermelho não se confundem facilmente com a gralha-preta. O mesmo não acontece com a gralha-calva que apresenta um tamanho muito semelhante ao da preta, podendo distinguir-se pela face esbranquiçada sem penas e pelo bico mais delgado e pontiagudo; de referir ainda que esta última espécie só está presente em Portugal durante o Inverno


PEGA

Nome vulgar: Pega
Nome científico: Pica pica





Corvídeo de tamanho médio (46 cm de comprimento),muito comum, preferindo zonas abertas com árvores dispersas nas quais constrói o ninho. E um pássaro que se distingue facilmente pela sua plumagem preta e branca e a sua cauda muito comprida.
As pegas, normalmente vistas aos pares ou em pequenos grupos, têm a alimentação típica dos corvídeos: elementos de origem vegetal e animal, insectos, caracóis, frutos vários, grãos, ovos.
 

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GAIO

Nome vulgar: Gaio
Nome científico: Garrulus glandarius





Pássaro de tamanho médio (cerca de 36 cm de comprimento), comum em bosques de resinosas e de folhosas e mesmo jardins.
E o mais colorido dos nossos corvídeos; destacam-se da sua plumagem de tom geral castanho rosado, o uropígio branco, as penas azuis raiadas de preto e espelho branco nas asas. É também característica a sua silhueta em voo.
Normalmente solitário - embora possa viver em grupos fora da época da reprodução - o gaio é uma ave irrequieta e que durante a Primavera se faz ouvir bastante, por vezes imitando mesmo outras aves.
A alimentação e semelhante à dos outros corvídeos.



QUESTIONARIO

De forma a ajudar a relembrar o descrito sobre a biologia das espécies cinegéticas, aqui ficam algumas questões sobre este tema:

COELHO

P. Que tipos de tocas têm os coelhos?
R. Tocas de reprodução e de habitação.

P. Qual é a altura do ano mais importante para a reprodução?
R. Março a Maio.

P. Quanto tempo dura o período de gestação?
R. 28 a 30 dias.

P. Quantas ninhadas pode uma fêmea ter por ano?
R. 3 a 5ninhadas.

P. Com que idade é que os coelhos se podem considerar adultos?
R. 6 meses.

LEBRE

P. Como pode distinguir uma lebre de um coelho?
R. A lebre é muito maior com orelhas grandes e negras nas extremidades

P. Quantas ninhadas pode uma fêmea ter por ano?
R. 1 a 3 ninhadas.

P. Qual a duração do período de gestação?
R. 42 a 44 dias.

RAPOSA E SACA.RABOS

P. Quando é o cio da raposa?
R. Janeiro

P. A raposa e o saca-rabos têm comportamentos sociais distintos. Diga qual das espécie é sociável?
R. O saca-rabos.

JAVALI

P. O que é o troféu do javali?
R. Os dentes caninos.

P. Qual o tipo de alimentação do javali?
R.'O javali é uma espécie omnívora, isto é, come material vegetal e animal.

P. Os javalis são animais sociáveis. Como se designam os grupos de javalis?
R. Varas ou companhias.

P. A partir de que idade é que se podem reproduzir?
R.. A partir dos 8 meses.

P. Descreva o tipo de pelagem de um animal com menos de 6 meses.
R. A cor geral é amarelada com riscas longitudinais castanhas escuras.


GAMO, VEADO, CORÇO, MUFLÃO

P. De acordo com o tamanho, ordene de forma crescente o gamo, o veado e o corço.
R. Corço, gamo, veado.

P. Indique o nome das fêmeas de: veado, gamo, e corço.
R. Veado - cerva. Gamo - Gama ou gamela. Corço - corça.

P. Das três espécies há uma que e nitidamente menos sociável e em que as parições são
frequentemente de gémeos. Qual é?
R. O corço.

P. Em que época do ano é que os veados perdem as armações? E os gamos?
R. Veado: finais de Fevereiro a Março. Gamo: Março a Abril.

P. Em que época ocorre o cio no muflão?
R. No mês de Novembro.

P. Quando é que os muflões machos adultos formam grupos independentes dos das fêmeas e jovens?
R. Durante o Verão.

PERDIZ-VERMELHA

P. Como distingue a perdiz-vermelha da perdiz-cinzenta ou charrela?
R. A charrela é mais pequena e tem uma mancha castanha em forma de ferradura no peito.

P. Como distinguiria os sexos na perdiz?
R. O macho é mais pesado que a fêmea, de cabeça mais volumosa e tem os tarsos mais
compridos e grossos e os esporões têm base larga e a extremidade arredondada.

P. Conhece alguma forma de distinguir uma perdiz adulta. (mais de 1 ano de idade) de uma perdiz jovem?
R. Sim, pela observação das penas da extremidade da asa, ou seja, das rémiges primárias.

P. Qual o tipo de alimentação da perdiz?
R. No primeiro mês de vida come essencialmente insectos; depois alimenta-se à base de produtos vegetais.

P. Indique as datas normais para: acasalamento, postura e eclosão.
R. Acasalamento: Janeiro a Março; postura: Março a Maio; eclosão: fins de Maio e Junho.

P. E normal detectar bandos de perdizes em Maio? Porquê?
R. Não, nessa altura as fêmeas estão ainda nos ninhos, o casal está ainda formado.

P. Indique qual o número médio de ovos por ninho
R. 12 ovos.

P. , Em condições normais, quantos animais adultos poderemos obter a partir de dez ninhos?
R. 50 animais (5 animais/ninho).

CODORNIZ

P. Em Portugal a codorniz é uma ave sedentária?
R. Não, a codorniz é uma migradora parcial. No sul do país e nos Açores pode ser encontrada todo o ano.

P. Qual a época de criação desta ave?
R. Maio a Junho.

PATOS
P. Quais são os grupos em que podem classificar-se as aves geralmente designadas por Patos em Portugal?
R. São os patos de superfície, os patos mergulhadores, os patos marinhos e os patos-gansos.

P. Que patos marinhos podem ser caçados?
R. Nenhum

P. Qual dos patos é considerado migrador de passagem em Portugal?
R. O marreco.

P. Em relação ao tipo de aparecimento no país, como é que.se classifica o pato-real?
R. Sedentário e parcialmente migrador

GALEIRÃO, GALINHA-D'ÁGUA

P. Como pode distinguir uma galinha-d'água de um galeirão?
R. A galinha-d'âgua tem o bico vermelho e o galeirão tem o bico branco.

P. Durante o Inverno, considera mais normal encontrar um grande bando de galeirões ou de galinhas-d'água?
R. De galeirões.

POMBOS

P. Quais as espécies de pombos existentes em Portugal?
R. Pombo-bravo, pombo-da-rocha e pombo-torcaz.

P. Qual a espécie que mais provavelmente encontraremos numa área de falésias?
R. O pombo-da-rocha.

P. Qual o maior dos nossos pombos ?
R. O pombo-torcaz.

GALINHOLA

P. Em que altura do ano ó que a galinhola se encontra em Portugal?
R. De Inverno no continente e durante todo o ano nos Açores.

P.Qual o tipo de habitat preferido pela galinhoia?
R. Terras frescas e húmidas e bosques com bastantes arbustos.

P. Descreva o voo da galinhola.
R. Voa rápida e silenciosamente entre as árvores

NARCEJAS

P. Quais as espécies de narcejas que podem encontrar-se em Portugal?
R. A narceja-grande, a narceja-galega e a narceja_comum.

P. Quais as narcejas que se podem caçar?
R. Pode caçar-se a narceja-comum e a narceja-gaiega.

TARAMBOLA DOURADA

P' Que espécies de tarambolas se podem encontrar em Portugal? Qual se pode caçar?
R. Tarambola-dourada e tarambola-prâteada. Pode caçar-se a tarambola-dourada.

P. Há diferença entre o regime alimentar das espécies de tarambola? Qual?
R' Sim' A tarambola-dourada alimenta-se sobretudo de insectos e larvas; a prateada de moluscos, crustáceos e vermes.

TORDOS

P. Que espécies de tordos existem em Portugal?
R. Tordeia, tordo-zornal, tordo-ruivo e tordo comum.

P. Quais as espécies sedentárias e quais as migradoras?
R. A tordeia e sedentária; o tordo -zornal, o tordo-ruivo e o tordo-comum são migradores.


ESPÉCIES NÃO CINEGÉTICAS

Naturalmente que ficou bem claro que as espécies atrás referidas são as únicas consideradas cinegeticas, pelo que: não esqueça:

Toda e qualquer espécie que não seja mencionada no capítulo anterior não pode
ser objecto de caça, merecendo inclusive, na sua esmagadora maioria, o estatuto de espécies integralmente protegidas.

não esqueça ainda:

E proibida a captura ou destruição de crias, covas, luras ou ovos de todas as espécies, cinegéticas ou não.
De qualquer forma, queremos chamar a atenção dos candidatos à Carta de Caçador para o
grupo de espécies geralmente designadas por rapinas, bem como para o lince e para a
abetarda, cujas populações se apresentam vulneráveis em Portugal.

AVES DE RAPINA

Tal como todas as outras aves que caçam para sobreviver, as aves de rapina são predadores, exceptuando-se os abutres que são necrófagos, dado alimentarem-se de cadáveres.
Ocorrem em Portugal, com regularidade de,26 espécies de rapinas diurnas (abutres, águias,
milhafres, açores, gaviões, falcões e peneireiros) e 7 espécies de rapinas nocturnas (bufos,
corujas e mochos).
De notar que estão incluídos no grupo das rapinas diurnas os abutres: grifo, abutre-negro
e abutre-do-Egipto. Embora sejam dois grupos de aves que não têm parentesco especial entre si, as rapinas diurnas e as nocturnas apresentam várias características semelhantes. Este facto deve-se a uma adaptação de ambos os grupos ao mesmo tipo de alimentação - a carne de animais vivos ou mortos.
A maior parte alimenta-se de pequenos animais - insectos, roedores, pássaros, lagartos,
cobras, sapos e rãs. Algumas espécies de maior porte preferem coelhos, lebres ou aves de tamanho médio - garças, gralhas, pegas, pombos, perdizes, gaios, etc.






Devido a características próprias que diferem de espécie para espécie, as aves de rapina
têm exigências diversas relativamente a biótopo de nidificação, espécie presa, biótopo de caça ou períodos de actividade preferenciais, pelo que raramente competem entre si. Frequentemente diz-se Que as aves de rapina exterminam a caça. No entanto, embora a maior parte inclua na sua alimentação espécies cinegéticas, o número de exemplares normalmente predados, raramente e de molde a influenciar negativamente a dinâmica populacional das presas.
Pode mesmo dizer-se que o principal efeito das aves de rapina sobre as presas em geral,e a caça em particular, e de selecção.
Esta função manifesta-se de diversas formas:
Captura preferencial das espécies mais abundantes, contribuindo para a adequação à
capacidade de suporte;
Captura preferencial das presas mais fáceis - crias, animais doentes e velhos - contribuindo para a manutenção quer da sanidade da população quer da sua estrutura etária.
Pelas razões apontadas, as rapinas não devem obrigatoriamente ser relacionadas com a diminuição da caça. Pelo contrário, a sua abundância e diversidade são indicadores seguros de que uma região possui comunidades animais ricas e sãs.
Apesar disto e embora de forma já mais atenuada, as aves de rapina que, relembremos, são estritamente protegidas pela Lei da Caça e outros diplomas legais, ainda são por vezes
capturadas e abatidas, detectando-se casos de destruição de ninhos e de criações.Para além da indisciplina de alguns caçadores, a degradação dos habitats provocada essencialmente pela modernização e intensificação local das práticas agrícolas, nomeadamente ao nível da alteração dos cobertos vegetais e da utilização de produtos químicos, levaram em primeira mão à rarefacção das populações de espécies presa e consequentemente ao declínio dos seus predadores.
Esta situação justificou que várias espécies de aves de rapina tivessem entrado na categoria de espécies ameaçadas, contando apenas com escassas dezenas de casais ou apresentando efectivos reprodutores ainda mais baixos, como por exemplo a águia-imperial (AquÌla heliaca adalberti) ou a águia-pesqueira (Pandion haliaetus) embora, nos últimos anos se venha notando uma nítida melhoria, fundamentalmente devida ao ordenamento da fauna cinegética levado a cabo num cada vez maior número de áreas bem geridas.
As aves de rapina são importantes para a caça e para a agricultura. É fundamental
uma acção consciente dos caçadores para evitar o desaparecimento destas espécies.
 

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LINCE IBERICO

O lince-ibérico (L1tnx pardina) é um felino que existe unicamente em Portugal e Espanha, sendo conhecido entre nós pelos nomes populares de lobo-cerval, gato-cravo, gato-lince e Iiberne. É um carnívoro de médio porte, cujo comprimento, desde a ponta do focinho à base da cauda, oscila entre 85 e 110 cm.
O peso pode atingir nas fêmeas os 14 kg e nos machos os 20 kg.





O seu aspecto geral é de um gato de grandes dimensões, corpulento, de focinho curto e de cauda muito pequena (12,5 a l3 cm). A pelagem é amarelada e salpicada de pequena
manchas escuras arredondadas. São característicos os "pinceis" de pelo na ponta das orelhas
e as longas madeixas de cada lado na,face.
E uma espécie exclusivamente carnívora, cuja alimentação se baseia no coelho-bravo e é
complementada por roedores, aves e eventualmente pequenos ungulados - crias e juvenis
de gamo, veado ou javali. Só esporadicamente caça lebres e perdizes.
O lince é fortemente territorial, vivendo cada animal em áreas individuais que geralmente
oscilam entre 500 a 800 ha. Dentro do seu território, cada indivíduo não tolera a permanência de outros da mesma espécie, assim como reduza densidade de outros carnívoros que possam ser competidores.
O habitat do lince-ibérico é tipicamente constituído por:matagais densos, em áreas de escassa influência humana.
Por ser muito dependente dos matagais, o lince escasseia sempre que eles são destruídos.
Tornou-se, assim, uma das espécies mais ameaçadas de extinção.
Em Portugal, sobrevive apenas em pequenos núcleos dispersos pela Beira Baixa, Alentejo
e Algarve, de modo geral em baixa densidade.

ABETARDA

A abetarda (Otis tarda)é uma das aves mais corpulentas da fauna portuguesa (75 a 105cm de comprimento).
Encontrando-se extinta na maior parte da Europa, tem sido objecto de protecção nos países onde ainda existe.





Em Portugal podem ser observadas no Alentejo, nas planícies cerealíferas abertas ou com
muito baixa densidade de coberto arbóreo, alimentando-se de grãos, rebentos de plantas, insectos e mesmo ratos e lagartixas.
É uma ave residente em Portugal; os machos e as fêmeas mantêm-se normalmente em bandos separados durante a maior parte do ano.
No início da Primavera concentram-se nas áreas habituais de reprodução; os machos iniciam então as paradas nupciais, transformando completamente o seu aspecto por inversão das penas' exibindo o branco da cobertura interior em contraste com a superfície castanha avermelhada do peito cheio de ar. Todo este aparato tem como objectivo atrair as fêmeas.
Estas, uma vez fecundadas, abandonarão o grupo isolando-se no meio da seara, onde põem
dois ou três ovos numa pequena depressão escavada no solo. Extremamente desconfiadas, abandonam o ninho mal este seja perturbado.
Os pintos são completamente dependentes da mãe, que os alimenta nas primeiras semanas quase exclusivamente de insectos; podendo voar ao fim de um mês, mantêm-se no entanto junto das fêmeas até à Primavera seguinte.
Os efectivos que constituem a população portuguesa de abetardas são reduzidos. A destruição do seu habitat, especialmente devido ao abandono das práticas agrícolas tradicionais, tem diminuído drasticamente as áreas disponíveis para esta espécie.





CAPÍTULO VI



CONDICIONAMENTOS VENATÓRIOS GERAIS


O exercício da caça, ao ser entendido como a exploração racional de um recurso natural renovável em harmonia com os limites impostos por condicionamentos nomeadamente de ordem ecológica, económica e social e no respeito pelas convenções internacionais e as directivas comunitárias transpostas para a legislação portuguesa, implica o estabelecimento de regras e limitações a esta actividade. É pois conveniente apresentar as principais proibições ou restrições
contempladas na actual legislação no que respeita a locais e outros condicionamentos gerais.



LOCAIS DE CAÇA – PROIBIÇÕES e RESTRIÇÕES



LOCAIS ONDE É SEMPRE PROIBIDO CAÇAR


Nos locais indicados abaixo com ---> é proibido caçar.
Contudo, nos locais assinalados abaixo com (+), a proibição de caçar só é eficaz se os terrenos estiverem sinalizados.
Este sinal, nas cores vermelha e branca, com as dimensões de 25×12,5 cm, indica que é proibido caçar.






Tendo em vista a protecção da fauna é proibido caçar nos seguintes locais:

Refúgios de caça (+) – áreas criadas por portaria que estabelece as limitações às actividades que prejudiquem ou possam perturbar as espécies cinegéticas e não cinegéticas, cuja conservação, fomento ou protecção se pretende.
Nestes locais o sinal anterior é utilizado conjuntamente com esta tabuleta, nas cores vermelha e branca, com as dimensões de 35×25 cm:






-Zonas interditas à caça integradas em áreas classificadas e outras que venham a ser consideradas como tal por despacho do Ministério da Agricultura, a requerimento da entidade gestora.

-Queimadas e áreas percorridas por incêndios, bem como terrenos com elas confinantes, numa orla de 250 metros, enquanto durar o incêndio e nos 30dias seguintes.

-Terrenos que durante as inundações se mostrarem completamente cercados de água e nos 250 metros adjacentes à linha mais avançada das inundações,enquanto estas durarem e nos 30 dias seguintes.

-Terrenos cobertos de neve, com excepção da caça maior.

-Terrenos que fiquem a menos de 100 metros de linhas e pontos de água e de locais artificiais de alimentação, na caça à rola e, nos meses de Agosto e Setembro, na caça aos pombos.

-Terrenos cinegéticos não ordenados, áreas onde se realizem montarias ou batidas durante os 15 dias que antecedem a realização das mesmas e ainda no próprio dia numa faixa circundante de 500 metros de largura (+).

-Para que a vida, saúde e tranquilidade das pessoas sejam salvaguardadas e para protecção dos bens é proibido caçar nas áreas de protecção seguidamente mencionadas, bem como numa faixa de protecção de 500 metros:
Povoados, praias de banho e escolas.
Instalações militares ou de forças de segurança, estações radioeléctricas, faróis, estabelecimentos científicos, prisões e estabelecimentos tutelares de menores.
Estabelecimentos hospitalares, de protecção à infância e à terceira idade.
Instalações turísticas, parques de campismo e desportivos.
Portos marítimos e fluviais.
Aeroportos.
Instalações industriais ou de criação animal.

-Com os mesmos objectivos, é também proibido caçar nos locais seguidamente mencionados, bem como numa faixa de protecção de 100 metros:
Estradas nacionais.
Linhas de caminho de ferro.

Constituem ainda áreas de protecção, sendo portanto proibido caçar nos locais seguintes:
Aeródromos, cemitérios e estradas municipais.

-Terrenos ocupados com culturas florícolas e hortícolas, desde a sementeira ou plantação até ao termo das colheitas, e os terrenos ocupados com viveiros.
-Terrenos com culturas frutícolas, com excepção dos olivais, desde o abrolhar até ao termo das colheitas.
-Olivais (+) e pomares e vinhas com instalação de rega gota a gota (+) e por microaspersão.
-Apiários e pombais, bem como quaisquer terrenos que os circundem numa faixa de protecção de 100 metros(+).
-Terrenos ocupados com culturas arvenses e com sementeiras ou plantações de espécies florestais com uma altura média inferior a 80 cm(+).
-Terrenos situados entre o nível de água das albufeiras e o nível de pleno armazenamento (NPA), com excepção das águas e dos terrenos do domínio público fluvial e lacustre existentes no interior de uma zona de caça e ainda os que com ela confinam quando o diploma de criação da zona o preveja.
-Terrenos situados em zonas militares ou de forças de segurança, terrenos de estabelecimentos de ensino, hospitalares, prisionais ou tutelares de menores,de lares de idosos e os terrenos onde decorram acções de investigação ou experimentação que possam ser prejudicadas pelo livre exercício da caça e situados para além dos 500 metros acima referidos(+).
-Aparcamentos de gado(+).
Nos aparcamentos de gado o sinal anterior é utilizado conjuntamente com
esta tabuleta, nas cores vermelha e branca, com as dimensões de 35×25 cm.





Campos de treino de caça (+).

Nos campos de treino de caça o sinal apresentado inicialmente é utilizado conjuntamente com esta tabuleta, nas cores vermelha e branca, com as dimensões de 35×25 cm.






Os proprietários, usufrutuários e arrendatários que não sejam caçadores podem requerer a proibição da caça nos seus terrenos. Os terrenos onde por esta via seja proibida a caça denominam-se áreas de não caça (+).
As áreas de não caça são delimitadas com a tabuleta seguinte, nas cores branca e verde, com as dimensões de 35×25 cm e utilizada conjuntamente com o sinal de proibição de caçar.







LOCAIS ONDE É PROIBIDO CAÇAR SEM CONSENTIMENTO DE QUEM DE DIREITO



É proibido caçar sem consentimento de quem de direito nos seguintes locais:
− Nos quintais, parques ou jardins anexos a casas de habitação, bem como numa faixa envolvente de 250 metros.
− Nos terrenos murados (circundados, em toda a sua extensão, por muros ou paredes com altura mínima de 1,5 metros).
− Nas zonas de caça.

Com excepção das zonas de caça em que a eficácia da proibição de caçar sem consentimento de quem de direito depende de estarem sinalizadas, nos outros locais referidos a proibição de caçar sem consentimento de quem de direito não carece de sinalização obrigatória.
Podem, contudo, os interessados utilizar o sinal do modelo abaixo apresentado, nas cores vermelha e branca.





Nota: Na delimitação de terrenos em que a sinalização é obrigatória os sinais acima identificados não devem distanciar-se entre si mais de 100 metros. Nas situações em que devem ser utilizadas tabuletas, estas não podem distanciar entre si mais de 1000 metros, devendo ser colocados sinais nos troços intermédios.




PROIBIÇÕES GENÉRICAS


Para além das proibições já referidas anteriormente importa destacar ainda as seguintes:

RELATIVAS À PROTECÇÃO DA FAUNA:

− É proibido capturar ou destruir ninhos, covas, luras, ovos e crias de qualquer espécie, salvo quando autorizado para fins didácticos ou científicos, ou para garantir um adequado estado sanitário das populações ou ainda para repovoamentos ou reprodução em cativeiro.
− É proibido caçar as espécies que não constem do calendário venatório publicado anualmente.
− É proibido caçar fora do período venatório fixado anualmente para cada uma das espécies.
− É proibido ultrapassar os contingentes e outras limitações estabelecidas no calendário venatório.


RELATIVAS AO ACTO VENATÓRIO:

− É proibido enxotar, bater ou praticar quaisquer actos que possam conduzir intencionalmente as espécies cinegéticas de uns terrenos para outros, com excepção das batidas e montarias devidamente autorizadas.
− É proibido, durante a caça, o uso e a detenção de aparelhos que emitam ultra-sons e os que, funcionando a bateria ou pilhas, tenham por efeito atrair a caça.
− É proibido a detenção, o transporte e a utilização de furões, excepto pelas direcções regionais de agricultura e pelas entidades gestoras de zonas de caça previamente autorizadas.
− É proibido caçar pombos-da-rocha fora dos municípios definidos em portaria.
− É proibido, no processo de caça de salto, constituir grupos ou linhas de mais de cinco caçadores nos terrenos cinegéticos não ordenados. Estas linhas devem estar afastadas, no mínimo, 150 metros.
− É proibido caçar ou transportar armas de caça nos dias em que se realizem eleições ou referendos nacionais ou nas áreas das autarquias nos dias de eleições ou referendos locais, na área da respectiva autarquia.

Nota: consideram-se armas de caça, as armas de fogo classificadas de caça, o
arco, a besta e a lança.


RELATIVAS AO USO DE ARCO E BESTA:

− É proibida a utilização de flechas e virotões envenenados ou portadores de qualquer produto destinado a acelerar a captura dos animais.
− É proibida a utilização de flechas e virotões com pontas explosivas, com barbelas ou com farpa.
− É proibida a utilização de flechas e virotões com menos de duas lâminas na ponta e com uma largura de corte inferior a 25 mm, na caça às espécies de caça maior.
− Fora do exercício da caça é proibido o transporte de arco ou besta sem estarem devidamente acondicionados em estojo ou bolsa, exceptuando deslocações entre locais de espera, desde que a distância entre eles não exceda os 100 metros.

RELATIVAS ÀS ARMAS DE FOGO E MUNIÇÕES:

− É proibida a utilização de armas semi-automáticas – espingardas ou carabinas –que possam comportar mais de três munições.
− Fora do exercício da caça é proibido o transporte de armas sem estarem devidamente acondicionadas em estojo ou bolsa, exceptuando deslocações entre locais de espera, desde que a distância entre eles não exceda os 100 metros.
− É proibida a utilização e a detenção de cartuchos carregados com múltiplos projécteis de diâmetro superior a 4,5 mm, vulgarmente designados por zagalotes.
− Na caça menor, é proibida a utilização e a detenção de cartuchos carregados com um projéctil único – a bala – excepto na caça à raposa e ao saca-rabos durante as montarias e batidas de caça maior.
− Na caça maior, é proibida a utilização e a detenção de cartuchos carregados com múltiplos projécteis – os chumbos.

RELATIVAS À DETENÇÃO E COMÉRCIO DE ESPÉCIES:

− É proibida a reprodução, a criação e a detenção em cativeiro de espécies cinegéticas e subespécies não identificadas em portaria.
− É proibida a reprodução, a criação e a detenção de espécies cinegéticas em cativeiro sem autorização expressa da Direcção-Geral dos Recursos Florestais

– após parecer favorável da Direcção-Geral de Veterinária sobre os aspectos
sanitários – com excepção do pombo e da reprodução de coelho-bravo de
populações locais em zonas de caça com o fim exclusivo de proceder ao
respectivo repovoamento.

− É proibido a detenção, a comercialização, a cedência a título gratuito, o transporte e a exposição de exemplares vivos de espécies cinegéticas sem autorização.
− É proibido a comercialização, a detenção, o transporte e a exposição ao público para fins de comercialização de exemplares mortos, bem como de qualquer parte ou produto obtido a partir dos mesmos, de espécies cinegéticas não identificadas em portaria do Ministro da Agricultura.
− É proibido o transporte, o comércio, a cedência e a exposição para venda de exemplares mortos de espécies cinegéticas fora dos períodos venatórios respectivos e dos cinco dias seguintes.
 

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INFRACÇÕES


Ainda que se considere importante o conhecimento de todos os factos puníveis que sejam praticados com violação das normas legais em matéria de caça, é indispensável, pela sua maior gravidade, identificar aqueles que constituem crime.

Com o fim de preservar a fauna em geral e as espécies cinegéticas em particular, constituem crimes:
− Capturar ou destruir ninhos, covas e luras, ovos e crias de qualquer espécie, salvo, no que respeita à captura de ovos e crias, em situações especiais e quando autorizada pelos serviços competentes.
− Caçar espécies não cinegéticas.
− Caçar espécies cinegéticas que não constem na portaria do calendário venatório.
− Caçar fora do período de caça definido no calendário venatório e por processos e meios não autorizados ou indevidamente utilizados.
− Caçar em dias em que a caça não seja permitida ou caçar fora da jornada de caça autorizada.
− Ultrapassar limitações estabelecidas, nomeadamente:
• Caçar patos à espera, a mais de 100 metros dos planos de água fora do
período compreendido entre uma hora antes do nascer do Sol e uma hora
após o pôr do Sol;
• Caçar pombo-da-rocha fora dos municípios identificados em portaria.
− Ultrapassar os limites diários de abate autorizados.
− Caçar nas queimadas, nas áreas percorridas por incêndios e terrenos com elas confinantes, numa faixa de 250 metros, enquanto durar o incêndio e nos 30 dias seguintes.
− Caçar em terrenos cobertos de neve, com excepção de caça maior.
− Caçar nos terrenos que durante inundações fiquem completamente cercados de água e nos 250 metros confinantes com a linha mais avançada das inundações, enquanto estas durarem e nos 30 dias seguintes.
− Abandonar os animais que auxiliam e acompanham o caçador no exercício da caça.

Constituem ainda crimes de caça:

− Caçar sem estar habilitado com carta de caçador.
− Caçar em áreas de protecção.
− Caçar em campos de treino de caça.
− Caçar em refúgios de caça e nas áreas interditas à caça em áreas classificadas.
− Caçar em áreas de não caça.
− Caçar em zonas de caça às quais não se tenha legalmente acesso.
− Caçar em outros terrenos onde seja proibido caçar sem consentimento de quem de direito.
− Caçar com uma taxa de álcool no sangue igual ou superior a 1,2 g/l.
− Caçar não estando em condições de o fazer com segurança, nomeadamente por estar sob influência do álcool ou por sofrer de deficiência física ou orgânica, criando deste modo perigo para a vida ou integridade física de nutrem ou para bens patrimoniais alheios.
− Deter, transportar e usar furão sem autorização.
− Utilizar auxiliares fora das condições estabelecidas.

Constitui crime de desobediência:

A recusa do caçador em descarregar a arma, colocá-la no chão e afastar-se 10 metros do local onde a mesma fica colocada, quando tal lhe seja ordenado pelos agentes fiscalizados.

Nota: a ordem para o caçador proceder da forma indicada é transmitida pelo
agente da autoridade levantando o braço estendido na vertical e efectuando, três
vezes seguidas, o levantamento do braço e o seu abaixamento lateral, até juntar
ao corpo num movimento lento e cadenciado.






CAPITULO VII



TERRENOS CINEGÉTICOS


Os terrenos cinegéticos, aqueles onde é permitido o exercício da caça, incluindo as áreas de jurisdição marítima e as águas interiores, compreendem:
− Terrenos cinegéticos ordenados.
− Terrenos cinegéticos não ordenados.



TERRENOS CINEGÉTICOS ORDENADOS


O exercício da caça deve processar-se de acordo com normas que garantam a conservação, o fomento e a exploração dos recursos cinegéticos ao longo dos tempos.
Entende-se precisamente por ordenamento cinegético, o conjunto de medidas e acções nos domínios da conservação, fomento e exploração racional dos recursos cinegéticos, com vista a obter a produção óptima e sustentada, compatível com as potencialidades do meio, em harmonia com os limites impostos pelos condicionalismos ecológicos, económicos, sociais e culturais e no respeito pelas convenções internacionais e as directivas comunitárias transpostas para a legislação portuguesa.
Para efeitos de ordenamento cinegético do país os terrenos cinegéticos constituem-se em zonas de caça.
Nas zonas de caça, para além das limitações gerais estabelecidas por lei, o exercício da caça está sujeito a normas especiais de acordo com os respectivos planos de gestão, de ordenamento e de exploração.



ZONAS DE CAÇA


A constituição de zonas de caça compete ao Governo.
As zonas de caça são de quatro tipos diferentes, conforme os objectivos que prosseguem:
− Zonas de Caça Nacionais (ZCN).
− Zonas de Caça Municipais (ZCM).
− Zonas de Caça Associativas (ZCA).
− Zonas de Caça Turísticas (ZCT).

As zonas de caça são delimitadas pelas tabuletas apresentadas seguidamente, nas cores vermelha e branca, com as dimensões de 35×25 cm.
Estas tabuletas, tal como já foi referido, são utilizadas conjuntamente com o sinal de identificação de terrenos onde seja proibido caçar sem consentimento de quem de direito.


Zonas de Caça Nacionais

Estas zonas de caça (ZCN) são constituídas em terrenos cinegéticos não ordenados que pelas suas características físicas e biológicas, conducentes à formação de núcleos de potencialidades cinegéticas a preservar, ou que, por questões de segurança, justifiquem ser o Estado o responsável pela sua administração.






As ZCN criadas em terrenos em que estejam em causa questões de segurança, são geridas pelos serviços competentes do ministério envolvido.
As ZCN criadas em terrenos que permitam a formação de núcleos de potencialidades cinegéticas a preservar, são geridas pelo Estado.
O acesso dos caçadores a estas zonas de caça está sujeito a inscrição prévia e sorteio público, ou outro sistema que garanta igualdade de oportunidades a todos os caçadores interessados, obedecendo à ordem de prioridade referida nas ZCM e a critérios de proporcionalidade estabelecidos para cada zona de caça em edital da Direcção-Geral dos Recursos Florestais e do Instituto de Conservação da Natureza quando for o caso.
O referido edital publicita ainda, de acordo com o plano anual de exploração aprovado, designadamente as espécies a caçar, os quantitativos de abate por jornada de caça, os processos autorizados, bem como o período de inscrição e data do sorteio público.
O exercício da caça nestas zonas de caça está sujeito ao pagamento de taxas.
A gestão destas zonas de caça pode, em situações particulares, ser transferida para associações e federações de caçadores, associações de agricultores, de produtores florestais, de defesa do ambiente, autarquias locais ou para outras entidades colectivas integradas por estas.


Zonas de Caça Municipais

Estas zonas de caça (ZCM) têm por objectivo proporcionar o exercício organizado da caça a um número maximizado de caçadores em condições particularmente acessíveis.
Para atingir os objectivos referidos, a gestão dos recursos cinegéticos em terrenos cinegéticos não ordenados pode ser transferida para associações e federações de caçadores, associações de
agricultores, de produtores florestais, de defesa do ambiente, autarquias locais ou para outras entidades colectivas integradas por aquelas, constituindo a área abrangida uma zona de caça municipal.






O acesso dos caçadores às ZCM é feito pela seguinte ordem de prioridade e de acordo com critérios de proporcionalidade a fixar na portaria de constituição de cada ZCM:
− Os proprietários, ou pessoas singulares ou colectivas que detenham direitos de uso e fruição nos termos legais sobre os terrenos nelas inseridos, os caçadores que integrem a direcção da entidade que gere a ZCM, bem como os membros das associações que participam na sua gestão, desde que não associados em zonas de caça.
− Os caçadores residentes nos municípios onde as mesmas se situam, não associados em zonas de caça integradas na mesma região cinegética.
− Os caçadores não residentes nos municípios onde as mesmas se situam, não associados em zonas de caça integradas na mesma região cinegética.
− Os demais caçadores. O acesso dos caçadores a estas zonas de caça é feito por inscrição prévia, sendo os candidatos seleccionados com base num sistema que garanta igualdade de
oportunidade a todos os caçadores interessados. O exercício da caça nestas zonas de caça está sujeito ao pagamento de taxas.
As entidades gestoras de ZCM promovem anualmente a divulgação das condições de candidatura e acesso dos caçadores às jornadas de caça nos locais do costume e, pelo menos, num jornal de expansão nacional.
O plano anual de exploração é aprovado pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais após parecer do Instituto de Conservação da Natureza nas áreas classificadas.


Zonas de Caça Associativas

Estas zonas de caça (ZCA) são concessionadas tendo por base acordos estabelecidos com proprietários ou pessoas individuais ou colectivas que sejam titulares de direitos de uso e fruição, nos termos legais, que incluam a gestão cinegética dos terrenos envolvidos.
Têm por objectivo possibilitar que as associações e clubes de caçadores assegurem aos seus associados o exercício da caça em terrenos cinegéticos ordenados.






O plano de ordenamento e exploração cinegética (POEC) é aprovado pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais, após parecer do Instituto de Conservação da Natureza nas áreas classificadas.
Nas ZCA podem caçar os caçadores associados e os convidados.


Zonas de Caça Turísticas

Estas zonas de caça (ZCT) são concessionadas tendo por base acordos estabelecidos com proprietários ou pessoas individuais ou colectivas que sejam titulares de direitos de uso e fruição
nos termos legais, que incluam a gestão cinegética.






Têm por objectivo a exploração económica dos recursos cinegéticos.
Às ZCT têm acesso todos os caçadores que cumpram as normas privativas de funcionamento das mesmas.



TERRENOS CINEGÉTICOS NÃO ORDENADOS



Enquanto todo o território nacional não estiver ordenado, o exercício da caça nestes terrenos é permitido de acordo com as limitações gerais estabelecidas por lei.
 

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CAPÍTULO VIII



PERÍODOS, PROCESSOS
E CONDICIONAMENTOS VENATÓRIOS



Por factores de ordem biológica é publicada para cada época venatória uma portaria que estabelece, dentro de limites fixados por lei, as espécies cinegéticas que se podem caçar, a data de início e fim dos respectivos períodos venatórios, a duração da jornada de caça para algumas espécies e os processos de caça permitidos. A referida portaria estabelece ainda os limites diários de abate de cada espécie cinegética.
Os períodos, os processos e outros condicionamentos venatórios estipulados para cada época venatória podem variar consoante as regiões e os terrenos cinegéticos estarem ou não ordenados.
Nas páginas seguintes apresentam-se de forma sucinta para cada espécie cinegética e nos termos do Decreto-Lei n.o 202/2004, de 18 de Agosto, os períodos, os processos e outros condicionamentos venatórios a que está sujeito o exercício da caça.


Consulte sempre a portaria anual do calendário venatório e, se pretender caçar em terrenos cinegéticos não ordenados, os respectivos editais.


Fora das condições regulamentares do exercício da caça, as populações de espécies cinegéticas podem ser objecto de correcção, quando tal seja necessário, para prevenir ou minimizar a ocorrência de danos na fauna, na flora, nas pescas, nas florestas, na agricultura e na pecuária ou ainda para a protecção da saúde e segurança públicas.
Nas áreas classificadas, as acções de correcção de populações de espécies cinegéticas dependem de parecer prévio do Instituto de Conservação da Natureza.



Nos quadros seguintes são usadas as siglas:
DGRF – Direcção-Geral dos Recursos Florestais
ICN – Instituto de Conservação da Natureza
MA – Ministério da Agricultura
PG – Plano de Gestão
POEC – Plano de Ordenamento e Exploração Cinegética



CAÇA MENOR – Mamíferos








CAÇA MENOR – Aves sedentárias







CAÇA MENOR – Aves migradoras (continua)








CAÇA MENOR – Aves migradoras (continuação)








CAÇA MENOR – Aves migradoras (conclusão)







CAÇA MAIOR




Capítulo lX



ARMAS DE FOGO E MUNIÇÕES DE CAÇA


É dever do caçador para com os outros, para com a Natureza e para consigo próprio, adquirir os conhecimentos indispensáveis sobre o funcionamento das armas que se usam para caçar.
Os perigos de utilização das armas têm sobretudo duas origens:
- O próprio utilizador;
- A possibilidade de uma deficiência mecânica da arma.

O utilizador é a principal fonte de perigos e acidentes. Conhecer bem os mecanismos das armas contribui muito para que as usemos com segurança.
Nas páginas deste capítulo resumiremos o que todos os caçadores deverão saber sobre:
- As armas e as munições de caça;
- As circunstâncias em que devem ser utilizadas;
- Os factores que devem influenciar a sua escolha;
- As regras que devem ser respeitadas para a sua utilização com segurança;
- A forma segura de as guardar quando não estão a ser usadas.

As armas de fogo utilizadas na caça são constituídas por:

Cano

- Tubo em aço por onde e disparada a carga de projecteis (chumbos) ou o projéctil único
(bala). O interior do cano pode ser liso ou estriado

Báscula / Culatra móvel

- A báscula é um bloco de aço forjado onde se articulam os canos, e onde está contido
o mecanismo de fecho e disparo. Faz efeito de culatra, fechando a retaguarda dos canos.

- A culatra móvel existe nas armas sem báscula e, tal como esta, fecha a retaguarda dos canos. A culatra móvel funciona numa caixa de culatra que contém ainda o mecanismo de disparo e o sistema de elevação dos cartuchos do depósito para a câmara.

Coronha

Peça em madeira ou matéria plástica que serve para empunhar e apoiar a arma no ombro.

Fuste

Peça em madeira ou matéria plástica e aço aplicada aos canos adiante da báscula ou da caixa de culatra que serve para o atirador agarrar o cano ou canos, com a mão esquerda ou com a direita se for esquerdino.
Nas armas de dois canos o fuste contém também mecanismos que fazem parte do sistema de extracção ou ejecção dos cartuchos assim como, na maior parte, é indispensável para armar o mecanismo de percussão.





Podemos classificar as armas de caça em dois grupos:

Espingardas caçadeiras - Armas de cano liso,
concebidas para disparar uma carga (a chumbada) de múltiplos pequenos projécteis
esféricos (chumbos), mas que também podem disparar um projéctil único (bala).

Carabinas - Armas de cano estriado, concebidas para disparar um único projéctil, a maior distância e com maior precisão do que uma espingarda caçadeira.
 

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ESPINGARDAS CAÇADEIRAS

As espingardas caçadeiras mais correntes têm um ou dois canos.

ESPINGARDAS CAÇADEIRAS DE UM CANO

Podem ser de um só tiro ou de repetição; neste caso, podem ser de repetição manual ou semi-automáticas.

As de repetição manual, para cada tiro, exigem a acção do atirador sobre um mecanismo para recarregamento da câmara, a partir de um depósito de cartuchos.

As semi-automáticas, chamadas correntemente "automáticas", depois de carregadas manualmente com o primeiro cartucho na câmara, são recarregadas automaticamente por acção do tiro, com os cartuchos contidos no depósito. As armas verdadeiramente automáticas são armas militares, em que uma única pressão no gatilho pode provocar tiros em rajada.
Nas espingardas semi-automáticas e necessário puxar o gatilho para cada tiro até esgotar
os cartuchos com que estava carregada.

ESPINGARDAS CAÇADEIRAS DE DOIS CANOS

Podem ser de canos justapostos, quando estão colocados lado a lado em plano horizontal,
ou de canos sobrepostos, quando estão um sobre o outro.
Nas que têm dois gatilhos, o primeiro, o gatilho da frente, dispara normalmente o cano
direito nas de canos justapostos e o cano de baixo nas de canos sobrepostos.
As que têm um só gatilho espingardas mono-gatilho disparam os canos na
mesma sequência indicada, podendo no entanto possuir um mecanismo de selecção que permite escolher qual o cano que se quer disparar em primreiro lugar. Diz-se então que são de mono-gatilho selectivo.

CANOS

Os canos, construídos em aço de grande resistência, têm gravadas várias inscrições que
não só identificam o fabricante mas registam também características e provas de resistência a que foram submetidos. Assim, é actualmente obrigatório que estejam indicados nos canos os seguintes elementos: número da arma, calibre, comprimento das câmaras, chokes,diâmetro das almas, pressão de prova e as marcas ou punções do banco de provas do país de origem.
Frequentemente é também indicado o fabricante dos aços,o peso dos canos e o ano de fabrico.
Os canos têm geralmente entre 65 e 75 cm de comprimento, sendo o mais corrente na
actualidade de 70 cm. Normalmente usam-se canos mais curtos para atirar perto, mas com certas características de que adiante falarem os (choke), são igualmente eficazes para tiros mais afastados.
Um caçador de pequena estatura tem vantagem em usar uma espingarda de canos curtos,
visto proporcionar melhor equilíbrio.
No cano identificam-se quatro zonas:

Câmara - Zona do cano junto à culatra, onde se introduz e é percutido o cartucho.

Alma - Superfície interior do cano.

Estrangulamento, também chamado choke - Redução do diâmetro da alma numa pequena extensão (aproximadamente 5 cm) junto à boca do cano.

Boca - Extremidade final do cano por onde sai a carga de chumbos ou a bala.

Nas armas com báscula, as peças salientes por baixo das câmaras podem designar-se por blocos de fecho ou grampos e servem para articular os canos na báscula, recebendo nos seus entalhes os trincos de fecho, comandados pela alavanca de abrir.
Sobre o cano ou entre os dois canos justapostos estão os auxiliares de pontaria, a fita e o ponto de mira.

CÂMARAS

Para igual calibre, o comprimento da câmara é um dos factores que determina a potência da munição que pode ser usada numa espingarda. O seu comprimento é expresso em milímetros ou em polegadas.
Os comprimentos mais vulgares são 65 mm (2 * 1/2 polegadas) e 70 mm (2 * 3/4 polegadas).
As armas modernas têm na generalidade câmaras de 70 mm.
Quanto a outros comprimentos de câmara, existem ainda espingardas calibre 12 com câmaras de 50 mm (2 polegadas), embora pouco vulgares, e espingardas com câmaras 76 mm (3 polegadas), hoje bastante divulgados sobretudo para a caça aos patos e aos pombos.
Em calibre 20,uma espingarda com câmaras 76 mm pode equivaler e substituir uma espingarda calibre 12 de câmaras 65 ou 70 mm.
As armas de câmara 76 mm são designadas por magnum, por exemplo calibre l2 magnum
ou calibre 20 magnum.


Atenção:
A dimensão das câmaras corresponde ao comprimento dos cartuchos antes de serem fechados ou rebordados.
Um cartucho de 70 mm cabe numa câmara de 65 mm, mas ao ser disparado o rebordo não pode abrir totalmente, o que dificulta a passagem da carga para o cano e aumenta
perigosamente a pressão na câmara.
Nunca dispare cartuchos de câmara 70 numa arma com câmaras 65 nem cartuchos câmara 76 numa arma com câmara 70.






Antes de utilizar uma espingarda, verifique sempre o comprimento das câmaras. Esta indicação pode estar por baixo de cada câmara, na zona plana que encosta à báscula, ou na parte lateral do cano, junto da caixa de culatra ou da báscula. As inscrições apresentam-se por exemplo como: 12/70 ou l2-2*3/4.
Caso não haja qualquer indicação, solicite a um armeiro que faça a verificação.

ALMAS - CALIBRE

A alma dos canos das espingardas caçadeiras caracteriza-se pelo seu calibre.
As espingardas mais utilizadas na caça menor são de calibre 12 e 20.Até há alguns anos
usou-se muito o calibre 16.
Estes números utilizados universalmente para designar calibres de espingardas caçadeiras, correspondem à quantidade de esferas com o diâmetro da alma do cano que se podem fundir com o peso de uma libra (aproximadamente 454 gramas) de chumbo. Em português,
um calibre expresso desta forma designa-se por adarme, apesar de se utilizar na linguagem corrente o termo calibre.
Assim, por exemplo, uma espingarda calibre 12 é aquela cujo diâmetro da alma é igual ao de uma das doze esferas idênticas que se produziriam com urna libra de chumbo.
O diâmetro da alma de um cano calibre 12 é no mínimo 18,2mm, um calibre l6 tem 16,8 mm
e um calibre 20 tem 15,6 mm. As normas de fabrico têm uma tolerância para mais 0,7 mm
no calibre 10 e 12 e mais 0,5 mm nos restantes.
Quanto mais pequeno for o calibre de uma espingarda, tanto maior e o número que o designa.
As armas de maior calibre e peso permitem a utilização de maiores cargas de chumbo e pólvora mas são mais incómodas e cansativas. As de menor calibre têm menores cargas
mas manejam-se e transportam-se mais facilmente.

ESTRANGULAMENTO OU CHOKE

A boca do cano de uma espingarda pode ser ligeiramente estrangulada. A este estrangulamento é hábito chamar-se choke, palavra inglesa que designa aperto. O choke actua sobre a carga de chumbos de uma forma semelhante ao efeito provocado por uma agulheta numa mangueira.
Assim, o choke aperta a chumbada, permitindo que, a uma certa distância, a concentração
de chumbos seja maior do que com um cano cilíndrico. Tem portanto as vantagens de reduzir os espaços vazios entre os chumbos e aumentar ligeiramente o alcance útil, mas o inconveniente de diminuir o diâmetro total da chumbada tornando o tiro mais difícil.
Apresentamos seguidamente um quadro com as designações tradicionais do choke, que são indicados por ordem decrescente de estrangulamento, acompanhados da correspondente diminuição do diâmetro da alma e do símbolo usado actualmente nos canos das espingardas.





Pode ainda haver canos com a designação de extrafull choke, cujo estrangulamento é ligeiramente superior a 1mm. Há ainda canos que, em lugar do estrangulamento, aumentam de diâmetro na zona onde existiria o choke. Qualquer destas soluções é no entanto pouco comum.
A transição da alma do cano para o estrangulamento é feita por uma rampa cuja maior ou
menor dimensão é de grande importância para a distribuição da chumbada. Nas armas de
qualidade, as almas dos canos, as rampas dos chokes e os próprios chokes são ensaiados na fábrica e alterados até se obter urna boa distribuição dos chumbos e a concentração que o cliente encomendou.
Uma arma de dois canos tem a vantagem de poder dispor de dois estrangulamentos diferentes,normalmente o menor no primeiro tiro e o maior no segundo. A combinação mais versátil para quem tenha só uma arma de caça será ter 1/4 de choke no primeiro tiro e 1/2 choke no segundo, ou caso prefira maior concentração da chumbada,1/2 choke no primeiro full choke no segundo.
Como indicação, podemos referir que normalmente se caçam coelhos com canos abertos,
isto é, pouco estrangulados (tiros a curta distância), perdizes com canos médios, e patos - quando passam altos - com canos fechados. No entanto, não há regras fixas, dependendo do tipo de terreno e da época em que se caça.
Convém ainda salientar que um tiro de um cano muito estrangulado a curta distância, ao
atingir o alvo, desfaz a peça de caça.
Para utilização com balas, deve escolher-se um cano com o menor estrangulamento possível.
As balas com aletas de deformação, ou outro sistema apropriado, podem no entanto ser disparadas em armas com canos mais apertados (meio choke ou full-choke) mas contribuem para o maior desgaste dos canos, desenvolvendo também maiores pressões.

MECANISMO

ESPINGARDAS DE DOIS CANOS

Os sistemas mecânicos de percussão nas armas de dois canos, embora com grandes variações, podem ser basicamente de dois tipos:

De meias platinas ou sistema Anson, em que todo o mecanismo está contido dentro da
báscula. E o sistema mais simples e robusto, com menor número de peças e mais barato.
A báscula é no entanto menos resistente e o sistema de gatilho menos seguro, salvo alguns casos especiais.

De platinas inteiras, em que cada mecanismo está fixo a uma chapa de aço, a platina, que está aplicada aos lados da báscula. A principal vantagem das platinas inteiras é possibilitar uma báscula mais robusta e uma maior segurança contra disparos acidentais, uma vez que a maioria possui uma barra interceptora que impede a queda do cão sobre
o fulminante, no caso de uma pancada ou queda violenta da arma.
As armas de platinas inteiras são de mais difícil execução e portanto mais caras na generalidade dos casos.
Existem armas que apresentam chapas laterais à báscula, semelhantes às platinas, mas cujo mecanismo é idêntico às armas de meias platinas, sendo essas chapas destinadas unicamente à decoração da arma. Chamam-se espingardas de falsas platinas.
Em qualquer destes sistemas, a abertura da espingarda, para carregamento, faz mover as
alavancas de armar existentes dentro do bloco da báscula. Estas alavancas armam os cães
ou martelos. O movimento de abrir a arma actua também sobre o sistema de extracção ou
ejecção de cartuchos, cujo mecanismo está normalmente contido no fuste e entre os canos.
As espingardas com extractores levantam os cartuchos da câmara para serem retirados manualmente. As espingardas com ejectores, também chamados extractores automáticos,
projectam para o exterior os cartuchos disparados.

ARMAS SEMI-AUTOMATICAS

As armas de um só cano actualmente mais utilizadas são as espingardas semi-automáticas.
O sistema mecânico destas armas, após o carregamento inicial feito pelo atirador, baseia-se no aproveitamento da energia do recuo da arma, ou dos gases desenvolvidos na combustão da carga de pólvora para abrir a culatra, expulsando o cartucho disparado e fazendo funcionar o sistema de elevação dos cartuchos do depósito para a câmara, armando simultaneamente o cão e fechando a culatra por acção duma potente mola.
Estas armas, dispondo de um só cano, não permitem a escolha entre dois chokes no momento do tiro, como acontece nas armas de dois canos. No entanto, podem carregar-se com três munições, uma na câmara e duas em depósito, aumentando assim a capacidade de fogo,sendo por isso consideradas, por muitos, pouco desportivas.
Caso possibilitem a introdução de mais de três cartuchos (quando utilizadas na caça) deverão ser transformadas aplicando-se um limitador, de forma a não ser possível o seu carregamento com mais de 3 munições, incluindo aquela que for colocada na câmara.

MECANISMO DE DISPARO

A descrição do funcionamento do mecanismo de disparo é semelhante, quer para as armas de dois canos quer para as armas sermi-automáticas. As peças que os compõem são no entanto totalmente diferentes.
O esquema apresentado refere-se a uma espingarda de dois canos, de meias platinas.
A pressão do dedo sobre a cauda do gatilho (1) faz rodar a patilha do gatilho (2) sobre
o seu eixo.
A patilha do gatilho actua sobre o armador (3) e este liberta o cão (4), também chamado
martelo que sob pressão da mola real (5) faz com que o percutor (6) bata violentamente
no fulminante do cartucho, inflamando a carga de pólvora.
Ao abrir a arma, a alavanca de armar (7) arma de novo os cães.
O sistema de segurança ou travão (
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impede o movimento do gatilho, mas não impede que o armador salte do seu entalhe no cão sob a acção de uma pancada e assim se dispare a arma mesmo estando travada. Por isso, não se deve confiar excessivamente no travão da arma. Normalmente a posição de fogo é para diante e a segurança (travada) para trás. Nas semi-automáticas com segurança de botão, a posição de fogo é carregando da direita para a esquerda e a posição de segurança da esquerda para a direita.
O guarda-mato (9) faz parte também dos sistemas de segurança e serve para proteger os
gatilhos de contactos acidentais durante a utilização da arma.






CORONHA

A madeira mais usada para o fabrico de coronhas é a nogueira. E simultaneamente leve e
resistente, facilmente trabalhável e bastante estável face às variações de temperatura e humidade. Na actualidade, é possível em certas armas ter coronhas feitas em matéria plástica ou em laminado de madeira. Têm a vantagem de serem mais estáveis e muito mais baratas mas não valorizam a arma.





Para o êxito do tiro com uma espingarda caçadeira é fundamental a sua perfeita adaptação ao atirador. Esta adaptação faz-se através da forma e dimensões da coronha.
Os principais elementos de adaptação da coronha ao atirador são os seguintes:

- O comprimento, medido do gatilho (ou primeiro gatilho) até ao meio da chapa de coice;
- A queda, posição da crista relativamente à linha de mira, é medida normalmente em dois pontos: no nariz da crista, junto ao punho, e no talão da coronha, na parte superior da chapa de coice. Uma coronha com pouca queda designa-se por direita e com muita queda designa-se por caída;
- O desvio lateral, cast off ou avantage, é o afastamento do plano vertical da coronha relativamente ao eixo da linha de mira. No caso dos esquerdinos, o desvio é para a esquerda da linha de mira e chama-se cast in;
- As coronhas podem ainda ter almofada, que é uma saliência para encostar a cara que se usa sobretudo nas carabinas.
 

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MUNIÇÕES

As munições das espingardas caçadeiras são designadas por cartuchos, termo este proveniente da antiga forma de embalar as cargas das armas de carregar pela boca.
O cartucho actual é constituído pelos seguintes componentes:

- Invólucro (1), em cartão ou plástico, com uma base ou copela (2) em latão, e que constitui a embalagem de todos os restantes componentes;

- Fulminante (3), pequeno recipiente metálico contendo substância detonante, destinado a inflamar a carga de pólvora quando percutido. E encaixado num orifício na base do cartucho;

- carga de pólvora (4), colocada no fundo do invólucro, em contacto com o encaixe para o fulminante;

- Bucha (5), peça cilíndrica em plástico ou material biodegradável (feltro ou aglomerado de cortiça), que se coloca entre a pólvora e a carga de chumbos;

- carga de chumbos (6), conjunto de pequenas esferas, em liga de chumbo e outros metais, que constituem os projécteis destinados à caça menor, para caça maior a carga de chumbos é substituída por uma projéctil único, a bala;

- Disco de fecho (7), que evita que a carga de chumbos caia do cartucho. os cartuchos
de plástico são normalmente fechados a quente, em estrela, com o próprio plástico do cartucho, não levando disco de fecho.





O fulminante, pelo efeito do choque do percutor inflama a pólvora. A libertação dos gases resultantes da combustão da pólvora exerce uma forte pressão sobre a bucha que, por sua vez, a comunica à carga de chumbos, a qual é expelida para a boca do cano.
A bucha protege os chumbos do enorme calor desenvolvido, evitando que se fundam. A elasticidade da bucha contribui para atenuar o choque da "explosão" evitando a deformação dos chumbos e reduzindo o recuo da arma.
Sempre que possível devem usar-se.cartuchos e buchas de material biodegradável para evitar a poluição. Não se devem deixar no campo os cartuchos vazios que se disparam.
Existem chumbos de diferentes diâmetros que devem ser seleccionados de acordo com as espécies que se caçam (ver quadro).





O tamanho dos chumbos exprime-se por um número convencional, que varia ligeiramente conforme as normas utilizadas nos países produtores. Por isso, algumas embalagens actuais indicam também o diâmetro do chumbo.
Quanto menor o número convencional de referência do chumbo, maior é o seu tamanho, ou seja, o seu diâmetro.
Os chumbos de diâmetro superior a 4,5 mm, designam-se por zagalotes, sendo PROIBIDA
a sua utilização para qualquer tipo de caça, quer pelo risco para os outros caçadores, devido à facilidade com que fazem ricochetes, quer pela maior probabilidade de ferirem a caça sem a matarem.


Atenção:
Nunca juntar cartuchos calibre 20 e calibre 12
Um cartucho calibre 20 introduzido por engano numa espingarda calibre 12 ficará preso no final da câmara e permite que caiba um cartucho calibre 12 por cima. Ao disparar, a arma rebentará com consequências gravíssimas para o atirador.
Este acidente acontece, pelo que todos os cuidados são poucos em não misturar cartuchos.


O TIRO

O tiro à caça menor com espingarda caçadeira deve sempre ser um tiro em movimento.
Atirar a uma peça de caça menor parada ou pousada é indigno de um caçador que tenha
respeito por si próprio e pelas espécies que caça.
Só com bala é legítimo atirar à caça parada, pela razão de que o tiro com bala oferece em
si dificuldade suficiente, enquanto que atirar uma "nuvem" de chumbos a uma peça imóvel
não tem qualquer valor ou dificuldade e a caça se não for difícil não é caça.
Capturar ou abater e recolher o animal caçado chama-se, em linguagem de caça, cobrar.

CORRER A MÃO

O tiro a uma peça de caça em movimento exige do caçador enorme rapidez no ajuizar se
o animal é ou não espécie que possa caçar, se é ou não seguro atirar nas circunstâncias em que estiver, se está ou não a distância a que possa abater a peça e, por fIm, fazer o tiro, movendo-se em conjunto com a arma, de forma a seguir e ultrapassar ligeiramente a peça de caça e nesse momento premir o gatilho.
Tudo isto se passa em segundos ou fracções de segundo e a este movimento chama-se correr a mão; exige treino e com o treino vem o ajuizar, por instinto, se a situação é ou não propícia e segura para o tiro.





PESO DOS GATILHOS

A força medida em quilogramas, que se aplica sobre a cauda do gatilho para fazer disparar a arma, chama-se peso do gatilho.
Numa espingarda caçadeira com dois gatilhos, o segundo deve ter sempre um peso superior ao primeiro, isto é, deve exigir maior esforço para ser pressionado pela razão de que, com o "coice" do primeiro tiro, poderá disparar-se o segundo se o gatilho for demasiado leve.
Esta situação é sempre muito perigosa.
O peso do primeiro gatilho não deve ser inferior a 1,7 kg e o do segundo não deve ser inferior a 1,9 kg.

RECUO OU COICE

As espingardas ao serem disparadas, produzem o recuo, vulgarmente chamado coice.
A sensação do coice no ombro e na cara depende sobretudo do peso da arma, da forma da coronha e da sua adaptação ao atirador, sendo também de alguma importância as características do cartucho e o diâmetro da alma.
Para os mesmos cartuchos terá menor recuo a arma mais pesada e aquela cuja coronha estiver melhor adaptada à conformação física do atirador.
O recuo exagerado é o factor que mais pode prejudicar a capacidade de alguém se tornar num bom atirador. Frequentemente, o receio antecipado da pancada do recuo faz errar o tiro.

ALCANCES

A energia dos projécteis depende do seu peso e da velocidade que a carga de pólvora lhes imprimiu. Como a velocidade se vai reduzindo à medida que a distância do alvo aumenta, a energia vai também baixando, até não ser suficiente para matar a peça de caça. Por outro lado, diz-se que a densidade da chumbada é maior quando os chumbos vão mais juntos e é menor quando vão mais afastados uns dos outros. A medida que a distância aumenta, a densidade da chumbada diminui, isto é, os chumbos afastam-se uns dos outros, até que, ou a peça de caça pode caber no intervalo entre os chumbos ou é atingida por um só chumbo que, sozinho, pode não ter energia para a matar.Em função destes parâmetros, consideram-se de três tipos o alcance de um tiro de espingarda:alcance útil, alcance máximo normal e alcance máximo acidental.

ALCANCE ÚTIL

É a distância ate à qual a energia e a densidade dos projécteis, os chumbos, permitem matar seguramente uma peça de caça, desde que o tiro seja bem centrado. Dentro do alcance útil duma espingarda, a peça de caça deve ser atingida por mais de que um chumbo. O alcance útil de uma espingarda é de cerca de 30 a 40 metros, com variações dependendo da carga e do cano.
Um caçador responsável deve habituar-se a avaliar as distâncias para evitar atirar ou ferir
inutilmente uma peça de caça fora do alcance útil da espingarda. Podemos referir, como
comparação, que 30 metros é a altura de um prédio de 5 andares e cerca do dobro da altura de um pinheiro alto.

ALCANCE MÁXIMO NORMAL

É a distância máxima que é possível os chumbos atingirem, sendo a espingarda disparada
segundo um determinado ângulo com o solo (cerca de 20 a 30 graus relativamente à horizontal).
O alcance máximo depende sobretudo da dimensão dos projécteis mas também em pequena parte do comprimento dos canos, do choke e da carga dos cartuchos.
Simplificando, podemos dizer que os chumbos de maiores dimensões e peso vão mais longe.
O quadro seguinte indica, para as dimensões dos chumbos mais frequentemente utilizados a ordem de grandeza dos alcances máximos normais.





ALCANCE MAXIMO ACIDENTAL

Resulta da formação de um "cacho" de chumbos. Os chumbos podem juntar-se acidentalmente,devido à alta temperatura dos gases de combustão, que os fundem parcialmente, soldando-se uns aos outros. No caso limite, o cacho comporta-se como uma bala; pode então atingir uma distância bastante maior do que o alcance máximo normal. O perigo torna-se maior visto que o projéctil resultante, com forma irregular, é muito impreciso.A formação acidental deste projéctil, que é costume designar-se por
"embalamento" pode ter várias origens, nomeadamente: bucha defeituosa ou mal colocada, chumbos insuficientemente "endurecidos" (liga demasiado rica em chumbo), cano com o interior muito corroído.
Esta situação é relativamente rara, mas pode acontecer sem se esperar e, por isso, é fundamental a seguinte regra de segurança: nunca se atira a uma peça de caça quando alguém se encontra na direcção do tiro, mesmo que esteja para lá do alcance máximo normal.



CARABINAS

As carabinas de caça distinguem-se por terem o cano com alma estriada e acessórios de
pontaria mais aperfeiçoados que os utilizados nas espingardas caçadeiras.

ALMA ESTRIADA

As estrias são pequenos sulcos abertos na alma do cano que formam uma espiral ao longo do seu comprimento e provocam um movimento de rotação na bala que se mantém até esta atingir o alvo.
As estrias caracterizam-se pelo número e forma dos sulcos e pelo seu passo. O passo das
estrias é dado pelo comprimento de cano necessário para a bala fazer uma volta completa,
ou seja, uma rotação.

ACESSORIOS DE PONTARIA

As carabinas identificam-se exteriormente sobretudo pela presença de acessórios de pontaria mais aperfeiçoados do que nas caçadeiras. Enquanto nestas existe normalmente um ponto de mira de pequenas dimensões junto à boca do cano, nas carabinas existe um ponto de mira e uma alça.
A alça é constituída por uma peça em aço ou matéria plástica, com um pequeno corte em V ou em U, colocada sobre o cano um pouco adiante da caixa de culatra e destina-se a
permitir um tiro de precisão a maior distância. Pode ser fixa ou regulável, permitindo neste caso correcções laterais e verticais para ajuste da pontaria a diversas distâncias.
A pontaria é conseguida alinhando visualmente a alça, o ponto de mira e o alvo.
Existe ainda um outro tipo de alça, o diopter, usado sobretudo no tiro ao alvo mas pouco usado na caça.
Modernamente quase todas as carabinas de caça dispõem de um óculo de pontaria também chamado mira telescópica.
É um aparelho óptico composto por um tubo metálico que encerra hermeticamente um conjunto de lentes e um retículo de pontaria. Este retículo é ajustável em altura e direcção e é constituído por duas linhas perpendiculares que se cruzam ao centro do campo de visão do óculo. Conforme os modelos estas linhas podem ter formas ou espessuras diferentes. A ampliação da imagem no óculo "aproxima" o alvo um certo número de vezes, permitindo, com o retículo, uma visão muito mais nítida do ponto a atingir e portanto uma maior eficácia no abate do animal
Nalguns óculos, o cruzamento das linhas do retículo é substituído por um ponto luminoso, que não tem qualquer função de iluminação do alvo.
O óculo usa-se sobretudo para caça de aproximação e espera. Em batidas e montarias não
é particularmente necessário porque os tiros são normalmente a curta distância. Os oculos envolvem ainda alguns riscos porque o seu limitado campo de visão permite que, nos tiros em movimento, seja possível correr a mão na direcção dum companheiro, dum matilheiro ou de cães, sem que o atirador se aperceba senão tarde de mais.
No entanto, para pessoas com a vista cansada, que tenham dificuldade em alinhar com nitidez a alça, o ponto de mira e o alvo, justifica-se plenamente a sua utilização, sendo de
escolher, para montaria, um modelo com pequena ampliação e grande campo de visão.


Atenção:
Ao ensaiar uma carabina deve certificar-se de que tem uma barreira alta e sólida (areia ou terra) contra a qual vai atirar.
Caso use um óculo deverá ter sempre uma pessoa junto a si, para vigiar o campo de tiro, visto que, ao olhar através do óculo não terá a possibilidade de ver alguém aproximar-se e eventualmente cruzar a trajectória de tiro. As consequências podem ser trágicas!
Com uma carabina equipada com óculo o atirador deve manter a cara afastada da lente ocular - aquela por onde olha - aproximadamente 8 a 10 cm (cerca de uma mão travessa").
A montagem de um óculo sobre uma carabina deve ser feita por um armeiro experiente
e com as peças apropriadas. E perigoso improvisar!


ALGUNS TIPOS DE CARABINAS

As carabinas de caça podem em geral classificar-se nos seguintes tipos:

- De repetição manual:
Têm um depósito fixo ou um carregador amovível para armazenar várias munições.Após o tiro, acciona-se manualmente a culatra, expulsando-se o cartucho vazio e introduzindo-se nova munição na câmara.

- Semi-automáticas:
Têm normalmente carregador amovível e o recarregamento faz-se por acção da força do recuo ou dos gases desenvolvidos pela combustão da pólvora, não sendo necessário manobrar a culatra manualmente, senão para a introdução da primeira munição na câmara.
Para uso na caça, têm que estar previstas ou transformadas para que não possam ser
carregadas com mais de 3 munições, incluindo aquela que for introduzida na câmara.

- Monotiro:
São de um só cano e de um só tiro, tendo o cano articulado em báscula ou possuindo outro tipo de culatra.
As que têm báscula designam-se pelo termo alemão Kiplauf e são normalmente muito leves, usando-se sobretudo para caça de aproximação em montanha.

- De dois canos - Express:
Têm báscula, e os canos podem ser justapostos ou sobrepostos. usam-se sobretudo para tiro em movimento, em batidas e montarias.





- Mistas de dois e de três canos:
As armas mistas de dois canos, sobrepostos ou justapostos, têm um cano liso e outro
estriado.
As armas de três canos são designadas pelo termo alemão drilling quando têm dois
canos lisos e um estriado, e express-drilling quando têm dois canos estriados e um liso.
Qualquer destes três tipos de armas é pouco usado em Portugal.






Atenção:

Em Portugal, as armas mistas, as drilling e as express-drilling podem ser usadas, na caça maior, carregadas só com munição com bala, e na caça menor só podem ser utilizadas
com cartuchos carregados com chumbo. O porte simultâneo de munições com bala e de munições com chumbos é proibido.
As carabinas de pressão de ar e as carabinas calibre .22 de percussão anelar não são
classificadas, em Portugal, como armas de caça, pelo que não podem ser usadas para
esse fim.
 

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VANTAGENS DO USO DE CARABINA NA CAÇA MAIOR

As carabinas apresentam, em comparação com as espingardas caçadeiras, várias vantagens
para o tiro de caça maior:

MAIOR PRECISÃO

O movimento de rotação provocado pelas estrias e a forma da bala são os principais factores que aumentam a precisão de tiro relativamente à que é possível obter com uma espingarda caçadeira.
A maior precisão permite acertar em alvos mais pequenos a maior distância. Na caça maior de aproximação e necessário fazer tiros a distâncias entre os 100 e200 metros, que atinjam zonas vitais com cerca de 20 centímetros de diâmetro.

MAIOR ALCANCE

Um menor peso do projéctil (bala) e uma proporcionalmente maior carga de pólvora permitem que uma bala de carabina tenha muito maior velocidade que uma bala de espingarda caçadeira.
As velocidades dos projecteis medidas à boca do cano, nas carabinas de caça maior, variam entre os 750 e os 1200 metros/segundo e nas caçadeiras variam entre os 400 e os 450 metros/segundo.
O peso da bala é de cerca de 10 a 12 gramas para calibres médios das carabinas para caça maior e de cerca de 30 gramas numa bala calibre 12 de caçadeira.
Numa carabina, o alcance é assim muito maior e a trajectória da bala muito menos curva
- mais tensa - enquanto que numa caçadeira a trajectória da bala é muito mais curva. Isto significa que a bala de carabina "cai" menos do que a bala de caçadeira, o que reduz o risco de errar o alvo devido a um engano na avaliação da distância, diminuindo portanto a possibilidade de ferir o animal sem o matar.
A maior velocidade da bala permite também que em batida ou montaria, onde se faz tiro em movimento, o adiantamento necessário, o "correr da mão", seja menor do que com uma caçadeira.

MAIOR ENERGIA

Quanto maior for a energia resultante do choque da bala com a peça de caça, mais provável é que o animal tenha uma morte quase instantânea desde que atingido numa zona ou órgão vital.
A energia aumenta com o peso da bala e sobretudo com a velocidade desta. Uma bala de carabina dum calibre médio pode, para distâncias entre 50 a 100 metros, desenvolver mais do dobro da energia duma bala de caçadeira calibre 12.


Atenção:
O grande alcance da carabina exige da parte do caçador que a utiliza cuidados adicionais
Nunca se deve esquecer que as suas balas podem atingir distâncias na ordem dos 5000 metros, segundo certos ângulos e para algumas munições. Mesmo se, na melhor das hipóteses, o terreno for aberto, a sua visão não é suficiente para garantir que ninguém
se encontra na direcção do tiro à distância a que a bala vai cair. Portanto, só se deve atirar com carabina segundo uma direcção tal em que haja a certeza de que a bala se vá enterrar no solo a uma distância claramente abarcada pela vista.
Com uma carabina nunca se dispara a uma peça que se apresente de tal forma que o tiro seja rasante ao terreno e que a bala possa prosseguir a sua trajectória para além do que a vista alcança.
Também nunca se dispara na direcção de uma mancha de floresta ou mato. visto não sabermos se lá poderá estar alguém que não se veja.


MUNIÇÕES

As munições para carabinas caracterizam-se por uma volumosa carga de pólvora associada a um menor peso da bala, quando comparadas com as munições para espingardas caçadeiras.Todos os calibres das munições destinadas a carabinas para caça maior usam cartucho metálico, que é composto pelo invólucro, fulminante, carga de pólvora e bala, normalmente de chumbo, com um revestimento em liga metálica de cobre e níquel que se designa por blindagem.
As balas para caça maior são habitualmente expansivas, isto é, a sua blindagem é construída de maneira a que a bala se deforme provocando a morte mais rápida do animal.
As pólvoras usadas nas munições de carabina são diferentes das pólvoras que se usam nas espingardas caçadeiras.


Atenção:
É muito perigoso a utilização de uma pólvora para espingarda caçadeira num cartucho metálico para carabina, pela possibilidade de rebentamento da arma.


CALIBRE

O calibre das carabinas é expresso das seguintes formas:
Nos países da Europa Continental e em todos os que usam o sistema métrico, as munições são identificadas pelo diâmetro do projéctil - o calibre - e pelo comprimento do invólucro,em milímetros, por vezes com arredondamento, com os dois valores separados pelo sinal x.
O cartucho pode ter rebordo saliente ou reentrante. Nos que têm rebordo saliente é acrescentada a letra R. Podem ainda ser acrescentadas outras designações, por exemplo referentes ao tipo de projéctil ou ao fabricante.


Exemplos: 7 x 57

7x65R

8x57JS

Na Grã-Bretanha, Estados Unidos da América do Norte e todos os países de influência britânica, os calibres são designados pelo diâmetro do projéctil em centésimos ou milésimos de polegada (1 polegada :2,54 cm). A esta designação é quase sempre acrescentada uma outra que pode ser de vários tipos:

- Designação do fabricante que lançou a munição.

Exemplo: .270 Winchester(calibre 270 milésimos de polegada, lançado pela marca Winchester).

- Indicação do ano de lançamento.

Exemplo: 30.06 Springfield (calibre 30 centésimos de polegada, introduzido em 1906 pelo Arsenal de Springfield).

-Referência ao calibre e ao peso da pólvora.

Exemplo: 45-70 (calibre 45 centésimos de polegada, com 70 grãos de pólvora negra; 1 grão : 0,065gramas).

Para munições de igual calibre mas com cartuchos de grande capacidade em pólvora, foi adoptada a designação de Magnum.

Exemplos:

.300 Holland & Holland Magnum (calibre 300 milésimos de polegada, lançado pela Holland & Holland de Londres, com cartucho de grande capacidade).

270 Weatherby Magnum (270 milésimos de polegada, criado pela marca Weatherby, com um cartucho com muito maior capacidade de pólvora do que o cartucho do 270 Winchester.

ARMAS E MUNIÇÕES PARA CAÇA MAIOR

As munições para caça maior devem ter a capacidade de abater com eficácia as várias espécies deste grupo.Embora haja várias teorias de como deve ser expressa essa capacidade, normalmente tomase por base a energia cinética a uma determinada distância, por exemplo 100 metros, ao mesmo tempo que se recomenda um calibre mínimo, conforme as várias espécies de caça maior.
Podemos distinguir as espécies cinegéticas de caça maior existentes em Portugal segundo
três categorias, consoante os respectivos pesos médios. Assim, para abater correctamente
os animais indicados nestas categorias, considera-se que é necessário que as munições a
utilizar tenham as energias cinéticas, a 100 metros (E 100), expressas em quilogrâmetros
(kgm), aproximadas às indicadas no quadro seguinte, onde se referem também os calibres
mínimos recomendados para cada uma das categorias.
No quadro seguinte pode verificar-se que algumas munições são recomendadas para várias
espécies; não há separações rígidas, tanto mais que a variação do peso e tipo de bala permitem aplicações diversas consoante a distância de tiro, o tipo de terreno, as características da arma e a compleição do caçador.





Das munições mencionadas no quadro anexo podem considerar-se as mais versáteis em Portugal:

270 Winchester

7 x64

30.06

Das munições Magnum realçam-se:

7 mm Remington Magnum

300 Winchester Magnum

Das munições particularmente adequadas às carabinas de dois canos (express) destacam-se:

7x65R

8x57JRS

9,3x74R






REGRAS DE SEGURANÇA COM ARMAS DE FOGO

Quando manuseamos armas de fogo, a nossa segurança e a dos que nos rodeiam depende de regras que devemos conhecer tão bem que as aplicamos instintivamente.
Devemos ainda manter uma atitude crítica e permanentemente observadora da nossa actuação quando utilizamos as armas: muitas vezes é o excesso de confiança que causa um acidente.

REGRAS BASICAS


1. Abra sempre a arma quando lhe pegar.

2. Mantenha a arma aberta sempre que esteja próximo de outras pessoas. Uma arma
aberta nunca pode disparar.

3. Nunca aponte uma arma em direcção a uma pessoa, mesmo que esteja descarregada.

4. Antes de carregar a arma, verifique se os canos estão desobstruídos.

5. Mantenha sempre os canos da arma em direcção segura.

6. Descarregue sempre a arma antes de passar qualquer obstáculo

7. Nunca atire sem ver claramente o alvo.

8. Antes de disparar, atenção ao que está para além da peça de caça.

9. Não utilize armas muito usadas sem as submeter primeiro a uma verificação por um armeiro.

10. Não abuse de bebidas alcoólicas quando manusear armas de fogo


REGRAS ESPECíFICAS

Em casa


Nunca deixe as armas ao alcance das crianças.

Mantenha as armas desmontadas e guardadas em armário próprio fechado à chave.

Guarde as munições em local diferente do das armas e igualmente fechadas à chave.

Guarde as armas e as munições em locais frescos e secos, para que não se deteriorem.

Nunca misture em caixas, sacos ou cartucheiras, munições de calibres e comprimentos de câmara diferentes.

Antes de sair para a caça, retire massas de protecção ou o excesso de óleo do interior dos canos porque caso contrário pode causar pressões elevadas com riscos de rebentamento

Limpe também o óleo das superfícies de contacto entre a báscula e os canos.


No automóvel e em outros veículos


Transporte sempre as armas descarregadas, desmontadas e em estojo próprio.

As munições nunca devem estar expostas ao sol, devido ao risco de desenvolverem pressões exageradas.


Antes de começar a caçar


Ao retirar a arma do estojo, nunca a encoste com a coronha no chão e o cano apoiado de forma instável ao automóvel, árvores ou a outro suporte improvisado. A arma deve ser pousada de forma a que seja impossível tombar ou escorregar.

Verifique sempre se os canos estão desobstruídos.

Verifique sempre se a arma ficou bem montada e se fecha correctamente.

Verifique cuidadosamente se as munições são adequadas à arma que vai utilizar e à caça a praticar.

Nunca misture na mesma cartucheira cartuchos com bala e cartuchos com chumbos.

Mantenha a arma ostensivamente aberta e descarregada.

Mesmo aberta e descarregada, segure a arma de tal forma que nunca a boca dos canos esteja virada para qualquer pessoa.


Em acção de caça


Só carregue a arma quando já estiver afastado dos companheiros.

Depois de introduzir os cartuchos trave a arma feche-a com os canos em direcção segura.Com uma arma de canos basculantes, deve fecha-la de forma a manter os canos virados para baixo em vez de ficarem na horizontal.Por defeito mecânico a arma ao fechar pode disparar.

Mantenha a arma travada até ao momento de disparar. No entanto, não confie totalmente nos mecanismos de segurança das armas. uma arma travada pode disparar com uma pancada, uma queda ou com a quebra de uma peça.

Mantenha os canos sempre em direcção segura, virados para o chão ou para o ar, para prevenir qualquer risco no caso de um disparo acidental.

Preste atenção a qualquer objecto que possa tocar acidentalmente nos gatilhos. o guarda- mato não assegura uma protecção integral.

Não utilize bandoleira. É extremamente perigosa por poder prender-se a qualquer objecto.

Nunca passe um obstáculo com a arma carregada. Valas, vedações, muros ou taludes devem ser sempre transpostos com a arma aberta e descarregada. Mesmo parecendo
desnecessário, nunca deixe de o fazer.

Verifique sempre se os canos ficaram obstruídos depois de uma passagem difícil,tropeção
ou queda. Pode dar-se a obstrução dos canos sem se aperceber.

Não segure a arma com o dedo no gatilho, mas sim encostado ao guarda-mato. Encoste o dedo ao gatilho só no momento que precede o disparo.

Abra e descarregue a arma sempre que se aproxima de alguém

Em batida e montaria deve ainda respeitar as seguintes regras:

Assinale a sua posição aos companheiros dos postos vizinhos.

Não mude de posição nem saia do posto.

Não segure a arma com os canos apontados para o posto vizinho.

Nunca "corra a mão" na direcção dos outros postos.

Não atire para cumeadas ou para o mato que "mexe"'

Pare de atirar e abra a arma quando os batedores se aproximam.


No momento do tiro


Nunca atire na direcção de uma pessoa, mesmo que pareça fora de alcance.

Nunca atire na direcção de uma mancha de mato ou de um campo de cereal alto. Nunca se sabe o que pode estar atrás do que avistamos

Quando utilizar bala, com espingarda ou carabina, nunca faça um tiro rasante a uma cumeada. Atire sempre de forma a ter a certeza de que a bala e parada pelo terreno imediatamente a seguir ao alvo.

Nunca atire sobre aquilo que "mexe". Atire só sobre peças de caça perfeitamente visíveis e identificadas.

Nunca atire sobre uma peça de caça que vai na direcção de outro caçador.

Quando "correr a mão", nunca se deixe "cegar" pela caça. Vigie sempre o que possa estar para além da linha de tiro.

Atenção ao risco dos ricochetes. Nunca atire sobre superfícies planas ou duras, quando caçar em terrenos pedregosos ou gelados. Nunca faça tiro rasante sobre a água.

Depois do tiro, olhe o interior dos canos antes de recarregar. Podem ter ficado obstruídos com qualquer componente do cartucho.


Depois da caça


Abra e descarregue a arma assim que parar de caçar.

Limpe a arma logo que possível. Se ficou molhada, seque-a bem antes de a guardar. Observe as regras referidas para o transporte em veículo e para guardar a arma em casa.



Conheça bem as regras de segurança. Treine-se a aplicá-las instintivamente.

Duvide sempre de si próprio.

Só tomando simultaneamente todas as precauções se poderá evitar o acidente
 

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CAPÍTULO X



CAÇA COM ARCO E BESTA




REGRAS BÁSICAS



− O caçador não deve atirar sobre animais em movimento, dado não conseguir garantir a localização do impacto, mesmo “correndo a mão”.
− Ao disparar, os animais devem encontrar-se a uma distância máxima de 30 metros, dado acima desta distância ser falível o disparo; com efeito, os movimentos do animal e mesmo certos factores externos – vento, pequenos ramos e o ruído do disparo do arco ou besta – poderão contribuir para errar o alvo ou para afugentar a peça de caça.
− O caçador não deve tentar disparos demasiado localizados, como por exemplo apontar à coluna vertebral, ao pescoço, ao cérebro e veia femoral que são locais bons apenas para o tiro de carabina.
− O caçador deverá apontar para a cavidade torácica por ser o local onde se encontram o coração e os pulmões, órgãos vitais de qualquer animal. Mesmo um impacto menos bem localizado poderá atingir o fígado e provocar uma morte rápida.
− Tanto quanto possível, o caçador deverá só fazer disparos garantidos.

Na caça em geral e especialmente na caça maior existe a chamada regra de ouro que consiste em “rematar” um animal ferido tão rapidamente quanto possível e com faca ou, em caso de perigo para o caçador, com outra flecha ou virotão. Na ética do arqueiro-caçador não é correcto que um animal ferido seja rematado com arma de fogo.


MEIOS DE CAÇA

Na caça com arco ou besta não é permitido o uso de flechas e virotões:Envenenados ou portadores de qualquer produto destinado a acelerar a captura dos animais; Com pontas explosivas, com barbelas ou com farpa.
− No exercício venatório às espécies de caça maior com arco ou besta, é obrigatório que a ponta da flecha ou virotão esteja munida de duas ou mais lâminas convenientemente afiadas (tipo lâmina de barbear) com uma largura mínima de corte de 25 mm.
− Fora do exercício da caça, ou de actividades de carácter venatório apenas é permitido o transporte de arco ou besta quando devidamente acondicionados em bolsa ou estojo, com excepção dos casos de deslocações entre locais de espera, desde que a distância entre eles não exceda 100 metros.
− As pontas de caça maior devem ser protegidas por aljava.
− No exercício da caça deve-se usar a arma e o projéctil adequado para cada tipo de caça:

Caça maior – arco ou besta mais potente com os projécteis equipados com ponta de caça maior;

Caça menor – poderá reduzir a potência do arco ou besta, mas utilizando a ponta adequada a cada caso, ou seja ponta de impacto para aves, coelho e lebre e ponta de caça maior para a raposa.
Em qualquer dos casos devem ser sempre utilizados arcos com potência superior a 35 libras e bestas com potência superior a 125 libras.


NORMAS DE SEGURANÇA

− O caçador nunca deve esquecer que uma flecha ou um virotão são tão letais como uma bala.
− Apontar sempre em direcção segura e no caso de existir uma colina ou outro tipo de obstáculo elevado nunca disparar de forma a ultrapassar o seu topo.
− Nunca disparar na vertical, pois na sua queda a flecha ou o virotão atingem velocidades que podem ser mortais.
− É obrigatório o uso da aljava para proteger as pontas de caça, não devendo nunca o caçador transportá-las ou saltar obstáculos com flechas ou virotões fora da aljava só as devendo retirar quando tiver intenção de disparar.
− O caçador só deve armar o arco ou a besta próximo do local do disparo.
− No caso do caçador utilizar besta, esta só poderá ser usada se possuir patilha de segurança, que só será desactivada no momento do disparo.
− O arqueiro-caçador deve inspeccionar o equipamento com frequência, não devendo este ser utilizado quando apresentar fissuras ou desgaste excessivo.




CAPÍTULO XI



CAMPOS DE TREINO DE CAÇA


As associações de caçadores, clubes de canicultores, clubes de tiro e as entidades titulares de zonas de caça podem ser autorizadas a instalar campos de treino de caça para proporcionar aos caçadores e outros utilizadores a prática de actividades de carácter venatório, durante todo o ano.
Nos campos de treino pode ser autorizada a prática das actividades de carácter venatório seguintes:
− Exercício de tiro com arma de fogo.
− Exercício de tiro com arco.
− Exercício de tiro com besta.
− Treino de cães de caça.
− Treino de aves de presa.
− Corricão
− Realização de provas de cães, de Santo Huberto ou outras similares
− Formação ou avaliação de indivíduos inscritos para exame de carta de caçador, quando inseridas em curso aprovado pela Direcção-Geral dos Recursos Florestais.

A utilização destes campos de treino só é permitida aos caçadores que possuam todos os documentos legalmente exigidos para o exercício da caça, com excepção da licença de caça.
Os exemplares mortos em campos de treino de caça, para poderem ser transportados fora do período venatório da respectiva espécie ou, dentro do período venatório, quando ultrapassem em número os limites diários de abate estabelecidos para a espécie em terrenos cinegéticos não ordenados, devem ser devidamente marcados.
Nos campos de treino de caça são permitidas competições desportivas envolvendo a utilização de animais quando realizadas sob controlo das competentes confederações, federações ou associações e no estrito cumprimento dos respectivos regulamentos.
Só é permitido efectuar largadas – libertação de exemplares de espécies cinegéticas para captura no próprio dia – em campos de treino de caça, excepto durante os períodos venatórios das espécies utilizadas.
Fora do período venatório para as espécies de caça menor, só é permitido o abate de espécies cinegéticas criadas em cativeiro.
Nas largadas é permitida a utilização de pombos.
Os utilizadores dos campos de treino de caça e as entidades que gerem os mesmos devem assegurar a recolha dos cartuchos vazios.




Capítulo XII



CÃES DE CAÇA


O cão foi um dos primeiros animais a ser domesticado pelo homem. Ao longo de gerações foram feitos cruzamentos, fixando e melhorando os caracteres de acordo com as necessidades e objectivos a alcançar, chegando aos nossos dias cerca de quatro centenas de raças das quais dez são portuguesas.
As raças portuguesas estão vocacionadas para desempenhar diversas funções:
Cão de pastor: Serra de Aires

Cão de guarda:Serra da Estrela,Castro Laboreiro,Rafeiro do Alentejo,Fila de S. Miguel

Cão de caça:podengo português - grande, médio e pequeno,Perdigueiro português

Existe ainda o cão de água que primitivamente auxiliava os pescadores, mas é actualmente
utilizado como cão de companhia.

ALGUMAS RAÇAS DE CÃES DE CAÇA

Podemos considerar que existem, entre os cães de caça, raças que estão mais vocacionadas para a caça de espécies cinegéticas de pêlo (mamíferos) e outras para a caça de espécies cinegéticas de penas (aves). Se cada cão caçar as espécies para que foi seleccionado, o seu rendimento será sem dúvida superior.
Todo o cão deve funcionar de acordo com o estalão de trabalho da sua raça, e isto só poderá ser exigido a cães de raça pura. Um cão de raça indefinida, não tem nem estalão de trabalho, nem morfológico e nunca poderá ser um cão de caça para um fim determinado.
Além disso, todos os cães de raça indefinida têm limitações o que geralmente não acontece com as raças puras pois há uma aturada selecção de reprodutores. Quando o caso permite o aparecimento de um bom cão de caça cruzado, não há possibilidades de prolongar as suas qualidades nas gerações futuras e por isso se deve sempre pugnar pela pureza das raças.
Os galgos são considerados em Portugal cães de caça, ao contrário do que acontece noutros países. O galgo mais utilizado e o inglês dada a sua velocidade e poder de arranque. É utilizado na caça à lebre a corricão.

CÃES ADAPTADOS A CAÇA DE ESPÉCIES CINEGÉTICAS DE PÊLO

Das raças portuguesas (ver páginas a cores), os podengos são os cães mais adaptados a este tipo de caça o podengo grande é um cão de boa corpulência, seco e bem musculado, de cor amarela, castanha ou fulva malhada, de pêlo liso ou cerdoso e orelha direita. Cão de movimentos ágeis e velozes, bom pisteiro, bate bem em matos e estevas e é muito aguerrido. Esteve quase extinto, mas hoje encontra-se em fase de recuperação por ser particularmente indicado para a caça ao javali.
O podengo médio é um cão de corpulência média, de cor amarela, castanha ou fulva malhada de orelha direita e de pêlo liso ou cerdoso. Embora o seu solar seja o norte do país, encontra-se espalhado por todo o território nacional. Cão excelente para bater matos e silvados,cobrando por vezes bem e em todo o terreno, de movimentos rápidos e velozes, pistando bem a caça menor, muito aguerrido e incansável no seu trabalho, é o cão preferido pela maioria dos caçadores portugueses para a caça ao coelho, pelo que é vulgarmente designado por coelheiro.
O podengo pequeno é muito semelhante ao podengo médio, mas bastante mais pequeno,
pelo que é mais utilizado em silvados do que em matos e estevas.
Também adaptados a este tipo de caça existem muitas outras raças não portuguesas das
quais destacamos algumas mais conhecidas entre nós.
Os terrier são cães de pequeno ou médio porte, malhados de castanho ou preto, de pêlo
liso ou cerdoso. O mais comum é o fox terrier, destinado à caça de mamíferos de médio porte, sobretudo raposa, embora também possa caçar coelhos quando devidamente treinado.
Os baixotes são cães de pequeno porte, com os membros anteriores e posteriores curtos e de tronco muito comprido; têm orelha caida, pêlo liso ou cerdoso e podem ser malhados de preto, castanho ou cinzento. Destinam-se sobretudo a seguir pistas de sangue de caça maior; no entanto, caçam bem ao coelho entrando com facilidade em silvados e matos densos devido à sua configuração morfológica. São lentos, mas persistentes no seu trabalho
O fox-hound é um animal de porte médio, orelha caída,malhado de castanho ou preto que
caça bem em matilha e é usado nas equipagens
Os beagle são cães de pequeno porte, malhados de castanho ou preto de orelha caída dotados de bom nariz,que podem ser um precioso auxiliar na caça ao coelho sendo embora pouco utilizados entre nós






CÃES ADAPTADOS À CAÇA DE ESPÉCIES CINEGÉTICAS DE PENA

A raça nacional mais adaptada a este tipo de caça é o perdigueiro português. É um cão do tipo bracóide, quadrado, de tamanho médio, de pêlo curto e liso, de cor amarela ou castanha unicolor ou malhado. Como cão de caça, e de facto o mais bem adaptado ao nosso clima, aos nossos terrenos e à nossa perdiz. Bate o terreno minuciosamente a galope,alternando com trote caça curto e é teimoso na procura. Tem excelente nariz,caça sempre de cabeça alta, pata firme e cobra bem, com segurança e rapidez. Muito dócil e submisso,tem condições para poder ser o cão preferido pelos caçadores portugueses.
Das raças não portuguesas destacamos seguidamente algumas das mais conhecidas.
O braco alemão é um cão de boa corpulência, de pêlo liso ou cerdoso, de cor castanha ou preta, por vezes de fundo branco com malhas pretas ou castanhas e mosqueado das mesmas cores de orelha caída. De galope enérgico, cabeça alta, excelente nariz ,pára largo e firme,cobra bem quer em terra quer na água. O mais conhecido entre nós é o braco alemão de pêlo liso.
O épagneul breton é um cão de médio porte, de pêlo comprido, liso ou ondulado, de fundo branco com malhas castanhas ou pretas ou as duas em simultâneo (tricolores), por vezes mosqueado das mesmas cores. Caça bem a caça de pena, com uma busca rápida e enérgica, de galope típico e persistente, de cabeça alta e nariz apuradíssimo, o que lhe permite paragens largas e firmes; cobra bem em terra e na água. E o cão preferido pelo caçador da cidade devido à facilidade de alojamento e transporte e ainda à sua docilidade.
O pointer é um cão grande, de pêlo liso, com fundo branco e malhas castanhas, limão ou pretas e mosqueado da mesma cor das malhas. Cão de galope enérgico, cabeça alta, cruzando à frente do dono a grande velocidade e captando as emanações a grande distância, parando com uma firmeza extraordinária (golpe de espada); é um cão para planície, onde pode pôr em acção toda a sua energia, rapidez e nariz. Não sendo um cão para tirar de ferido, cobra em terra ou na água quando ensinado.
Os setter, cães de tamanho médio e de pêlo comprido, dividem-se em três raças:

O setter inglês, apresenta fundo branco com malhas castanhas ou pretas e mosqueado
das mesmas cores. E um excelente cão de parar que busca a galope rápido e de cabeça
alta. Possuidor de um bom nariz, pára com muita firmeza,cobra bem quer na água quer
em terra.
O setter irlandês de cor de fogo, é um bom cão de caça,que busca e galopa rápido com a cabeça no enfiamento da linha dorsal. Tem bom nariz e cobra bem quer na água quer em terra, quando ensinado.
O setter gordon, cão de cor preta e afogueada, é o de galope mais lento. Busca bem, pára bruscamente e com firmeza, cobrando bem quando ensinado.
Os cocker e os retriever, cães pouco utilizados entre nós, são usados para cobrar e para perseguir caça ferida, em especial de pena.

ENSINO DO CÃO DE CAçA

O ensino do cão de caça é essencial para que ele se torne um útil auxiliar no exercício venatório. É necessário ter em conta que, tal como já foi referido, há dois tipos de caça diferentes - de pêlo e de pena - para os quais devem ser utilizadas raças também diferentes

CÃES PARA CAÇA DE PÊLO

O ensino destes cães começa cedo, ao desmame, sensibilizando-os para este tipo de caça mostrando-lhes as espécies cinegéticas
Logo que esta fase de educação esteja concluída e o animal mostre "paixão'',é altura de ematilhar e levar ao campo, ao local adequado (campo de treino) para que a saída com os cães mais velhos não seja traumatizante, nem o seu condutor esteja preocupado com a caça,mas sim com as primeiras reacções dos cães: como se enquadram na matilha' como
reagem ao chamamento e ao "maticar" dos quitadores de matilha como entram no mato como reagem ao esbarrar com a primeira peça de caça
Na altura da caça já o cão novo deve estar ematilhado e saber o que vai fazer. A experiência virá com os anos e com a caça mas se for um bom cão ao ano e meio já promete e aos três anos será mestre.

CÃES PARA CAÇA DE PENA

O treino de cães de caça para espécies de pena deve iniciar-se às seis semanas altura em que se faz o desmame
O escolhido da ninhada começará o treino de conhecimento. Com a idade, o cão terá que fazer "perna e pata" e, a partir dos seis meses, poderá ir ao campo se já obedecer às vozes do dono ("pára","senta", "deita","volta", "fica", etc.).
 
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