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Impacto da greve geral será maior nos meios urbanos do que nos meios rurais

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Impacto da greve geral será maior nos meios urbanos do que nos meios rurais

A greve geral terá um impacto maior nas grandes cidades do que nos meios rurais, já que as pequenas localidades beneficiam de soluções mais próximas e não dependem dos grandes serviços públicos, dizem os especialistas ouvidos pela Lusa.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), Francisco Braz, considerou que os efeitos das greves sentem-se «sempre mais nos meios urbanos, onde existe uma maior concentração de serviços e menores soluções».

«Nas grandes cidades, as pessoas estão mais dependentes dos transportes públicos, por exemplo», explica Francisco Braz, adiantando que nos meios rurais as «pessoas têm também outra mentalidade», defendeu.

O representante do STAL realçou, contudo, que as pessoas que vivem em meios rurais também trabalham nos meios urbanos, por isso, justifica, «a adesão será semelhante quer num lado quer no outro, sendo que para quem vive em pequenas localidades tem sempre mais alternativas».

A opinião é partilhada pelo presidente da Associação Portuguesa de Sociologia, Manuel Carlos Silva, que defende ainda a adesão à greve como forma de contornar os transtornos provocados pela falta de serviços.

«O impacto da greve nos meios urbanos é evidentemente mais forte, mais acentuado, com mais abrangência e mais incidência e afecta o quotidiano das pessoas. Por isso, a greve é também uma forma de evitar os transtornos», sustentou.

O sociólogo, especialista em meios rurais, esclareceu ainda que a falta de transportes públicos afectará muito mais as pessoas das grandes cidades, questão que já não se coloca nas pequenas localidades.

«Nos meios rurais há também uma alternativa mais fácil para o encerramento das escolas públicas que aderirem à greve, já que a proximidade das pessoas permite que os pais tenham com quem deixar os seus filhos», acrescentou.

Também João Ricardo Pombeiro, sociólogo da área rural urbana, disse à Lusa que o impacto da greve será maior nos meios urbanos, onde há uma maior concentração populacional e onde as pessoas tendem a lidar pior com as alterações à rotina.

«A greve implica a paralisação de vários serviços dos quais as pessoas nas grandes cidades estão mais dependentes do que as pessoas dos meios rurais. Nos centros urbanos há uma maior complexidade e por isso há um maior impacto», afirmou.

Para o especialista, nos meios rurais, «as pessoas estão mais perto umas das outras e mais facilmente se deslocam, têm distâncias mais curtas e soluções mais rápidas».

«As pessoas dos meios rurais tenderão a perspectivar a alteração de rotina como algo que conseguem encaixar naquele dia. Há uma maior resiliência para lidar com a situação, enquanto que no meio urbano dão um significado maior por mexer na rotina», reforçou.

A greve geral de dia 24 é a terceira em que a CGTP e UGT se juntam, mas apenas a segunda greve conjunta das duas centrais sindicais portuguesas já que em 1988 a CGTP decidiu avançar e a UGT, autonomamente, também marcou uma greve geral para o mesmo dia.

A greve do próximo dia 24 foi marcada após o Governo ter anunciado novas medidas de austeridade, nomeadamente a suspensão dos subsídios de férias e de Natal na função pública, assim como o aumento do tempo de trabalho no sector privado.


Lusa/SOL
 
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