• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Chocolate não resiste à crise e consumo deve cair 5% em 2012

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,984
Gostos Recebidos
343
Chocolate não resiste à crise e consumo deve cair 5% em 2012


O chocolate, de todos os tamanhos e formas, preto, de leite, com ou sem glúten, tem apresentado bons resultados, mas a resistência à crise é um «mito» e o consumo deverá cair cinco por cento este ano, segundo a ACHOC.

O chocolate em Portugal vale, nas contas da Associação dos Industriais de Chocolate e Confeitaria (ACHOC), cerca de 200 milhões de euros, apesar de o país registar um consumo ‘per capita’ de 1,5 quilos por ano, menos de metade de outros países europeus como Espanha, Itália ou França.

O porta-voz da ACHOC, Manuel Barata Simões, garante à Lusa que «o chocolate não tem uma resistência especial à crise», ainda que o entendimento «bastante generalizado de ser um produto de 'oferta' possa fazer emergir o chocolate com uma alternativa mais económica – e saborosa – como uma prenda».

Por isso, em ano de crise, o responsável prevê uma contracção do mercado, nalguns casos, que vai rondar os cinco por cento em 2012, o que, combinado com o aumento dos preços das matérias-primas a nível internacional, vai poder levar a aumentos de preços por parte de alguns envolvidos no sector.

Por seu lado, o fundador daquela que diz ser a primeira chocolataria do Porto, a Equador, Celestino Fonseca, afirma peremptoriamente: «É um mito dos mitos que o chocolate dá dinheiro». Porém, o negócio da loja portuense tem crescido, após a abertura em Abril de 2010, atingindo um volume superior a 100.000 euros em 2011 e com expectativas de abertura de um segundo espaço na Baixa da cidade este ano.

Sérgio Felizardo, responsável da Xocoa em Lisboa, considera que «até pode ser que a indústria do chocolate mais comercial seja [à prova da crise]», mas no nicho artesanal os preços no consumidor «não são tão baixos e já se sabe que em tempo de crise aguda muita gente prefere não olhar à qualidade do que está a comprar».

Quem admite que pode ter que rever preços é, por exemplo, o administrador da Arcádia - histórica marca do Porto -, João Bastos.

«Para 2012 temos grande parte das compras [de matérias-primas] com preço fixado.

Se calhar vamos fazer um ajuste aos nossos preços para balançar, mas não são muito significativos», revelou João Bastos, salientando que a marca registou um crescimento geral de quatro a cinco por cento em 2011, para os 4,5 milhões de euros de volume de negócios.

Em 2010, dados do Instituto Nacional de Estatística mostram que Portugal exportou um total de 10,8 milhões de euros em «chocolate e outras preparações alimentícias contendo cacau», importando um valor bastante superior a esse: 150,8 milhões, principalmente de dentro das fronteiras europeias.

Para este ano, a Arcádia espera abrir uma nova loja própria e continuar a apostar nos novos produtos e nas franquias, da mesma forma que a Xocoa, sem aumentar preços, também pretende expandir a oferta de produtos, para além das bebidas.

Do lado da Equador, a parceria com a Casa Ramos Pinto vai permitir lançar um novo espaço comercial, enquanto a Arcádia vai ter uma área no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, ao lado «dos grandes 'tubarões' mundiais» como a Godiva, bem como a inauguração de uma loja digital.

As dificuldades da conjuntura não impedem que os empresários do ramo se sintam optimistas, como disseram à Lusa os vários contactados, até porque, como declarou Celestino Fonseca: «Há quem consuma chocolate como quem vai à padaria».


Lusa/SOL
 
Topo