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Governo da França é notificado de perda de AAA

jairobel

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Set 24, 2006
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BERLIM - O governo francês foi notificado que o país perdeu nesta sexta-feira o rating AAA da dívida soberana pela agência de classificação de risco Standard & Poor's. A informação é do “Wall Street Journal”, que informa a revisão de um degrau. Mais cedo, fontes europeias informaram que vários países da zona do euro, com exceção da Alemanha e da Holanda, teriam a nota rebaixada. "Fiquem em alerta hoje à noite quando os mercados dos Estados Unidos fecharem", disse outra fonte da zona do euro. Mesmo não confirmada pela agência, a notícia já mexia nos mercados europeus que caíam cerca de 1%.

O jornal britânico “Financial Times, citando uma fonte da Standard & Poor’s, informou que a agência de risco iria reduzir os ratings da França e da Áustria de AAA para AA+.
A porta-voz do governo francês, ministra Valérie Pécresse, disse nesta sexta-feira, sem confirmar que o governo já foi notificado pela S&P sobre o rebaixamento, que a "França pagará todas as dívidas".
O prêmio de risco, que reflete a taxa de juro exigida pelos títulos franceses em relação aos títulos alemães, os mais seguros da Europa, está subiu de 120 pontos para 134 pontos básicos.



Em dezembro, a S&P colocou os ratings de 15 países da zona do euro sob revisão negativa de crédito - incluindo os da Alemanha e da França, que têm rating máximo - e informou que "estresses sistêmicos" estavam aumentando na medida em que as condições de crédito se apertavam no bloco de 17 nações. Desde então, o Banco Central Europeu (BCE) inundou o sistema bancário com dinheiro barato a um prazo de três anos para evitar uma crise de crédito. Naquela ocasião, a S&P informou que também poderia rebaixar o fundo de resgate da zona do euro, o EFSF.

A agência informou, naquela época, que se um rebaixamento se confirmasse, países como Alemanha, Áustria, Bélgica, Finlândia, a Holanda e Luxemburgo provavelmente veriam cortes de ratings de apenas uma nota.Os outros nove países - mais notadamente a França, com rating triplo A- poderiam sofrer rebaixamentos de até duas notas. A S&P não quis comentar nesta sexta-feira a reportagem da Reuters sobre uma iminente onda de rebaixamentos, que atingiu ações, o euro e reforçou a demanda pelo porto seguro da dívida do governo dos EUA.

Um rebaixamento poderia automaticamente forçar alguns fundos de investimento a vender bônus dos países afetados, elevando ainda mais os custos de financiamento desses países. "Isso foi precificado há várias semanas, mas o mercado tinha ficado complacente durante o recesso, e novo ano começou com uma retomada do apetite por risco, graças parcialmente a um bom leilão espanhol", disse o diretor de estratégia cambial global do BNY Mellon em Boston, Samarjit Shankar. "Mas o leilão italiano trouxe-nos de volta à Terra e agora enfrentamos o espectro de mais rebaixamentos."
Rebaixamento já havia sido precificado pelo mercado, diz analista
De acordo com Fausto Gouveia, analista da Legan Asset, desde a manhã desta sexta-feira já havia rumores de que a França, além de outros países da zona do euro, poderiam ter a nota rebaixada ainda esta semana. Quando a notícia apereceu nos terminais de agências de notícias internacionais, por volta de 13h, o mercado não reagiu imediatamente com tanta força. Depois, as bolsas europeias passaram a se desvalorizar, assim como as americanas e o Ibovespa.

- Na verdade, o mercado já tinha precificado o rebaixamento da França. As bolsas estão caindo, mas o impacto já foi minimizado. Na minha avaliação, os investidores estão repercutindo também a questão da Grécia. Os credores privados interromperam a negociação, o prazo para o país está se esgotando e não há solução á vista. O mercado já começa a precificar as consequências de um calote da Grécia. Como os credores privados vão receber os € 100 bilhões que a Grécia deve a eles - diz o analista.

Jason Vieira, analista da Corretora América do Sul, o rebaixamento da França pela S&P pode levar outras agências a fazer o mesmo:

- Foi uma espécie de morte anunciada. Agora é preciso observar o que vai acontecer, se outras agências vão no mesmo caminho e que taxa de juro o mercado vai exigir pelos títulos do país.
Segundo ele, o rebaixamento da nota "AAA" da França deve igualar o país a Itália e Espanha, que tiveram dificuldades para rolar seus títulos no mercado. Para isso, tiveram que pagar juro acima da média histórica.
- O rebaixamento pode levar o mercado a exigir taxa de juro mais alta pelos títulos franceses. O risco é a França ter que entrar numa escalada de juro alto para se refinanciar, como entraram Espanha e Itália - avalia Gouveia.
Além disso, lembra o analista, a França é afetada também pelo “fator Grécia” porque os bancos franceses possuem muitos títulos gregos.


O Globo






 
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