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Muscle-Cars

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GF Platina
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Fev 10, 2010
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Em meados dos anos 60, os consumidores americanos estavam cansados das "banheiras" repletas de cromados e exigiam individualidade e atitude. Foi nesta década que surgiu um dos tipos mais fascinantes de automóveis que Detroit já produziu: o muscle-car "carros musculosos", em alusão à aparência agressiva e grande potência.
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Com estilo agressivo e potentes V8, os muscle-cars conquistaram fanáticos
dentro e fora dos Estados Unidos da América.

Foi na década de 60, que surgiram dois dos tipos mais fascinantes de automóveis que Detroit já produziu: o Pony-Car e o Muscle-Car! Mais tarde os dois tipos iriam se misturar, quando os «ponies» Mustang, Camaro e Firebird entrariam na corrida em busca de potência, como os «muscle-cars» os "carros musculosos", em alusão à aparência agressiva e grande potência.

A história dos muscle-cars começa em 1964. A Pontiac, uma divisão da GM, coloca no modelo Tempest o maior motor V8 disponível na casa: um motor de 6,3 litros, de 325 cv. E baptiza a criação com um nome inspirado no modelo da Ferrari: GTO. Nasce assim o Pontiac GTO.
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John DeLorean adaptou ao Pontiac Tempest, um motor de 6,3 litros, o
maior existente na marca: nascia o GTO, precursor dos muscle-cars.

As características desse tipo de carro passavam por um motor de grande cilindrada, V8 claro, aparência robusta e grande oferta de opcionais, capazes de dar aos seus consumidores a tão desejada individualidade. O GTO oferecia uma enorme lista de opcionais, para que o consumidor pudesse fazer seu carro. Fazendo as escolhas certas era possível ter um automóvel muito veloz e com óptimo comportamento dinâmico por um preço bastante atraente. Foi um sucesso absoluto.
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Em 1965 o GTO ganhava faróis verticais e mais potência para chegar
a 96 km/h em apenas 6,6 segundos. A lista de opcionais era enorme.

Dois anos mais tarde, deixava de ser apenas uma versão do Tempest e se tornava um modelo independente. Modificações externas, como novos faróis verticais e lanternas traseiras e mecânicas eram introduzidas, para dar ao carro mais potência e uma aparência ainda mais agressiva. O motor era o mesmo 389, mas agora gerando de 335 a 360 cv, podendo atingir mais de 200 km/h.
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Em 1969 chegava a versão Judge do GTO, em coupé e conversível.
O motor Ram Air possuía captação de ar sobre o capô, para maior
enchimento dos cilindros, gerando 360 cv brutos.
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Uma versão convertivel Judge de 1970.

Com o sucesso do GTO, as outras marcas apressaram-se também a oferecer os seus "carros musculosos".

A Chrysler começou a adoptar motores Hemi, assim chamados por possuírem as câmaras de combustão hemisféricas, em todos os modelos possíveis, produzindo alguns dos mais fantásticos carros da época.

Foi da Dodge que saíram, por exemplo, o Charger e o Challenger.
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O Dodge Charger R/T muito popular nos E.U.A., oferecia um imenso
motor V8 de 7,2 litros e 440 cv brutos, chegando a uma velocidade de
250 km/h e uma aceleração que ia de 0 a 60 mph em 4,8 segundos.

É claro que, com esses números, economia de combustível não era seu forte, mas isso não era problema numa época de gasolina farta e barata. O galão (3,785 litros) custava 10 centavos de dólar e os americanos tinham dinheiro como nunca para gastar.

O Charger possuía ainda uma versão baptizada de Daytona, variação de rua do Charger criado para disputar as competições da NASCAR.

O Challenger, por sua vez, havia sido lançado para competir com os Pony-Cars Mustang e Camaro, mas já em 1970 ganhava porte e potência, utilizando motor 7,2 litros do seu irmão maior, o que lhe conferia desempenho extraordinário, por ser menor e mais leve que o Charger. Disponível nas versões coupê conversível, era oferecido apenas com caixa automática de 3 velocidades. O Challenger teve em 1970 o seu melhor ano de vendas. Tanto o Charger como o Challenger tornaram-se muito populares nos states, ao ponto de participarem em filmes e séries de TV.
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O Challenger surgira como um pony-car, para concorrer com o Mustang,
mas em 1970 ganhava porte e desempenho com o mesmo motor de 7,2
litros do Charger.

A Plymouth, outra divisão da Chrysler, também apresentou, em 1969, uma nova geração do Barracuda. Também equipado com o V8 440, com três carburadores duplos Holley. O carro possuía um visual esguio, mas ao mesmo tempo agressivo. A tomada de ar que se projectava para fora do capô lhe valeu o apelido de shaker hood (capô que sacode).
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Com um V8 de 440 cv, linhas esguias e interior desportivo, o Plymouth Barracuda
fez sucesso. Verdadeiro Hot Rod de fábrica, o bólide acelerava de 0 a 96 km/h em
5,9 segundos, atingindo uma velocidade máxima: 240 km/h em 1969.

O Barracuda era oferecido com várias opções de motores, desde o pequeno 6 cilindros até ao gigantesco V8 440 cv, com caixa manual de 4 velocidade ou automática de 3 velocidades. A versão favorita dos norte-americanos era a versão 440 com interior baseado nos modelos de corrida, bancos especiais e volante de três raios.

Outro Plymouth que fez história foi o Road Runner Superbird de 1970. O nome tem origem no famoso Papa Léguas, um simpático avestruz da Warner, que vivia correndo para escapar ao coiote. E de facto o nome não poderia ser mais apropriado, já que velocidade também era o ponto forte desse Plymouth.
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Road Runner Superbird de 1970, extraía 360 cv brutos, chegando a
atingir na sua versão de corrida uma velocidade máxima: 352 km/h.

Um dos mais potentes carros já fabricados, o Road Runner Superbird teve apenas 1920 unidades produzidas, o que o torna ainda mais atraente para os coleccionadores.

A GM não se restringiu à divisão Pontiac e apresentou vários outros modelos para entrar na competição. Da sua divisão Chevrolet, lançou o modelo Camaro, em reposta ao Mustang da sua rival, Ford. A versão Z28 de 1967 utilizava o motor V8 de 5,7 litros com 295 CV e oferecia desempenho bem adequado. Também com uma farta lista de opcionais. O carro foi um estrondoso sucesso, vendendo 220.000 unidades naquele ano.
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Chevrolet Camaro Z28 equipado com um motor V8 de 5,7 litros
e 295 cv. Um sucesso de vendas (220.000 unidades em 1967).

Outros modelos da Chevrolet também entraram na competição.
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O Impala possuía em 1967 uma versão, baptizada de SS 427, com o imenso
motor de 7,0 litros e 385 cv de potência.
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Outro carro com lugar garantido na galeria da fama dos muscle-cars é o Chevelle
1970, incluindo sua bela versão picape El Camino (derivado de automóvel).

Ambos utilizavam um V8 de 7,5 litros, o que lhes dava um desempenho brutal. O Nova SS com o 5,7-litros de 245 cv também tem seu lugar na galeria da Chevy.

A Buick, outra divisão da GM, apresentou um dos mais memoráveis muscle-cars de todos os tempos: o GS-X. Versão de topo da série Gran Sport, que antes contava com versões de 350 e 400, utilizava o eficiente motor V8 455 (7,45 litros). O GS-X é dos pontos mais altos na história dos muscle-cars. Acredita-se que, com a preparação correcta, era capaz de ultrapassar a barreira dos 250 km/h.
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A série Gran Sport da Buick passou por motores 350, 400 e chegou
ao 455 de 360 cv brutos, que consumia pneus traseiros com grande
apetite.

Até a conservadora divisão Oldsmobile aderiu à tendência com o 4-4-2. O carro tinha esse nome por possuir quatro carburadores, transmissão manual de quatro velocidades e escape duplo. Inicialmente era apenas uma versão do Cutlass F85, mas devido a sua popularidade a Olds resolveu transformá-lo numa linha própria em 1968. Dois anos depois era oferecida uma nova versão, baptizada de W30. Com o motor de 7,45 litros e 370 CV de potência, era um legítimo muscle-car. Em 1971, por 3550 dólares, podia-se levar o coupê equipado com um motor V8 de 7,45 litros, 350 cv brutos, suspensão Rally, bancos especiais e capaz de atingir 200 km/h.

A Ford decidiu reagir, transformando seu maior sucesso da época, o Mustang, no legítimo muscle-car com a versão Shelby GT 500 com um enorme motor de 7 litros e fez algumas modificações externas, para dar ao carro uma aparência ainda mais agressiva. O motor foi preparado com 2 carburadores Holley de corpo quádruplo, tornando-se capaz de uma potência de 360 CV brutos, podendo vir equipado com caixa automática ou manual. O Shelby atingia uma velocidade superior a 210 km/h, e uma aceleração de 0 a 60 MPH em apenas 6,6 segundos. O GT 500 participou no filme "60 Segundos", onde participa numa perseguição, dirigido por Nicolas Cage.
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O texano Caroll Shelby, criador do roadster Cobra, fez milagres sobre
o capô do Mustang. As versões GT350 (foto) e 500 são até hoje sinónimos
de beleza e potência.

O GT 500 tinha potência bruta de 360 cv e acelerava de 0 a 96 km/h em 6,8 segundos. Décadas depois, torna-se estrela de cinema no filme "60 Segundos".

A Ford não contava apenas com o Mustang para disputar o mercado dos muscle-cars. Outros carros foram oferecidos, como o Fairlane GT e o Gran Torino GT. Ambos utilizavam o mesmo motor V8 de 427 de 7 litros.

A Mercury, uma divisão da Ford, também dispunha de carros para entrar no mercado. O mais famoso deles era o Cougar, feito na plataforma do Mustang com objectivo de enfrentar os pequenos muscle-cars, como Challenger e Camaro. O modelo 1968 oferecia diversas opções de V8, de 5 a 7 litros. A versão mais potente dispunha de 335 CV, fazendo de 0 a 60 MPH em 10,2 segundos e atingindo de velocidade máxima: 210 km/h.
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Bastante equipado, o Cougar foi um grande êxito. Era um bonito coupê de aparência
agressiva, com os faróis cobertos por uma grade vertical.
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Na categoria dos grandes muscle-cars, a Mercury apresentou o Cyclone, coupê
fastback de grande porte e visual arrojado, equipado com um motor V8 de 7 litros,
com 428 cv.

A história dos muscle-cars terminou em 1973. Com a crise do petróleo e o embargo imposto pelos países produtores, mais a consequente alta dos preços do combustível, os americanos preferiam comprar os económicos carros japoneses aos beberrões bólides do seu país. Além disso, o governo dos E.U.A. passou a impor uma série de normas de controle de poluição e de consumo de combustível, o que prejudicou ainda mais a potência destes bólides, e estabeleceu o limite nacional de velocidade de 88 km/h.
 
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