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Porto estreia hoje três peças com política no fundo

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Porto estreia hoje três peças com política no fundo

Um clássico do teatro grego e as peças O medo que o general não tinha e Diz-lhes que não falarei nem que me matem são as três estreias que a cidade do Porto hoje conhece.

O Teatro do Bolhão leva à cena Édipo de Sófocles, os Palmilha Dentada apresentam O medo que o general não tinha, tendo Humberto Delgado como ponto de partida, e, no Carlos Alberto, Diz-lhes que não falarei nem que matem apresenta uma história que parte da vida de Carlos Costa, preso durante 15 anos nas cadeias do Estado Novo e tio-avô da encenadora Marta Freitas.

Estas duas últimas peças, em monólogo, apresentam representações dentro de celas.

No teatro Carlos Alberto, Mário Santos está dentro de uma cela estilizada criada pela cenógrafa Catarina Barros, enquanto que nas arrumações do Helena Sá e Costa os Palmilha Dentada improvisaram uma prisão no interior de uma estrutura metálica para o actor Rodrigo Santos.

Nas duas peças, a mesma preocupação de reflectir a partir dos exemplos do passado, quer sejam as lutas dos presos antifascistas ou o exemplo de Humberto Delgado. Reflecte-se sobretudo sobre aquilo que, hoje, se faz com a liberdade.

«O que é que nós andamos a fazer aqui agora?», questiona Marta Freitas, em declarações à Agência Lusa.

Ricardo Alves, que também encenou e escreveu (embora em conjunto com Rodrigo Santos) a peça dos Palmilha Dentada, tem uma explicação para a inoperância cívica detectada por Marta Freitas: esse medo, explica, é o medo económico.

Édipo, com encenação de Kuniaki Ida e a participação dos atores António Capelo, João Paulo Costa e João Cardoso, tem «questões que são fundamentais para o desenvolvimento social».

António Capelo defende que o teatro «devia ser um espaço de discussão de questões públicas», tal e qual como faziam os gregos na sua ágora (a praça pública).

O palco despido torna-se na ágora actual, com o rei Édipo a ser a referência dos jovens do coro e a lançar «as questões que eles ainda não conseguem lançar sobre a verdade e a liberdade».

Cruzando o palco com a realidade, percebe-se a «falta de referências na sociedade», a falta de ídolos, em suma, a falta de Édipos.

O Édipo de Sófocles está em cena até 6 de Maio, no ACE-Teatro do Bolhão.

Os Palmilha Dentada apresentam no Teatro Helena Sá e Costa, O medo que o general não tinha, em simultâneo com a reposição de O Guardião do Rio, respectivamente às 22h46 e às 21h46 horas, também até 6 de Maio.

Diz-lhes que não falarei nem que me matem vai estar no Teatro Carlos Alberto até 22 de Abril, às 21h30 horas, com apresentação ao domingo, às 16h00.

Lusa/SOL
 
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