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Três Milhões de Portugueses Vivem com menos de 500 Euros/Mês!
INE comunicou que 18% de portugueses vivem em risco de pobreza, mas o Eurostat refere mais de 25% de portugueses pobres. Contas feitas às estatísticas existentes, referem que pelo menos 3,2 milhões de portugueses estão em maus lençóis
Com mais de 1,4 milhões de pensionistas a ganhar menos de 500 euros por mês e um valor recorde de trabalhadores a serem pagos pelo mínimo legal – 550 mil ganham 485 euros por mês –, o verdadeiro retrato da pobreza em Portugal pode estar aquém daquele que é desenhado partindo de rácios e variáveis.
O Instituto Nacional de Estatística revelou que 18% da população residente em Portugal estava em risco de pobreza no final de 2010:
- Cerca de 1,9 milhões entre os 10,6 milhões de habitantes em Portugal na altura.
Para calcular esta taxa, o INE considera a população com 60% ou menos da mediana de rendimentos do país. Sendo Portugal um país de baixos ordenados, este limiar é naturalmente reduzido, no caso nos 421 euros/mês.
Contudo, e ligeiramente acima deste valor de rendimento mensal, encontram-se milhares de portugueses, trabalhadores ou pensionistas, que acabam por não entrar na estatística da pobreza. Um exemplo são os 550 mil trabalhadores que ganham os 485 euros de mínimo que a Lei obriga, que nas estatísticas acabam por não ser considerados em risco de pobreza – já que mesmo depois de pagarem a Segurança Social levam para casa 431,6 euros, acima dos 421 euros de limiar. Aliás, não tivesse o rendimento mensal médio em Portugal caído em 2010, e a taxa de pobreza teria aumentado ainda mais em comparação com 2009 – quando era de 17,9%. "A mediana do rendimento monetário líquido por adulto registou um decréscimo nominal de 3%. Consequentemente o limiar, ou linha de pobreza relativa, reduziu-se de 434 euros para 421 euros em termos mensais", explica o INE. Isto numa altura em que o custo de vida disparou com sucessivos aumentos nos transportes, luz, gás e aumento da carga fiscal sobre o consumo e o trabalho.
O retrato em Portugal sobre as dificuldades dos portugueses são o seguinte:
- 1,5 milhão de reformados com pensões inferiores a 500 euros: 1,4 milhão dos quais da Segurança Social;
- 416 mil desempregados de longa duração e portanto sem acesso ao subsídio de desemprego;
- 335 mil beneficiários do rendimento social de inserção;
- 668 mil trabalhadores a tempo parcial no país;
- 2,9 milhões de portugueses em situação precária.
A este valor podiam juntar-se também os 400 mil desempregados que ainda estão abrangidos pelo subsídio de desemprego.
Olhando para as estatísticas do ponto de vista do IRS, nota-se também que das 4,7 milhões de declarações de rendimentos entregues anualmente:
- 2,7 milhões de famílias declaram rendimentos brutos mensais inferiores a 800 euros – dados de 2009.
Os cálculos do Eurostat para o risco de pobreza em Portugal apontam igualmente para uma conclusão diferente da do INE. Um relatório desta entidade europeia apresentado em Fevereiro de 2012, salientou que 25,3% da população portuguesa estava em risco de pobreza, ou seja, mais de 3 milhões de portugueses.
INE comunicou que 18% de portugueses vivem em risco de pobreza, mas o Eurostat refere mais de 25% de portugueses pobres. Contas feitas às estatísticas existentes, referem que pelo menos 3,2 milhões de portugueses estão em maus lençóis
Com mais de 1,4 milhões de pensionistas a ganhar menos de 500 euros por mês e um valor recorde de trabalhadores a serem pagos pelo mínimo legal – 550 mil ganham 485 euros por mês –, o verdadeiro retrato da pobreza em Portugal pode estar aquém daquele que é desenhado partindo de rácios e variáveis.
O Instituto Nacional de Estatística revelou que 18% da população residente em Portugal estava em risco de pobreza no final de 2010:
- Cerca de 1,9 milhões entre os 10,6 milhões de habitantes em Portugal na altura.
Para calcular esta taxa, o INE considera a população com 60% ou menos da mediana de rendimentos do país. Sendo Portugal um país de baixos ordenados, este limiar é naturalmente reduzido, no caso nos 421 euros/mês.
Contudo, e ligeiramente acima deste valor de rendimento mensal, encontram-se milhares de portugueses, trabalhadores ou pensionistas, que acabam por não entrar na estatística da pobreza. Um exemplo são os 550 mil trabalhadores que ganham os 485 euros de mínimo que a Lei obriga, que nas estatísticas acabam por não ser considerados em risco de pobreza – já que mesmo depois de pagarem a Segurança Social levam para casa 431,6 euros, acima dos 421 euros de limiar. Aliás, não tivesse o rendimento mensal médio em Portugal caído em 2010, e a taxa de pobreza teria aumentado ainda mais em comparação com 2009 – quando era de 17,9%. "A mediana do rendimento monetário líquido por adulto registou um decréscimo nominal de 3%. Consequentemente o limiar, ou linha de pobreza relativa, reduziu-se de 434 euros para 421 euros em termos mensais", explica o INE. Isto numa altura em que o custo de vida disparou com sucessivos aumentos nos transportes, luz, gás e aumento da carga fiscal sobre o consumo e o trabalho.
O retrato em Portugal sobre as dificuldades dos portugueses são o seguinte:
- 1,5 milhão de reformados com pensões inferiores a 500 euros: 1,4 milhão dos quais da Segurança Social;
- 416 mil desempregados de longa duração e portanto sem acesso ao subsídio de desemprego;
- 335 mil beneficiários do rendimento social de inserção;
- 668 mil trabalhadores a tempo parcial no país;
- 2,9 milhões de portugueses em situação precária.
A este valor podiam juntar-se também os 400 mil desempregados que ainda estão abrangidos pelo subsídio de desemprego.
Olhando para as estatísticas do ponto de vista do IRS, nota-se também que das 4,7 milhões de declarações de rendimentos entregues anualmente:
- 2,7 milhões de famílias declaram rendimentos brutos mensais inferiores a 800 euros – dados de 2009.
Os cálculos do Eurostat para o risco de pobreza em Portugal apontam igualmente para uma conclusão diferente da do INE. Um relatório desta entidade europeia apresentado em Fevereiro de 2012, salientou que 25,3% da população portuguesa estava em risco de pobreza, ou seja, mais de 3 milhões de portugueses.