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Violino

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História

O violino é um instrumento de cordas friccionado. É o membro mais pequeno da família das cordas à qual também pertencem a violeta, o violoncelo e o contrabaixo. A palavra violino deriva da palavra românica vitula, que significa instrumento de cordas. A palavra vitula daria mais tarde também ao aparecimento da palavra germânica fiddle (curvo em português), que é usada para desigar qualquer instrumento musical tocado com arco.

Julga-se que os cavaleiros das tribos nómadas turcas e mongóis da Antiguidade foram os primeiros tocadores de instrumento de corda. Estes faziam cordas para os seus instrumentos a partir de crinas de cavalo; os arcos também eram montados com este material. Geralmente nos seus instrumentos estava esculpida uma cabeça de cavalo no final do braço, local do instrumento onde se colocam os dedos para pisar as cordas... É curioso salientar o facto de ainda hoje os instrumentistas de corda tocarem com arcos montados com crinas de cavalo, uma herança dos povos nómadas da antiguidade. Os estudiosos acreditam que estes instrumentos se tenham espalhado para a China, Índia, Império Bizantino e Médio Oriente. O violino com a forma actual surgiu no norte de Itália no início do século XVI, local onde os portos de Génova e Veneza mantinham ligações comerciais com o Médio Oriente através da rota da seda.

Julga-se que o violino mais antigo com o formato actual foi construído por Andrea Amati no século XVI. Várias escolas de luthierie (oficinas onde se fazia a construção de instrumentos de corda), surgiram em Itália neste tempo, das quais se destacam a escola de Cremona, que no século XVI se dedicou ao fabrico de violinos. Cremona foi o local onde as famílias Amati, Guarneri e Stradivari, desde o século XVI até ao século XVIII, desenvolveram uma grande actividade de fabrico de violinos, os quais são verdadeiras obras de arte. Para se ter uma ideia, recentemente um violino Stradivarius foi vendido em leilão por cerca de três milhões e meio de dólares.

Os arcos são construídos em madeira que pode ser pau-brasil ou pernambuco. Actualmente também se fabricam arcos em fibra de carbono. As crinas de cavalo são montadas nas varas, as quais após serem esfregadas com resina, fazem vibrar as cordas do violino. François Tourte (1747-1835) é considerado o Stradivari dos arcos. Com a colaboração do violinista G.B. Viotti, Tourte desenvolveu o “arco moderno”, sendo este diferente do arco usado nos períodos anteriores.



Instrumentistas relevantes

Surgindo o violino no norte de Itália no século XVI, é aí que também irão surgir os primeiros compositores e violinistas, dos quais se destacam Arcangelo Corelli (1653-1713), Pietro Locatelli (1695-1764), Giuseppe Tartini (1692-1770) e Antonio Vivaldi (1678-1741); na Alemanha, Johann Sebastian Bach (1685-1750); em França, Jean-Marie Leclair (1697-1764).

No período clássico (segunda metade do século XVIII até início do século XIX) destacam-se os violinistas e compositores franceses Pierre Baillot (1771-1842), Rudolphe Kreutzer (1766-1831) e Pierre Rode (1774-1830), o violinista e compositor italiano G. B. Viotti (1755-1824), os quais nos deixaram um vasto repertório de valor pedagógico que é utilizado pelos aprendizes de violino nos tempos de hoje. Também os génios do classicismo vienense J. Haydn (1732-1809) e W.A. Mozart (1756-1791) tocavam violino e escreveram grandes obras-primas para violino como o são as suas sonatas e concertos para este instrumento. São também consideradas obras-primas as 10 Sonatas para violino e piano e o Concerto em Ré Maior do compositor alemão L. Beethoven (1770-1827).

No período romântico (século XIX) o genovês N. Paganini (1782-1840) revolucionou a arte violinística. Com ele, novas possibilidades técnicas abrem caminho a novas possibilidades de escrita para este instrumento. Após a criação dos seus 24 Caprichos para violino solo, muitos dos seus contemporâneos achavam impossível a sua execução. A sua actuação no palco era de tal forma arrebatadora e inovadora que muitos julgavam-no a encarnação do próprio diabo. No século XIX destacam-se ainda o espanhol P. Sarasate (1844-1908), o polaco H. Wieniawsky (1835-1880) e o belga E. Ysaye (1858-1931).

Se até aqui os violinistas interpretavam as obras que eles próprios compunham, a partir do século XX estes dedicam-se principalmente à interpretação de obras de outros compositores. Os violinistas russos D. Oistrach (1908-1974) e L. Kogan (1924-1982) estreiam e difundem por todo o mundo obras escritas por compositores seus conterrâneos e contemporâneos como D. Kabalevsky, S. Prokofiev e D. Shostakovich. Ambos os violinistas foram vencedores das primeiras edições do prestigiado concurso Raínha Elisabete, na Bélgica. A interpretação das Sonatas e Partitas para violino solo de J.S. Bach pelo violinista belga Arthur Grumiaux (1921-1986) é notável, encontrando-se mesmo a gravação de um andamento da 3ª Partita, o Gavotte en rondeaux, na nave espacial Voyager da Nasa, sendo considerada como uma amostra da cultura da Terra. Quem também se notabilizou com a interpretação das Sonatas e Partitas de Bach foi o violinista polaco Henryk Szeryng (1918-1988), naturalizado como mexicano em 1946. Este músico era considerado como um verdadeiro humanitário, o qual deu cerca de 300 concertos para as tropas aliadas durante a Segunda Grande Guerra Mundial. De espírito cosmopolita, Szeryng era fluente em sete línguas, sendo uma delas a língua portuguesa. Há relatos de portugueses que se lembram de o ouvir recitar trechos d’Os Lusíadas, em português e de memória. Ainda no século XX destacam-se os violinistas Jasha Heifetz (1901-1987), Yehudi Menuhin (1916-1999) e Isaac Stern (1920-2001).

Actualmente destacam-se os seguintes nomes: Viktoria Mullova, Joshua Bell, Maxim Vengerov, Sarah Chang, Vadim Repin, entre outros. Em Portugal, Leonor Prado, Vasco Barbosa e Gerardo Ribeiro.



Fonte: emnsc
 
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