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Le Monde publica reportagem sobre Portugal em tempos de austeridade

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Le Monde publica reportagem sobre Portugal em tempos de austeridade

O jornal francês Le Monde publica hoje dois textos sobre 'Portugal face ao quotidiano da austeridade', olhando para a Saúde, «sector na primeira linha das restrições orçamentais», e para a Cultura, onde descreve um cinema «em risco de colapso».
A reportagem, dividida em dois textos, parte da imagem do Hospital de São João, no Porto, «um serviço de ponta cortado ao meio», para dizer que «essa é também a imagem do sistema de saúde português». Os doentes do Serviço Nacional de Saúde, lê-se, «tornaram-se progressivamente clientes».
«O Estado reduziu drasticamente o reembolso de medicamentos, ainda antes de duplicar as taxas moderadoras: uma consulta num centro de saúde custa agora 5 euros (não reembolsáveis); uma passagem por um serviço de urgência 20 euros, contra 9,60 euros em 2011», lê-se.
O texto descreve depois a situação das listas de espera, que são, «para as situações menos urgentes, muitas vezes desencorajadoras».
E pergunta: «Até onde irão as restrições?», para citar depois o ex-Presidente da República Mário Soares, que, no seu mais recente livro, Um político assume-se, escreveu que «é também a democracia que pode ser posta em causa devido às exigências dos mercados».
No texto em que se debruça sobre o cinema português, «que não tem falta de talentos», o Le Monde conversa com os realizadores Miguel Gomes, João Canijo, Luís Urbano, João Salaviza e Manoel de Oliveira. E ouve ainda o secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas.
«Os cofres estão vazios. O sinal não engana: o Instituto do Cinema e do Audiovisual não reuniu em 2012 uma comissão para decidir o apoio a novos projectos. (…) Portugal é povo de grandes cineastas (…), mas raros são os que, como Pedro Costa, estão neste momento em filmagens», lê-se.
O jornal refere a petição pública 'Cinema português: ultimato ao Governo', iniciativa de diversos profissionais da sétima arte para «denunciar a situação dramática» de um cinema «deixado ao abandono».
Lê-se ainda que «depois da chegada da direita ao poder, em 2011, deixou de haver Ministério da Cultura em Portugal».
A Cultura, acrescenta o texto, também «não escapou ao plano de austeridade orçamental» e viu «os cortes na área do espectáculo ascenderem a 38 por cento entre 2009 e 2012».
O texto termina com declarações de Manoel de Oliveira: «O cinema português viveu sempre com dificuldades. Mas hoje corre o risco de colapso.
Contudo, no plano estético e técnico, é insubstituível».

Lusa/SOL
 
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