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Furtos para comer disparam nos supermercados

florindo

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Há cada vez mais portugueses a furtar produtos alimentares nos supermercados. As autoridades dizem que já há clientes que roubam pão, carne e peixe para «matar a fome». Os truques multiplicam-se.Uma simples folha de alumínio bastava para ‘fintar’ os alarmes num supermercado. O truque já é clássico. Mas, como a necessidade sempre aguça o engenho, há quem invente outros esquemas para distrair os operadores.
«Cada vez mais as pessoas arranjam pequenos truques para não pagar: por exemplo, pedem um saco de bifanas e outro de bifes da vazia (bem mais caros), depois juntam tudo no saco das bifanas» – contou ao SOL a subgerente de uma loja pertencente a uma das maiores cadeias de distribuição do país. Resultado: «Se a operadora de caixa não der conta que um saco foi estrategicamente colocado dentro do outro, acaba por passar só a etiqueta das bifanas e o cliente sai sem pagar o bife mais caro».
Casos como este estão a tornar-se recorrentes. Se é verdade que os produtos de cosmética ainda são os mais apetecíveis para quem costuma roubar nos super e hipermercados, a tendência está a mudar por causa da crise. «Hoje em dia rouba-se mais bacalhau, carne e peixe, com mais frequência do que há dois anos. Outro artigo que também falta quase todos os dias é o queijo» – diz a mesma responsável, admitindo que todos os dias acontecem furtos, mas nem sempre é fácil detectar os suspeitos em flagrante delito: «Nem todos os bens alimentares têm alarme e nem sempre o alarme dispara, por causa do famoso alumínio».

De 4.º para 2.º lugar no ranking da PSP


Dados oficiais adiantados ao SOL pela PSP confirmam isso mesmo: há cada vez mais portugueses a roubar bens de primeira necessidade nos supermercados.
Entre Janeiro e Abril deste ano, logo a seguir aos artigos de higiene pessoal, os produtos alimentares foram a segunda categoria de bens mais desviados, à frente dos artigos de electrónica e das bebidas alcoólicas. No mesmo período do ano passado, os alimentos surgiam em quarto lugar neste ranking: os ladrões preferiam carteiras, produtos de beleza e peças de vestuário.
Fontes policiais contactadas pelo SOL garantem que esta tendência tem-se agravado desde o Verão do ano passado. Quem está no terreno a fazer segurança nas lojas é disso testemunha. «Praticamente todos os dias interceptamos uma ou duas pessoas que tentam levar não só carne ou peixe, mas sobretudo pão, leite e até postas de bacalhau embaladas», conta um agente que faz serviço remunerado em várias lojas de diferentes cadeias de distribuição.
Não por capricho, mas «para matar a fome», muitas vezes são apanhados pela Polícia, em flagrante, idosos com baixas reformas. Mas não só: «Neste momento, já não há clientes insuspeitos. Começámos a detectar pessoas bem vestidas, de classe média, que até trabalham mas que furtam porque o dinheiro não chega para alimentar a família. Nota-se que estas pessoas não estão habituadas a roubar. Quando são abordadas, a primeira coisa que nos dizem é ‘que vergonha’». E, por norma, não voltam àquela loja.
O polícia recorda o caso de um homem que nunca tinha visto na superfície onde certo dia estava de plantão. «Colocou no cesto alguns artigos, mas dei conta que no bolso do casaco pôs fiambre e chouriço». Explicou que tinha dois filhos e a mulher ficara desempregada.

Escondeu postas de bacalhau debaixo da saia


Já este ano, um casal que fazia compras num supermercado de Sintra foi apanhado em flagrante à saída da loja. Enquanto retiravam artigos das prateleiras que colocavam no cesto, iam colocando outros produtos numa bolsa, vazia e forrada com folha de alumínio.
O que não sabiam é que cada movimento estava a ser monitorizado pela equipa de seguranças através do circuito de videovigilância. Quando passaram a linha de caixas, foram desmascarados e obrigados a retirar da bolsa diversos géneros alimentícios – salsichas, bacon, chouriço e vários produtos de higiene e beleza. Tudo no valor de 42 euros. Como já tinham antecedentes, foram julgados e condenados ao pagamento de uma multa.
A verdade é que, independentemente do perfil dos ladrões, «muitas vezes as empresas fazem questão de apresentar queixa, mesmo quando o bem é recuperado e de baixo valor, porque muitos dos autores destes crimes são reincidentes. E também por isso, muitas vezes o Ministério Público fica impedido de suspender estes processos e aplicar apenas uma multa ou outra injunção» – disse ao SOL um procurador da comarca da Grande Lisboa Noroeste (Sintra, Amadora e Mafra).
Foi o caso de uma mulher de etnia cigana que no ano passado tentou fugir de uma loja, em Sintra, sem pagar duas embalagens de bacalhau, cortado em postas, no valor de 24 euros. Depois de colocar o produto debaixo da saia comprida e larga que trazia vestida, a mulher acabou por ser descoberta quando passou a linha de caixas. Como já tinha cadastro, a empresa decidiu apresentar queixa e o Ministério Público não pôde usar o mecanismo habitual nestas situações, isto é, a suspensão provisória do processo – prevista para os casos em que a moldura do crime é inferior a cinco ano e o suspeito é primário. O caso foi julgado e a arguida foi condenada a pagar uma multa.

Grupo Lidl regista mais de dois mil furtos por ano


Em 2011, foram denunciados às autoridades 1.523 furtos em supermercados, mais 99 do que em 2010. Uma média de quatro roubos por dia e que na realidade pode ser bem mais preocupante.
Basta ver que só nas lojas do Lidl, «todos os anos, são reportados mais do que dois mil casos em que os autores dos furtos são apanhados em flagrante delito» – revelou ao SOL fonte oficial do grupo alemão.

Fonte: SOL
 
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