billshcot
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Nova solução evita operações e tem menos efeitos secundários
Maria José Pereira, doutoranda do MIT Portugal, está nos EUA a trabalhar em colaboração com a Harvard Medical School para a desenvolver um adesivo que ajuda a resolver malformações cardíacas em bebés.
“Um dos objectivos principais do meu doutoramento é desenvolver um sistema para entrega local de fármacos ao coração, nomeadamente para aumentar a eficiência terapêutica de biomoléculas no enfarte do miocárdio. Uma das propriedades que queríamos para o nosso sistema é que este estivesse imobilizado na superfície do coração e daí a ideia de desenvolver um adesivo cardíaco”, conta Maria José Pereira ao Ciência Hoje. No decorrer deste processo, continua, “fomos entretanto contactados por um grupo de cirurgiões da Harvard Medical School interessados em explorar o uso de adesivos em malformações cardíacas em bebés”.
O projecto de investigação começou há de três anos e dentro de dois meses será publicado o estudo. Entretanto, a cientista não pode avançar muito quanto ao funcionamento do novo adesivo. “A ideia é fazer a entrega do adesivo de uma maneira minimamente invasiva ao defeito através de cateteres. O material adere quando em contacto com o tecido cardíaco fechando o defeito e vai-se degradando ao longo do tempo de forma a permitir a remodelação do tecido até criação de uma cicatriz que fecha permanentemente o defeito”, descreve.
Segundo Maria José Pereira, existe uma grande necessidade clínica de novos adesivos para simplificar procedimentos cirúrgicos, bem como para melhorar os seus resultados. Actualmente, “os principais métodos para fechar malformações ou incisões, são o uso de suturas ou clips”. Contudo, “estes são ineficientes já que causam danos ao tecido e necessitam de ser aplicados de uma maneira invasiva. E os adesivos médicos que existem actualmente apresentam pouca adesão ou são tóxicos, estando a sua aplicação limitada”. Por isso, “esperamos que este novo material possa substituir os actuais métodos”, diz.
O adesivo já foi testado em ratinhos e a equipa multidisciplinar a trabalhar com a cientista portuguesa já conseguiu demonstrar a boa biocompatibilidade que o material tem nestes animais bem como as suas propriedades selantes em ambientes extremos, como a presença de sangue e pressão.
No entanto, existem ainda diversas etapas para um produto deste género chegar ao mercado. “O potencial desta tecnologia é enorme e existem diversas aplicações que poderemos explorar para facilitar a sua entrada no mercado. Claro que será sempre um processo de alguns anos, entre quatro a cinco”, avança a investigadora.
A equipa está agora a iniciar os estudos em porcos com o objectivo de testar a sua eficácia desenvolver o dispositivo para entrega intracardíaca de uma forma minimamente invasiva do adesivo. Está também a explorar outras aplicações médicas para determinar todo o seu potencial.
Maria José Pereira
Maria José Pereira, doutoranda do MIT Portugal, está nos EUA a trabalhar em colaboração com a Harvard Medical School para a desenvolver um adesivo que ajuda a resolver malformações cardíacas em bebés.
“Um dos objectivos principais do meu doutoramento é desenvolver um sistema para entrega local de fármacos ao coração, nomeadamente para aumentar a eficiência terapêutica de biomoléculas no enfarte do miocárdio. Uma das propriedades que queríamos para o nosso sistema é que este estivesse imobilizado na superfície do coração e daí a ideia de desenvolver um adesivo cardíaco”, conta Maria José Pereira ao Ciência Hoje. No decorrer deste processo, continua, “fomos entretanto contactados por um grupo de cirurgiões da Harvard Medical School interessados em explorar o uso de adesivos em malformações cardíacas em bebés”.
O projecto de investigação começou há de três anos e dentro de dois meses será publicado o estudo. Entretanto, a cientista não pode avançar muito quanto ao funcionamento do novo adesivo. “A ideia é fazer a entrega do adesivo de uma maneira minimamente invasiva ao defeito através de cateteres. O material adere quando em contacto com o tecido cardíaco fechando o defeito e vai-se degradando ao longo do tempo de forma a permitir a remodelação do tecido até criação de uma cicatriz que fecha permanentemente o defeito”, descreve.
Segundo Maria José Pereira, existe uma grande necessidade clínica de novos adesivos para simplificar procedimentos cirúrgicos, bem como para melhorar os seus resultados. Actualmente, “os principais métodos para fechar malformações ou incisões, são o uso de suturas ou clips”. Contudo, “estes são ineficientes já que causam danos ao tecido e necessitam de ser aplicados de uma maneira invasiva. E os adesivos médicos que existem actualmente apresentam pouca adesão ou são tóxicos, estando a sua aplicação limitada”. Por isso, “esperamos que este novo material possa substituir os actuais métodos”, diz.
O adesivo já foi testado em ratinhos e a equipa multidisciplinar a trabalhar com a cientista portuguesa já conseguiu demonstrar a boa biocompatibilidade que o material tem nestes animais bem como as suas propriedades selantes em ambientes extremos, como a presença de sangue e pressão.
No entanto, existem ainda diversas etapas para um produto deste género chegar ao mercado. “O potencial desta tecnologia é enorme e existem diversas aplicações que poderemos explorar para facilitar a sua entrada no mercado. Claro que será sempre um processo de alguns anos, entre quatro a cinco”, avança a investigadora.
A equipa está agora a iniciar os estudos em porcos com o objectivo de testar a sua eficácia desenvolver o dispositivo para entrega intracardíaca de uma forma minimamente invasiva do adesivo. Está também a explorar outras aplicações médicas para determinar todo o seu potencial.
Maria José Pereira