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Escola com as melhores médias reclama maior autonomia

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Ao Colégio do Rosário, na Avenida da Boavista, no Porto, não são estranhos os primeiros lugares dos "rankings" nacionais de médias do ensino secundário, o que, para o diretor, se deve sobretudo à autonomia que possui, enquanto instituição privada.
Com um universo total de 1520 alunos de todas as fases do ensino, este colégio privado conseguiu uma média de 14,6 valores, em pouco mais de 700 exames do secundário realizados, num quadro que o diretor, João Trigo, considera incompleto, pois "reporta-se à média da primeira fase de exames", já que, "fechado todo o processo", resultaria "numa média superior a 15 valores".
Para João Trigo, os resultados não traduzem mais que as "excelentes condições a todos os níveis, onde os alunos e as pessoas (...) gostam de estar", considerando que "esse clima de satisfação contribui grandemente" para o que se obtém no final.
"Além do pavilhão gimnodesportivo, temos um campo de jogos coberto, uma piscina, salões para atividades na área da dança e, depois, salas de informática, laboratórios, um pequeno auditório para atividades na área da música; portanto, procurámos, ao longo do tempo, e muito intensamente nos últimos anos, dotar o colégio dos melhores equipamentos para todas essas áreas", disse à Lusa o diretor.
De acordo com João Trigo, o Colégio do Rosário esteve, "nos últimos cinco anos, referenciado no primeiro lugar, em quatro", sendo que apenas em 2011 falhou a meta do topo da tabela, ficando em quinto lugar, com "uma média pouco acima dos 14 valores."
"Quando chegamos ao primeiro lugar não ficamos tranquilos, procuramos sempre ver se, com o grupo de alunos que teremos no ano letivo seguinte, será possível fazer melhor ainda", disse em entrevista à agência Lusa.
O diretor deste colégio de referência admitiu que os resultados obtidos, ano após ano, beneficiam de condições propícias, na medida em que, enquanto escola privada, o Colégio do Rosário possui "algumas vantagens, desde logo ao nível da maior autonomia, embora esta seja relativa".
"Mesmo assim, queixamo-nos sempre de que ainda há muitas regras que constrangem a nossa ação, mas temos uma maior liberdade para romper com isso e para fazer, a cada momento, aquilo que achamos mais adequado", explicou à Lusa o diretor, ressalvando que, enquanto respeitam "todo um conjunto de parâmetros do sistema educativo", procuram sempre "as oportunidades de fazer as coisas de modo diferente, se for melhor para os alunos."
João Trigo exemplifica com a decisão, em 2001, de "organizar as aulas em blocos de 70 minutos, no ensino básico, quando o sistema obrigava a que elas se organizassem em blocos de 45 ou 90 minutos."
"Este ano letivo, precisamente, passou a estar do lado das escolas a decisão nessa matéria, quer das escolas públicas, quer das privadas; portanto, antecipámos em mais de uma década algo que agora o Ministério da Educação reconhece como sendo melhor, decidido ao nível das escolas", constatou.
Para o diretor do Colégio do Rosário é mesmo "esta facilidade de gerir as coisas ao nível da comunidade educativa e da escola, ajustando-as às necessidades e à realidade dos alunos, que é muito importante", e "um dos principais aspetos deste resultado".
João Trigo admite que a localização e o cariz privado da instituição que dirige favorecem, em larga medida, os resultados nos "rankings" nacionais, sublinhando que não obteria os mesmos níveis numa escola pública, até porque "é evidente que, se quisermos olhar para o panorama das escolas públicas, vemos um país com grandes assimetrias, com escolas em zonas com alunos com múltiplos problemas sociais e com poucas expectativas, face ao seu percurso escolar".
"O nosso ponto de partida não é de facto o mesmo e isso favorece-nos", esclareceu.
O diretor do colégio não refuta, no entanto, que o sistema público possa aprender com os modelos de autonomia do sistema privado: "Nós também aprendemos com escolas públicas e as escolas públicas aprendem connosco."
"Há uma coisa que é certa: quando nós ajustamos a resposta à realidade, quando há maior capacidade de tomar decisões ao nível local, quando há um maior envolvimento da comunidade, isso só pode ser melhor", conclui.

Fonte: Lusa / SOL
 
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