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Os Ventos E As PressÕes AtmosfÉricas

Fonsec@

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O vento é um fenómeno meteorológico que todos os pescadores devem ter em conta, já que este influencia o estado do mar, local das nossas actividades.

Por ser um assunto bastante amplo para sua a explicação e o seu conhecimento, tentarei abordar conhecimentos ligeiros, básicos e úteis para a pesca que nós geralmente fazemos.



DEFINIÇÃO
Podemos dizer que o vento é uma corrente ou movimento horizontal de ar, produzido na atmosfera, por causas naturais.

DIRECÇÃO DO VENTO
Existem 32 possíveis direcções do vento, que são as que formam a ROSA DOS VENTOS, espalhadas todas elas por uma circunferência num plano horizontal, abrangendo os 360º, contudo falarei apenas de 8 direcções, já que as restantes subdivisões são mais utilizadas na navegação, utilizando-se como rumos.

Tomando a circunferência, dividimo-la nos seus 4 pontos cardiais, ficando com 4 quadrantes de 90º cada um


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- O 1º seria o compreendido entre NORTE (N) e ESTE (E)
- O 2º O compreendido entre SUL (S) e ESTE (E)
- O 3º o compreendido SUL (S) e OESTE (O)
- O 4º o compreendido NORTE (N) e OESTE (O)

Temos já 4 direcções de vento como seriam NORTE (N) – SUL (S) – ESTE (E) e OESTE (O).
O vento de OESTE (O) também o podere ser indicado por a letra W, do Inglês WEST.
Não esquecer que o vento é de onde vem, não importa para onde vai, se o vento sopra do quadrante NORTE (N) vem do NORTE (N).

Ouvimos várias vezes referirem-se à direcção do vento, utilizando a união de dois pontos cardiais, por exemplo vento de direcção ou quadrante NOROESTE (NO). Esta direcção, no 4º quadrante, é compreendida entre NORTE (N) e o OESTE (O), esta explicação de uma forma ampla e generalizada serve para os restantes quadrantes.

NORDESTE (NE) ventos do 1º quadrante
SUDESTE (SE) ventos do 2º quadrante
SUDOESTE (SO) ventos do 3º quadrante
NOROESTE (NO) ventos do 4º quadrante

Já teríamos outros 4 ventos, repito que os tomando de uma forma ampla e geral, estes ventos seriam divisíveis em outros 8 ventos mais, e estes últimos já seriam mais definidos, mas nós poucas vezes ouviremos falar deles quando lemos ou ouvimos a previsão meteorológica.


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AS ISÓBARAS

ISÓ = O MESMO OU IGUAL
BARAS = PRESSÃO

Se tomássemos as pressões atmosféricas em diferentes pontos do planeta e as reflectíssemos sobre um mapa, unindo as zonas com a mesma pressão atmosférica, veríamos um conjunto de linhas, a estas linhas as chamaríamos de ISÓBARAS.

Estas ISÓBARAS podem estar influenciadas por um ANTICICLONE ou por um CICLONE

A = ANTICICLONE = PRESSÃO ATMOSFÉRICA ALTA
B = CICLONE = PRESSÃO ATMOSFÉRICA BAIXA


ANTICICLONE - Pressão máxima relativa. Área de pressão que diverge os ventos numa rotação oposta à rotação da Terra. Move-se no sentido horário no Hemisfério Norte e no sentido anti-horário no Hemisfério Sul.

CICLONE - Sistema de Área de baixa pressão atmosférica em seu centro com circulação fechada, em que os ventos sopram para dentro, ao redor deste centro. No Hemisfério Norte os ventos giram no sentido anti-horário e no Hemisfério Sul giram no sentido dos ponteiros dos relógios.


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ANTICICLONE

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CICLONE


DISTANCIA ENTRE ISÓBARAS

A distância entre ISÓBARAS indicará a velocidade e a intensidade do vento, isto quer dizer que o vento é forte onde as ISÓBARAS estão muito juntas e fraco onde estão separadas.

A análise destas ISÓBARAS, pode também ajudar na pesca, sabendo que elas nos indicam a pressão.


A INFLUÊNCIA DA PRESSÃO ATMOSFÉRICA SOBRE OS PEIXES:

O comportamento dos peixes é influenciado basicamente pela pressão atmosférica, a temperatura ambiente das águas e dos ventos, da seguinte forma:
TEMPERATURA: quanto maior, menor é a pressão;
DENSIDADE: quanto maior, maior é a pressão;
HUMIDADE: quanto maior, menor é a pressão;
LATITUDE: quanto mais alta, maior é a pressão.

Assim, naqueles dias em que o peixe não quer comer ou não ataca a isca, talvez seja porque um desses factores esteja a influenciar o seu comportamento.

Cabe ao pescador criar um diário de pesca onde possa ir fazendo as suas anotações.

INTENSIDADE DO VENTO

ESCALA DE BEAUFORT Um sistema para calcular e informar a velocidade do vento. É baseado na Força ou Número de Beaufort, o qual é composto da velocidade de vento, um termo descritivo, e os efeitos visíveis sobre as superfícies da Terra ou do mar. A escala foi inventada por Sir Francis Beaufort (1777-1857), hidrógrafo da Marinha Real Britânica.



Grau
Designação
km/h
Aspecto do mar
Efeitos em terra
0
Calmaria

0 a 1

Espelhado

Fumo sobe na vertical

1
Bafagem

2 a 6

Pequenas rugas na superfície do mar

Fumo indica direcção do vento

2
Aragem

7 a 12

Ligeira ondulação sem rebentação

As folhas das árvores movem; os moinhos começam a trabalhar

3
Fraco

13 a 18

Ondulação até 60 cm, com alguns carneiros

As folhas agitam-se e as bandeiras desfraldam ao vento

4
Moderado

19 a 26

Ondulação até 1.5 m, carneiros frequentes

Poeira e pequenos papéis levantados; movem-se os galhos das árvores

5
Fresco

27 a 35

Ondulação até 2.5 m, muitos carneiros

Movimentação de árvores pequenas; superfície dos lagos ondula

6
Muito Fresco

36 a 44

Ondas grandes até 3.5 m; borrifos

Movem-se os ramos das árvores; dificuldade em manter um guarda chuva aberto

7
Forte

45 a 54

Mar revolto até 4.5 m com espuma e borrifos

Movem-se as árvores grandes; dificuldade em andar contra o vento

8
Muito Forte

55 a 65

Mar revolto até 7.5 m com rebentação e faixas de espuma

Quebram-se galhos de árvores; circulação de pessoas difícil

9
Duro

66 a 77

Mar revolto até 9 m; borrifos afectam visibilidade

Danos em árvores; impossível andar contra o vento

10
Muito Duro

78 a 90

Mar revolto até 12 m; superfície do mar branca

Árvores arrancadas; danos na estrutura de construções

11
Tempestade

91 a 104

Mar revolto até 14 m; pequenos navios sobem nas vagas

Estragos abundantes em telhados e árvores

12
Furacão

> 105

Mar todo de espuma; visibilidade nula

Grandes estragos



PARA QUÊ CONHECER A INTENSIDADE DO VENTO

Partindo do princípio de que todos conhecemos nossa costa (ou deveríamos conhecê-la ainda que fosse um pouco) e sua orientação com respeito aos pontos cardiais e por isso sua orientação aos ventos. Assim quando planejamos uma saída de pesca e de antemão sabemos a direcção do vento que vai soprar e sua intensidade nos podermos decidir por uma zona ou outra da costa, que esteja mais ou menos resguardada segundo nos interesse, para que nossa saída de pesca tenha possibilidades e não se converta num sofrimento.

Sempre temos ouvido dizer que existem uns ventos que são mais favoráveis para a pesca do que outros, disto sabem bem os pescadores de certa idade e profissionais que com os anos foram acumulando experiência e sabedoria, tomando atenção a eles nas suas saídas de pesca, bem como na partilha das suas vivências e opiniões.

Não tendo experiência nem conhecimentos suficientes para indicar a influência directa do vento na pesca, deixo aqui algumas dicas básicas que poderão ajudar aquando do planeamento de uma pescaria.

VENTO NORTE – Embravece e arrefece o mar trazendo correntes frias, remexe o fundo turvando as águas.
VENTO LESTE – Deixa o mar manso e as águas lusas, quando é de terra faz com que os robalos se aproximem.
VENTO SUL – Aquece as águas, tornando o peixe mais activo na busca de alimento, pode trazer chuva.
VENTO OESTE – Se forte embravece o mar, dificulta a pesca por ser vento frontal.
 
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