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Pesca Ao Fundo Com Engodo

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helldanger1

Visitante
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COMO ESCOLHI O PESQUEIRO
No último o artigo intitulado "O robalo - O rei da nossa costa', abordava a pesca deste esplêndido peixe, a partir de uma praia arenosa, utilizando engodo de sardinha. Porque a forma como se obtêm bons resultados, está directamente ligado a bons procedimentos técnicos e de colocação no "terreno', retomo o assunto tratado no transacto artigo, no sentido de aprofundar a técnica de engodagem na praia, bem como a escolha do pesqueiro.

Assim, os principais factores a terem conta na escolha de um pesqueiro na praia, são: o estado do mar, a direcção do vento, as fases da Lua, as coroas de areia e os fundões.

No que se refere a fundões, podemos referenciá-los com mar mexido, pela água mais parada, resultante da maior profundidade da zona que fica entre os rebojos de água revolta e branca que o mar faz em cima das coroas de areia. Sempre que escolho um pesqueiro na praia faço-o da seguinte maneira: consulto a tabela das marés e procuro ir
sempre ver o mar na maré vazia, pois há menos altura de água, "lendo' melhor o relevo e o perfil da praia, localizando melhor os fundões as coroas de areia, ao mesmo tempo vejo como estão os fundos.

Vou a diversos locais que conheço, por cima das falésias em sítios altos onde observo calmamente o mar tentando concentrar-me e "integrar-me” na praia, no mar na ondulação para que nenhum pormenor me escape, pois todos estes elementos reunidos são importantes no sucesso da pesca. Se vejo uma praia plana e pouco profunda sei que não é
atractiva para o peixe e vou escolher outra que tenha fundões.

Quando gosto do perfil de uma praia então estou ali meia hora a observar atentamente todos os pormenores, às vezes levo o binóculo pois quando a água é aberta consigo ver os peixes. É fundamental também ver se a praia reúne as condições para engodar e o peixe entrar.

As feições do mar que eu encontrei quando escolhi o pesqueiro e capturei alguns robalos na minha saída para a pesca foram as seguintes:

Mar calmo com pouco vento, águas "bonitas', nem lusas nem barrentas, uma coroa de areia que tapeteáva um fundão de pedra à beira da praia. Nesse local a água não corria muito. No fundão existiam rochas povoadas de mexilhão e de percebes que abrigavam pequenos polvos, cabozes, caranguejos, etc. Sei por experiência própria que são fundos de pedra e areia com estas características que os robalos procuram. Certifiquei-me se o fundão existente entre a coroa e a praia tinha um curveiro por onde o peixe pudesse entrar.
Localizei o agueiro, que é a parte mais funda, por onde a água trazida pelas ondas até à praia recua, pois era para ali que o engodo ia correr.
 
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helldanger1

Visitante
Como Engodei

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Deve-se engodar quando a onda faz escoa.

Comecei a engodar da maré vazia para a enchente, com sardinha mal pisada misturada com areia seca, pois assim a areia fica impregnada com o cheiro da sardinha, ao mesmo tempo que torna o engodo mais pesado e compacto evitando a sua deslocação e dissipação rápida. O mar apresentava um espraiar de pequenas ondas certinhas não fazendo enchios. Nestas condições comecei a lançar o engodo à água
compassadamente para formar a rota do engodo no momento em que o mar faz a escoa, pois se lançarmos o engodo à água quando o mar trás a onda, este fica todo espalhado na praia o que não é de todo conveniente. Porque estava no Inverno, engodei com sardinha congelada e isquei com filetes de sardinha também congelada como mandam as regras. Se fosse no Verão engodava com sardinha fresca ou "petinguinha". Neste dia esqueci-me de levar o suporte que normalmente utilizo para as iscas apoia o balde do engodo, o que fez com que tivesse de andar para baixo e para cima na praia, perdendo tempo e energia. Nas cinco ou seis horas de pesca que fiz gastei mais ou menos dez quilos de sardinha.

PARA ONDE LANCEI
O pescador deve procurar lançar para o agueiro que é a parte mais funda por onde, como já acima referi, a água trazida pelas ondas sai em direcção ao mar. É aí que o peixe procura a comida trazida pela corrente, encontrando o engodo que o vai "fixar' esperando algo de mais substancial, obviamente a minha iscada de filete de sardinha. Ao comer contra a corrente, o peixe espera que esta lhe traga o engodo e o alimento que a rebentação desloca. Nestas circunstancias lancei para o agueiro, para o local onde a corrente fazia a paragem.

Também experimentei lançar para cima da coroa pela razão de o mar rabujar em cima desta e o peixe acoitar-se por debaixo do rebojo que lhe serve de camuflagem, sombra, e oxigenação nessa água branca. A vaga do mar quando avançava para praia subia à
coroa e rebentava em cima desta, removendo as areias deslocando a teagem e caranguejos brancos da areia para dentro do fundão. Sei disto porque quando amanhei os robalos era o que traziam dentro do bucho.
 
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helldanger1

Visitante
Conselhos TÉcnicos

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Vejo sempre o mar à maré vazia .

Com mares mansos e águas mais abertas aconselha-se a pescar com linhas mais finas porque o peixe vê melhor a linha. Com mar mais forte é melhor pescar de dia, devendo-se lançar para os fundões pela razão de o peixe ter mais altura de água. Com mar parado e água lusa só aconselho pescar de noite. As melhores horas para pescar são ao amanhecer e ao põr-do-sol. As melhores marés são as de quarto pela razão de terem sempre água nas coroas e as correntes têm pouca intensidade. Nas marés de Lua as horas da reponta são as melhores ou seja, na maré vazia, quando a maré enche o pescador deve acompanhá-la na subida da água. Os melhores ventos para pescar são dos quadrantes Sueste e Sul, pois trazem águas mais quentes. Com tempo quente e abafado céu encoberto tempo este "revolto', o peixe pega melhor por adivinhar a mudança do tempo.
 
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helldanger1

Visitante
Robalos capturados na praia da Adraga, Sintra.

As coroas de areia abeiram à costa com mais frequência nos meses de Verão com tempo vindo de terra, pela razão de a areia deslocar-se contra o vento. Esta areia nova, demora algumas semanas a criar comida, por vezes eleva-se por ser mais fina e de não estar compactada sendo visível em pequenos círculos em suspensão na água, sinal este que o mar está a remexer pelo fundo prenunciando mar a embravecer.

O mar para engodar não pode ter muita corrente, por que leva o engodo muito facilmente. Também se o mar estiver parado e não houver corrente não é aconselhável pescar porque o engodo não corre e não chama o peixe. Na nossa costa ocidental oitenta por cento das vezes os ventos são predominantes de Noroeste. Por vezes quando este é forte aconselho a pescar em praias abrigadas.

O mar para engodar não pode ter muita corrente, por que leva o engodo muito facilmente. Também se o mar estiver parado e não houver corrente não é aconselhável pescar porque o engodo não corre e não chama o peixe.

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EQUIPAMENTO
Utilizei fio Siglon 0,37 mm na linha mestra e o peso da chumbada era de acordo com a espessura do fio, equivalente a 100 gramas também conjugada com a pouca corrente que o mar fazia, esta de formato de bico nem corria demasiado nem ficava apoitada ao fundo tipo ancora de barco. A linha do estralho era 0.30 mm de fluorcarbono também da SIGLON linha esta invisível dentro de água, e o tamanho do estralho era de um metro, o anzol era da
MUSTAD Ref.39853 n° 2/0.

Tenho várias canas de fundo mas a que eu gosto mais e me dá mais confiança para pescar na praia é a SURFCAST HX de 5 m da HIRO porque me obedece quando eu preciso de lançar para mais longe quando o peixe está mais fora.

O carreto que faz conjunto com a minha cana é o EMBLEM-Z 5500A.

Original de :Luis Batalha

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