billshcot
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O procurador do processo Casa Pia, João Aibéo, decidiu ontem avançar com um processo por falsas declarações contra Ilídio Marques, jovem identificado como vítima que agora desmente as acusações e os abusos.
Depois de ter dito numa entrevista que tinha sido abusado em Elvas, mas não pelos arguidos que estão a ser julgados, Ilídio disse na sexta audiência, quando questionado sobre os abusos, que "nem em Elvas nem em parte nenhuma".
O jovem, que não tem qualquer relação com a parte do processo que está a ser julgada – um crime em Elvas no último trimestre de 1999, que envolve uma única vítima que não foi ouvida – foi chamado pelo tribunal por ter sido o próprio a escrever uma carta a manifestar intenção de falar para se "redimir". Diz agora que quando falou estava sob o efeito de estupefacientes e responsabilizou a PJ e Catalina Pestana pelas acusações. No entanto, quando confrontado pelo Ministério Público com as contradições, Ilídio alegou não se recordar ou não querer responder, o que levou João Aibéo a falar em "amnésia".
O magistrado perguntou mesmo a Ilídio se ele tem problemas de memória, ao que este respondeu: "Estou a ficar cansado de tanta pergunta". Questionado sobre se contactou colegas para desmentirem também as acusações, Ilídio admitiu que sim, mas "para dizer a verdade". Quando o procurador quis saber há quanto tempo não consumia drogas, o ex-casapiano não quis responder.
Já na instância de Sá Fernandes, o advogado perguntou: "É mesmo verdade que não foi a Elvas e que isto foi uma construção?". Ilídio respondeu: "Eu agora estou a dizer a verdade".
"MUITAS CONTRADIÇÕES"
O advogado das vítimas da Casa Pia, Miguel Matias, que renunciou ao patrocínio de Ilídio Marques quando este mudou de versão, optou ontem por não fazer perguntas ao ex-casapiano. "Durante muito tempo representei o assistente, que agora tem uma posição antagónica. Sinto-me numa posição constrangedora e só por isso não irei fazer perguntas", disse o causídico ao tribunal, após a instância do Ministério Público. Já à saída, Miguel Matias considerou que o depoimento de Ilídio teve "muitas contradições", afirmando, porém, que a relevância do mesmo é "zero": "Diz que nunca foi a Elvas com ninguém por isso não pode saber. O que estamos aqui a falar envolve outro assistente". Sobre as acusações a Catalina Pestana, Matias disse que a ex-provedora teve uma postura "impoluta".
"CORAGEM! VAIS FICAR BEM NA FOTOGRAFIA"
"Coragem! Vais ficar bem na fotografia". As palavras foram ditas a Ilídio Marques por Hugo Marçal, ontem, numa das interrupções da audiência solicitadas pelo jovem. O advogado de Elvas, arguido no processo, encontrou-se com o jovem no espaço comum para fumadores e dirigiu-se ao ex-casapiano, juntamente com a sua advogada. Quem também tem estado no tribunal desde que Ilídio está a ser ouvido é o médico Ferreira Diniz, que apesar de não ser arguido neste caso aguarda decisão sobre o recurso para o Constitucional – foi condenado a 7 anos – e fez questão de assistir às últimas duas audiências.
"SUFICIENTE PARA ABSOLVER OS ARGUIDOS"
O advogado de Carlos Cruz manifestou-se ontem convicto de que o depoimento de Ilídio "é suficiente para absolver" os quatro arguidos, e fez questão de elogiar o jovem. "Eu tenho 34 anos de advocacia e este foi o gesto mais importante a que assisti na minha vida profissional", disse o defensor no tribunal, posição que reiterou à saída, e acrescentou: "A esta retractação vão seguir-se outras retractações. Este processo não vai parar. É uma certeza. A verdade é como o azeite, vem ao de cima. Se depois do que este rapaz veio dizer ficasse tudo na mesma era uma vergonha".
cm
Depois de ter dito numa entrevista que tinha sido abusado em Elvas, mas não pelos arguidos que estão a ser julgados, Ilídio disse na sexta audiência, quando questionado sobre os abusos, que "nem em Elvas nem em parte nenhuma".
O jovem, que não tem qualquer relação com a parte do processo que está a ser julgada – um crime em Elvas no último trimestre de 1999, que envolve uma única vítima que não foi ouvida – foi chamado pelo tribunal por ter sido o próprio a escrever uma carta a manifestar intenção de falar para se "redimir". Diz agora que quando falou estava sob o efeito de estupefacientes e responsabilizou a PJ e Catalina Pestana pelas acusações. No entanto, quando confrontado pelo Ministério Público com as contradições, Ilídio alegou não se recordar ou não querer responder, o que levou João Aibéo a falar em "amnésia".
O magistrado perguntou mesmo a Ilídio se ele tem problemas de memória, ao que este respondeu: "Estou a ficar cansado de tanta pergunta". Questionado sobre se contactou colegas para desmentirem também as acusações, Ilídio admitiu que sim, mas "para dizer a verdade". Quando o procurador quis saber há quanto tempo não consumia drogas, o ex-casapiano não quis responder.
Já na instância de Sá Fernandes, o advogado perguntou: "É mesmo verdade que não foi a Elvas e que isto foi uma construção?". Ilídio respondeu: "Eu agora estou a dizer a verdade".
"MUITAS CONTRADIÇÕES"
O advogado das vítimas da Casa Pia, Miguel Matias, que renunciou ao patrocínio de Ilídio Marques quando este mudou de versão, optou ontem por não fazer perguntas ao ex-casapiano. "Durante muito tempo representei o assistente, que agora tem uma posição antagónica. Sinto-me numa posição constrangedora e só por isso não irei fazer perguntas", disse o causídico ao tribunal, após a instância do Ministério Público. Já à saída, Miguel Matias considerou que o depoimento de Ilídio teve "muitas contradições", afirmando, porém, que a relevância do mesmo é "zero": "Diz que nunca foi a Elvas com ninguém por isso não pode saber. O que estamos aqui a falar envolve outro assistente". Sobre as acusações a Catalina Pestana, Matias disse que a ex-provedora teve uma postura "impoluta".
"CORAGEM! VAIS FICAR BEM NA FOTOGRAFIA"
"Coragem! Vais ficar bem na fotografia". As palavras foram ditas a Ilídio Marques por Hugo Marçal, ontem, numa das interrupções da audiência solicitadas pelo jovem. O advogado de Elvas, arguido no processo, encontrou-se com o jovem no espaço comum para fumadores e dirigiu-se ao ex-casapiano, juntamente com a sua advogada. Quem também tem estado no tribunal desde que Ilídio está a ser ouvido é o médico Ferreira Diniz, que apesar de não ser arguido neste caso aguarda decisão sobre o recurso para o Constitucional – foi condenado a 7 anos – e fez questão de assistir às últimas duas audiências.
"SUFICIENTE PARA ABSOLVER OS ARGUIDOS"
O advogado de Carlos Cruz manifestou-se ontem convicto de que o depoimento de Ilídio "é suficiente para absolver" os quatro arguidos, e fez questão de elogiar o jovem. "Eu tenho 34 anos de advocacia e este foi o gesto mais importante a que assisti na minha vida profissional", disse o defensor no tribunal, posição que reiterou à saída, e acrescentou: "A esta retractação vão seguir-se outras retractações. Este processo não vai parar. É uma certeza. A verdade é como o azeite, vem ao de cima. Se depois do que este rapaz veio dizer ficasse tudo na mesma era uma vergonha".
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