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Mini Curso [ Policiarismo ]

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billshcot

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MODOS OPERANDI

Mais não é do que o " modo de operar " do criminoso, que, normalmente, deixa um rasto atrás de si. Para um investigador treinado, esse rasto funciona como um verdadeiro cartão-de-visita do criminoso.

De facto todo o criminoso profissional tem tendência a repetir o seu modo de actuação, ainda que involuntariamente. Ou é o sistema usado no arrombamento, ou as ferramentas utilizadas, ou a forma como as portas e janelas foram violadas, usando luvas ou limpando as impressões digitais, fumando no local do crime, etc., etc... Essa colecção de vestígios fica catalogada na ficha do criminoso, ou no computador, para confirmação da autoria do roubo.

Através da classificação dos seus métodos de acção fica muito mais facilitado o trabalho de quem investiga, no sentido de determinar, a possível autoria do arrombamento de uma residência, por exemplo. O sistema de classificação decorre da análise e do estudo da maneira exacta de agir do autor do crime, de forma a compará-la com outros casos que tenham apresentado processos iguais, e que já foram descobertos e anotados. A primeira etapa consiste em por de parte os casos semelhantes, reduzindo ,assim, algumas hipóteses de outros autores suspeitos. Para tal, é necessário que o modus operandi tenha sido classificado de forma racional e sistematizada, catalogando as diferentes maneiras de agir dos ladrões. Com o computador a busca fica bastante facilitada.

LOCAIS

Podem ser os seguintes :

01 - Residências
02 - Hotéis e pensões
03 - Estabelecimentos comerciais
04 - Fábricas e oficinas
05 - Escritórios
06 - Bancos ou estabelecimentos de crédito
07 - Repartições públicas
08 - Lugares públicos
09 - Exposições de obras de arte ou de utilidades
10 - Vitrinas internas, ou externas , de museus
11 - Veículos de transporte

AS BUSCAS DEVEM SER ORIENTADAS DA SEGUINTE FORMA :

a) O tipo do furto
b) As espécies dos locais
c) Os bairros e vias de acesso
d) Os instrumentos utilizados
e) Os meios empregues
f) Instalações ou aparelhos interiores atingidos
g) Dias da semana
h) Horário
i) Vestígios deixados
j) Espólio criminoso
k) Uso, ou não, de veículos para o seu transporte

VIAS DE ACESSO

a) Portas
b) Paredes
c) Janelas
d) Muros e cercas

As janelas são vias de acesso preferenciais .

O estudo das vias de acesso dá-nos o cunho da habilidade dos gatunos e essa previsível " habilidade " permite-nos estabelecer uma ligação com a sua idade.
A seguir, interessa classificar as subdivisões dos locais assaltados. Nas residências, por exemplo, importa saber se são térreas ou com vários andares, e qual das entradas foi preferida : a térrea ou a janela de um piso superior.

Os hotéis e pensões são diferenciados pelas suas classes, enquanto nos estabelecimentos comerciais a classificação resulta do cruzamento de determinados factores, como a sua grandeza, a situação e o tipo de mercadoria. Em termos gerais, os locais assaltados podem ser: farmácias, bancos, bares, discotecas, joalharias, casas de artigos de óptica, restaurantes, etc... Os estabelecimentos industriais recebem subdivisões em função dos produtos fabricados ; as oficinas , pela sua natureza dos serviços prestados ; os escritórios, pelas especialidades ; os locais públicos, pela sua natureza : cinemas ; teatros, cabarés, bordéis, etc..., De notar que os gatunos têm predilecção por determinados locais e esse é um ponto importante a reter no seu modus operandi.

INSTRUMENTOS USADOS

Esta classificação não é muito fácil, pois se há instrumentos que deixam marcas e sinais típicos, deixados no local do crime, são facilmente identificáveis, outros há que não deixam vestígios que permitam uma classificação segura.
Vejamos as principais :

1 - Alavancas em geral
2 - Instrumentos cortantes, perfurantes e de percussão
3 - Explosivos
4 - Fogo
5 - Chaves falsas
7 - Gazua
8 - Caneta de bomba

Um pé de cabra e/ou uma cunha, deixam " assinaturas " .

Uma impressão digital, fica bem visível numa porta de cofre .

Os móveis e cofres de segurança são os mais atacados e é ai que devem ser procurados as marcas de arrombamento.
Os cofres, em particular, são por regra, atacados por " peritos ", que têm maneiras próprias de chegar ao seu interior.

a) Há os que os abrem manejando os respectivos segredos, que alguns " peritos " conseguem detectar pelo toque subtil dos seus dedos, enquanto outros utilizam estetoscópios médicos para escutarem o clique característico dos números-chave usados
b) Outros usam brocas, perfuram as chapas e atingem e destroem os maquinismos de segurança
c) Outros ainda rompem as alças laterais das portas
e) Os que usam explosivos
f) E aqueles que os transportam para locais ermos, onde actuam à vontade

HORÁRIOS

É muito importante considerar :

a) Os que actuam de dia
b) De noite
c) Em fins-de-semana e feriados
d) Só durante as férias

HÁBITOS E VESTÍGIOS

Neste capítulo é mais fácil classificar as " assinaturas" dos assaltantes, já que estes não resistem a proceder de modo igual ou semelhante.
Assim, temos :


a) Os que consomem alimentos e bebidas
b) Os que defectam e urinam no local
c) Os que praticam actos de vandalismo
d) Os que escrevem nas paredes e móveis, etc

TRANSPORTE

A utilização de transporte próprio para o local do roubo deixa, quase sempre, marcas de pneus dos carros, motos ou bicicletas, que acabam mais tarde por ser úteis à polícia do que a matricula tirada por uma testemunha, já que a maior parte das matriculas é falsa e o veículo roubado.
Coisas roubadas

Também aqui há preferências :

a) Os que procuram jóias
b) Roupas
c) Vídeos e cassetes
d) Aparelhagens fotográficas e de filmar
e) Pratas
f) Dinheiro
g) Objectos de arte
e) Roupas transaccionáveis
f) Bebidas, etc.

É , pelos locais superior e inferior , que se deve pegar num copo com impressões digitais .

RELATÓRIOS

Ao longo dos " quadros " anteriores, foi dado particular atenção à recolha de provas que permitam a condenação do culpado. Assim, o investigador não deve queixar-se se vir sair em liberdade um arguido que ele perseguiu tão denodamente, se foi por falta de provas que o juiz se viu obrigado a absolvê-lo.
Assim os relatórios dos investigadores devem ser o mais pormenorizados que for possível, concisos, objectivos e de fácil identificação.

Desses relatórios devem constar :

a) Título da investigação efectuada
b) Número do relatório
c) Número da ordem de serviço que lhe deu causa
d) Número do inquérito
e) Nomes das vitimas e dos indiciados, quando estes são conhecidos
f) Data
g) A quem é dirigido
h) Assinatura legível de quem o redige, posto e secção onde pertence, e nome do superior hierárquico

Referir ainda :

1 - Indicação resumida do trabalho recebido para investigar e a sua ordem
2 - Exposição pormenorizada do relatório, com a indicação de todas as origens da captação de dados
3 - Conclusões, com sugestões resumidas

O relatório não deve conter exageros nem ser tendencioso, procurando antes ser imparcial e isento. E o investigador deve sempre ficar com uma cópia do seu relatório, para poder responder a questões ou esclarecimentos que lhe sejam pedidos posteriormente.
 
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