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À procura de vestígios ...

billshcot

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Como e onde ... procurar de vestígios ...

Reiss, por exemplo, afirma que as pegadas e outros vestígios da passagem do criminoso devem procurar-se nos arredores do local do crime e não no próprio local, onde a sobreposição de indícios e a própria cautela do delinquente em apagar as marcas da sua passagem dificultam a missão do investigador .
Igualmente recomenda Reiss, em efectuar um confronto entre impressões obtidas e a dos vizinhos e habituais do lugar, separando cuidadosamente as de carácter diferente sem menosprezar as outras, pois nada indica que o criminoso não pertença ao ciclo de relações ambientais da vítima .

Superfícies

Existem principalmente dois tipos de superfícies onde é possível encontrar impressões humanas :

1. As superfícies moles, como o barro, a lama, o gesso,etc,.onde as impressões são visíveis pela pressão;
2. As superfícies duras, onde o suor, o sangue, a tinta, a fuligem ou qualquer outra substância corante, deixa marcas, e as superfícies lisas, como o oleado a madeira encerada, o chão polido, etc,. que são excelente elementos receptores de pegada, de tacões de borracha ou quaisquer indícios semelhantes .

Protecção

Escusado será dizer que tratando-se de uma prova judicial é necessário preservá-la intacta e como tal protege-la de possível deterioração ou destruição .
Para isso usam-se métodos diferentes consoante o tipo e o local onde se obtém a impressão. A protecção de um sítio interior pode ser feita com uma tábua ou um pedaço de cartão, mas se estiver sujeito a agentes atmosféricos deve ter-se o cuidado de escolher uma tela encerada ou lona para evitar ameaços de chuva, por exemplo.

Em campo de neve, para evitar o degelo convém cobrir vestígios com uma caixa, e colocando sobre esta uma quantidade regular de neve, tendo em conta que, quanto maior for a quantidade de neve sobreposta, maior é também a garantia de duração do indício .

Reprodução

Os quatro processos mais usados para a reprodução de pegadas são os seguintes :

a) Transplantação – Só praticável com impressões sobre pavimentos polidos .
b) Desenho ou decalque – Quando não houver outro recurso, reproduzindo a pegada o melhor possível .
c) Fotográfico – Quase sempre recomendável devido à fidelidade.
d)Molde – Quando o indício está em baixo relevo.

A título de curiosidade reproduzo o processo do Professor De Benito para a reprodução de pegadas por desenhos.
Utilizando-se o papel quadriculado, de preferência vegetal, tendo o cuidado de colocar nas margens do papel uns pedaços de cartão, a fim de evitar o contacto directo sobre a impressão das plantas dos pé e a sua respectiva deformação .
[ veja-se figura abaixo ]



Pés descalços

Muitos criminosos descalçam-se, no momento do crime, para evitarem produzir ruído que poria as vítimas de sobreaviso. Todavia alguns ficam de peúgas.
Quando as pegadas sejam sobre vidro ou superfícies limpas, é possível analisar as crestas capilares semelhantes às impressões digitais ; no entanto, estas não servem nunca de elemento de procura por não existirem arquivos plantares mas auxiliam como elemento identificador comprovativo.

Junta-se o desenho abaixo , que ilustra o método de identificação o qual consta do seguinte :



Traça-se uma recta AB tangente à parte interna da curva formada pelo calcanhar e pela articulação metatarsiana, divide-se esta linha em tantas partes iguais quantas se queira, segundo o grau de aproximação pretendido e, sobre cada uma destas divisões traçam-se linhas [ ordenadas ] perpendiculares. Na impressão a comparar efectua-se um traçado semelhante e cotejam-se as medidas das ordenadas, para identificação .

Pés calçados

O calçado pode ter formas diversas.

As variedades mais conhecidas em sapatos e botas são as seguintes :

Biqueira cónica , aguda, redonda, oblíqua e recta ; tacão de base côncava profunda direira e profunda esquerda, côncavo, recto e convexo e tacão de curva côncava, recta e convexa .

1. Interessa ainda observar cuidadosamente os pregos e as brochas de vários tipos e desenhos identificadores.
2. As botas de espora também se reconhecem pela correia próxima do tacão.
3. Existem ainda desenhos característicos das solas de borracha, e recticulado das alpargatas e sapatos de ténis que permitem uma classificação laboriosa.

Interessa-nos ainda o estudo de outros elementos fundamentais na observação :

O eixo da marcha, a linha de marcha, o ângulo de marcha, a largura do passo e a longitude do passo.

Eixo de marcha [ a b ] – É a recta equidistante duma série de pegadas.
firura 3

Linha de marcha – É a recta que une os extremos dos tacões numa série de pegadas. A linha é tanto mais quebrada quanto maior for o peso do transporte.
Ângulo de marcha [ E o F ] – É formado pela intersecção do prolongamento do eixo da pegada com o eixo da marcha
figura 4

Largura de passo [ G H ] – É a distância existente entre as paralelas dos eixos de marcha que passam pelas extremidades dos tacões.
figura 5

Longitude de passo [ C D] – É a distância que existe entre extremo dum tacão e o anterior ou seguinte
figura 6



Quando um indivíduo pára, produz pegadas fortemente gravadas, aproximam-se entre si mais que durante a marcha, aparecendo marcadas com todos os detalhes. Se o estacionamento dura muito tempo imóvel, as pegadas tornam-se muito profundas , mas se há movimento sobrepõem-se repetidas vezes.
Zenker afirma que um pé parado sobre solo duro deforma-se uns cinco milímetros em cada sentido.

Características de certos andamentos :

Em marcha – As pegadas aparecem mais marcadas na biqueira que no tacão .
Em passo ginástico – É mais curto que o habitual e são visíveis os sinais de biqueira.
Em fuga desesperada – Só marca o tacão .
Depois de um salto – Ficam marcas profundas dos pés juntos, paralelas, mais acentuadas no sítio dos calcanhares e salpicos do próprio terreno à volta.
Em marcha atrás – Observa-se grande irregularidade nos passos em virtude da insdtabilidade.
Em caso de luta – Pegadas juntas, entremeadas, e sobrepostas com terra salpicada em diferentes direcções e pouco próprias para estudo.

TABELA DE DESGASTES DE NICEFORO



Planta do pé

a – meia lua
b – Lateral externo anterior
c - Lateral externo central
d - Lateral externo posterior
e – Lateral interno anterior
f - Lateral interno central
g - Lateral interno posterior

Tacão

s –meia lua
t - Lateral interno posterior
u - Lateral interno central
v - Lateral interno anterior
x - Lateral externo posterior
y - Lateral externo central
Z - Lateral externo anterior

FÓRMULAS DE NICEFORO

O professor Niceforo após diversos estudos, verificou que cada pessoa desgasta sempre o calçado pelos mesmos sítios, de onde se conclue que um sapato apresenta a fisionomia pessoal do seu possuidor.

Representou por uma fórmula essas indicações em que surge no numerador um produto dos sinais da sola do pé direito, pelos do tacão direito e no numerador, os sinais da sola do pé esquerdo pelos do pé esquerdo.
Os sinais são representados pelas iniciais de classificação, tendo sido abolida a palavra lateral.

Exemplo :



Significa que as zonas de desgaste nom pé direito são :

-> Na sola – externa central . No tacão – interna anterior.
-> No pé esquerdo : Sola – zona interna posterior e tacão – zona externa anterior.
 
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