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Vítimas do padre voltam a tribunal

billshcot

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Nov 10, 2010
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João, nome fictício, quer esquecer os abusos no seminário menor. O jovem – que garante ter visto o padre Luís a deitar-se na cama dos colegas que com ele partilhavam o quarto e a masturbá-los – vai, no entanto, ter de regressar ao tribunal para depor.

O rapaz e os restantes colegas foram informados pelos familiares que nos próximos dias voltarão a ser inquiridos.

A informação foi dada pela Polícia Judiciária, que chegou a avançar com uma data, entretanto desmarcada.

"Era para terem sido ouvidos a semana passada, mas os senhores da PJ ligaram a dizer que depois seria marcada nova data. Estamos à espera", contou o pai de um menor ao CM, mostrando algum desagrado por o filho voltar a ser ouvido.

"O meu filho só quer esquecer o que se passou. Ele pede-nos para não falarmos sobre isso, nem sequer nos dá qualquer conversa quando puxamos o assunto. Ele diz que não se quer lembrar mais do que viveu, nem nunca mais quer ver o padre Luís", relatou o mesmo familiar.

Os menores estão a ser apoiados por psicólogos e no seminário menor o assunto é evitado. No entanto, por estudarem no externato, são olhados de lado por outros alunos que os identificam como vítimas de abusos sexuais. "É muito complicado, todos os miúdos sabem quais são os internos. Há os que não acreditam neles, porque gostavam muito do padre Luís, outros apontam-lhes o dedo", contou uma mãe.

Para os menores a repetição da inquirição é também vista com desagrado. "Disseram-nos que só íamos lá uma vez e nunca mais tínhamos de falar sobre isto. Espero que seja mesmo a última vez, não quero ter de voltar ao tribunal", disse outro menor, ao CM, visivelmente desgostoso com o caso.

TRANSFERIDO PARA A CIDADE DA GUARDA

Levado ao Tribunal do Fundão para ser ouvido por um juiz de instrução, o padre Luís Mendes viu ser-lhe aplicada a medida de coação de prisão domiciliária. Inicialmente, foi para casa dos pais, em S. Romão, Seia, mas a visita constante dos paroquianos levou o bispo da Guarda, D. Manuel Felício, a indicar uma casa paroquial, na cidade da Guarda, onde poderia aguardar o desenrolar do processo. Recorde-se que no dia a seguir a ser interrogado pelos magistrados, o padre recebeu a visita do bispo, tal como do padre daquela paróquia, José Martinho. D. Manuel Felício veio mais tarde apelar à tolerância para com o padre Luís.

RISCO DE VOLTAR A ABUSAR DE MENORES

O risco do padre Luís voltar a abusar de mais crianças foi um dos argumentos do juiz de instrução para decretar a sua prisão domiciliária. O magistrado entendeu, ainda, que havia perigo de perturbação do inquérito, uma vez que o padre, logo após ter sabido que tinha sido denunciado, abordou o grupo de menores e tentou convencê--los a voltar atrás. Afastar o ex--vice-reitor do seminário do Fundão das restantes crianças foi a grande preocupação das autoridades e precipitou a emissão dos mandados do Ministério Público, que levaram à detenção do padre Luís.

DEZASSETE ALUNOS INTERNOS

Um mês depois de o ex-vice--reitor do seminário do Fundão ter sido detido pela Polícia Judiciária da Guarda, o seminário menor tenta voltar à normalidade. Os 17 alunos internos mantêm-se na instituição, depois de o bispo da Guarda ter pedido aos pais que mantivessem a confiança na igreja. "Pediram-nos para não tirarmos os nossos filhos. Eu nunca o pensei fazer, até porque o meu filho não quer sair", disse ao Correio da Manhã a mãe de um dos menores. Apenas os pais de um outro aluno chegaram a admitir retirar o filho da instituição. No entanto, a pressão do menor acabou por demovê-los. "Eles gostam de estar lá, têm sido ajudados pelo novo vice-reitor e há outros padres que lhes estão a dar apoio. Todos se ajudam e ninguém aceitou mudar", contou a mesma mãe ao CM.

cm
 
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