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Consumidores indignados com propostas de bancos para concessão de crédito

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Consumidores indignados com propostas de bancos para concessão de crédito

A DECO revelou hoje que há consumidores que estão a receber propostas de instituições bancárias para concessão de crédito e que têm manifestado a sua “indignação” através de denúncias à associação. “Temos recebido algumas denúncias dos consumidores que se sentem incomodados” por estarem “a receber propostas nas suas casas para concessão de crédito, através do telefone, por e-mail ou por correio, numa altura de crise, em que praticamente não há concessão de crédito e se tem alertado para as suas consequências, disse à agência Lusa a responsável pelo Gabinete de Apoio ao Sobre-endividado (GAS).
Natália Nunes adiantou que os consumidores “não concordam” com esta prática dos bancos devido à conjuntura que o país atravessa.
“É um incentivo [ao crédito], ainda que se saiba que a análise do risco [para a sua atribuição] vai ser mais rigorosa do que era há uns anos”, sublinhou.
No entanto, adiantou, “é algo que os consumidores não vêem com bons olhos, porque, neste momento, é reconhecido que alguns dos problemas que hoje temos decorrerem (…) da concessão de créditos de uma forma não muito responsável e da agressividade da banca na concessão de crédito”.
“Temos níveis de crédito malparados elevadíssimos e a verdade é que verificamos que existem instituições de crédito a cometer os mesmos erros do passado e que estão hoje reconhecidos como erros”, acrescentou.
Para Natália Nunes, esta prática “é contraproducente”, porque os bancos ficam com “uma imagem, do ponto de vista do consumidor, algo debilitada, para não dizer uma imagem negativa”.
A DECO tem vindo a alertar para os riscos da contratação de crédito.
“O consumidor não deve pensar sequer recorrer ao crédito simplesmente porque está a ser-lhe apresentada uma proposta”, que terá de ser analisada posteriormente pelo banco, advertiu.
De qualquer forma, sublinhou, “é estar a iludir o consumidor e criar-lhe maus hábitos, numa altura em que deveria haver uma preocupação exactamente ao contrário”.
Contactada pela Lusa para comentar as novas propostas de crédito por parte das instituições bancárias, a Associação Portuguesa de Bancos (APB) afirmou que "a política de distribuição e comercial de cada Banco" é da competência de cada banco.
Em 2012, os consumidores sobre-endividados solicitaram maioritariamente à DECO a renegociação do crédito pessoal e dos cartões de crédito, segundo o Boletim Estatístico do GAS.
Os sobre-endividados que recorrem ao GAS apresentaram uma média do valor total em dívida de 69.104 euros, sendo a média da prestação mensal de quase 940 euros.
A maior parte dos pedidos (34,7%) refere-se a créditos pessoais, seguindo-se os cartões de crédito (29,2%), o crédito à habitação (17,8%) e o crédito automóvel (11,9%).
Em 10 anos, o número de processo de apoio a famílias endividadas cresceu mais de 1.300%, passando de 379 em 2002 para 5.407 em 2012.
Em relação a 2011, o número de processos cresceu 25,9% em 2012 e face a 2010 aumentou 91%.
Segundo a DECO, estes processos são de consumidores que “estão de boa-fé e com manifesta impossibilidade de fazer face ao conjunto das suas dívidas não profissionais”.
As causas para o sobre-endividamento em 2012 foram o desemprego (39,7%), deterioração das condições laborais (30,4%), divórcio ou separação (9,3%), alteração do agregado familiar (7,9%), doença (7,2%) e fiador/penhoras (5,4%).

Fonte: Lusa/SOL
 
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