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Saiba como aprender chinês pode ajudá-lo a encontrar emprego

billshcot

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Nov 10, 2010
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Conheça os motivos que levam cada vez mais portugueses a procurar cursos de mandarim e a investir na cultura chinesa.

Mais do que paixão pela língua e pelo Oriente, na maioria das vezes é um amor por interesse e razões económicas o que está por trás do aumento da procura das aulas de chinês. "Saber mandarim é uma vantagem competitiva. Dentro de poucos anos, vai ser um requisito importante para aumentar o nível salarial. É um recurso valorizado no mundo dos negócios", diz Fernando Neves de Almeida, presidente da ‘executive search' Boyden em Portugal.

A maioria dos alunos que estuda chinês não o faz com a intenção de fazer as malas e partir rumo ao Oriente, mas antes como aposta no futuro, aprendendo a língua do país que está a aumentar, de dia para dia, o seu poder económico. E agora que a China aumentou a sua visibilidade e importância em Portugal, com a entrada no capital da EDP e da REN, despertou ainda mais interesse nos portugueses por este país oriental. "A China vai ser a segunda ou mesmo a primeira potência do mundo a médio prazo. E o mandarim vai ser uma língua muito importante para fazer negócios internacionais", sublinha Fernando Neves de Almeida.

O aumento da procura das aulas de chinês é a melhor prova deste interesse crescente e o perfil dos alunos não podia ser mais diversificado. No Instituto Confúcio da Universidade de Lisboa estudam "CEO, advogados, engenheiros, professores, gestores, médicos, etc.", conta a directora, Zhu Li.

"O facto d e a China estar cada vez mais presente na vida económica dos portugueses vai trazer a necessidade de formação de pessoas com capacidade de comunicar com os chineses", afirma Sun Lam, directora do Instituto Confúcio do Minho.

Ana Teresa Correia, 27 anos, é uma das alunas deste instituto e conta a razão porque decidiu aprender chinês: "É uma aposta num mercado de trabalho interessante se as coisas não correrem bem por aqui", admite a tradutora da Universidade do Minho.

Falar com o Oriente
A pensar em preparar-lhes o caminho para melhores oportunidades no futuro, há já muitos pais a pôr os filhos a aprender chinês. O Museu do Oriente abriu, em Janeiro, um curso de chinês para crianças e tem já a decorrer duas edições, enquanto "a lista de espera não pára de crescer", diz Manuela d'Oliveira Martins, directora do museu.

Mas se há quem esteja apenas a preparar o futuro, há também quem já sinta, hoje, a necessidade de saber esta língua e perceba que dominá-la se está a tornar um factor de competitividade muito interessante. "Temos muitos alunos que lidam diariamente com empresas chinesas e que querem compreender melhor o lado de lá", diz Sun Lam.

Também Margarida Esteves, 29 anos, decidiu aprender mandarim porque acredita que lhe pode vir a ser útil conhecer uma das línguas mais faladas do mundo. "Conseguindo dominar minimamente a língua, acredito que haja mais oportunidades a nível profissional. Mais do que isso, o que me parece ainda mais vantajoso é saber mandarim e português, tendo em conta a aproximação que tem havido entre a China e os países lusófonos, sobretudo a nível económico", acrescenta a jornalista.

No caso da oportunidade se proporcionar, há também quem pense mesmo em ir viver para a China. "Imagino-me a viver lá. Para já, não estou a pensar ir, mas está tudo em aberto", diz Ana Correia, que viajou sozinha durante dois meses por este país e adorou a experiência.

Para quem pense em fazer as malas e partir, "o mais importante é aprender a língua. Não há alternativa. É de uma importância crítica", defende Brian Renwick, o ‘partner' responsável pelo desenvolvimento da Boyden na China, que esteve em Portugal, em Outubro passado, para participar na conferência "Multiculturalismo: contributo da China para a economia global", que decorreu na AESE. Segundo Brian Renwick, é um óptimo país para quem queira abrir o seu próprio negócio" e um "grande mercado" "para os mais jovens, que dominem a língua. Já para os profissionais mais velhos e já com uma carreira feita, "é mais difícil". Porque a cultura dominante dita que o patrão é como um pai e é esperado dos funcionários que obedeçam. E o ‘partner' da Boyden não tem dúvidas: "a China vai ser a maior economia mundial, dentro de dez anos" e quem souber chinês apanha o comboio na frente.


Onde pode ter aulas de mandarim

Instituto Confúcio nas universidades de Lisboa e do Minho
Tal como o Camões , o Cervantes ou o Goethe, a China tem o Instituto Confúcio, que está a abrir portas em cada vez cidades por todo o mundo. Em Portugal, existem dois: um na Universidade do Minho - o mais antigo, desde 2006, com cerca de 150 alunos - e outro na Universidade de Lisboa, com 300 alunos, que abriu portas em 2008. Ambos dão conta do aumento da procura, que os levou a aumentar o número de vagas. Os cursos são, essencialmente, para aprender a língua, mas também incluem a componente cultural. "Tenta-se sempre fazer pequenos workshops de caligrafia chinesa, com papel de arroz e pincel, o ritual do chá, pequenos seminários de filosofia e geografia, etc.", afirma ..., do instituto do Minho. "Os estudantes querem aprender sobre a cultura chinesa aprendendo chinês", afirma Zhu Li, a directora do instituto em Lisboa.

Chinês para crianças no Museu do Oriente e escolas
As aulas de chinês para crianças no Museu do Oriente têm sido um sucesso. "A lista de espera não pára de crescer", diz a directora do museu, Maria Manuela d'Oliveira Martins. Estas aulas são procuradas por "pais preocupados com o futuro dos filhos, que estão atentos às novidades e em despertar interesses nestes", acredita a directora. O chinês é uma língua de difícil aprendizagem, acrescenta, "pelo que quanto mais cedo se aprender, mais simples se torna". Com o poder económico da China a aumentar e as oportunidades de negócio a crescerem,"há necessidade de investir na aprendizagem da língua para, no futuro, as comunicações serem mais fáceis", adianta a responsável. Além do Museu do Oriente, existem escolas com ensino de chinês, mas são poucas, daí, talvez, o sucesso desta iniciativa. O Confúcio do Minho tem um projecto de ensino de chinês que conta já com sete escolas, duas delas públicas e uma oferece o mandarim como língua estrangeira curricular, com um total de 19 turmas e cerca de 150 alunos.

Universidades
Algumas universidades têm, além dos cursos livres, licenciaturas e mestrados dedicados aos estudos orientais. Na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa existe a licenciatura e o doutoramento em Estudos Asiáticos, na Faculdade de Ciências Humanas da Católica há um mestrado e uma pós-graduação em Estudos Orientais e a Universidade de Aveiro tem, em colaboração com o ISCTE, um mestrado de Estudos Chineses. O ensino do mandarim faz ainda parte do plano de estudo de algumas licenciaturas em várias universidades. A primeira licenciatura em Portugal surgiu na Universidade do Minho, com o ‘major' em chinês, em 2004, que é hoje a licenciatura em Línguas e Culturas Orientais. Uma novidade surgiu, este ano, no Instituto Politécnico de Leiria, onde já existe a licenciatura de Tradução e Interpretação Português-Chinês e Chinês-Português: os diplomados da Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) vão ter formação em mandarim nas áreas de engenharia, tecnologias e gestão e o formador será um docente do Instituto Politécnico de Macau.

Cursos livres e escolas de línguas
A oferta do ensino da língua chinesa passa também por cursos livres em universidades e escolas privadas de línguas. É possível também ter aulas no Centro Científico e Cultural de Macau e Delegação Económica e Comercial de Macau. Além dos institutos Confúcio, na Universidade de Lisboa e Universidade do Minho, existe o Instituto de Estudos Orientais, na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica, e o Instituto Oriental na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Habitualmente, as aulas têm poucos alunos e muitos vão desistindo pelo caminho, porque aprender chinês não é fácil. Só a caligrafia é um mundo, com milhares de caracteres desconhecidos para um ocidental. É preciso empenho e, se possível, estudar em casa. Se tiver alguma dedicação, ao fim de um ano de chinês uma vez por semana, pode ter a pretensão de manter uma conversação básica. Com uma média de 200 horas de estudo, segundo o Confúcio do Minho.

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