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Onde o governo vai cortar 800 milhões

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O Governo vai ter que cortar 800 milhões de euros na despesa. A medida já tinha sido inscrita na última revisão do memorando de entendimento com o Fundo Monetário Internacional (FMI), Comissão Europeia e Banco Central Europeu (BCE) para fazer face a eventuais derrapagens na execução orçamental.

Na semana passada, o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, avançou no Parlamento que a aplicação das medidas, ditas “contingentes”, poderá ter que ver a luz do dia ainda este ano, devido à queda do PIB no último trimestre do ano passado, maior do que o esperado, e às suas implicações em 2013.

Devido a essa contração, Vítor Gaspar aponta agora para uma recessão de 2% este ano, o dobro do que estava previsto.
O ex-ministro das Finanças Medina Carreira considera que nesta altura não há já muitas opções para um corte de 800 milhões de euros do lado da despesa. “Assim de uma forma rápida, como parece que tem que ser feito, é sempre ao mesmo sítio que se pode ir buscar o dinheiro: salários e pensões”, disse ao Dinheiro Vivo o economista.

“Podia-se eliminar serviços, instituições, municípios, pagar menos pelas Parcerias Público Privadas [PPP] e outras coisas, mas demora mais tempo. De um momento para o outro, a opção é sempre os salários e prestações sociais”, acrescentou.

Questionado sobre se essa solução não irá provocar mais conflitos sociais, Medina Carreira não hesita: “Caminhamos para conflitos. As circunstâncias não são fáceis. As empresas encontram-se falidas, os capitais já são fortemente tributados e se insistirem nisso vão-se embora, e onde ainda há margem para fazer cortes leva o seu tempo”. E explica que, quando “mais de 70% da despesa do
Estado corresponde a salários e prestações sociais, fica difícil ir buscar dinheiro que se veja a outros sítios.

Para este economista, cortar as gorduras do Estado é uma tarefa que exige tempo e que por isso o Governo a devia ter chamado a si “logo desde o primeiro dia” e não dois anos depois. “Agora são inevitáveis cada vez mais sacrifícios e mais mal estar”, vaticina.
Já o economista João Loureiro prefere não arriscar onde poderá o ministro Vítor Gaspar ir buscar o dinheiro de que o País precisa, mas não tem dúvidas de que “terá que ser sempre uma opção política”, tendo os cortes que ser feitos em áreas em que se minimize a contestação social.

“Acho que essa vai ser a preocupação do Governo, terão que ser cortes em que em termos de reação popular possa ser minimizada, porque se está já numa situação muito sensível”, afirmou ao Dinheiro Vivo o professor da Faculdade de Economia do Porto.
Por sua vez o ex-ministro da Economia Augusto Mateus acredita que “o Governo está a preparar as medidas necessárias há vários meses”, sendo um problema que precisa ser resolvido “através de reformas a sério”.

Admite que é preciso “muito cuidado para mexer em salários”, mas considera que “há muita coisa que podemos pôr em ação”, nomeadamente no campo das infraestruturas, que representa despesa excessiva.

“Há que fazer a reforma desses excessos”, afirmou ao Dinheiro Vivo, o que na sua opinião significa “basicamente seguir um caminho de eficiência” na saúde e educação, por exemplo, que considera serem áreas que podem ser “mais bem geridas, sem necessidade de cortar serviços à população”.

Augusto Mateus defende “um plano de emergência para corrigir excessos”, porque “não há muito mais margem de manobra”. E considera que “é um problema de construção de finanças sustentáveis”, que o Governo precisa resolver e para o que “é preciso uma estratégia global que este governo não tem provado ter”.









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