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Temperatura e humidade relativa em canaricultura

billshcot

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Nov 10, 2010
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A humidade relativa e a temperatura, no aviário, são algo que não podemos ignorar. Estes factores são de uma grande importância, tanto para a saúde do plantel, quer para um bom desempenho na criação.

A humidade quando muito baixa, em todas as estações do ano incluindo o Inverno, naqueles dias de céu limpo em que o frio parece cortar a pele, deverá ser manipulada, embora de uma forma ligeira. Diria mais, como uma correcção.

Os canários em geral depois da muda e na entrada do Outono costumam ter camadas de gordura no abdómen e no peito. Esta vai servir para o aquecimento do corpo e também como reserva para colmatar a escassa comida que existe.

Nos canários domésticos verifica-se o aparecimento destas camadas adiposas, que não impedem a fertilidade no momento da criação. Simplesmente vão sendo queimadas consoante as necessidades exaustivas da época: a Reprodução.

Mas por vezes a alimentação não chega, porque naquelas raças mais frágeis, e por serem mais débeis, parece que perderam os instintos naturais. Dever-se-á ter atenção às variações climáticas no comportamento destas mesmas no interior do aviário.

A temperatura suportada pelos canários, em geral é de, mínima 5º e máxima 13º. Eu não arrisco que eles estejam abaixo deste conjunto térmico. Há quem os deixe “Invernar” na rua apenas deixando um resguardo para o vento. Eles chegam a suportar temperaturas negativas. Os mais frágeis e doentes morrem originando uma selecção “quase” natural.

É sabido que as aves “embolam” com o frio e a humidade. Uma das hipóteses que dou para que se restabeleçam e invernem de uma forma suave é, ligando o aquecimento com um irradiador a óleo por não queimar o oxigénio do ar. Deverá ser regulado para que a temperatura oscile entre os 7º de mínima e os 12º, 13º graus de máxima. Este processo deverá ser abandonado quando o tempo aquece e fica seguro, sensivelmente em Fevereiro.

Quando o ar do aviário está mais quente é natural que a humidade baixe. É importante notar que mesmo com temperaturas baixas o ar pode conter pouca humidade relativa. Pode estar a 5º e a humidade oscilar entre os 35% e os 40%. Quando a humidade sobe para 75% e mesmo 80%, com a temperatura nos mesmos 5º, temos que nos precaver, pois torna-se perigoso para as aves. Podem aparecer infecções respiratórias, por vezes irreversíveis.

Uma das precauções em conta, e que é corrente nalguns criadores, deve-se a que, quando o frio aperta, alimentarem os canários aumentando a percentagem de sementes gordas na ração.

Há uma certa lógica pois as sementes gordas continuam o trabalho de reposição das gorduras resistindo as aves melhor ao frio. Ao reflectir sobre esta forma de superar as agruras do tempo nos pássaros, deverei dizer que em parte poder-se-á fazê-lo, mas tendo muito cuidado, poderão surgir problemas hepáticos. Gordura no fígado pode levar à morte. Quem pratica tal técnica deverá dar às suas aves, também e regularmente, complementos próprios para o equilíbrio do fígado (Colina Lisina e Sorbitol). Se além destes compostos hepáticos forem adicionados, vitaminas, aminoácidos e minerais, em excesso, podem causar hipervitaminoses, isto é, podem adoecer com excesso vitamínico. Isto não acontece em épocas duras como a reprodução e muda da pena porque aí estes complexos vitamínicos serão benéficos para as aves, colmatando o esforço por elas despendido repondo as faltas destes auxiliares vitamínicos que surgem.

Como referi, com um irradiador consegue-se manter a temperatura mais “morosa”. Deve-se permitir que num aviário assim projectado, o arrefecimento e aquecimento sejam paralelos ao da natureza. É importante!!!

Para controlar a humidade relativa um desumidificador bem regulado, também com oscilações sobre o que se passa lá fora, em termos de humidade. É bem-vindo.

Costumo enveredar por estes dois sistemas. Os reguladores de humidade e temperatura mecânicos. Quanto à alimentação, junto porções iguais de alpista e mistura light, (menos carregada de sementes gordas). Administro na bebida, cerca de uma vez por semana, uma ajuda tonificante do sistema hepático: (Colina, Lisina e Sorbitol). A aveia, com moderação, pode também ser benéfica para o “aquecimento da ave”. Com a temperatura e humidade a acompanhar as variações atmosféricas e na alimentação a forma antiga de “aquecer” os pássaros como atrás referi, tenho controlado o bem-estar das aves, mantendo-as em forma.

Penso que, quando num aviário fechado, não tendo luz do sol, deve-se nesta altura ter alguma precaução. Os canários resistem a temperaturas baixas, é certo, mas no clima de onde fazem parte na natureza: Açores, Madeira e Canárias a temperatura e humidade, são completamente diferentes. A temperatura é muito diferente do resto da Europa. Mínimas de 16º C 18ºC e de 20ºC a 22ºC de máximas aproximadamente. A humidade mantém-se acima dos 75%.

Acho esta discrepância estranha na lidação com os canários e deveras interessante para obter mais alguma informação sobre estes dois factores: temperatura e humidade relativa: Quais são, a humidade e temperatura adequadas para os nossos canários?

Há um dito popular que diz que, quando a fêmea está no ninho e ao chegar a altura da eclosão, esta não se dá. Ao abrir o ovo nota-se que este está cheio de líquido. Os passarinhos morreram afogados. A razão para isto é a de que, ao tentarem eclodir, a respiração deixa de ser feita num meio líquido para passar a ser feita num ambiente gasoso, o ar. Se não o conseguirem na altura da eclosão morrerão afogados. Isto passa-se num ambiente demasiado húmido. Tudo devido à permeabilidade do ovo na absorção da água.

Quando o tempo está muito seco e a casca do ovo, por perder muita água seca, deixando de ser permeável, ela fica mais dura dificultando o quebrar da casca, os filhotes morrem desidratados e se abrirmos o ovo este está seco com o embrião igualmente seco. Neste caso devem-se borrifar os ovos com água tépida nos últimos dias antes de eclodirem. Assim passa a haver trocas gasosas e de humidade amolecendo a casca para uma eclosão com sucesso.

Considero a época da “Preparação dos reprodutores”, desde que acaba a muda e começa o repouso. Com uma alimentação regrada e vigiada sendo acompanhada de reguladores hepáticos. Com a ajuda de utensílios como o irradiador a óleo e o desumidificador, consequentemente provocando os índices de gordura certos. O maior exercício possível em grandes voadores. Luz igual à do dia. Sem exageros no aumento dessa luminosidade.

Desta maneira estão os nossos pássaros preparados para as grandes competições e posteriormente para o novo ciclo, a Reprodução.
 
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