• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Carlos Costa fala no ajustamento pós-troika

florindo

Administrator
Team GForum
Entrou
Out 11, 2006
Mensagens
38,985
Gostos Recebidos
346
ng1337993_435x190.jpg


Carlos Costa fala no ajustamento pós-troika

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, afirmou que o ajustamento de Portugal "não estará completo no final do programa" de assistência financeira, admitindo que podem ocorrer "episódios de volatilidade excessiva" que poderão "afastar os investidores".
Para Carlos Costa, que falava esta segunda-feria numa conferência na SEDES, em Lisboa, Portugal tem de estar consciente de que "no futuro próximo, "os mercados financeiros continuarão particularmente sensíveis a quaisquer derrapagens face às expectativas nos desenvolvimentos económicos, sociais e políticos, quer a nível nacional, quer europeu".
O governador do Banco de Portugal defendeu que o "novo paradigma" para a definição de política económica e social deve ter como base três vectores.
Em causa estão, segundo o mesmo responsável, uma política orçamental que garanta a sustentabilidade de médio prazo e uma política de distribuição de rendimentos "assente em regras que assegurem a manutenção da competitividade da economia, isto é, que tenha por base acréscimos efectivos de produtividade".
O último vector apontado pelo governador do Banco de Portugal prende-se com "o desenvolvimento de um quadro institucional que favoreça o investimento em áreas de maior valor acrescentado, que possa acomodar as aspirações de consumo e de protecção social inerentes ao modelo de sociedade europeu".
Para Carlos Costa, "é necessário perceber que o retorno à normalidade não será um retorno ao passado", pelo que "não haverá lugar para endividamento adicional".
Quanto aos mercados financeiros, o governando antecipa que haja "um maior escrutínio do risco das operações de financiamento, quer do sector público, quer do sector privado", acrescentando que "haverá menor condescendência com níveis elevados de endividamento e que a redução do endividamento deve ser uma prioridade".
Destacando que a existência de regras de disciplina orçamental não é suficiente para garantir bons resultados e que há uma "percepção de falhanço das políticas", decorrente da adoção de medidas de consolidação orçamental mais exigentes e da revisão das metas, Carlos Costa entende que "a disciplina orçamental deve assentar na definição de um Quadro Orçamental Plurianual viável e eficaz".
Para o governador do Banco de Portugal, este quadro deve ser apoiado por um "Pacto de Regime", ou seja, "um acordo entre as principais forças políticas que defina de forma clara as restrições incontornáveis que se impõem aos partidos que estejam no Governo".
Neste sentido, defendeu, este acordo "deve contemplar regras de distribuição, entre redução de dívida pública e redução de impostos, de bónus de crescimento económico que venham a ocorrer".
Além disso, devem ainda ser definidos "limites vinculativos para a despesa pública nominal num horizonte de médio prazo", disse Carlos Costa, acrescentando que estes limites só podem ser ultrapassados em circunstâncias muito excecionais.
Carlos Costa referiu também a importância de investir em áreas de maior valor acrescentado e de aumentar o potencial de crescimento da economia.
"Talvez o maior desafio que temos pela frente é tornar Portugal um país mais produtivo e com capacidade para criar emprego de forma sustentada", afirmou.
"Cabe à iniciativa privada identificar as melhores oportunidades de negócio e fazer um escrutínio exigente dos projetos de investimento. Do setor público espera-se que assegure condições favoráveis à concretização destes projectos", argumentou.

Fonte: Lusa/SOL
 
Topo