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A popular Vespa
Nascida no pós-guerra, a simpática Vespa tornou-se sinónimo da Itália e já vendeu 15 milhões de unidades.
Bom humor e belas mulheres, eram as marcas
da publicidade da Vespa na Europa.
A história da Vespa está intimamente relacionada com a história económica e social que se fazia sentir em Itália durante o pós-guerra da Segunda Guerra Mundial. No ano de 1946, a Itália, à semelhança de muitos outros países europeus, encontrava-se no meio de escombros e afligida por uma grave crise económica. Era necessário reconstruir o país. Por esse motivo, a Piaggio teve um papel preponderante, uma vez que garantiu um novo meio de transporte à população. Trata-se de um tipo de mota que se distinguiu dos demais pela sua simplicidade, robustez, elegância, e acima de tudo, baixo custo.
Destacou-se pela facilidade de condução que proporcionava, não sujava a roupa dos motociclistas e possibilitava o transporte adicional de um passageiro. A sua produção foi um sucesso comercial estrondoso e permitiu que a Vespa se tornasse o meio de transporte preferido por milhões de pessoas em todo o mundo.
A família passeia unida, em Vespas de diferentes cilindradas,
nos anos 70. A imagem de liberdade e descontracção esteve
sempre presente na propaganda da Piaggio.
A Piaggio, uma empresa de transportes italiana fundada em 1884 por Reinaldo Piaggio, tinha sede em Pontedera, perto de Pisa. Depois da Segunda Guerra Mundial, a família Piaggio procurou uma maneira de reinventar o seu negócio, dado que o país estava em ruínas. O presidente da empresa, Enrico Piaggio, filho de Reinaldo Piaggio, não se deixou intimidar pela conjuntura económica negativa que na altura se vivia e resolveu deixar o campo aeronáutico em busca de um novo meio de transporte, capaz de suprir a necessidade de locomoção básica da população italiana. O meio de transporte seria então a famosa Vespa, desenhada e construída pela Piaggio, após a II Guerra Mundial.
Em 1945 foi apresentado o primeiro projecto, denominado MP5 (que mais tarde seria conhecido por «Paperino», em italiano, que significa «Pato Donald»). No entanto, este não seria aprovado por Enrico, pois não apresentava os atributos pretendidos.
O modelo MP5 conhecido por Paperino ou Pato Donald,
teve menos de 100 unidades de produção e utilizava um
motor de 2 tempos Sachs alemão de 98 cc, com transmissão
por corrente e 2 velocidades.
O segundo protótipo foi chamado de MP6 e depois de algumas melhorias na transmissão, embraiagem e pneus, foi lançado em Setembro de 1946. A chefia do projecto estava entregue ao inventor do helicóptero, o famoso engenheiro aeronáutico Corradino D’Ascanio, que havia sido um dos principais obreiros da emergente Força Aérea Italiana nos finais dos anos 20, e fazia parte dos quadros da empresa desde 1934. O caderno de encargos referia que o veículo deveria ter um pneu sobresselente e não possuiria corrente de transmissão - muito difícil de fabricar naquela época. O presidente da Piaggio ficou encantado com novo modelo apresentado, e ao ouvir o som vibrante do seu motor exclamou que mais parecia uma vespa e o nome ficou para sempre.
O modelo MP6 foi apresentado com um motor de dois cilindros de 98 cc,
3,5 cv de potência a 4500 rpm, atingindo uma velocidade de 60 km/h. Tinha
uma caixa de 3 velocidades, tanque de combustível de 5 litros de gasolina e
um consumo médio na ordem dos 40 km/l. Com um design clássico, robusto
e elegante, este modelo caiu imediatamente nas boas graças do público, e o
seu sucesso foi imediato e absoluto.
Pela primeira vez, aparece no escudo o logótipo hexagonal da Piaggio, substituindo assim o antigo emblema utilizado na aeronáutica e que ainda aparece nos protótipos MP5 e MP6. Em 1946 foram vendidas 2480 Vespas e no ano seguinte o número de Vespas comercializadas ultrapassou dezenas de milhares. Entretanto, em 1948 apareceu uma nova Vespa, a 125. Além de um propulsor mais potente (125 cc de cilindrada e 4,7 cv de potência), este novo modelo também sofreu modificações nas suspensões e pequenas alterações estéticas na carroçaria, tornando a Vespa mais atractiva.
Vespa 125 de 125 cc e 4,7 cv de potência com propulsor mais potente.
A Vespa GS (Grand Sport), de 1955, constituiu um aperfeiçoamento do motociclo original, tornando-se no modelo mais conhecido e no protótipo para as posteriores scooters desta marca. Nesta altura a sua produção internacionalizou-se, sendo fabricada em quase todos os países europeus, e posteriormente, em alguns países asiáticos, o que a tornou num dos mais divulgados e comercializados veículos de duas rodas de sempre.
A Vespa GS de 1955 possuía um peso de 110 kg e uma velocidade máxima de 100 km/h,
o que lhe imprimia uma grande versatilidade de uso. Além de uma caixa de 4 velocidades,
tinha um estilo mais moderno.
As versões GS, ou Grand Sport, marcaram a época, como esta GS 160 lançada em
1962, com 8,2 cv de potência e visual renovado.
Uma versão tipo sidecar Cruisaire Vespa Super 125 (1957).
A pequena versão de 50 cc, a última desenvolvida por D'Ascanio, vinha em 1964. No ano seguinte aparecia a SS 180, de 10 cv, seguida pelas versões Super Sprint 90 (1966), Primavera 125 (1968) e Elestart 50, com motor de partida eléctrica (1970). Finalmente, em 1978, a família PX - com as versões de 125, 150 e 200 cc. O maior dos motores desenvolvia 12,35 cv e chegou a ser oferecido no mercado norte-americano, na versão Rally. Uma versão equipada com caixa automática foi lançada em 1984, sendo a manete da embreagem agora destinado ao freio traseiro.
A versão Rally 200 chegou a ser vendida no mercado americano.
Seu motor de 12,35 cv seria empregado no modelo brasileiro dos
anos 80.
A pequena scooter italiana, construída essencialmente para servir de meio de transporte prático e económico no período pós-guerra, acompanhou o boom económico e nas décadas seguintes transformar-se-ia num símbolo da juventude. Viajar de Vespa tornou-se sinónimo de liberdade e ao mesmo tempo de moda.
O sucesso da Vespa em todo o mundo
O sucesso da Vespa é um fenómeno mundial que muito dificilmente será repetido. No final da década de 40, nomeadamente no ano de 1949, mais de 35.000 unidades tinham sido produzidas. Este é um período em que a Itália se encontrava a recuperar das feridas resultantes da II Guerra Mundial e a vespa passou a ser o meio de transporte de eleição dos italianos. Nos primeiros 10 anos de produção, já haviam sido produzidos um milhão de exemplares, o que era uma marca histórica no panorama motociclismo mundial.
Em meados dos anos 50, além de Itália, a Vespa passou a ser produzida na Alemanha, Inglaterra, França, Bélgica, Espanha, Índia, chegando até à Indonésia. O seu sucesso ultrapassou fronteiras e não deixava ninguém indiferente à sua passagem.
A Vespa como um símbolo da cultura italiana
A Vespa marcou várias gerações e a venda de mais de 15 milhões de exemplares são a prova da notoriedade que a marca alcançou em todo o mundo. Tratava-se de uma motocicleta utilizada por pobres e ricos e tornou-se um símbolo do estilo, identidade e cultura italiana. A Vespa ficou conhecida como um símbolo de liberdade e de esperança de uma nação que aguardava por um futuro melhor e foi um meio de transporte revolucionário na sua época. Não se tratava apenas de uma scooter, mas sim de um dos grandes ícones do carácter e elegância italiana. A Itália ficou conhecida como o país da Vespa e esta teve um impacto social enorme em todo o mundo.
Com o tempo, vários clubes de "vespeiros" surgiram para que os admiradores da Vespa fizessem passeios e trocassem informações sobre sua paixão italiana.
Campeonatos esportivos também foram criados, onde os mais radicais punham a pequenina no limite.
A Vespa no Brasil.
No Brasil a Vespa chegou importada nos anos 50, e logo tornou-se famosa. Uma de suas maiores rivais, a Lambreta, também veio e conquistou espaço que, ironicamente, passou a ser sinónimo para esse tipo de veículo entre muitos na época. Ou seja, no Brasil, a Vespa também era uma lambreta. A concorrente tinha, contudo, a vantagem do motor centralizado, para melhor distribuição de peso entre os lados.
Depois de importada, a Vespa foi produzida no Brasil pela Panauto,
que também fabricava o curioso triciclo utilitário Vespacar, para
360 kg de carga. Um triciclo com rodinhas de Vespa, uma pequena
cabine e um compartimento de carga.
Só em Setembro de 1985 a Piaggio, em parceria com as brasileiras Caloi e B. Forte, voltaria a produzir no país uma nova Vespa, em versão PX 200E. Resultado de quatro anos de estudos, era fabricada em Manaus, pela AM e Motovespa do Brasil Ltda. A aparência lembrava a dos antigos modelos, mas o farol tinha linhas rectas e o painel trazia requintes como voltímetro e marcador de combustível.
A PX 200E, lançada em 1978 na Europa, foi produzida no Brasil
a partir de 1985 por um consórcio entre a Piaggio, a Caloi e a
B. Forte. Chegou a ser a segunda motocicleta mais vendida no
Brasil, em 1986.
Com motor de 197 cc e 12,35 cv a 5700 rpm, a PX 200E atingia uma velocidade máxima de 110 km/h segundo a marca. Outras versões se seguiram na linha: em 1987, surgiu uma básica e outra mais esportiva (GT) e ainda outra equipada com motor de partida eléctrica (Elestart). Apesar do seu enorme sucesso, por motivos não esclarecidos, a fábrica foi encerrada. Em 1998 a Brandy firmou um acordo com a Piaggio e passou a importar da Índia a Vespa 150. Entretanto, o sucesso de outrora não se repetiu, porque as scooters modernas tornaram-se populares, conquistando os mais jovens. Isso permitiu a quebra de vendas da Vespa no Brasil.
Cosa, Sfera e a ET4 125 (na imagem), foram as tentativas
recentes da Piaggio, nos anos 90, de repetir o sucesso
da Vespa.
A Vespa no cinema:
No cinema a Vespa dava cartas:
- "Roman Holiday", realizado em 1953 por William Wyler e protagonizado por Gregory Peck e Audrey Hepburn;
- "La Dolce Vita" de Frederico Fellini, com a participação magistral de Marcello Mastroianni e Anita Ekberg;
- "An American in Paris", realizado por Vincent Minnelli e com Gene Kelly no principal papel;
Mais recentemente, "Quadrophenia" de Franc Roddam, com Sting no papel principal e música dos The Who, ou "Absolute Beginners", com David Bowie, são alguns dos muitos filmes onde a Vespa entrou. Actores famosos como John Wayne, Charlie Chaplin, Natalie Wood, Henry Fonda e Antony Hopkins eram vistos regularmente a circular pelas ruas de Hollywood ao volante destas pequenas máquinas italianas.
Na área da publicidade a pequena motocicleta italiana também fez carreira. Marcas como American Express, Coca-Cola, Ferrari, Guerlain, IBM, Lexus, Samsonite, e Pringles, para só citar algumas, aproveitaram a boa imagem da Vespa, usando-a como suporte para publicitar os seus produtos.
Curiosidades:
1946 – Apresentação da Vespa e início da sua comercialização.
1948 – Introdução de novo propulsor na Vespa. Além do motor mais potente (125 cc), foram também introduzidas alterações estéticas.
1950 – A Vespa começa a ser fabricada na Alemanha sob licença da Hoffman-Werke.
1951 – Neste ano uma Vespa 125 modificada, atinge a velocidade máxima de 171 km/h, batendo o recorde mundial de velocidade na classe de 125 cc.
1952 – Os clubes Vespa de Itália, França, Alemanha, Suíça, Holanda e Bélgica reúnem-se, dando origem ao European Vespa Club.
1953 – Enrico Piaggio presenteia o Papa Pio XII com uma Vespa, que por sua vez a oferece a uma povoação missionária do Extremo Oriente.
1956 – É fabricada a milionésima Vespa. O francês Georges Monneret participa no rali Londres-Paris e atravessa o Canal da Mancha numa Vespa modificada para esse efeito.
1962 – A Vespa participa pela sexagésima vez num filme.
1965 – O modelo italiano ultrapassa os três milhões e meio de unidades vendidas.
1978 – Início da comercialização da Vespa PX, equipada com motores de 125, 150 e 200 cc. A PX ainda hoje é produzida, sendo considerada pelos mais acérrimos «vespistas» como sendo a «verdadeira» Vespa.
1988 - É produzida a Vespa número 10 milhões.
1996 – Nasce a nova geração Vespa: a gama ET, equipada com um propulsor a quatro tempos e 125 cc.
1999 – No mês de Maio começam a ser fabricado os novos motores a quatro tempos L.E.A.D.E.R. (Low Emission Advanced Engine Range), de 125 cc e 150 cc. Neste mesmo ano, mais precisamente a 23 de Setembro, é produzida a Vespa ET número 200.000.
2000 – Após ter estado ausente durante 15 anos, devido ao facto dos seus motores a 2 tempos não cumprirem, na altura, as exigentes normas antipoluição em vigor, a Vespa regressa aos E.U.A. Este retorno ao States, foi apadrinhado por Sean Ferrer e Cecilia Peck, os filhos de Audrey Hepburn e de Gregory Peck, respectivamente.
Nascida no pós-guerra, a simpática Vespa tornou-se sinónimo da Itália e já vendeu 15 milhões de unidades.
Bom humor e belas mulheres, eram as marcas
da publicidade da Vespa na Europa.
A história da Vespa está intimamente relacionada com a história económica e social que se fazia sentir em Itália durante o pós-guerra da Segunda Guerra Mundial. No ano de 1946, a Itália, à semelhança de muitos outros países europeus, encontrava-se no meio de escombros e afligida por uma grave crise económica. Era necessário reconstruir o país. Por esse motivo, a Piaggio teve um papel preponderante, uma vez que garantiu um novo meio de transporte à população. Trata-se de um tipo de mota que se distinguiu dos demais pela sua simplicidade, robustez, elegância, e acima de tudo, baixo custo.
Destacou-se pela facilidade de condução que proporcionava, não sujava a roupa dos motociclistas e possibilitava o transporte adicional de um passageiro. A sua produção foi um sucesso comercial estrondoso e permitiu que a Vespa se tornasse o meio de transporte preferido por milhões de pessoas em todo o mundo.
A família passeia unida, em Vespas de diferentes cilindradas,
nos anos 70. A imagem de liberdade e descontracção esteve
sempre presente na propaganda da Piaggio.
A Piaggio, uma empresa de transportes italiana fundada em 1884 por Reinaldo Piaggio, tinha sede em Pontedera, perto de Pisa. Depois da Segunda Guerra Mundial, a família Piaggio procurou uma maneira de reinventar o seu negócio, dado que o país estava em ruínas. O presidente da empresa, Enrico Piaggio, filho de Reinaldo Piaggio, não se deixou intimidar pela conjuntura económica negativa que na altura se vivia e resolveu deixar o campo aeronáutico em busca de um novo meio de transporte, capaz de suprir a necessidade de locomoção básica da população italiana. O meio de transporte seria então a famosa Vespa, desenhada e construída pela Piaggio, após a II Guerra Mundial.
Em 1945 foi apresentado o primeiro projecto, denominado MP5 (que mais tarde seria conhecido por «Paperino», em italiano, que significa «Pato Donald»). No entanto, este não seria aprovado por Enrico, pois não apresentava os atributos pretendidos.
O modelo MP5 conhecido por Paperino ou Pato Donald,
teve menos de 100 unidades de produção e utilizava um
motor de 2 tempos Sachs alemão de 98 cc, com transmissão
por corrente e 2 velocidades.
O segundo protótipo foi chamado de MP6 e depois de algumas melhorias na transmissão, embraiagem e pneus, foi lançado em Setembro de 1946. A chefia do projecto estava entregue ao inventor do helicóptero, o famoso engenheiro aeronáutico Corradino D’Ascanio, que havia sido um dos principais obreiros da emergente Força Aérea Italiana nos finais dos anos 20, e fazia parte dos quadros da empresa desde 1934. O caderno de encargos referia que o veículo deveria ter um pneu sobresselente e não possuiria corrente de transmissão - muito difícil de fabricar naquela época. O presidente da Piaggio ficou encantado com novo modelo apresentado, e ao ouvir o som vibrante do seu motor exclamou que mais parecia uma vespa e o nome ficou para sempre.
O modelo MP6 foi apresentado com um motor de dois cilindros de 98 cc,
3,5 cv de potência a 4500 rpm, atingindo uma velocidade de 60 km/h. Tinha
uma caixa de 3 velocidades, tanque de combustível de 5 litros de gasolina e
um consumo médio na ordem dos 40 km/l. Com um design clássico, robusto
e elegante, este modelo caiu imediatamente nas boas graças do público, e o
seu sucesso foi imediato e absoluto.
Pela primeira vez, aparece no escudo o logótipo hexagonal da Piaggio, substituindo assim o antigo emblema utilizado na aeronáutica e que ainda aparece nos protótipos MP5 e MP6. Em 1946 foram vendidas 2480 Vespas e no ano seguinte o número de Vespas comercializadas ultrapassou dezenas de milhares. Entretanto, em 1948 apareceu uma nova Vespa, a 125. Além de um propulsor mais potente (125 cc de cilindrada e 4,7 cv de potência), este novo modelo também sofreu modificações nas suspensões e pequenas alterações estéticas na carroçaria, tornando a Vespa mais atractiva.
Vespa 125 de 125 cc e 4,7 cv de potência com propulsor mais potente.
A Vespa GS (Grand Sport), de 1955, constituiu um aperfeiçoamento do motociclo original, tornando-se no modelo mais conhecido e no protótipo para as posteriores scooters desta marca. Nesta altura a sua produção internacionalizou-se, sendo fabricada em quase todos os países europeus, e posteriormente, em alguns países asiáticos, o que a tornou num dos mais divulgados e comercializados veículos de duas rodas de sempre.
A Vespa GS de 1955 possuía um peso de 110 kg e uma velocidade máxima de 100 km/h,
o que lhe imprimia uma grande versatilidade de uso. Além de uma caixa de 4 velocidades,
tinha um estilo mais moderno.
As versões GS, ou Grand Sport, marcaram a época, como esta GS 160 lançada em
1962, com 8,2 cv de potência e visual renovado.
Uma versão tipo sidecar Cruisaire Vespa Super 125 (1957).
A pequena versão de 50 cc, a última desenvolvida por D'Ascanio, vinha em 1964. No ano seguinte aparecia a SS 180, de 10 cv, seguida pelas versões Super Sprint 90 (1966), Primavera 125 (1968) e Elestart 50, com motor de partida eléctrica (1970). Finalmente, em 1978, a família PX - com as versões de 125, 150 e 200 cc. O maior dos motores desenvolvia 12,35 cv e chegou a ser oferecido no mercado norte-americano, na versão Rally. Uma versão equipada com caixa automática foi lançada em 1984, sendo a manete da embreagem agora destinado ao freio traseiro.
A versão Rally 200 chegou a ser vendida no mercado americano.
Seu motor de 12,35 cv seria empregado no modelo brasileiro dos
anos 80.
A pequena scooter italiana, construída essencialmente para servir de meio de transporte prático e económico no período pós-guerra, acompanhou o boom económico e nas décadas seguintes transformar-se-ia num símbolo da juventude. Viajar de Vespa tornou-se sinónimo de liberdade e ao mesmo tempo de moda.
O sucesso da Vespa em todo o mundo
O sucesso da Vespa é um fenómeno mundial que muito dificilmente será repetido. No final da década de 40, nomeadamente no ano de 1949, mais de 35.000 unidades tinham sido produzidas. Este é um período em que a Itália se encontrava a recuperar das feridas resultantes da II Guerra Mundial e a vespa passou a ser o meio de transporte de eleição dos italianos. Nos primeiros 10 anos de produção, já haviam sido produzidos um milhão de exemplares, o que era uma marca histórica no panorama motociclismo mundial.
Em meados dos anos 50, além de Itália, a Vespa passou a ser produzida na Alemanha, Inglaterra, França, Bélgica, Espanha, Índia, chegando até à Indonésia. O seu sucesso ultrapassou fronteiras e não deixava ninguém indiferente à sua passagem.
A Vespa como um símbolo da cultura italiana
A Vespa marcou várias gerações e a venda de mais de 15 milhões de exemplares são a prova da notoriedade que a marca alcançou em todo o mundo. Tratava-se de uma motocicleta utilizada por pobres e ricos e tornou-se um símbolo do estilo, identidade e cultura italiana. A Vespa ficou conhecida como um símbolo de liberdade e de esperança de uma nação que aguardava por um futuro melhor e foi um meio de transporte revolucionário na sua época. Não se tratava apenas de uma scooter, mas sim de um dos grandes ícones do carácter e elegância italiana. A Itália ficou conhecida como o país da Vespa e esta teve um impacto social enorme em todo o mundo.
Com o tempo, vários clubes de "vespeiros" surgiram para que os admiradores da Vespa fizessem passeios e trocassem informações sobre sua paixão italiana.
Campeonatos esportivos também foram criados, onde os mais radicais punham a pequenina no limite.
A Vespa no Brasil.
No Brasil a Vespa chegou importada nos anos 50, e logo tornou-se famosa. Uma de suas maiores rivais, a Lambreta, também veio e conquistou espaço que, ironicamente, passou a ser sinónimo para esse tipo de veículo entre muitos na época. Ou seja, no Brasil, a Vespa também era uma lambreta. A concorrente tinha, contudo, a vantagem do motor centralizado, para melhor distribuição de peso entre os lados.
Depois de importada, a Vespa foi produzida no Brasil pela Panauto,
que também fabricava o curioso triciclo utilitário Vespacar, para
360 kg de carga. Um triciclo com rodinhas de Vespa, uma pequena
cabine e um compartimento de carga.
Só em Setembro de 1985 a Piaggio, em parceria com as brasileiras Caloi e B. Forte, voltaria a produzir no país uma nova Vespa, em versão PX 200E. Resultado de quatro anos de estudos, era fabricada em Manaus, pela AM e Motovespa do Brasil Ltda. A aparência lembrava a dos antigos modelos, mas o farol tinha linhas rectas e o painel trazia requintes como voltímetro e marcador de combustível.
A PX 200E, lançada em 1978 na Europa, foi produzida no Brasil
a partir de 1985 por um consórcio entre a Piaggio, a Caloi e a
B. Forte. Chegou a ser a segunda motocicleta mais vendida no
Brasil, em 1986.
Com motor de 197 cc e 12,35 cv a 5700 rpm, a PX 200E atingia uma velocidade máxima de 110 km/h segundo a marca. Outras versões se seguiram na linha: em 1987, surgiu uma básica e outra mais esportiva (GT) e ainda outra equipada com motor de partida eléctrica (Elestart). Apesar do seu enorme sucesso, por motivos não esclarecidos, a fábrica foi encerrada. Em 1998 a Brandy firmou um acordo com a Piaggio e passou a importar da Índia a Vespa 150. Entretanto, o sucesso de outrora não se repetiu, porque as scooters modernas tornaram-se populares, conquistando os mais jovens. Isso permitiu a quebra de vendas da Vespa no Brasil.
Cosa, Sfera e a ET4 125 (na imagem), foram as tentativas
recentes da Piaggio, nos anos 90, de repetir o sucesso
da Vespa.
A Vespa no cinema:
No cinema a Vespa dava cartas:
- "Roman Holiday", realizado em 1953 por William Wyler e protagonizado por Gregory Peck e Audrey Hepburn;
- "La Dolce Vita" de Frederico Fellini, com a participação magistral de Marcello Mastroianni e Anita Ekberg;
- "An American in Paris", realizado por Vincent Minnelli e com Gene Kelly no principal papel;
Mais recentemente, "Quadrophenia" de Franc Roddam, com Sting no papel principal e música dos The Who, ou "Absolute Beginners", com David Bowie, são alguns dos muitos filmes onde a Vespa entrou. Actores famosos como John Wayne, Charlie Chaplin, Natalie Wood, Henry Fonda e Antony Hopkins eram vistos regularmente a circular pelas ruas de Hollywood ao volante destas pequenas máquinas italianas.
Na área da publicidade a pequena motocicleta italiana também fez carreira. Marcas como American Express, Coca-Cola, Ferrari, Guerlain, IBM, Lexus, Samsonite, e Pringles, para só citar algumas, aproveitaram a boa imagem da Vespa, usando-a como suporte para publicitar os seus produtos.
Curiosidades:
1946 – Apresentação da Vespa e início da sua comercialização.
1948 – Introdução de novo propulsor na Vespa. Além do motor mais potente (125 cc), foram também introduzidas alterações estéticas.
1950 – A Vespa começa a ser fabricada na Alemanha sob licença da Hoffman-Werke.
1951 – Neste ano uma Vespa 125 modificada, atinge a velocidade máxima de 171 km/h, batendo o recorde mundial de velocidade na classe de 125 cc.
1952 – Os clubes Vespa de Itália, França, Alemanha, Suíça, Holanda e Bélgica reúnem-se, dando origem ao European Vespa Club.
1953 – Enrico Piaggio presenteia o Papa Pio XII com uma Vespa, que por sua vez a oferece a uma povoação missionária do Extremo Oriente.
1956 – É fabricada a milionésima Vespa. O francês Georges Monneret participa no rali Londres-Paris e atravessa o Canal da Mancha numa Vespa modificada para esse efeito.
1962 – A Vespa participa pela sexagésima vez num filme.
1965 – O modelo italiano ultrapassa os três milhões e meio de unidades vendidas.
1978 – Início da comercialização da Vespa PX, equipada com motores de 125, 150 e 200 cc. A PX ainda hoje é produzida, sendo considerada pelos mais acérrimos «vespistas» como sendo a «verdadeira» Vespa.
1988 - É produzida a Vespa número 10 milhões.
1996 – Nasce a nova geração Vespa: a gama ET, equipada com um propulsor a quatro tempos e 125 cc.
1999 – No mês de Maio começam a ser fabricado os novos motores a quatro tempos L.E.A.D.E.R. (Low Emission Advanced Engine Range), de 125 cc e 150 cc. Neste mesmo ano, mais precisamente a 23 de Setembro, é produzida a Vespa ET número 200.000.
2000 – Após ter estado ausente durante 15 anos, devido ao facto dos seus motores a 2 tempos não cumprirem, na altura, as exigentes normas antipoluição em vigor, a Vespa regressa aos E.U.A. Este retorno ao States, foi apadrinhado por Sean Ferrer e Cecilia Peck, os filhos de Audrey Hepburn e de Gregory Peck, respectivamente.
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