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As Famosas Scooters Italianas!

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GF Platina
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A popular Vespa

Nascida no pós-guerra, a simpática Vespa tornou-se sinónimo da Itália e já vendeu 15 milhões de unidades.
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Bom humor e belas mulheres, eram as marcas
da publicidade da Vespa na Europa.

A história da Vespa está intimamente relacionada com a história económica e social que se fazia sentir em Itália durante o pós-guerra da Segunda Guerra Mundial. No ano de 1946, a Itália, à semelhança de muitos outros países europeus, encontrava-se no meio de escombros e afligida por uma grave crise económica. Era necessário reconstruir o país. Por esse motivo, a Piaggio teve um papel preponderante, uma vez que garantiu um novo meio de transporte à população. Trata-se de um tipo de mota que se distinguiu dos demais pela sua simplicidade, robustez, elegância, e acima de tudo, baixo custo.
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Destacou-se pela facilidade de condução que proporcionava, não sujava a roupa dos motociclistas e possibilitava o transporte adicional de um passageiro. A sua produção foi um sucesso comercial estrondoso e permitiu que a Vespa se tornasse o meio de transporte preferido por milhões de pessoas em todo o mundo.
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A família passeia unida, em Vespas de diferentes cilindradas,
nos anos 70. A imagem de liberdade e descontracção esteve
sempre presente na propaganda da Piaggio.

A Piaggio, uma empresa de transportes italiana fundada em 1884 por Reinaldo Piaggio, tinha sede em Pontedera, perto de Pisa. Depois da Segunda Guerra Mundial, a família Piaggio procurou uma maneira de reinventar o seu negócio, dado que o país estava em ruínas. O presidente da empresa, Enrico Piaggio, filho de Reinaldo Piaggio, não se deixou intimidar pela conjuntura económica negativa que na altura se vivia e resolveu deixar o campo aeronáutico em busca de um novo meio de transporte, capaz de suprir a necessidade de locomoção básica da população italiana. O meio de transporte seria então a famosa Vespa, desenhada e construída pela Piaggio, após a II Guerra Mundial.

Em 1945 foi apresentado o primeiro projecto, denominado MP5 (que mais tarde seria conhecido por «Paperino», em italiano, que significa «Pato Donald»). No entanto, este não seria aprovado por Enrico, pois não apresentava os atributos pretendidos.
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O modelo MP5 conhecido por Paperino ou Pato Donald,
teve menos de 100 unidades de produção e utilizava um
motor de 2 tempos Sachs alemão de 98 cc, com transmissão
por corrente e 2 velocidades.

O segundo protótipo foi chamado de MP6 e depois de algumas melhorias na transmissão, embraiagem e pneus, foi lançado em Setembro de 1946. A chefia do projecto estava entregue ao inventor do helicóptero, o famoso engenheiro aeronáutico Corradino D’Ascanio, que havia sido um dos principais obreiros da emergente Força Aérea Italiana nos finais dos anos 20, e fazia parte dos quadros da empresa desde 1934. O caderno de encargos referia que o veículo deveria ter um pneu sobresselente e não possuiria corrente de transmissão - muito difícil de fabricar naquela época. O presidente da Piaggio ficou encantado com novo modelo apresentado, e ao ouvir o som vibrante do seu motor exclamou que mais parecia uma vespa e o nome ficou para sempre.
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O modelo MP6 foi apresentado com um motor de dois cilindros de 98 cc,
3,5 cv de potência a 4500 rpm, atingindo uma velocidade de 60 km/h. Tinha
uma caixa de 3 velocidades, tanque de combustível de 5 litros de gasolina e
um consumo médio na ordem dos 40 km/l. Com um design clássico, robusto
e elegante, este modelo caiu imediatamente nas boas graças do público, e o
seu sucesso foi imediato e absoluto.

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Pela primeira vez, aparece no escudo o logótipo hexagonal da Piaggio, substituindo assim o antigo emblema utilizado na aeronáutica e que ainda aparece nos protótipos MP5 e MP6. Em 1946 foram vendidas 2480 Vespas e no ano seguinte o número de Vespas comercializadas ultrapassou dezenas de milhares. Entretanto, em 1948 apareceu uma nova Vespa, a 125. Além de um propulsor mais potente (125 cc de cilindrada e 4,7 cv de potência), este novo modelo também sofreu modificações nas suspensões e pequenas alterações estéticas na carroçaria, tornando a Vespa mais atractiva.
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Vespa 125 de 125 cc e 4,7 cv de potência com propulsor mais potente.

A Vespa GS (Grand Sport), de 1955, constituiu um aperfeiçoamento do motociclo original, tornando-se no modelo mais conhecido e no protótipo para as posteriores scooters desta marca. Nesta altura a sua produção internacionalizou-se, sendo fabricada em quase todos os países europeus, e posteriormente, em alguns países asiáticos, o que a tornou num dos mais divulgados e comercializados veículos de duas rodas de sempre.
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A Vespa GS de 1955 possuía um peso de 110 kg e uma velocidade máxima de 100 km/h,
o que lhe imprimia uma grande versatilidade de uso. Além de uma caixa de 4 velocidades,
tinha um estilo mais moderno.
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As versões GS, ou Grand Sport, marcaram a época, como esta GS 160 lançada em
1962, com 8,2 cv de potência e visual renovado.
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Uma versão tipo sidecar Cruisaire Vespa Super 125 (1957).

A pequena versão de 50 cc, a última desenvolvida por D'Ascanio, vinha em 1964. No ano seguinte aparecia a SS 180, de 10 cv, seguida pelas versões Super Sprint 90 (1966), Primavera 125 (1968) e Elestart 50, com motor de partida eléctrica (1970). Finalmente, em 1978, a família PX - com as versões de 125, 150 e 200 cc. O maior dos motores desenvolvia 12,35 cv e chegou a ser oferecido no mercado norte-americano, na versão Rally. Uma versão equipada com caixa automática foi lançada em 1984, sendo a manete da embreagem agora destinado ao freio traseiro.
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A versão Rally 200 chegou a ser vendida no mercado americano.
Seu motor de 12,35 cv seria empregado no modelo brasileiro dos
anos 80.

A pequena scooter italiana, construída essencialmente para servir de meio de transporte prático e económico no período pós-guerra, acompanhou o boom económico e nas décadas seguintes transformar-se-ia num símbolo da juventude. Viajar de Vespa tornou-se sinónimo de liberdade e ao mesmo tempo de moda.

O sucesso da Vespa em todo o mundo


O sucesso da Vespa é um fenómeno mundial que muito dificilmente será repetido. No final da década de 40, nomeadamente no ano de 1949, mais de 35.000 unidades tinham sido produzidas. Este é um período em que a Itália se encontrava a recuperar das feridas resultantes da II Guerra Mundial e a vespa passou a ser o meio de transporte de eleição dos italianos. Nos primeiros 10 anos de produção, já haviam sido produzidos um milhão de exemplares, o que era uma marca histórica no panorama motociclismo mundial.

Em meados dos anos 50, além de Itália, a Vespa passou a ser produzida na Alemanha, Inglaterra, França, Bélgica, Espanha, Índia, chegando até à Indonésia. O seu sucesso ultrapassou fronteiras e não deixava ninguém indiferente à sua passagem.

A Vespa como um símbolo da cultura italiana


A Vespa marcou várias gerações e a venda de mais de 15 milhões de exemplares são a prova da notoriedade que a marca alcançou em todo o mundo. Tratava-se de uma motocicleta utilizada por pobres e ricos e tornou-se um símbolo do estilo, identidade e cultura italiana. A Vespa ficou conhecida como um símbolo de liberdade e de esperança de uma nação que aguardava por um futuro melhor e foi um meio de transporte revolucionário na sua época. Não se tratava apenas de uma scooter, mas sim de um dos grandes ícones do carácter e elegância italiana. A Itália ficou conhecida como o país da Vespa e esta teve um impacto social enorme em todo o mundo.

Com o tempo, vários clubes de "vespeiros" surgiram para que os admiradores da Vespa fizessem passeios e trocassem informações sobre sua paixão italiana.
Campeonatos esportivos também foram criados, onde os mais radicais punham a pequenina no limite.


A Vespa no Brasil.

No Brasil a Vespa chegou importada nos anos 50, e logo tornou-se famosa. Uma de suas maiores rivais, a Lambreta, também veio e conquistou espaço que, ironicamente, passou a ser sinónimo para esse tipo de veículo entre muitos na época. Ou seja, no Brasil, a Vespa também era uma lambreta. A concorrente tinha, contudo, a vantagem do motor centralizado, para melhor distribuição de peso entre os lados.
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Depois de importada, a Vespa foi produzida no Brasil pela Panauto,
que também fabricava o curioso triciclo utilitário Vespacar, para
360 kg de carga. Um triciclo com rodinhas de Vespa, uma pequena
cabine e um compartimento de carga.

Só em Setembro de 1985 a Piaggio, em parceria com as brasileiras Caloi e B. Forte, voltaria a produzir no país uma nova Vespa, em versão PX 200E. Resultado de quatro anos de estudos, era fabricada em Manaus, pela AM e Motovespa do Brasil Ltda. A aparência lembrava a dos antigos modelos, mas o farol tinha linhas rectas e o painel trazia requintes como voltímetro e marcador de combustível.
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A PX 200E, lançada em 1978 na Europa, foi produzida no Brasil
a partir de 1985 por um consórcio entre a Piaggio, a Caloi e a
B. Forte. Chegou a ser a segunda motocicleta mais vendida no
Brasil, em 1986.

Com motor de 197 cc e 12,35 cv a 5700 rpm, a PX 200E atingia uma velocidade máxima de 110 km/h segundo a marca. Outras versões se seguiram na linha: em 1987, surgiu uma básica e outra mais esportiva (GT) e ainda outra equipada com motor de partida eléctrica (Elestart). Apesar do seu enorme sucesso, por motivos não esclarecidos, a fábrica foi encerrada. Em 1998 a Brandy firmou um acordo com a Piaggio e passou a importar da Índia a Vespa 150. Entretanto, o sucesso de outrora não se repetiu, porque as scooters modernas tornaram-se populares, conquistando os mais jovens. Isso permitiu a quebra de vendas da Vespa no Brasil.
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Cosa, Sfera e a ET4 125 (na imagem), foram as tentativas
recentes da Piaggio, nos anos 90, de repetir o sucesso
da Vespa.

A Vespa no cinema:

No cinema a Vespa dava cartas:

- "Roman Holiday", realizado em 1953 por William Wyler e protagonizado por Gregory Peck e Audrey Hepburn;

- "La Dolce Vita" de Frederico Fellini, com a participação magistral de Marcello Mastroianni e Anita Ekberg;

- "An American in Paris", realizado por Vincent Minnelli e com Gene Kelly no principal papel;

Mais recentemente, "Quadrophenia" de Franc Roddam, com Sting no papel principal e música dos The Who, ou "Absolute Beginners", com David Bowie, são alguns dos muitos filmes onde a Vespa entrou. Actores famosos como John Wayne, Charlie Chaplin, Natalie Wood, Henry Fonda e Antony Hopkins eram vistos regularmente a circular pelas ruas de Hollywood ao volante destas pequenas máquinas italianas.

Na área da publicidade a pequena motocicleta italiana também fez carreira. Marcas como American Express, Coca-Cola, Ferrari, Guerlain, IBM, Lexus, Samsonite, e Pringles, para só citar algumas, aproveitaram a boa imagem da Vespa, usando-a como suporte para publicitar os seus produtos.

Curiosidades:

1946 – Apresentação da Vespa e início da sua comercialização.

1948 – Introdução de novo propulsor na Vespa. Além do motor mais potente (125 cc), foram também introduzidas alterações estéticas.

1950 – A Vespa começa a ser fabricada na Alemanha sob licença da Hoffman-Werke.

1951 – Neste ano uma Vespa 125 modificada, atinge a velocidade máxima de 171 km/h, batendo o recorde mundial de velocidade na classe de 125 cc.

1952 – Os clubes Vespa de Itália, França, Alemanha, Suíça, Holanda e Bélgica reúnem-se, dando origem ao European Vespa Club.

1953 – Enrico Piaggio presenteia o Papa Pio XII com uma Vespa, que por sua vez a oferece a uma povoação missionária do Extremo Oriente.

1956 – É fabricada a milionésima Vespa. O francês Georges Monneret participa no rali Londres-Paris e atravessa o Canal da Mancha numa Vespa modificada para esse efeito.

1962 – A Vespa participa pela sexagésima vez num filme.

1965 – O modelo italiano ultrapassa os três milhões e meio de unidades vendidas.

1978 – Início da comercialização da Vespa PX, equipada com motores de 125, 150 e 200 cc. A PX ainda hoje é produzida, sendo considerada pelos mais acérrimos «vespistas» como sendo a «verdadeira» Vespa.

1988 - É produzida a Vespa número 10 milhões.

1996 – Nasce a nova geração Vespa: a gama ET, equipada com um propulsor a quatro tempos e 125 cc.

1999 – No mês de Maio começam a ser fabricado os novos motores a quatro tempos L.E.A.D.E.R. (Low Emission Advanced Engine Range), de 125 cc e 150 cc. Neste mesmo ano, mais precisamente a 23 de Setembro, é produzida a Vespa ET número 200.000.

2000 – Após ter estado ausente durante 15 anos, devido ao facto dos seus motores a 2 tempos não cumprirem, na altura, as exigentes normas antipoluição em vigor, a Vespa regressa aos E.U.A. Este retorno ao States, foi apadrinhado por Sean Ferrer e Cecilia Peck, os filhos de Audrey Hepburn e de Gregory Peck, respectivamente.








 
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História da Lambreta!

Ferdinando Innocenti nasceu em 1891, em Pescia na Itália. Proveniente de uma família de sucesso na área do comércio, foram obrigados a reiniciar a sua actividade depois da Segunda Guerra Mundial, iniciando-se no mundo das scooters em 1946.
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A Lambreta foi uma motocicleta produzida pela Innocenti entre
1947 e 1971.

Após a II Guerra Mundial, Ferdinando Innocenti enfrentou o trabalho da reconstrução de sua fábrica de tubos de aço sem costura. A fábrica estava situada em Lambratte, perto de Milão, que havia sido reduzida a escombros devido à guerra. Ferdinando percebeu que as necessidades básicas de seu país eram duas: iniciar a produção de equipamento industrial e maquinaria pesada; e prover a população de um meio de transporte barato e seguro.

Ferdinando uniu-se ao engenheiro Pierluigi Torre e projectaram um veículo de baixo custo de produção, de manutenção e com protecção melhor do que uma motocicleta convencional para as mudanças climáticas: chuva, frio, neve, etc. Esse veículo foi a Lambreta.

A produção da Lambreta começou em 1947 na Itália, após um ano de desenvolvimento e testes do protótipo. A primeira Lambreta foi nomeada naturalmente de modelo UM, e tinha como características, um motor de dois tempos com um único cilindro, com pistão de 52 a 58 mm de diâmetro. Isto dava ao novo modelo 123 cc de volume de deslocamento e 4.2 cv desenvolvidos a 4400 rpm. Funcionando com taxa de compressão na relação de 6:1, o modelo UM rodava até 33 km com 1 litro de gasolina - um argumento forte de venda na Itália fortemente abalada pela escassez de combustível. O chassi no qual esta pequena máquina estava montada era um tipo de painel tubular, com uma plataforma, no qual o condutor colocava os pés.
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A lambreta 125M foi produzida na Itália entre 1947 e 1949, com
um total de 9669 unidades. Com 125 cc, tem um binário de
52x58 mm e um carburador Dellorto MA16. Este modelo tem 3
velocidades e 4.1 cv de potência, indo até a uma velocidade de
65 km/h a 70 km/h, com um consumo de 39 km/l. Pesando 55 kg,
possui um reservatório de combustível de 6 litros e pneus 3.5x7.
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A lambreta 150LI era um modelo atraente, sendo produzida na Itália entre 1958 e 1959
com um total de 110.944 unidades. Com 148 cc, tem um binário de 57x58 mm e um
carburador Dellorto MA 19 BS5. Este modelo tem 4 velocidades e 6.5 cv de potência.
A sua velocidade máxima rondava entre 78 km/h e 80 km/h, com um consumo de 43 km/l.
A lambreta 150LI pesa 105 kg, e tem um reservatório de combustível de 8.7L e usa pneus
3.5x10.

Apesar do seu enorme sucesso, a lambreta enfrentou mais tarde outro problema: com o aumento da melhoria de vida na Europa, e a preferência dos europeus por automóveis, a lambreta teve de encerrar a sua produção em 1971.
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A lambreta 125DL foi um dos últimos modelos feitos na Europa. Produzida
na Itália entre 1969 e 1971, com um total de 15.300 unidades. Com 123 cc,
tem um binário de 52 x 58 mm e um carburador Dellorto SH 1/20. Este modelo
tem 4 velocidades e 7.3 cv de potência, indo até à velocidade de 85 km/h com
um consumo de 40 km/l. A lambreta 125DL pesa 118 kg, e tem um reservatório
de combustível de 8.1 litros e usa pneus 3.5x10.

Em Portugal, as primeiras Lambretas devem ter chegado a Lisboa, por volta de 1955 ou antes, e o primeiro importador foi a firma Moto Lambreta Portuguesa, na Avenida de Roma, tendo acabado a empresa, na Avenida da República.

A Lambreta no Brasil

A Lambreta foi a primeira fábrica de veículos do Brasil, saindo a frente até mesmo da indústria automobilística. A implantação da fábrica Lambreta do Brasil S.A.- Indústrias Mecânicas aconteceu em 1955, com uma licença da Inocentti, no bairro da Lapa em São Paulo. Os primeiros modelos lançados no Brasil foram a LD (luxo) e a D (stander), ambas equipadas com 3 velocidades. Esses modelos fabricados até o início de 1960, correspondem aos modelos Série 1 italianos.

A partir de 1960, foi lançado o modelo LI (correspondente ao modelo Série 2, lançado pela Innocenti na Itália em Outubro de 1959). O modelo apresentava significativas mudanças em relação ao modelo anterior: substituição do eixo cardan por corrente, caixa de 4 velocidades, pneus aro 10" ao invés de 8", além de outras modificações, inclusive na versão Lambrecar. Esteticamente, as alterações mais visíveis foram a mudança do farol fixo para o guidão, desenho do para-lamas dianteiro e perfil mais fluido. Um dos pontos fortes da Lambreta, ao contrário da sua maior concorrente a Vespa, era a boa estabilidade, devido ao baixo centro de gravidade proporcionado pelo motor próximo da roda traseira. O motor 2 tempos tinha boa refrigeração mesmo em marcha lenta, proporcionada por uma ventoinha.
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A segunda série da Lambreta LI 150 lançada
em Outubro de 1959, na Itália.
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A Lambreta LI Combination do tipo sidecar de 1960.

Originalmente, as Lambretas saiam da fábrica italiana pintadas na sua maioria na cor branca. Outras cores eram acrescentadas na fábrica ou na revendedora. No Brasil, o modelo LI possuía seis cores e cinco combinações de aplicação dessas cores. As cores eram: vermelho, verde, castanho, azul-claro, azul-escuro e azul piscina.
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Em 1964, a fábrica brasileira lançou uma versão com
um motor mais potente, o modelo X, de 175 cc.

Nessa época, a fábrica muda de nome: Cia. Industrial Pasco Lambretta. Pasco é a abreviatura de Pascowitch, nome do proprietário da empresa desde sua implantação inicial no Brasil. Em 1970, Felipe Pugliese, então o maior accionista, comprou a fábrica juntamente com o empresário Oliveiro Brumana. Em razão dessa nova sociedade, a fábrica muda o nome para Brumana & Pugliesi S.A. - Indústria e Comércio de Motores e Veículos. Iniciou então uma tentativa de recuperação da fábrica: foram construídas novas instalações, na via Anhangüera, em São Paulo, com 19 mil metros quadrados de área e 12 mil metros quadrados construídos. Foi adquirido maquinaria para produzir uma 125 cc nacional.

Já em 1971, numa tentativa de melhorar a participação no mercado, a Lambreta lançou uma moto híbrida com motoneta, a Xispa, com projecto e componentes totalmente nacionais em versão de 150 cc e 175 cc. A Xispa foi produzida até 1979.
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Modelo Xispa TS de 1975. Possui motor de 6.5 cv a 5300 rpm, e 148 cc. O seu peso
é de 93 kg e uma velocidade máxima de 85 km/h.

A decadência da Lambreta:

Na década de 1970, a indústria automobilística já havia se estabelecida firmemente, e o mercado das motocicletas aquecia com a entrada das motas japonesas. A fábrica da Lambreta no Brasil quase fechou neste período.

Em 1976 a Brumana Pugliese lançou o ciclomotor Ponei. Nesse modelo foram utilizados componentes da Xispa e dois tipos de motores: o primeiro com embreagem centrífuga e motor da Motori Minarelli, que depois foi nacionalizado na Argentina pela Zanella e utilizado no Brasil até hoje em vários veículos pequenos. O segundo tipo foi um motor Minarelli com câmbio e cilindro na vertical, ficando em linha até 1980.
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Ciclomotor Ponei lançado em 1976, como tentativa de sobrevivência da empresa
no mercado dominado pelas motas japonesas.

O modelo LI evoluiu para o modelo Cynthia, lançada em 1973 com 150 cc e 175 cc. Ao mesmo tempo era lançada a MS150, mais estreita que a primeira e com as tampas laterais cortadas, pelo que recebeu o apelido de "Mini-Saia".
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Lambretta Cynthia, modelo de 1978, lançado no Brasil.
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Modelo MS150 “Mini-Saia” de 1973. Equipado
com motor de 6,5 cv a 5300 rpm, e 150 cc. O
seu peso é de 105 kg, atingindo uma velocidade
máxima: 85 km/h.

Em 1977, a Honda e a Yamaha lançaram suas motas 125 cc. Com a pesada concorrência das motas japonesas, a Lambreta parou de produzir a sua motocicleta; agravando ainda mais a situação, quando faltou o capital, levando a empresa a entrar em crise. Em 1979, como último suspiro, a Brumana Pugliese lançou a Lambreta Br Tork nas versões 125P, 125T e de 150 cc, voltadas para o segmento de veículos populares com preços acessíveis. Em 1978 foi lançada a Tork 125, ou Tork 5 como também foi conhecida. O desenho ultrapassado do novo modelo não caiu no gosto do brasileiro; isso criou dificuldades à empresa, especialmente quando o mercado brasileiro era denominado nessa época por 125 modelos japoneses.

Numa última tentativa de sobrevivência, a empresa lançou em 1981 um modelo Trail designada Tork C (de cross), mas também não alcançou sucesso. A mecânica era Minarelli, e posteriormente, Zanella (derivada da Minarelli), com motor 2 tempos e caixa de 5 velocidades. Infelizmente, a Tork não foi capaz de salvar a Lambreta de desaparecer do mercado.

A Brumana Pugliese ou sua sucessora Lambretta - Veículos Brasileiros Ltda., faliu em 1982. A sua congénere na Argentina, a Siambretta, fechou as portas no final da década de 60. Hoje a Lambreta ainda é produzida na Índia pela "S.I.L" (Scooters India Ltd), porém somente o triciclo conhecido como "Tuk Tuk".




 
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Anedota da Lambreta!

A Velhinha Contrabandista!

Diz-se que era uma velhinha que sabia andar de lambreta. Todos dias, a velhinha passava na fronteira montada na lambreta, com um bruto saco atrás da lambreta. O pessoal da alfândega, tudo malta velha e batida, começou a desconfiar da velhinha.

Um dia, quando ela vinha na lambreta com o saco atrás, o fiscal da alfândega mandou-a parar. A velhinha parou e então o fiscal perguntou:
- Escuta aqui, avozinha, a senhora passa por aqui todos dias, com esse saco aí atrás. Que diabo a senhora leva nesse saco?
A velhinha sorriu com os poucos dentes que lhe restavam e mais os outros, que ela adquirira no dentista, e respondeu:
- É areia!
Aí quem sorriu foi o fiscal. Achou que não era areia nenhuma e mandou a velhinha saltar da lambreta para examinar o saco. A velhinha saltou, o fiscal esvaziou o saco e dentro só tinha areia.

O fiscal muito atrapalhado, ordenou à velhinha que fosse em frente. Ela montou na lambreta e foi embora, com o saco de areia atrás. Mas o fiscal ficou desconfiado ainda. Talvez a velhinha passasse um dia com areia e no outro com muamba de galinha, dentro daquele maldito saco.

No dia seguinte, quando ela passou na lambreta com o saco atrás, o fiscal mandou parar outra vez. Perguntou o que é que ela levava no saco e ela respondeu que era areia. O fiscal examinou e era mesmo. Durante um mês seguido o fiscal interceptou a velhinha e todas as vezes, o que ela levava no saco era areia.

Diz que foi aí que o fiscal se chateou:
- Olha, avozinha, eu sou fiscal de alfândega com 40 anos de serviço, sou batido nestas coisas de contrabando. Ninguém me tira da cabeça que a senhora é contrabandista.
- Mas no saco só tem areia! - insistiu a velhinha. E já ia tocar a lambreta, quando o fiscal propôs:
- Eu prometo à senhora que a deixo passar. Não apresento queixa, não a mando prender e não conto nada a ninguém, mas a senhora vai dizer-me qual é o contrabando que está a passar por aqui todos os dias?
- O senhor promete que não espalha a notícia? – quis saber a velhinha.
- Juro - respondeu o fiscal.
- É lambreta! – respondeu a velhinha.

Fonte: Stanislaw Ponte Preta (1923-1968), cronista, escritor, radialista e compositor brasileiro.
 
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Qual a diferença entre Lambreta e Vespa?

Ambas são marcas italianas. Enquanto a lambreta pertencia a uma empresa instalada em Lambretta, arredores de Milão (Itália), e iniciou a sua produção em 1947 e durou até 1971 (embora a sua produção continuasse no Brasil até 1982); a Piaggio ainda mantem-se em produção.

Uma das diferenças entre elas em termos mecânicos, é que a Vespa utiliza um quadro de aço prensado único, e a Lambreta utilizava um quadro tubular, dando origem a cada uma das marcas, um design único.

Um dos pontos fortes da Lambreta, ao contrário da sua concorrente, a Vespa, era a boa estabilidade, devido ao baixo centro de gravidade proporcionado pelo motor próximo da roda traseira. O motor de 2 tempos tinha boa refrigeração proporcionada por uma ventoinha, mesmo quando andava em marcha lenta.
 
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Nova Lambreta: Os bons tempos estão de volta?

A Lambreta está de volta com os modelos LN 150 e LN 125. Com visual que lembra os anos 1950 e 1960, o modelo ressurge, equipado com caixa automática, motor de quatro tempos de um cilindro, partida eléctrica e muita tradição.

A origem asiática, contudo, não é privilégio da nova Lambreta. A sua eterna rival, a Vespa, por meio da Piaggio, também tem um acordo de produção com a chinesa Zhongshen, associado no Brasil à Kasinski.

Inicialmente, dois modelos da lambreta vão disputar o mercado: a LN 125 e a LN 150. Ambas com o mesmo quadro, visual retro, com duas cores e detalhes cromados nas laterais, e conjunto de freios e suspensões. Assim tal como as scooters actuais, as novas Lambretas são dotadas dos recursos como caixa automática do tipo CVT, continuamente variável, embreagem automática e partida eléctrica. Itens indispensáveis para os veículos urbanos, assim como o porta-malas sob o banco.

O modelo LN 150 tem motor de um cilindro, do tipo quatro tempos, com 151 cc de cilindrada, com duas válvulas e refrigeração a ar, forçada por ventoinha. A potência é de 10,5cv a 7500rpm e o torque é de 1,10kgfm a 7500rpm. O freio dianteiro é a disco, com 190 mm de diâmetro, mas o traseiro é a tambor. A alimentação também é jurássica, através de carburador, mas que atende às rigorosas normas antipoluição Euro 3 da Europa. A suspensão dianteira é telescópica e a traseira mono. As rodas são de liga leve de 12 polegadas de diâmetro. O tanque comporta seis litros e o peso a seco é de 105kg. O modelo LN 125 tem potência de 8,8cv a 8000rpm e torque de 0,85kgfm a 8500rpm. O peso a seco é de 104kg.
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Dois modelos da lambreta vão disputar o mercado: a LN 125 e a LN 150.
 
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Vespa 946 - A Vespa do Futuro!

A Vespa apresentou na EICMA 2012 em Milão o novo modelo 946. A Vespa 946 nasceu de um tributo ao primeiro modelo da Vespa, o MP6 de 1946, que foi revisitado de uma forma retro futurística. Tal como qualquer Vespa, possui um monobloco de aço, melhorado neste modelo por elementos de alumínio, não só para ser mais leve, mas também devido às características técnicas do material, que permite acabamentos mais sólidos.
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Equipada com um motor de três válvulas de 125 cc, este modelo combina performance com economia de uso, apresentando baixos níveis de consumo (55 km/l, mais 30% que os motores das gerações anteriores) e uma redução de 33% nas emissões. O sistema ABS vem instalado de origem. Um dos elementos distintivos da 946 são os faróis de luzes LED, uma novidade nas scooters da marca italiana.

Vespa 946 com painel digital.O painel é totalmente digital e fica perfeitamente acomodado sobre o farol.
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