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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA

billshcot

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção I

Preâmbulo

O mundo moderno tornou-se dependente das tecnologias de informação e das redes de dados. Hoje em dia, já não dispensamos o correio eletrónico, as redes sociais, os jogos online, as mensagens instantâneas, as compras online e/ou o homebanking.

Dependemos da Internet para trabalhar, para nos divertirmos e para comunicarmos. A Internet, não sendo inerentemente boa ou má, é uma ferramenta poderosa e global. Como acontece com qualquer ferramenta poderosa, há o risco de ser utilizada para fins maliciosos. E, sendo a Internet um reflexo da sociedade que a constrói e constitui, é também povoada por algumas pessoas mal intencionadas.

A existência de riscos e malefícios na Internet não deve, no entanto, dissuadir-nos da sua utilização. “O maior risco é não navegar” é um dos lemas corretamente adotados pela sociedade da informação, pelo que o CERT.PT aposta numa motivação complementar – “Informar para prevenir e conhecer para proteger”.

O objetivo do presente documento é dar a conhecer, nesse sentido, os perigos e as incorretas utilizações da Internet, mas também informar sobre as boas práticas em diversos aspetos da vida online, envolvendo tecnologias e procedimentos de várias índoles. Pretende-se, desta forma, o esclarecimento do público em geral, levando a que este conhecimento contribua para uma Rede mais segura, mas também para uma crescente confiança nas novas tecnologias, por parte de uma comunidade de utilizadores em permanente expansão.

Vantagens da utilização da Internet

Nunca existiu meio de comunicação tão poderoso, versátil e omnipresente como a Internet. A Internet permite realizar, em segundos, tarefas que ainda há bem pouco tempo levavam horas ou dias, desempenhando um papel primordial na desburocratização e uma maior eficiência no âmbito de processos comerciais, administrativos, jurídicos e governativos, entre outros.

A Rede Global é também um manancial de novos serviços, com inúmeras aplicações para fins lúdicos, educativos, informativos e comunicacionais.

Riscos na utilização da Internet

Os utilizadores nem sempre adotam as melhores práticas de segurança ao utilizar a Internet. A crescente complexidade dos sistemas informáticos e alguns métodos de desenvolvimento de software têm, além disso, fomentado vulnerabilidades que os utilizadores não conseguem, muitas vezes, detetar ou eliminar.

Acresce ainda o facto do cibercrime ter vindo a aumentar, sendo que muitos indivíduos exploram um conjunto de vulnerabilidades e empregam determinados métodos que têm tornado os ataques mais difíceis de prevenir e mitigar.

As secções seguintes deste documento abordam um conjunto de riscos na utilização da Internet, sublinhando questões como a fraude, o malware, as botnets, o roubo de identidade e o correio eletrónico não solicitado (SPAM).

Proteja-se

Esquemas fraudulentos

O que são?

Com o grande aumento da utilização do correio eletrónico, o número de casos de pessoas maliciosas que tentam utilizar esse meio para realizar fraudes aumentou proporcionalmente. Os utilizadores que visitam os sítios de instituições financeiras são o grande alvo desses indivíduos. As pessoas mal intencionadas recorrem, assim, a listas de endereços de correio eletrónico para envio de SPAM em grande escala, com ficheiros executáveis anexados às mensagens e serviços de “hosting” gratuitos que não necessitam de identificação legítima.

Como funcionam?

Os utilizadores mal intencionados enviam mensagens de correio eletrónico, fazendo-se passar por bancos e outras instituições financeiras, solicitando dados pessoais, números de conta corrente, cartões bancários e palavra-passe dos clientes. Muitos dos visados, sem se aperceberem da real situação, enviam esses mesmos dados, pensando tratar-se de um pedido dessas instituições, tornando-se, desta forma, vítimas de um esquema fraudulento.

Como me posso proteger desses esquemas fraudulentos?

A melhor estratégia para prevenir fraudes ao utilizar o correio eletrónico é procurar o máximo de informações possível sobre a origem das mensagens e desconfiar sempre de qualquer indício que possa levantar suspeita. Mensagens de correio eletrónico enviadas por pessoas ou empresas desconhecidas encontram-se no topo dessa lista, sendo que deverá ter especial atenção com este tipo de mensagens, pois poderão vir a instalar programas maliciosos. É, aliás, possível que consigam capturar dados armazenados no computador ou dados que foram introduzidos através do teclado, tornando assim fácil a obtenção de informações dos utilizadores.

Como saber se uma mensagem de correio eletrónico é fraudulenta?

Eis algumas frases às quais deverá prestar especial atenção sempre que suspeitar que uma mensagem de correio eletrónico se trata de um esquema fraudulento.

"Consulte a sua conta."

As empresas não solicitam o envio de palavras-passe, número de bilhete de identidade ou outras informações pessoais através de correio eletrónico. Se receber uma mensagem a pedir-lhe que atualize as suas informações relativas ao cartão de crédito não responda: trata-se de um esquema fraudulento.

"Se não responder no prazo de 48 horas, a sua conta será encerrada."

Este tipo de mensagens transmite um caráter de urgência para que responda imediatamente, sem pensar. As mensagens poderão inclusivamente alegar que esta resposta é necessária visto que a sua conta estará, de alguma forma, comprometida.

"Estimado cliente."

É habitual que este género de mensagens seja enviado em grandes quantidades, não contendo, muitas vezes, o seu nome próprio ou apelido.

“Clique na ligação abaixo para aceder à sua conta."

As mensagens com formatação HTML podem conter ligações ou formulários que poderá preencher, tal como faria num sítio eletrónico. As ligações nas quais lhe pedem para clicar poderão até conter o nome completo ou parcial de uma empresa verdadeira, embora se tratem, normalmente, de ligações "mascaradas", o que significa que não o conduzem para o endereço em questão, mas sim para um outro sítio, frequentemente fictício.

Roubo de identidade

Todos os dias, ladrões de identidade percorrem a Internet em busca de pessoas que possam enganar. Existem casos reportados de roubo de identidade cujo contacto inicial foi feito através de salas de chat. Estes indivíduos têm uma forma própria de atuar: geralmente, não solicitam, de imediato, dados confidenciais ao utilizador, mas investem algum tempo para ganhar a sua confiança. Uma vez que o utilizador se sinta à vontade, passarão ao “ataque”.

No entanto, quer o ataque seja efetuado por este meio - denominado de “engenharia social” - quer através de um meio tecnológico mais sofisticado, a verdade é que o resultado imediato se traduz na fuga de dados sensíveis ou até confidenciais, o que poderá ter consequências desastrosas para a vítima.

Onde se correm os principais riscos?

As mensagens instantâneas, Internet Relay Chats e outras formas de conversação online são ferramentas úteis e divertidas, utilizadas, inclusivamente, para efeitos de trabalho, sobretudo se este exigir a cooperação entre vários elementos, em tempo real. Muitos indivíduos alegam mesmo que este tipo de ferramentas permite aumentar a produtividade.

Estamos, aliás, a falar de algo que não irá desaparecer; que chegou para ficar. No entanto, e como qualquer meio de comunicação online, está sujeito a inúmeros perigos que deverão ser do conhecimento dos utilizadores, para que estes possam prevenir fraudes, explorações, utilizações abusivas de recursos e/ou outra formas de aproveitamento ilícito. Uma das preocupações recorrentes entre os pais, hoje em dia, é, aliás, assegurar que os filhos não se envolvem em riscos para a sua segurança pessoal, decorrentes do contacto online com criminosos.

Também o aproveitamento de informação relacionada com contas bancárias ou outros dados financeiros é uma preocupação constante. De notar, no entanto, que nem sempre é necessário conhecer uma palavra-passe para que um sistema de homebanking seja comprometido. Muitas das vezes, informação pessoal sobre um titular de conta e alguma criatividade e habilidade são tudo o que um criminoso necessita para se apoderar de uma conta.

Quais os métodos utilizados?

É muito comum a distribuição de vírus em salas de chat. Alguns indivíduos tentam, inicialmente, conquistar a confiança de outros utilizadores, sendo que depois lhes enviam ficheiros que infetam o respetivo sistema, com recurso a um vírus ou Trojans (cavalo de Troia).

Este tipo de contágio também é possível ao nível do correio eletrónico, pelo que é fundamental que seja sempre cauteloso ao abrir ficheiros ou endereços enviados por pessoas que não são de absoluta confiança, ou por meios sujeitos a interferência de terceiros. Este tipo de ataque deixará as suas informações pessoais e confidenciais vulneráveis e disponíveis a criminosos.

De referir ainda que, a qualquer momento, e por toda a Internet, se encontram milhares de computadores infetados, salientando-se a existência de redes (botnets) sob o controlo de criminosos. Estas redes são depois utilizadas com os intuitos mais maliciosos.

Quais as possíveis consequências?

Não são apenas os ladrões de identidade que vagueiam pelas salas de chat na Internet. No entanto, sabe-se que todo o tipo de predadores inicia contacto com as suas vítimas através desses meios. Todos os utilizadores devem estar cientes de que estão sujeitos a contactos com indivíduos que poderão tentar roubar a sua identidade, o seu dinheiro ou provocar-lhes danos físicos e/ou emocionais. A perda de privacidade no que diz respeito à informação pessoal é um fator que poderá acarretar graves consequências, uma vez que os criminosos ficam na posse de dados que facilitam drasticamente a sua atividade.
 

billshcot

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção II

O que posso fazer para me proteger?

Proteja o seu computador e mantenha-o atualizado

Esta medida é, sem dúvida, transversal a todas as questões de segurança e evitará o sucesso da esmagadora maioria dos ataques a que os computadores individuais estão sujeitos. As estatísticas confirmam que a larga maioria dos computadores infetados foi comprometida numa altura em que já era conhecida uma solução para o problema.

Considerando estes aspetos, é importante consultar regularmente os serviços de atualização online disponibilizados pelo fabricante do hardware, sistema operativo e outro software instalado no seu computador. Para além disso, tenha também uma firewall bem configurada e um antivírus atualizado.

Não use o seu nome verdadeiro

Não utilize o seu nome real como identificação de login numa sala de chat ou programas de mensagens instantâneas. Não deverá, inclusivamente, recorrer a algo que seja intuitivamente identificador da sua pessoa, como uma alcunha, ou a algo que se assemelhe com a sua identidade real.

Utilize salas com moderador

Esta questão não se aplica aos programas de mensagens instantâneas, mas, e no caso de se encontrar num chat, utilize, sempre que possível, salas moderadas. Estas salas oferecem algum nível de proteção, visto que são monitorizadas por moderadores online. Tipicamente, o comportamento nestas salas é mais controlado do que em salas não moderadas.

Nunca divulgue informação pessoal

Tenha muito cuidado quando falar com alguém que não conhece. Não revele o local onde vive, a sua idade, o seu nome, a escola que frequenta, o seu telefone, o seu local de trabalho ou algum outro elemento que identifique a sua família. Eduque e vigie os seus filhos no que diz respeito a atividades desenvolvidas nestes ambientes online. Por muito simpático que alguém “do outro lado” possa parecer, lembre-se sempre que, na realidade, não faz ideia de quem será essa pessoa.

Registe as sessões de chat

A maior parte destas aplicações permite algum nível de “logging”. Registar as conversas poderá ser muito útil se a situação se complicar. Verificaram-se, aliás, casos em que tais informações foram fundamentais para o decurso de investigações às atividades realizadas por predadores online. Os pais devem sempre certificar-se de que as conversas dos seus filhos ficam, de facto, registadas.

Nunca combine encontros

Todos conhecemos histórias de pessoas que se encontraram após contacto online. Embora alguns casos possam até correr bem, não se esqueça que, ao fazê-lo, está a correr riscos no que toca à sua segurança pessoal. Em quase todas as circunstâncias, não é boa ideia conhecer alguém pessoalmente. Se, no entanto, o fizer, tenha o máximo de precaução: combine o encontro num local público e faça-se acompanhar de outra pessoa. Lembre-se que o indivíduo com quem falou na Internet pode não ser aquilo que lhe fez crer online.

Não abra anexos de correio eletrónico de desconhecidos ou que lhe tenham sido enviados em sessões de chat

É muito comum que os sistemas sejam infetados por vírus ou Trojans enviados por correio eletrónico ou diretamente através da aplicação de chat. Seja cauteloso e, no mínimo, utilize um antivírus atualizado e analise tudo o que lhe for enviado.

Quem contactar em caso de abuso?

Os casos de roubo de identidade devem ser imediatamente denunciados às autoridades, bem como outro tipo de abusos ou violência. A Polícia Judiciária tem competência para investigar crimes relacionados com utilizações abusivas de redes informáticas.

Correio eletrónico não solicitado (SPAM)

A palavra SPAM é uma abreviatura da expressão em inglês “Spiced Ham” - que significa presunto condimentado - e é habitualmente utilizada para designar uma mensagem de correio eletrónico não solicitada, enviada em massa. O termo SPAM pode, no entanto, ser aplicado a mensagens enviadas por outros meios e em quantidades mais modestas.

Phishing

Este termo remete para mensagens cuja verdadeira origem não corresponde à que consta no campo “De” ou “From”. Quem envia este tipo de mensagens pretende assumir a identidade de terceiros - tipicamente empresas ou marcas - e obter, desta forma, dados confidenciais para benefícios próprios. De citar, a título de exemplo, o caso do pishing ao nível das entidades bancárias: as mensagens enviadas solicitam ao utilizador os códigos de acesso a contas, cartões VISA ou credenciais de acesso a portais de homebanking.

Neste tipo de fraudes também se incluem as mensagens que solicitam aos clientes o pagamento de serviços, em nome de outra empresa, que poderá ser uma operadora de telecomunicações, TV por cabo, entre outras. As mensagens falsas apresentam habitualmente o mesmo aspeto gráfico e a identificação de uma mensagem original sendo, por vezes, bastante difícil para o utilizador reconhecer este tipo de fraude.

Scam

Esta palavra remete para mensagens fraudulentas que conduzem o utilizador ao engano, apresentando falsas oportunidades e ofertas de produtos, cujos resultados são igualmente falsos. Os casos mais conhecidos de Scam referem-se a oportunidades de negócio ou emprego com ganhos elevados num curto espaço de tempo.

Hoaxes ou boatos

O termo hoax diz respeito a histórias falsas que têm como objetivos primordiais: por um lado, alarmar ou iludir quem lê este tipo de mensagens; por outro, incitar a sua rápida divulgação ao maior número de pessoas possível. Habitualmente, estas mensagens dão a conhecer pessoas que necessitam de algum tipo de ajuda, divulgam alertas de perigo, difamação de marcas ou ofertas falsas de produtos.

Como funciona o SPAM?

As mensagens de SPAM têm, frequentemente, caráter apelativo e são, na sua maioria, incómodas, inconvenientes e não solicitadas. O conteúdo destas mensagens de correio eletrónico é variado, abordando temas como a pornografia, os jogos a dinheiro, os fármacos, entre outros.

Ao contrário dos meios de comunicação tradicionais, como o correio e o telefone, o correio eletrónico permite o envio de um elevado número de mensagens, de forma automática e a um custo muito reduzido. É nesta apelativa relação custo-benefício que reside a principal motivação do spammer - o emissor das mensagens de SPAM.

Numa ação de spamming - dada a escala a que é realizada e dado o número potencial de utilizadores que constituem o público-alvo, ou seja, todos os cibernautas portadores de uma conta de correio eletrónico - mesmo que seja apenas alcançada uma pequena parcela dos destinatários, a relação custo-benefício é, de facto, compensatória.

A grande maioria das ações de spamming é realizada de forma automática. Há, aliás, programas criados para o efeito, sendo que o conceito de correio eletrónico, tal como o conhecemos e utilizamos hoje em dia, não permite garantir a autenticidade do remetente da mensagem.

Que cuidados posso ter para prevenir o SPAM?

De forma a prevenir o SPAM há vários cuidados a ter, nomeadamente:

· Nunca responder a uma mensagem de correio eletrónico, cuja proveniência é desconhecida e/ou cujo contexto se enquadre nas descrições de Phishing, Scam, Hoax, etc;

· Não disponibilizar a terceiros, com identidade desconhecida, informação pessoal ou informação relativa ao endereço de correio eletrónico pessoal;

· Não clicar em ligações disponibilizadas em mensagens de correio eletrónico, cujo conteúdo seja suspeito;

· Certificar-se de que possui um antivírus devidamente atualizado e que este verifica o conteúdo das suas mensagens de correio eletrónico. Mesmo que o antivírus não detete qualquer vírus isto não significa que o conteúdo da mensagem recebida seja seguro;

· Certificar-se de que utiliza uma conta de correio eletrónico que dispõe de filtro anti-SPAM;

· Caso tenha sido alvo de uma ação de spamming deverá verificar se o seu endereço eletrónico está publicado em algum sítio eletrónico e realizar as devidas ações para que este seja removido do mesmo:

- Recorra, em primeiro lugar, a um motor de busca e faça uma pesquisa relativa ao seu endereço de correio eletrónico. Se o motor de busca conseguir encontrar o seu endereço na Internet, é bem provável que qualquer spammer o faça.

· Se tiver que publicar, impreterivelmente, o seu endereço de correio eletrónico num sítio eletrónico, faça-o de modo a que seja díficil a qualquer programa de spamming utilizar o endereço disponibilizado, ou seja, publique “alguem at domínio.pt” em vez de “ alguem_X_dominio.pt”.

Mensagens em cadeia

Chain letters ou mensagens em cadeia caracterizam-se por serem mensagens que procuram induzir o recetor a lê-las e a reencaminhá-las para o maior número possível de amigos, colegas, familiares, entre outros.

Habitualmente, referem-se a histórias de cariz emocional em que são exploradas fragilidades, sonhos ou superstições comuns: como ficar rico (esquemas em pirâmide) e jogos de sorte e azar são exemplos a apontar. Um caso muito conhecido em que era requisitado dinheiro aos leitores das mensagens é, sem dúvida, o Make Money Fast .

Redes sociais

As redes sociais na Internet são serviços que têm como objetivo o estabelecimento de ligações entre utilizadores que se conhecem ou que partilham interesses ou atividades comuns, permitindo assim uma troca de experiências, vivências e conhecimentos.

Existem atualmente diversos serviços do género, sendo que uns são serviços mais focalizados apenas num tema – o caso do sítio LinkedIn (hxxp://www.linkedin.com/) que se debruça sobre as relações profissionais - enquanto outros são mais generalistas e permitem aos utilizadores partilharem o que quiserem, como acontece no Facebook (hxxp://www.facebook.com), no Myspace ([=hxxp://www.myspace.com]MySpace.com[/]) ou no hi5 ([]hxxp://www.hi5.com[/]), entre outros.

Estes serviços permitem, fundamentalmente, a interação entre utilizadores através de textos, publicação de imagens, chat, serviços de mensagens instantâneas, correio eletrónico, vídeo, voz, partilha de ficheiros, blogs, grupos de discussão, jogos online, etc.

Os problemas e recomendações relacionados com as redes sociais, que serão abordados neste capítulo, tiveram como base um documento intitulado “Security Issues and Recommendations for Online Social Networks”, divulgado pela ENISA (European Network and Information Security Agency). Para mais informações consulte o seguinte documento:

hxxp://www.enisa.europa.eu/doc/pdf/deliverables/enisa_pp_social_networks.pdf.
 
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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção III

Quais as principais questões de privacidade e segurança associadas às Redes Sociais?

Agregação digital de dossiês

Os conteúdos divulgados numa Rede Social podem ser armazenados pela mesma ou por outras entidades, o que pode constituir uma vulnerabilidade. Tendo em conta que os custos de armazenamento de dados são cada vez menores, as entidades procedem à criação de dossiês digitais que contêm todos os dados dos utilizadores das redes sociais. Desde os elementos de cada perfil que foram anexados e/ou eliminados ao longo do tempo, bem como as ligações que foram criadas e/ou removidas entre os utilizadores.

O armazenamento de dados poderá mesmo acarretar um conjunto de consequências inesperadas para o utilizador, uma vez que ao colocar as suas informações pessoais numa Rede Social estas poderão ser utilizadas de uma forma abusiva e sem a sua aprovação. A informação contida numa Rede Social pode ser modificada ou apagada. No entanto, quando o armazenamento de dados é feito por outras entidades, estas alterações subsequentes de informação não configuram na cópia, mantendo-se esta desatualizada.

A forma como se acede às informações de outros utilizadores, que aparentemente estão bloqueadas, pode constituir uma fragilidade, na medida em que estas informações podem não estar imediatamente visíveis na Rede Social, mas estão visíveis a partir da pesquisa efetuada no seu motor de busca. Em certas redes, o nome e a fotografia de um determinado utilizador estão sempre disponíveis ao público em geral. Existem mesmo empresas que chegam a rejeitar potenciais candidatos, depois de consultarem os respetivos perfis nas redes sociais.

Retenção de dados secundários

Para além das informações pessoais publicadas, um utilizador fornece também ao administrador de uma Rede Social um conjunto de dados significativos, tais como a data, a hora e o tempo em que esteve ligado, localização (IP), perfis visitados, mensagens recebidas e enviadas, entre outros elementos importantes.

Enquanto noutros serviços como o endereço eletrónico, ou serviço de mensagens instantâneas, o utilizador pode não concentrar toda a sua atividade no mesmo operador - mantendo, por exemplo, um endereço eletrónico para assuntos profissionais e outro para assuntos pessoais - o mesmo não acontece nas redes sociais, já que estas são mais difíceis de criar e gerir. Há, deste modo, uma elevada dependência do mesmo operador que agrega, assim, um importante repositório de dados.

Não existe também grande transparência no que diz respeito às políticas de armazenamento e divulgação a terceiros dos dados armazenados nas redes sociais. A título de exemplo, um perfil no Myspace valia, em 2006, 35 dólares.

Dado o elevado crescimento das redes sociais e suas potencialidades, estas dispõem hoje em dia de uma grande quantidade de dados que podem ser utilizados em publicidade, discriminação económica e/ou venda a outras entidades.

Reconhecimento facial

A publicação de imagens tem grande projeção nas redes sociais. Em maio de 2007, o Facebook armazenava mais de 1.7 biliões de imagens de utilizadores, aumentando este número em 60 milhões a cada semana.

A utilização de etiquetas nas imagens permite ao utilizador identificar e ser identificado por outros utilizadores na Rede Social, depreendendo-se as relações existentes entre as pessoas.

Os algoritmos de reconhecimento facial têm aumentado, em muito, a sua eficiência, o que, associado ao aumento do poder computacional, permite a comparação entre um elevado número de imagens. Juntamente com o CIBR - Content Based Image Retrieval, esta ferramenta conduz a uma maior vulnerabilidade: a possibilidade de se inferirem vários relacionamentos entre pessoas a partir do cruzamento de dados de diversas redes sociais.

Um dos principais riscos que se pode apontar prende-se, assim, com a associação dos diversos perfis do mesmo utilizador, numa ou em várias redes sociais, agregando-se, por exemplo, um perfil “profissional” com um perfil “pessoal” ou com um perfil anónimo ou semianónimo.

CIBR (Content Based Image Retrieval)

Inicialmente desenvolvido pela ciência forense digital, o CIBR - Content Based Image Retrieval permite a associação de imagens através das suas características, recorrendo-se a uma vasta base de dados. Com recurso a esta tecnologia, é possível efetuar uma pesquisa utilizando um elemento de uma imagem, detetando-se, desta forma, todas as fotografias em que esse elemento, ou parte dele, aparece.

Tal como nos casos de reconhecimento facial, esta tecnologia permite identificar as relações estabelecidas entre os utilizadores, além de que possibilita a identificação do sítio onde as fotografias dos utilizadores foram captadas, podendo levar a situações indesejáveis, como a identificação do local de trabalho e/ou habitação, conhecimento de hábitos e rotinas do utilizador, etc.

Utilização de metadados, etiquetagem e imagens que referenciam perfis

Muitas redes sociais permitem a criação de metadados, tais como a inserção de etiquetas nas imagens dos utilizadores, a ligação para os seus perfis (mesmo sem o seu consentimento) ou até para o seu endereço de correio eletrónico.

Alguns serviços incluem ainda nos metadados de uma determinada imagem informações sobre a câmara utilizada na captação da fotografia, integrando, em alguns casos, o número de série e os dados pessoais contidos na garantia da máquina - o que pode conduzir à localização do proprietário da mesma.

Por exemplo, um utilizador que colocou imagens online do livro “Harry Potter and Deathly Hallows”, antes deste ter sido publicado, foi identificado através dos metadados das imagens.

Dificuldades na eliminação completa de um perfil

Um utilizador que pretenda eliminar um perfil numa Rede Social verificará que, apesar de ser extremamente fácil apagar a página do seu perfil, não conseguirá, em grande parte dos casos, eliminar os dados secundários, como os comentários e mensagens enviados aos outros utilizadores.

Aliás, não é claro que a informação seja de facto apagada das bases de dados das redes sociais, uma vez que esta poderá permanecer nas cópias de segurança por um determinado período, geralmente não especificado. Em alguns casos, após a eliminação, é enviado um correio eletrónico com a indicação de como recuperar o perfil, o que comprova que os dados são, de facto, mantidos pelas redes sociais.

Quando se pretende apagar um determinado perfil, algumas redes sociais exigem mesmo ao utilizador que este elimine, um a um, os comentários contidos no seu perfil. Trata-se de um processo moroso que pode levar à desmotivação dos utilizadores.

Quais os principais problemas de segurança encontrados nas redes sociais?

Os spammers começaram a interferir nas redes sociais. O que outrora era um problema (quase) específico do correio eletrónico tornou-se, hoje em dia, um problema que tem um raio de ação maior - afetando diretamente as redes sociais e quem as utiliza.

As técnicas mais usadas pelos spammers são:

Uso de software especializado, como por exemplo o FriendBot, que automaticamente envia pedidos de amizade e comentários com publicidade. Estas ferramentas utilizam a pesquisa prévia para que a publicidade que enviam seja do interesse do utilizador;

Envio de comentários com ligações dinâmicas para sítios eletrónicos que pretendam vender um determinado produto;

Envio de pedidos de amizade através de perfis falsos (criados para seduzir o utilizador a aceitar o pedido de amizade). Esse perfil contém, por sua vez, ligações dinâmicas para sítios comerciais ou sítios de phishing;

Envio de comentários para os perfis dos falsos “amigos”. Tipicamente, as ferramentas de SPAM angariam o máximo de amigos possível, enviando depois o maior número de mensagens para os seus perfis;

Roubo de palavras-passe de um determinado perfil, para este ser utilizado no envio de SPAM.

Atualmente ainda não existem filtros para SPAM nas redes sociais. No entanto, é aconselhável que um utilizador bloqueie a possibilidade de enviar comentários, bem como a aceitação automática dos comentários dos “amigos”.

Os riscos de SPAM nas redes sociais são os mesmos associados ao SPAM tradicional:

Sobrecarga de tráfego na ligação;

Perda de confiança no serviço;

Phishing – Roubo de identidade;

Risco específico de SPAM nas redes sociais: o perfil de um utilizador comum pode ser confundido com um perfil de um autor de “spam”.
 

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção IV

Infiltrações em círculos de confiança

Muitas redes sociais permitem que informações pessoais, ou mesmo todo o tipo de informação, estejam disponíveis apenas para os utilizadores dentro do círculo de amizades. Este mecanismo dá, no entanto, uma falsa ideia de proteção aos utilizadores, já que é muito fácil aceder a esse círculo sob falsos pretextos.

Em algumas redes sociais a utilização de scripts ou software especializado, como o Friendbot ou o FriendBlasterPro, é levada a cabo para fazer convites de amizade automáticos.

A pressão existente nas redes sociais e em alguns círculos de amizade para a angariação do maior número de amigos leva a que, muitas vezes, se aceitem utilizadores como “amigos” sem conferir a autenticidade do seu perfil. Recentemente, foi feita uma experiência neste sentido. Foi criado um perfil denominado ‘Freddi Staur’ (anagrama para ID Fraudster) apenas com uma imagem de um sapo e sem qualquer outra informação. Foi enviado um pedido de amizade para 200 utilizadores: 87 aceitaram o pedido e 82 divulgaram informações pessoais (72% divulgaram um ou mais endereços de correio eletrónico e 84% divulgaram a sua data de nascimento).

Apesar desta vulnerabilidade não representar uma ameaça direta para os utilizadores, pode abrir portas a outras fragilidades (tal como está descrito neste documento), pois permite, a um utilizador mal intencionado:

O visionamento de informações pessoais;

Busca de informações ou contactos para serem utilizados mais tarde em ataques;

Envio de SPAM e ações de marketing.

Como posso proteger-me das potenciais ameaças presentes nas redes sociais?

Limite a quantidade de informações pessoais que coloca online – Não publique informações que o tornem vulnerável (Ex: morada, telefone, etc...). Tenha cuidado com as informações que terceiros colocam sobre si online.

Lembre-se que a Internet é um “local” público – Publique apenas informação que pode ser acessível a qualquer pessoa. Esta recomendação é válida não só para as redes sociais mas também para blogs e outros fóruns de discussão. A partir do momento que coloca informação online não é garantido que esta possa ser completamente removida; por isso tenha cuidado antes de a disponibilizar.

Esteja atento aos estranhos – Nunca revele informações importantes a pessoas que não conhece verdadeiramente.

Seja cético – Não acredite em tudo que lê online.

Consulte as políticas de privacidade dos serviços que utiliza – Algumas redes sociais partilham e vendem as informações dos seus utilizadores a outras entidades.

Banca eletrónica

O Homebanking, ou Banco online, designa um conjunto de serviços como transações, pagamentos e outras operações financeiras efetuadas, via Internet, nos sítios eletrónicos das entidades bancárias.

Este serviço permite que as operações sejam efetuadas independentemente dos horários de funcionamento dos bancos e sem a deslocação física aos balcões.

Quais os principais problemas deste tipo de serviço?

O problema mais comum associado à utilização do Homebanking diz respeito à apropriação de informação confidencial por parte de pessoas mal intencionadas que, deste modo, utilizam a informação como se fossem os utilizadores genuínos.

Apesar das medidas de segurança dos bancos não serem 100% seguras, a grande maioria de fraudes deve-se à má utilização do serviço por parte dos clientes.

Como posso precaver-me?

• Evite utilizar computadores públicos para aceder ao seu serviço online;

• Certifique-se que não está a ser observado por terceiros quando acede ao Homebanking, nomeadamente através de sistemas de vídeo-vigilância;

• Assegure-se de que o seu computador não está infetado por mecanismos de registo de atividades (por exemplo: keyloggers). Assegure-se que tem instalado software antivirus e software anti spyware;

• Altere frequentemente as suas credenciais de acesso ao serviço;

• Tenha cuidado redobrado quando imprimir documentos ou informação relativa à sua conta em impressoras públicas. Não deixe os documentos na impressora e destrua todos os documentos de que já não necessita;

• Não divulgue os seus dados pessoais a terceiros. A maioria das empresas verdadeiras nunca solicita informação confidencial através de correio eletrónico ou telefone;

• Tenha cuidado na escolha das credenciais de acesso ao serviço, por exemplo, não escolha credenciais que lhe possam ser associadas: número de telefone, data de nascimento, nome próprio;

• Verifique regularmente as suas contas, prestando especial atenção a transações que não tenha efetuado e à data/hora do último acesso à conta;

• Termine sempre as sessões de Homebanking. Caso contrário, há a possibilidade de alguém mal intencionado poder utilizar a sessão ainda aberta;

• Limpe a cache do seu computador e os ficheiros temporários;

• Não armazene informação sobre as suas contas no computador;

• Tenha em atenção se está a ser vítima de phishing. Utilize browsers que possuem filtros de phishing;

• Em caso de suspeita de utilização indevida contacte de imediato a sua entidade bancária.
 

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção V

Compras eletrónicas

O online shopping, ou compras online, designa o processo de compra de bens e serviços através da Internet.

Quais os principais problemas deste tipo de serviço?

Existem alguns problemas que podem surgir através das compras online, nomeadamente: roubo das credenciais de utilizadores legítimos; clientes a serem vítimas de burlas através de compras efetuadas em sítios fraudulentos.

Por outro lado, as lojas online podem ser, também elas, vítimas de fraude através da utilização de informação roubada (por exemplo, informação relativa a cartões de crédito).

Como posso precaver-me?

Todas as recomendações relativas à banca online são válidas também para esta secção. Adicionalmente, tenha atenção ao seguinte:

• Confirme a identidade da loja: veja se existe uma loja física; verifique se existem selos de garantia de entidades independentes; verifique o feedback de outros utilizadores nas compras efetuadas nesta loja;

• Tenha em atenção qual será o valor final da sua compra. Não se esqueça de verificar o valor que será cobrado na expedição e transporte do bem adquirido;

• Verifique a política de privacidade do sítio, nomeadamente, que o mesmo não divulgará informação confidencial;

• Comprove os termos do negócio, como, por exemplo, a política de devoluções;

• Tenha especial atenção à descrição do produto que está a adquirir. Podem existir situações em que a imagem do bem a adquirir não corresponda ao que está anunciado na descrição do produto. Em caso de dúvida, entre em contacto com a loja online;

• Nunca faça pagamentos através do envio de dinheiro via postal.

Proteja os seus filhos

Controlo parental

Os sistemas de controlo parental surgiram da necessidade de controlar o acesso de alguns utilizadores a determinado tipo de conteúdos, especialmente conteúdos publicados na Internet.

Na prática, um sistema de controlo parental determina que conteúdo está disponível ou indisponível num computador ou rede de computadores. Tipicamente, estes sistemas são utilizados pelos pais para controlar o acesso dos filhos a material que considerem inapropriado para a idade destes ou por administradores de sistemas de instituições públicas ou privadas que pretendam igualmente bloquear o acesso a conteúdos – conteúdos que violem a lei ou sejam inapropriados para serem visionados na rede, como é o caso das escolas ou bibliotecas públicas. Este tipo de filtros é ainda utilizado em algumas redes empresariais para controlar o acesso dos seus trabalhadores a determinado tipo de conteúdos em horário laboral.

Os conteúdos normalmente filtrados por estes sistemas são:

Conteúdo sexualmente explícito como pornografia, erotismo, discussões sobre sexo e sexualidade em todas as suas vertentes;

Conteúdo violento;

Promoção ou discussão sobre vícios: jogos de apostas online, drogas, álcool, etc...

Promoção ou discussão de racismo e xenofobia;

Conteúdos ilegais;

Promoção ou discussão de pirataria, técnicas criminais ou outros atos ilegais;

Conteúdos que não estão dentro do âmbito das funções destinadas ao computador ou rede de computadores;

Redes sociais (com o intuito de proteger as crianças de pedófilos ou predadores sexuais).

Neste capítulo serão abordados os vários tipos de sistemas de controlo de conteúdos na perspetiva de um utilizador comum. Não serão abordados alguns sistemas tecnicamente mais complexos e usados apenas por profissionais em grandes redes institucionais. Serão ainda apresentados, para cada tipo de sistema, alguns exemplos e as respetivas vantagens e desvantagens.

Quais os tipos de sistemas que existem para filtragem de conteúdos?

Existem vários tipos de sistema de filtragem de conteúdos que podem ser agrupados em dois grupos distintos: os sistemas instalados num computador e os sistemas instalados num ponto de administração de uma rede.

No primeiro grupo incluem-se os mais conhecidos do público em geral e também os mais utilizados, os sistemas de controlo de acesso por software descritos no capítulo “Software”.

No segundo grupo incluem-se os sistemas de controlo por hardware descritos em “Hardware” e “Web”. Estes sistemas são utilizados por administradores de redes de computadores e por fornecedores de Internet (ISP) para controlar o acesso de computadores dessa rede a determinados tipos de conteúdo.

Software

Os sistemas de controlo de conteúdos por software consistem em programas que se instalam no computador, para que o acesso a determinados conteúdos seja controlado.

Dentro deste conceito existem vários produtos muito diferentes entre si. Alguns produtos apenas filtram conteúdos consultados na Internet (protocolo http), com base no endereço dessa mesma página ou através de determinadas expressões ou palavras; enquanto, que outros controlam também correio eletrónico (protocolo pop e smtp), ou ainda outras aplicações como programas de mensagens instantâneas (por ex. MSN Messenger), ou até todo o sistema (documentos abertos, explorador de ficheiros, etc.), igualmente com base em palavras ou expressões que encontrem em algum destes sítios ou ferramentas.

Existem ainda programas de controlo de conteúdos que têm apenas a funcionalidade de filtrar conteúdo. Existem, por outro lado, filtros incluídos em programas de segurança mais abrangentes como suites de segurança que incluem firewall, filtros de SPAM, filtros de phishing, etc.

Para controlar o acesso a páginas da Internet com base no seu endereço, os sistemas de controlo recorrem a listas negras (blacklist) e/ou listas brancas (whitelist).

As listas negras são listagens com vários endereços, que foram previamente catalogados, referentes a um determinado tema indesejado. Nestes sistemas é permitido o acesso a qualquer página exceto aquelas que constam dessa lista negra. Existem várias listas atualizadas frequentemente e divididas em várias categorias (pornografia, jogos, chat’s, etc...) disponíveis aos utilizadores comuns, sendo que algumas são completamente gratuitas e outras pressupõem o pagamento de uma mensalidade/anuidade para que possam ser descarregadas/consultadas. Alguns sistemas atualizam-se automaticamente sendo transparente para o utilizador a utilização destas listas. O capítulo seguinte enumera algumas dessas listas.

As listas brancas são o oposto das listas negras. Neste caso também se recorre a uma lista de endereços, mas apenas se permite o acesso aos endereços que constam nessa lista, sendo que todos os outros endereços são bloqueados.

Para além destes sistemas, existem outros que permitem a definição de várias palavras-chave. Ou seja, quando um utilizador pretende aceder a uma página na Internet, é feita uma pesquisa pelas palavras-chave definidas na página a disponibilizar. Se for encontrada alguma das palavras-chave definida, o conteúdo dessa página não é disponibilizado ao utilizador. Estes sistemas apresentam algumas vantagens em relação aos anteriores, uma vez que, quando uma nova página com conteúdo indesejável é colocada online, há um intervalo de tempo em que a página não foi catalogada e adicionada à respetiva lista negra - o que faz com que esta esteja acessível durante esse período de tempo. Apresentam ainda vantagens ao nível da abrangência, uma vez que não restringem as capacidades de controlo à navegação em páginas da Internet e ao protocolo HTTP, podendo desta forma ser utilizados para controlar o uso de outras aplicações. No entanto, apresentam também uma desvantagem, já que a pesquisa pelas palavras-chave tem custos em termos de tempo, tornando a navegação na Internet sensivelmente mais lenta do que no caso de controlo por endereço.

Que produtos existem nesta categoria?

Os produtos aqui apresentados, bem como a ordem pela qual são apresentados, não representam nenhuma preferência da nossa parte e apenas se pretende indicar quais as opções existentes no mercado. De notar ainda que grande parte destes sistemas não foi testada pela nossa equipa e, assim sendo, não podemos testemunhar a eficácia dos produtos mencionados.

Sugerimos a consulta de um estudo, disponível em hxxp://www.sip-bench.org/sipbench.php?page=results2008&lang=en, elaborado pela consultora Deloitte ao abrigo do programa da União Europeia, Safer Internet, em que são testados alguns dos produtos aqui apresentados.
 

billshcot

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção VI

Filtros de Conteúdo Comerciais:

· BitDefender Internet Security 2008 (Windows) - hxxp://www.bitdefender.com/PRODUCT-2195-en--BitDefender-Internet-Security-2008.html;

· BSecure (Windows) - hxxp://www.bsecure.com/;

· ContentBarrier (Mac & Windows) - hxxp://www.intego.com/contentbarrierDP/;

· Cyber Patrol (Windows) – hxxp://www.cyberpatrol.com;

· Cyber Sentinel (Windows) – hxxp://www.securitysoft.com;

· CyberSieve (Windows) - hxxp://www.cybersieve.com/;

· Cybersitter (Mac & Windows) - hxxp://www.cybersitter.com/;

· F-Secure Internet Security (Windows) - hxxp://www.f-secure.com/en_EMEA/products/;

· TrendMicro Internet Security (Windows) - hxxp://us.trendmicro.com/us/products/personal/internet-security-2008/index.html;

· Intego Security Barrier (Mac) - hxxp://www.intego.com/isb/;

· Internet Filter / Integrity online (Windows) - hxxp://www.integrity.com/filtering.html;

· Kidsnet Light (Windows) - hxxp://www.kidsnet.com/;

· Magic Desktop (Windows – incluído no PC Magalhães) - hxxp://magicdesktop.easybits.com/pt/;

· McAfee Total Protection (Windows) - hxxp://home.mcafee.com/store/package.aspx?pkgid=275;

· McAfee Internet Security (Windows) -hxxp://home.mcafee.com/store/package.aspx?pkgid=273;

· Net Nanny - antigo ContentProtect (Windows) - hxxp://www.netnanny.com/;

· Norton Internet Security (Windows & Mac) - hxxp://www.symantec.com/index.jsp;

· Optenet PC Content Filter (Windows) - hxxp://www.optenetpc.com/content-filter.html;

· Panda Internet Security (Windows) - hxxp://www.pandasecurity.com/portugal/homeusers/solutions/internet-security/;

· Parents Carefree (Windows – incluído no PC Magalhães) - hxxp://www.chinansl.com/en/prt.htm;

· Safe Eyes (Windows & Mac) – hxxp://www.safebrowse.com;

· Websense Web Filter (Windows) – hxxp://www.websense.com/content/WebFilter.aspx.

Filtros de Conteúdo Grátis:

· CensorNet (Linux) - hxxp://opensource.censornet.com/;

· DansGuardian (Linux) – hxxp://dansguardian.org;

· K9 Web Protection (Windows) - hxxp://www.k9webprotection.com/;

· Naomi (Windows) - hxxp://www.radiance.m6.net/;

· We-blocker (Windows) - hxxp://www.we-webcorp.com/main.php?pg=about.

Outros:

· Microsoft Internet Explorer 6 Content Advisor (Windows) - hxxp://www.microsoft.com/windows/ie/ie6/using/howto/security/contentadv/config.mspx;

· Glubble: Extensão para o browser Mozilla Firefox (Windows, Mac & Linux) - hxxp://www.glubble.com/.

Listas Negras (blacklists):

· URLBlacklist (gratuita) - hxxp://urlblacklist.com/?sec=home;

· MESD (gratuita) - hxxp://squidguard.mesd.k12.or.us/blacklists.tgz;

· Shalla’s Blacklist (gratuita) – hxxp://squidguard.shalla.de/shallalist.html;

· Websense (paga) - hxxp://www.websense.com/.



Quais as principais vantagens?

Permitem o bloqueio efetivo a sítios com conteúdos não desejáveis;

Nos filtros por palavra-chave, permitem o bloqueio de uma página com conteúdos desadequados, logo a partir do momento em que esta é colocada online;

Alguns filtros permitem o controlo de conteúdos noutras aplicações como correio eletrónico, sistemas de mensagens instantâneas (msn, yahoo, etc.), explorador de ficheiros do computador, etc. ;

Alguns sistemas estão integrados em aplicações de segurança geral;

Facilidade de utilização de alguns sistemas;

Alguns sistemas permitem a criação de perfis, possibilitando, por exemplo, que as regras de acesso de um utilizador menor de idade não se apliquem a um adulto;

Proteção contra páginas perigosas que exploram vulnerabilidades do sistema operativo, evitando assim alguns ataques à segurança do computador;

Proteção contra páginas que contêm esquemas de roubo de identidade (phishing) e fraude;

Armazenamento dos dados sobre cada bloqueio, permitindo saber quem e quando tentou aceder a uma página com conteúdo indesejável;

Permite estabelecer horários de ligação à Internet, bem como monitorizar o tempo que um utilizador esteve online.

Quais as principais desvantagens?

Com alguns conhecimentos, estes sistemas podem ser desativados pelos utilizadores do computador;

Existem páginas na Internet que explicam como ultrapassar este tipo de filtros;

Apenas bloqueia o acesso no computador em que está instalado. No caso de necessidade de controlar vários computadores, necessita de instalação em cada um deles;

Pode bloquear “sítios positivos”, ou seja, bloquear o acesso a sítios que não têm conteúdo considerado indesejável;

Podem criar uma falsa sensação de segurança em que o utilizador, ao ver que o sítio não está bloqueado, considera que o conteúdo deste é adequado para si (podendo não ser o caso);

Alguns sistemas apenas controlam o conteúdo em páginas da Internet, filtrando as comunicações através do protocolo HTTP, não filtrando as outras aplicações (mensagens instantâneas, correio eletrónico, outros programas do computador...) e protocolos (FTP, telnet, ligações através de um proxy...);

Alguns sistemas apenas suportam uma ou duas línguas. Usando o mesmo termo noutra língua pode ser suficiente para “enganar” o filtro;

Alguns motores de pesquisa armazenam informação de páginas pesquisadas em cache, tornando o conteúdo de uma página, que possa estar inacessível no sistema de controlo de conteúdos, disponível ou parcialmente disponível.
 
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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção VII

Hardware

Os sistemas por hardware têm um funcionamento idêntico aos sistemas de controlo de conteúdos por software visto que também filtram o conteúdo com base em listas negras, brancas ou com base em palavras-chave.

A principal diferença entre estes dois sistemas reside no facto de os sistemas de controlo por hardware não estarem instalados num computador local mas sim num ponto de administração de uma rede. Ou seja, nos sistemas de controlo por software o controlo é apenas relativo ao computador em que está instalado; nos sistemas de controlo por hardware, o controlo é efetuado em todos os computadores ligados a essa mesma rede.

Estes sistemas são principalmente utilizados em grandes redes empresariais ou institucionais. No entanto, no âmbito deste capítulo, interessa explorar o ponto de vista dos routers e gateways residenciais que, com o crescimento das velocidades de ligação à Internet e do número de computadores pessoais no agregado familiar, aumentaram as vendas. Hoje em dia, muitas residências possuem uma ligação à Internet partilhada por vários computadores através de um router (com ou sem fios), permitindo assim que várias pessoas em diversos computadores estejam a aceder ao mesmo tempo à Internet.

Alguns destes equipamentos possuem mecanismos para filtrar os conteúdos. Estes mecanismos consistem em aplicações para definir listas negras ou palavras-chave - tal como acontece nos sistemas de controlo por software. Para além da definição de palavras-chave, é ainda possível definir o tempo que a ligação estará bloqueada para um ou mais computadores da rede.

Que produtos existem nesta categoria?

A grande generalidade dos routers e gateways domésticos existentes no mercado ou fornecidos pelos ISP’s possui este tipo de filtros. Alguns equipamentos permitem filtrar endereços completos, outros permitem procurar por palavras-chave.

Informe-se, junto do vendedor, acerca da possibilidade da filtragem de conteúdos no processo de compra deste tipo de equipamentos.

Quais as principais vantagens?

Bloqueia efetivamente o acesso aos endereços definidos;

Permite controlar o acesso num elevado número de computadores;

Maior facilidade de atualização quando se quer controlar vários computadores;

Não necessita de instalação de um software, o equipamento já vem com esta funcionalidade implementada de raiz;

Possibilidade de estabelecer regras diferentes para diferentes computadores na rede;

Possibilidade de criar registos de todas as páginas visitadas por todos os utilizadores da rede, bem como as páginas a que foi negado o acesso por terem conteúdo impróprio;

Alguns equipamentos permitem a definição de palavras-chave, permitindo filtrar páginas ainda não catalogadas;

É um sistema mais difícil de ultrapassar, uma vez que o conteúdo indesejável nem sequer é enviado pelo servidor até ao computador que está a tentar aceder à Internet.

Quais as principais desvantagens?

Normalmente só suporta o protocolo HTTP, sendo possível ultrapassar este tipo de filtros através de um proxy ou de outro protocolo como FTP ou telnet;

Não controla outras aplicações para além do acesso a páginas da Internet, como é o caso do correio eletrónico, mensagens instantâneas e outros programas executados no computador local.

WEB (Filtros nos ISP’s)

Com base nos sistemas apresentados anteriormente alguns fornecedores de serviços de Internet (ISP) vendem pacotes que permitem proceder à filtragem de conteúdos (imediatamente nos seus servidores).

O modo de funcionamento é em tudo idêntico ao descrito no capítulo anterior, sendo que a diferença está apenas em quem gere e mantém o sistema. No capítulo anterior, quem tem a responsabilidade de manter o sistema é o cliente da ligação à Internet, que tem uma pequena rede em sua casa. O cliente deve proceder a todas as configurações, bem como manter sempre o sistema atualizado.

Para facilitar este trabalho, alguns ISPs fornecem solução de controlo de conteúdos nos seus servidores, sendo da responsabilidade destes a manutenção correta e eficaz do sistema.

Este esquema pode ser também particularmente útil para quem não pretende comprar e instalar um sistema de controlo parental por software, preferindo pagar uma pequena quantia ao seu ISP.

De notar que estes sistemas filtram todos os pedidos vindos de uma ligação à Internet, logo, se existem vários utilizadores nessa mesma ligação todos estão sujeitos ao controlo de conteúdos.

Que produtos existem nesta categoria?

Em Portugal as soluções apresentadas pelos fornecedores de serviços de Internet passam todas pela instalação de um software, não existindo um serviço deste tipo disponível, neste momento, no mercado.

No entanto, o AOL Parental Controls (hxxp://parentalcontrols.aol.com/) destinado, inicialmente, a clientes dos ISPs dos EUA, também está disponível para outros utilizadores mediante registo.

Quais as principais vantagens?

Fornece proteção idêntica aos métodos descritos anteriormente;

Custo inferior à compra de um software para controlo de conteúdos, uma vez que geralmente consiste numa pequena mensalidade;

Não necessita de uma instalação ou configuração;

Não necessita de atualizações;

O filtro é mais difícil de ultrapassar, uma vez que o conteúdo indesejável nem sequer é enviado pelo servidor até ao computador que está a tentar aceder à Internet.

Quais as principais desvantagens?

Todos os utilizadores estão sujeitos ao filtro, não conseguindo aceder a um conteúdo catalogado como indesejável, mesmo que, supostamente, possa ter acesso a qualquer tipo de conteúdo;

Os critérios de filtragem são estabelecidos pelo ISP e podem não estar de acordo com o que o utilizador pretende;

Se for possível alterar as definições online e se outro utilizador descobrir a palavra-passe, este pode desligar o filtro.
 

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção VIII

Cyberbullying

A expressão Cyberbullying surgiu da junção das palavras “Cyber” e “Bullying”.

O Bullying é um termo inglês utilizado para a descrição de atos de violência, física ou psicológica, praticada por um indivíduo, normalmente aquele que se acha valente no seio de um grupo ou de uma turma - em inglês, o chamado Bully. Os ataques são normalmente levados a cabo contra indivíduos que não se podem defender, física e/ou psicologicamente mais fracos, em minoria ou com maiores dificuldades de adaptação social ou adaptação a um grupo.

O Cyberbullying consiste, por sua vez, na prática de bullying, recorrendo a diversas Tecnologias de Informação, como a Internet, os telemóveis ou quaisquer outras tecnologias digitais que permitam a interação entre utilizadores.

Estes atos são considerados cyberbullying apenas quando ambos os envolvidos - o agressor e a vítima - são menores, sendo que quando o agressor é um adulto este comportamento é considerado assédio de menores, perseguição ou assédio sexual de menores.

Que métodos são empregues pelos agressores?

Os métodos utilizados pelos agressores na prática deste tipo de atividades são limitados apenas pela sua imaginação e pelo acesso à tecnologia. A área das Tecnologias da Informação caracteriza-se por uma constante inovação, surgindo diariamente novas ferramentas e tecnologias que podem ser, e muitas vezes são, aproveitadas pelos agressores para atacar as suas vítimas.

A aprendizagem e a repetição deste tipo de comportamentos são bastante frequentes, pelo que é habitual a mudança de papéis, ou seja, uma vítima de cyberbullying transforma-se, ela própria, num agressor, sendo que em alguns casos pode mesmo verificar-se a existência das duas situações em simultâneo – uma vítima de cyberbullying adota precisamente o mesmo comportamento do qual é vítima, para com alguém mais fraco.

Quais são as possíveis consequências?

O objetivo deste tipo de agressões é provocar, na vítima, uma alteração de cariz psicológico, deixando-a abatida e desmoralizada perante a comunidade, seja ela real ou virtual.

A vítima poderá deixar de ter vontade de ir à escola, isolar-se, mostrar angústia, tornar-se agressiva, sofrer alterações ao nível da alimentação e do sono. Em casos mais graves, estas agressões podem mesmo levar ao suicídio ou homicídio.

De referir ainda que, geralmente, este tipo de agressões não constitui um ato único e isolado, mas sim um ataque continuado e evolutivo, tanto no tempo como na forma, podendo o agressor recorrer a vários métodos.

Embora não sendo muito frequente, alguns casos podem mesmo terminar em processos judiciais por difamação, sendo que normalmente os agressores veem as suas contas de Messenger ou das várias redes sociais canceladas por violação das condições de utilização, após queixa do lesado aos administradores do serviço. De salientar que, em determinadas situações, o agressor pode inclusivamente recorrer ao crime informático para obtenção e divulgação de dados sobre a vítima.

Como funciona?

Não existe um padrão para definir as vítimas deste tipo de ataques, podendo estas tratar-se de colegas de escola, de turma, da equipa de desporto ou até professores. Na maioria dos casos, as vítimas e os agressores encontram-se na comunidade escolar, sendo que estes últimos são, muitas vezes, adolescentes sem a noção dos limites que agem de forma anónima, insensível e inconsequente e que obtêm prazer na sensação causada por destruir o outro.

Existem dois tipos de ataques:

· Ataques diretos, em que o agressor age diretamente e abertamente sobre a vítima;

· Ataques com recurso a terceiros, em que o agressor age sobre a vítima de uma forma dissimulada, através da sociedade em que se insere.

Os ataques diretos compreendem:

Assédio através de mensagens instantâneas ou SMS;

Utilização de blogues, redes sociais, fóruns ou sítios na Internet para divulgação de informações, imagens ou vídeos sobre a vítima – vídeos esses que podem ser verdadeiros ou adulterados;

Roubo de palavras-passe para acesso às contas das redes sociais ou das mensagens instantâneas, com o objetivo de adquirir informações pessoais ou utilizar os serviços em nome da vítima;

Envio de imagens, verdadeiras ou adulteradas, através de correio eletrónico e telemóvel;

Criação de votações online em que a vítima é “humilhada” e posterior divulgação dessa votação na comunidade;

Utilização de jogos online que tipicamente dispõem de mecanismos de comunicação e envio de mensagens;

Envio de vírus e malware, geralmente com o objetivo de roubar palavras-passe ou informações acerca da vítima;

Inscrição em listas de distribuição de conteúdos, normalmente constrangedores ou impróprios para a idade, em nome da vítima.

Os ataques com recurso a terceiros são todos aqueles em que o agressor recorre à ajuda de outros para levar a cabo as suas ações, tais como:

Envio massivo de notificações aos administradores de um serviço (redes sociais, fóruns, blogues, etc.), efetuando reclamações, normalmente falsas, acerca do comportamento da vítima;

Envio de mensagens maliciosas para a lista de contactos da vítima ou outros contactos externos, em nome da vítima;

Colocação de contactos da vítima em salas de chat ou anúncios na Internet.

De referir ainda que, em alguns casos, os agressores indiretos poderão ser adultos, embora não se apercebam que estão a participar neste tipo de atividade.
 

billshcot

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção IX

Quais as motivações?

As motivações que estão na origem deste tipo de comportamento são variadas e podem estar relacionadas com os seguintes aspetos:

Afirmação Social;

Raiva;

Revolta;

Vingança;

Frustração;

Entretenimento;

Diversão;

“Porque sim”;

etc.

Estando em causa um leque de motivações tão diverso, a resposta a este tipo de comportamentos terá que ser especificamente adequada à situação. Não existe uma solução milagrosa que possa ser aplicada a todos os casos, sendo quase sempre necessário efetuar uma análise, caso a caso. É ainda necessário compreender que o cyberbullying é distinto do bullying “tradicional”, com especificidades muito próprias.

Que tipos de perfil se associam normalmente a um bully?

Tipicamente, existem quatro perfis possíveis para um bully, isto é, um autor de bullying.

O justiceiro;

Aquele que pretende efetuar uma demonstração de poder;

Grupo de “Raparigas Maldosas”;

Bully não intencional.

O justiceiro

O agressor caracterizado neste tipo de perfil não se vê como um bully. Atua para se proteger, para proteger um determinado grupo ou em resposta a uma agressão ou ação levada a cabo pela vítima.

Nestes casos, ocorre frequentemente a inversão de papéis, sendo que um bully passa a desempenhar o papel de vítima e uma antiga vítima a desempenhar o papel de bully. Em determinadas situações, é mesmo iniciado um ciclo de agressões e respostas a agressões, ocorrendo várias inversões de papéis.

As vítimas que posteriormente se transformam em bullies baseiam-se num processo de vitimização para justificar as suas ações.

Demonstração de poder

Os indivíduos que se enquadram neste tipo de perfil necessitam de demonstrar o seu poder e os seus conhecimentos, utilizando para isso as agressões. Normalmente, possuem bons conhecimentos na área das Tecnologias de Informação, sendo conhecidos como nerds ou geeks.

As motivações envolvidas no seu comportamento são semelhantes às do bully tradicional, diferindo apenas os métodos utilizados nas agressões.

Este tipo de agressor necessita, na maioria dos casos, de uma “audiência” que reconheça o seu valor.

Em algumas situações, é, ele mesmo, vítima de bullying tradicional, recorrendo depois às Tecnologias de Informação – o meio que melhor domina - para se vingar dos seus agressores ou, eventualmente, de terceiros.

“Raparigas Maldosas”

Os agressores que se enquadram neste perfil atuam, normalmente, por diversão, por imaturidade ou apenas para alimentar o seu ego, sendo fundamental a existência de uma audiência para as suas agressões.

Este tipo de agressões é normalmente levado a cabo por adolescentes do sexo feminino, contra uma ou várias adolescentes também do sexo feminino.

As ações são sempre planeadas e concretizadas em grupo, podendo haver, no entanto, algum membro do grupo que se destaque.

Bully não intencional

Neste caso, os agressores não se veem como cyberbullies. Normalmente atuam como reação a provocações e não têm uma intenção clara de levar a cabo uma demonstração de poder. São, geralmente, mais velhos e fisicamente mais fortes do que as suas vítimas.

Nestas situações, em particular, os agressores iniciam as suas ações apenas “porque podem”, respondem a provocações sem pensar e não ponderam as consequências e a gravidade dos seus atos.
 

billshcot

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção X

Como prevenir?

Educadores

Os educadores podem contribuir para a prevenção deste tipo de agressões das seguintes formas:

Alertando para as consequências destas práticas, tanto para a vítima como para o agressor;

Promovendo a ética na utilização das Tecnologias de Informação;

Apoiando e educando as vítimas para que estas respondam positivamente a este tipo de ações;

Estando alerta para comportamentos estranhos ou anormais no grupo.

Pais

Os pais podem contribuir para a prevenção deste tipo de agressões das seguintes formas:

Mantendo um equilíbrio nas restrições e um acompanhamento das atividades online dos filhos; estabelecendo um clima de comunicação aberta e conversas regulares sobre a Internet e sobre as Tecnologias de Informação;

Monitorizando a utilização das Tecnologias de Informação pelos seus educandos, escolhendo criteriosamente o local e o posicionamento do(s) computador(es) – são de evitar, sempre que possível, as áreas isoladas como os quartos;

Caso considerem necessário, os pais poderão ainda utilizar programas de controlo parental para regular o acesso dos seus educandos aos conteúdos online;

Prestando atenção a alguns sinais, tais como:

Ø Alteração comportamental e emocional no educando;

Ø Comportamentos agressivos para com outras crianças ou irmãos mais novos;

Ø Perda de interesse generalizada;

Ø Súbita relutância em frequentar a escola;

Ø Alterações na utilização da Internet ou de outras tecnologias.

É também fundamental não esquecer que é bastante frequente que uma vítima de bullying seja, também ela, um bully. Caso o progenitor detete sinais deste tipo de agressões deverá, juntamente com a escola, definir qual a resposta a dar ao caso, solicitando um acompanhamento próximo da situação.

Crianças e Jovens

As crianças e jovens podem contribuir para a prevenção deste tipo de agressões, tendo alguns cuidados na utilização das ferramentas online, nomeadamente:

Tendo cuidado com os dados pessoais que se colocam nos vários serviços da Internet (fotos, nome, correio eletrónico, moradas, escola, turma, etc...);

Tendo cuidado com quem partilham dados e informações, em particular os “amigos” que adicionam nas redes sociais e que, muitas das vezes, conhecem mal ou, simplesmente, não conhecem;

Certificando-se que não estão a divulgar na Internet informações que não pretendem divulgar.

As crianças e jovens deverão, nesse sentido, desligar-se dos serviços da Internet sempre que deixarem de os utilizar e consultar os perfis públicos, de acesso a todos os utilizadores. Deverão, por outro lado, pesquisar os seus próprios dados na Internet, com recurso a motores de busca (Google, Bing, etc.), usando o nome, alcunha ou endereço de correio eletrónico, ficando desta forma a saber o que os outros utilizadores poderão encontrar sobre si na Internet.

Como reagir?

Escolas

As escolas, ao detetarem agressões deste tipo, deverão proceder das seguintes formas:

Apoiar as vítimas através de serviços apropriados disponíveis nas escolas (Serviço de Psicologia e Orientação);

Articular-se com os encarregados de educação na gestão deste tipo de situações;

Procurar sinais de novos casos de cyberbullying, tentando compreender as motivações que estão na origem das agressões e prestando especial atenção ao comportamento da vítima;

As escolas necessitam ainda de ter algum cuidado ao lidar com este tipo de situações para não ultrapassarem os limites no âmbito da sua atuação (comunidade escolar).

Pais

Os pais, ao detetarem agressões deste tipo, deverão ter os seguintes cuidados:

Não subestimar os casos reportados;

Não reagir intempestivamente e não castigar a vítima com a intenção de a proteger, retirando-lhe, por exemplo, o acesso à Internet;

Trabalhar com a criança/jovem para encontrar uma solução;

Articular com a escola a resposta a estes atos;

Caso se justifique, podem entrar em contacto com as autoridades.

Crianças e Jovens

As crianças e jovens, ao serem vítimas deste tipo de agressão, deverão proceder da seguinte forma:

Parar algum tempo para refletir, evitando uma retaliação e ignorando as já referidas ações;

Bloquear o utilizador agressor, se o serviço utilizado como meio de agressão o possibilitar;

Denunciar a situação:

ao serviço de Internet utilizado na agressão (rede social, blogue, fórum,...);

aos pais e à escola;

caso se justifique, às autoridades.
 

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção XI

Proteja o seu Computador

Botnets

O que é uma botnet?

Uma botnet é um conjunto de computadores ligados à Internet que interagem, no sentido de levar a cabo tarefas distribuídas. Apesar de tal conjunto poder ser usado para aplicações úteis e construtivas, o termo botnet refere-se, tipicamente, a um sistema montado e utilizado para fins ilícitos. Este tipo de sistemas é composto por máquinas que são assimiladas pela botnet, sem o conhecimento dos respetivos proprietários.

Estas máquinas costumam ser designadas por drones ou zombies. O software malicioso que nelas é executado designa-se por bot.

Como se formam e propagam as Botnets?

Para que a botnet se forme e desenvolva, necessita de acumular drones e cada drone deve ser explorado, infetado e assimilado individualmente pela botnet. Quantos mais drones o proprietário da botnet - designado por herder - tiver à sua disposição, maior impacto poderá ter a botnet nas atividades que levar a cabo. Assim sendo, juntar drones é uma tarefa essencial para qualquer herder.

Por esta razão, a maior parte das aplicações de construção de botnets contém mecanismos de disseminação que automatizam a tarefa de procurar endereços IP com vulnerabilidades. Uma vez encontrados, as máquinas são atacadas e infetadas com o software malicioso e este procedimento repete-se. Com cada drone comprometido, a botnet ganha mais poder e capacidade de infeção. A grande diferença entre o bot e o worm convencional é a existência de um sistema de controlo unificado.

Como se controlam?

O conjunto de computadores é inútil sem um mecanismo de controlo. O Comando e Controlo, ou C&C, constitui a interface entre a botnet e o herder. O herder gere o C&C e o C&C gere os bots.

Tradicionalmente, as botnets têm sido controladas com recurso ao Internet Relay Chat (IRC). A preferência por esta plataforma deve-se, sobretudo, à sua simplicidade, flexibilidade e facilidade de administração. O IRC é um standard de comunicação ubíquo na Internet e é, portanto, fácil de configurar para qualquer propósito. O software de bot é desenhado para ligar o computador infetado a um servidor de IRC e aceitar comandos através de um canal de controlo. Os herders têm a opção de utilizar serviços e redes de chat já existentes ou, pelo contrário, implementar os seus próprios servidores de controlo, comprometendo um computador e nele instalando um serviço de IRC.

Apesar do controlo do herder sobre os seus bots ser indireto, ele deve comunicar com o servidor de C&C para emitir os seus comandos. Isto oferece um nível substancial de proteção se o servidor de C&C for de propriedade e operação privadas. Os herders podem ainda utilizar redes de anonimato (ex: TOR) como salvaguarda adicional, caso o servidor de C&C seja apreendido e investigado.

O IRC tem a desvantagem de o tráfego nas salas de conversação ser transmitido às claras, sem codificação. Isto significa que escutar o tráfego da botnet é relativamente fácil através da utilização de ferramentas apropriadas para o efeito (ex.: WireShark/Ethereal). Assistimos, no entanto, recentemente, ao aparecimento de técnicas de cifração que mascaram os comandos do herder.

Existe também um número já significativo de botnets que utilizam HTTP para implementar o C&C. Sendo um protocolo sem estado associado, o HTTP não permite que os herders enviem comandos aos drones em tempo real, cabendo à botnet verificar periodicamente a existência de novos comandos. A vantagem da utilização do HTTP é que este não é, usualmente, bloqueado pelas firewalls, para além de que escutar as comunicações relativas a este tipo de tráfego não conduzirá a qualquer informação sobre outros drones na rede.

Para que servem?

A própria natureza das botnets dá aos criminosos poder considerável sobre a Internet em geral. Tendo controlo sobre um elevado número de sistemas comprometidos, os herders podem, hoje em dia, desenvolver atividades bastante mais prejudiciais do que anteriormente.

Click Fraud

As botnets podem ser utilizadas para levar a cabo a Click Fraud, uma forma de fraude em que o software de bot é utilizado para visitar páginas web e automaticamente “clicar” nos banners publicitários. Os herders têm utilizado este mecanismo para ganhar avultadas somas de dinheiro à custa de firmas de publicidade online que pagam pequenas quantias em troca de cada página visitada. Com uma botnet de milhares de drones, se cada indivíduo clicar umas quantas vezes, o retorno obtido poderá ser bastante substancial. Uma vez que os “cliques” provêm de diversas máquinas espalhadas pelo mundo, o tráfego parecerá legítimo a um investigador menos experiente.

DDoS

As botnets podem ser usadas para travar conflitos contra outras máquinas na Internet, saturando completamente a sua largura de banda ou outros recursos. Tais ataques de DDoS - Distributed Denial of Service, que significa Negação de Serviço Distribuída - podem cortar o acesso a determinados sítios na Internet por longos períodos de tempo. Isto representa um ónus tremendo sobre as operações financeiras de muitas empresas que ficam impossibilitadas de comunicar com os seus clientes. Já ocorreram, inclusivamente, alguns ataques de extorsão, tendo o criminoso exigido pagamentos a firmas que operam online, a troco de pôr fim a um ataque e permitir o normal fluxo de tráfego.

Os ataques de DDoS são possíveis porque a botnet proporciona ao criminoso um conjunto de recursos de rede inimagináveis. Com a possibilidade de estabelecer inúmeras conexões a partir de várias fontes, mitigar este tipo de ataques torna-se, de facto, difícil.

Keylogging

O Keylogging é, talvez, a capacidade mais ameaçadora de uma botnet face à privacidade individual. Muitos bots ficam atentos, no que diz respeito à atividade do teclado, e reportam a informação ao herder. Alguns bots possuem mesmo automatismos que permitem prestar particular atenção à introdução de palavras-passe ou a informações sobre contas, aquando da navegação em determinados sítios na Internet, como é o caso dos sítios bancários. Isto confere ao herder uma capacidade sem precedentes de obter informação pessoal e informação sobre contas de milhares de pessoas.

Para além do keylogging, muitos bots dão ao herder acesso completo ao sistema de ficheiros do drone anfitrião, permitindo a transferência de quaisquer ficheiros, a leitura de quaisquer documentos armazenados no computador comprometido, ou o upload de mais ferramentas maliciosas.

Warez

As botnets podem ser usadas para roubar, armazenar ou propagar warez. Warez é a designação conferida ao software contrafeito e/ou obtido ilegalmente. Os bots podem pesquisar os discos rígidos por software e licenças instaladas na máquina comprometida, podendo o herder apoderar-se desta informação, duplicá-la e distribuí-la. Além disso, os drones podem ser utilizados para arquivar cópias de warez, encontrado noutras fontes. No seu todo, a botnet oferece grande potencial no que diz respeito ao espaço de armazenamento.



SPAM

As botnets são, muitas vezes, utilizadas como mecanismo de propagação de SPAM (correio eletrónico comercial não solicitado). Os drones comprometidos podem encaminhar SPAM ou phishing a um sem número de potenciais vítimas. Contas de mensagens instantâneas podem também ser utilizadas para enviar ligações dinâmicas maliciosas ou anúncios publicitários para todos os contactos da agenda da vítima. Ao encarregar a botnet de difundir material de SPAM, o herder atenua consideravelmente a possibilidade de ser apanhado, uma vez que são os milhares de computadores individuais pertencentes à sua rede os aparentes responsáveis pela atividade desenvolvida.

Como podemos proteger-nos?

As botnets não seriam uma força tão perigosa hoje em dia se não fosse o dramático número de sistemas comprometidos. Muitos dos casos de atividade maliciosa não seriam, aliás, uma realidade se as populações de drones não fossem tão elevadas. Considerando um número de 60 a 80 milhares de drones, o acesso que os herders têm à vida privada de cidadãos individuais e o poder que detêm sobre as grandes redes são, sem dúvida, avassaladores.

Assim sendo, a melhor forma de mitigar as botnets é impedir a sua formação. As botnets não constituiriam uma ameaça tão significativa se as aplicações maliciosas (malware) não pudessem propagar-se e infetar um tão vasto número de sistemas. Cabe a cada um de nós assegurar-se de que os seus sistemas e o seu software estão devidamente atualizados e protegidos. De outra forma, poderão ser presa fácil de infeção e exploração por parte de uma destas redes.
 

billshcot

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção XII

Vírus, vermes e outro malware

Diariamente, assistimos à propagação em massa, por correio eletrónico, de inúmeros exemplos de vírus, com impacto num considerável número de utilizadores domésticos e empresariais. Mensagens não solicitadas de correio eletrónico, portadoras de anexos, são enviadas para os mais diversos destinatários, contendo artifícios que os encorajam a abrir os respetivos ficheiros. Esta técnica é chamada de engenharia social. Devido à natureza crédula e curiosa do ser humano, a engenharia social é frequentemente eficaz.

Como funciona?

Muitos dos vírus informáticos e outro software nocivo difundem-se através dos anexos de correio eletrónico. Normalmente, os ficheiros são enviados juntamente com uma mensagem.

Se um ficheiro anexo a uma mensagem de correio eletrónico contiver um vírus, este é geralmente ativado no momento em que o destinatário abre esse mesmo ficheiro - normalmente com um duplo clique no ícone do anexo.

Que cuidados devo ter com os anexos de correio eletrónico?

Não abra qualquer anexo, exceto se conhecer o remetente e/ou se estiver à espera desse ficheiro.

Se receber, de alguém que não conhece, uma mensagem de correio eletrónico com um anexo, deve eliminá-la de imediato. Utilize software antivírus e mantenha-o sempre atualizado. Se tiver que enviar algum anexo numa mensagem de correio eletrónico, informe o destinatário para que este não o confunda com um vírus. Utilize um programa de correio eletrónico com filtro de SPAM incorporado.

Qual o impacto e consequências que advêm de uma infeção por vírus informático do meu sistema de correio eletrónico?

Vírus propagados em massa por correio eletrónico apoderam-se, tipicamente, de endereços de correio eletrónico contidos nos livros de endereços ou nos ficheiros encontrados no sistema infetado. Alguns vírus também tentam enviar ficheiros de uma máquina infetada para outras vítimas de ataque ou até para o autor do vírus. Estes ficheiros podem conter informação sensível.

Uma vez comprometido o sistema, um vírus pode adicionar, modificar ou apagar arbitrariamente ficheiros nesse mesmo sistema. Estes ficheiros podem conter informação pessoal ou serem necessários para o bom funcionamento do sistema informático.

Muitos vírus instalam, aliás, uma backdoor no sistema infetado. Esta backdoor pode ser utilizada por um atacante remoto para obter acesso ao sistema ou para adicionar, modificar e apagar ficheiros. Estas backdoors podem também ser manipuladas para descarregar e controlar ferramentas adicionais para uso em ataques distribuídos de negação de serviços -Distributed Denial of Service, DDoS - contra outros sitios (ex.: sistemas domésticos e de pequenas empresas).

Que precauções devo tomar?

• Faça correr uma aplicação antivírus e mantenha-a ativa

Embora um pacote de software antivírus atualizado não constitua uma proteção absoluta face a códigos maliciosos, para a maior parte dos utilizadores este continua a ser a primeira linha de defesa contra os ataques deste tipo.

• Não corra programas de origem desconhecida

Não descarregue, instale ou corra programas a menos que saiba que estes são de autoria de uma pessoa ou de uma empresa de confiança.

• Use uma firewall pessoal

Uma firewall pessoal não protegerá, necessariamente, o seu sistema face a um vírus propagado por correio eletrónico, mas uma firewall pessoal devidamente configurada poderá evitar que o vírus descarregue componentes adicionais ou lance ataques contra outros sistemas. Infelizmente, e uma vez dentro do sistema, um vírus poderá ativar ou desativar uma firewall de software, eliminando assim a sua proteção.

As redes sem fios

As redes sem fios, outrora específicas de ambientes profissionais, são agora utilizadas em vários locais, nomeadamente nas nossas casas.

A popularidade das redes sem fios, ou wi-fi, deve-se em grande medida, e tal como o nome indica, ao facto de dispensar os cabos de rede - o que tornou certas situações mais fáceis e cómodas. Por exemplo em casa, onde a passagem de cablagem é inconveniente; nas Universidades, onde a cobertura em cablagem seria demasiado cara; nas redes temporárias ou de custos controlados, cujos requisitos possam ser satisfeitos apenas com conectividade sem fios. Outro fator que contribuiu para a popularidade das redes sem fios foi a adesão da indústria a normas internacionais do IEEE (família 802.11), o que proporcionou uma maior concorrência entre fabricantes e a consequente diminuição dos preços.

As redes sem fios mais habituais são constituídas por um conjunto de pontos de acesso (AP- Access Point), que agregam as ligações “ar” dos terminais dos utilizadores, que podem ser, por exemplo, portáteis ou PDAs (Personal Digital Assistant).

Num apartamento, por exemplo, uma rede sem fios pode ser constituída simplesmente por pontos de acesso (AP) e um router de acesso à Internet. Eventualmente, estas duas funções podem ser asseguradas pelo mesmo equipamento.

Quais os cuidados a ter na utilização de redes sem fios públicas?

Com os equipamentos móveis tornou-se possível o acesso à Internet sempre que estejamos junto de redes sem fios. No entanto, são necessários cuidados especiais sempre que se acedam a essas redes, de forma a não expor os equipamentos a ataques:

· Evite a utilização de redes sem fios cuja gestão é feita por quem não conheça. Ligue-se apenas a redes conhecidas;

· Opte por utilizar redes sem fios de operadores conhecidos. Estas, apesar de serem pagas, na maioria dos casos, são de maior qualidade e oferecem garantias de segurança;

· Desative a sua placa de rede sem fios caso não a esteja a utilizá-la;

· Desative o modo ad-hoc da sua placa de rede sem fios. Permita apenas a ligação a pontos de acesso;

· Tenha muito cuidado na transmissão de informação privada numa rede sem fios pública. Caso tenha mesmo de o fazer, garanta que usa um sítio seguro (protocolo https);

· Use uma ligação cifrada para ligação ao ponto de acesso. Prefira sempre protocolos de acesso seguros. Opte por WPA2. Caso este não esteja disponível, opte por WPA. Apenas no caso em que nenhum destes esteja disponível aceda a redes com cifra WEP. Evite ligar-se a redes sem qualquer tipo de cifra;

· Para acesso a redes corporativas deverá optar por utilizar uma ligação segura e cifrada (VPN);

· Garanta que as medidas de segurança básicas estão ativas no seu computador - funcionamento da firewall e do antivírus.
 

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção XIV

Quais os cuidados a ter na implementação de redes sem fios?

Ao contrário das redes com fios, as redes sem fios são de transmissão não guiada num meio comum e acessível a todos - dentro do raio de ação das antenas.

Caso a rede não tenha mecanismos mínimos de segurança configurados, o acesso a essa rede fica imediatamente disponível a quem esteja dentro do raio de ação dos pontos de acesso, ou seja, com um terminal compatível e com a tecnologia utilizada poder-se-á aceder a toda a informação.

A facilidade de utilização e a segurança são objetivos difíceis de conciliar. Observa-se que: quanto mais simples de usar, menos segura; e quanto mais segura, menos simples de usar. Devido à exigência dos consumidores, em especial em situações não profissionais, os vendedores de equipamentos preferem favorecer a “facilidade de utilização” em detrimento da “segurança”, deixando as configurações de segurança a cargo do utilizador final.

Uma rede sem as configurações de segurança mínimas nos pontos de acesso é uma “rede aberta”. Essas redes podem ser acedidas por quem tenha uma placa de rede wi-fi, desde que esteja ao alcance do ponto de acesso. Ou seja, é possível que o utilizador esteja a aceder à Internet sem se aperceber que está a usar a ligação de uma entidade com uma rede sem fios aberta.

Quais são os principais riscos associados a este tipo de serviço?

O intruso que consiga entrar numa rede sem fios ficará com acesso privilegiado para lançar ataques aos elementos constituintes dessa rede. É mais difícil atacar um sistema a partir de um local remoto da Internet, do que atacar dentro da rede. Quando o ataque é concretizado a partir de um local remoto da Internet existem, ainda, as barreiras de perímetro a separar o intruso do objetivo final - essas barreiras podem ser simplesmente um motor de NAT (Network Address Translation). O intruso que consiga entrar numa rede sem fios ficará com acesso a partir do interior da rede, havendo um risco acrescido para ocorrência das seguintes situações:

· Furto ou violação de integridade de informação e serviços da rede: chantagem para não divulgação de informação confidencial ou para repor informação;

· Abuso da ligação à Internet:

o utilização dessa ligação indevidamente;

o utilização dessa ligação para prática de atos ilícitos, o que, em caso de posterior investigação policial, envolverá o utilizador titular do contrato de ligação à Internet;

o vandalismo – destruição de dados, interferência ao normal funcionamento da rede, etc.

Como aumentar o nível de segurança associado às redes sem fios?

Segurança básica

As medidas identificadas deverão estar disponíveis por configuração dos pontos de acesso, mesmo se esses equipamentos tiverem apenas funcionalidades pouco avançadas:

· Mudar o nome de utilizador e a palavra-passe de acesso à configuração do ponto de acesso – Na maioria das situações, os utilizadores ao instalarem e configurarem os seus pontos de acesso não alteram as palavras-passe para acesso a esses equipamentos. Em caso de acesso indevido à rede sem fios é possível ao agressor efetuar alterações no equipamento, aumentando desta forma o impacto do ataque.

· Configurar WEP – Apesar das suas vulnerabilidades, ter WEP é melhor do que não ter qualquer proteção. De preferência, a chave deve ser alterada regularmente, em especial quando se pretende revogar as permissões de acesso de um utilizador. Só se deve utilizar o WEP se não for possível atualizar os equipamentos para WPA ou WPA2, descritos mais à frente neste texto.

· Esconder o SSID (Service Set Identifier) – Com esta medida evita-se que o ponto de acesso anuncie a rede. O intruso terá portanto mais dificuldade em conhecer o identificador da rede a que se quer associar.

· Alterar o SSID anunciado – Caso não seja possível efetuar a medida anunciada no ponto anterior deve ser alterado o SSID. Ao manter o SSID que o equipamento tem configurado de origem é possível identificar o ponto de acesso e a partir daí explorar vulnerabilidades associadas ao equipamento. Recomendamos, no entanto, e como referido no ponto anterior, que o SSID não seja anunciado.

· Filtragem dos endereços MAC – Conhecendo-se de antemão os endereços MAC dos computadores que acedem à rede é possível configurar o ponto de acesso para permitir acesso apenas a esses MACs. Um intruso poderá mudar o seu endereço MAC para coincidir com um endereço que saiba ser permitido na rede.

· Alterar regularmente a chave de acesso à rede – Uma vez que o método de acesso à rede está dependente da utilização de uma chave que é partilhada por todos os utilizadores é conveniente que esta seja alterada frequentemente.

· Desligar os pontos de acesso quando não estiverem em uso – Com esta medida reduz-se o tempo de exposição da rede a ataques, sendo também mais provável detetar utilizações anómalas da rede como por exemplo tráfego extraordinário no ponto de acesso (que se pode detetar pelo piscar mais frequente da luz avisadora de atividade de rede).
 

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção XV

Segurança avançada

WPA ou WPA2 - Wi-Fi Protected Access

O WPA foi criado para substituir o WEP que tem vulnerabilidades de segurança graves.

Sempre que possível deve usar-se WPA2 ou WPA como mecanismo de segurança, exigindo que novos equipamentos tenham capacidade WPA2, ou atualizando os equipamentos existentes para essa tecnologia.

Pode verificar-se se determinado equipamento tem certificação WPA2 neste sítio: [=hxxp://certifications.wi-fi.org/wbcs_certified_products.php]Search Products | Wi-Fi Alliance[/]

O WPA2, quando configurado e utilizado corretamente, designadamente na escolha de chaves ou palavras-passe, não apresenta vulnerabilidades de segurança.

O WPA e WPA2 são semelhantes havendo porém exceções: o algoritmo de cifra do WPA2 é mais forte do que no WPA.

Em alguns casos é possível configurar WPA2 nos dispositivos físicos existentes através de atualização de software, no sistema operativo, nos drivers ou no firmware das placas. Noutros casos é necessário substituir os dispositivos físicos.

O modo de configuração presshared-key, em que é usada uma chave para todos os utilizadores, é o modo de configuração mais adequado a redes de pequena dimensão. Em casa, por exemplo, a escolha das chaves secretas não deve ficar por 6 ou 8 carateres. Devem escolher-se chaves com mais de 20 carateres aleatórios. Existem na Internet páginas para disponibilizar chaves aleatórias, como por exemplo em []hxxps://www.grc.com/passwords.htm[/] (random alpha-numeric characters). Poderá, também, ser escolhida uma chave secreta baseada numa frase longa, como por exemplo um poema. Há informação disponível na Internet que sugere a utilização de 8 palavras de dicionário selecionadas através de mecanismo aleatório – “diceware”. Só é necessário escrever a chave em casos especiais, não sendo preciso utilizá-la cada vez que se usa a rede sem fios. A chave do WPA2 deve ser alterada regularmente, em especial quando um utilizador que teve conhecimento da chave deixa de precisar de aceder à rede.

802.1X

O 802.1X, designado pela wi-fi alliance como o modo “WPA2™ - Entreprise”, estabelece uma estrutura de autenticação sofisticada. Além de resolver o problema da mudança de chaves na rede, no caso do presshared-key tem que ser feito de uma vez só para todos os equipamentos da rede. É também mais flexível e permite autenticação mútua, ou seja, para além da autenticação do utilizador na rede, o próprio utilizador terá garantia que se está a autenticar na rede verdadeira, e não numa rede impostora instalada para captura de credenciais de acesso. O 802.1X está normalmente associado a uma arquitetura com servidores RADIUS e base de dados de suporte.

VPN – Virtual Private Network

Antes do WPA, uma solução para contornar as fragilidades de segurança do wi-fi foi a configuração de VPNs. As VPNs, baseadas, por exemplo, em PPTP ou IPSec, são mecanismos que funcionam por cima do nível de rede estabelecendo a sua própria arquitetura de segurança.

Com VPNs, a rede sem fios pode funcionar em modo aberto ou com uma chave WEP. A saída da rede é feita pelo concentrador VPN, equipamento considerado seguro que apenas dá serviço a utilizadores autenticados.

Conclusões

As redes sem fios são populares mas apresentam desafios de segurança importantes, devido a configurações iniciais muito permissivas e devido a vulnerabilidades tecnológicas. Muitas das redes existentes ainda não foram atualizadas para tirar partido dos novos desenvolvimentos de segurança. Os riscos de segurança em redes mal protegidas incluem o abuso da ligação à Internet, furto ou violação de integridade de informação e serviços da rede, e, até, vandalismo.

Há medidas simples que não devem ser consideradas suficientes para proteger a rede, mas existem medidas mais eficazes que em alguns casos precisam de uma estrutura de suporte elaborada.
 
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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção XVI

Medidas de proteção essenciais

Utilize Um Antivírus

O antivírus é um software que procura detetar e remover do computador grande parte dos vírus, incluindo “Trojans”, “Worms” e outras ameaças. Este tipo de software é considerado uma das principais formas de prevenção online.

Porque devo utilizar um Antivírus?

Sem um software antivírus os computadores estão expostos a vírus, incluindo:

· Anexos infetados recebidos por correio eletrónico;

· “Drive-by-infection” – visitas a páginas com código malicioso que ameaçam os sistemas;

· “Worms” - vírus que se propagam pela rede de forma automática;

· “Macro-Vírus” - contaminação através da abertura de ficheiros aplicacionais que permitem a execução de macros;

· “Trojans” - programas que aparentam ser de uma fonte legítima e que levam a que o utilizador os execute;

· Os programas de “Spyware” recolhem informação sobre os hábitos e costumes do utilizador na Internet e transmitem essa informação a uma entidade externa, sem conhecimento ou consentimento do utilizador. Dependendo do software é possível detetar alguns tipos de “Spyware”, mas é difícil que um antivírus detete todos os tipos existentes;

Após a contaminação pelo vírus os riscos e consequências são vários:

· Falhas no Sistema;

· Roubo de Identidade;

· Fraude;

· Perda de Informação.

Quais são as principais funcionalidades de um Antivírus?

Existe uma grande variedade de produtos que diferem nos métodos de deteção de vírus, preço e funcionalidades. Um antivírus deve, no entanto, garantir um conjunto de funcionalidades que se enquadram nas principais linhas de possíveis ataques, tais como:

· Avaliar os ficheiros retirados da Internet ou recebidos em anexo por correio eletrónico;

· Identificar e remover o maior número possível de vírus;

· Verificar regularmente os ficheiros existentes nos discos rígidos, nos discos flexíveis e unidades móveis;

· Atualização periódica da base de dados que contem as assinaturas de vírus que podem eliminar.

Quais são as operações que o Antivírus não protege?

Um software antivírus não protege os utilizadores contra as seguintes operações:

· SPAM;

· Qualquer tipo de fraude e atividades ilícitas online;

· Invasão de computadores pessoais por utilizadores mal intencionados através da Internet.

Para além da instalação de um antivírus, o utilizador deve adotar medidas de segurança com o objetivo de minimizar o risco, como por exemplo:

· Manter o software de proteção atualizado;

· Manter as assinaturas de antivírus atualizadas, de preferência diariamente;

· Realizar uma análise pelo antivírus sempre que se verifiquem operações suspeitas pelo sistema;

· Não executar ficheiros recebidos em anexo por correio eletrónico sem a respetiva verificação por parte do antivírus, mesmo que o remetente seja conhecido;

· Não selecionar ligações dinâmicas existentes no conteúdo de correio eletrónico, principalmente se o remetente for de origem desconhecida ou o conteúdo suspeito (SPAM);

· Analisar previamente o conteúdo de qualquer unidade externa (CD, discos externos, etc.) pelo antivírus;

· Ativar a proteção de macros em aplicações do Microsoft Office (Word e Excel);

· Utilizar exclusivamente um software antivírus. Desinstale o antivírus existente no sistema antes de proceder à instalação de outro.

Como escolher um software Antivírus?

Dependendo da utilização, uso pessoal ou profissional, existem várias opções de software gratuito ou comercial. O software gratuito é, na sua grande maioria, uma versão limitada da versão comercial relativamente a funcionalidades e suporte técnico, sendo recomendada a versão comercial quando o fator de risco é considerável.

Grande parte dos fabricantes são empresas de software que abrangem diversas áreas de segurança e disponibilizam normalmente dois tipos de versões:

· “Standalone antivirus” - Inclui apenas a funcionalidade de detetar e remover vírus;

· “Security Suite” - Adiciona outros softwares de proteção tais como firewalls e antispyware para além do antivírus.

A segunda versão destaca-se por disponibilizar uma única interface que reúne e protege a maioria dos problemas, simplificando a sua utilização para utilizadores em fase de iniciação. No entanto, a componente antivírus é normalmente mais eficaz e consistente, relativamente às restantes componentes da “suite” quando comparada com outros softwares especializados para as mesmas funções. Os utilizadores mais experientes devem considerar o cenário de conjugar software específico para antivírus, firewall e antispyware.
 

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção XVII

Utilize Um Software Anti-Spyware

O Spyware consiste num programa que recolhe informações pessoais, tais como hábitos de navegação, palavras-passe de correio eletrónico e homebanking. Estas informações são transmitidas a uma entidade externa sem conhecimento ou consentimento do utilizador.

Estes programas instalam-se geralmente ao mesmo tempo que outros softwares, na sua grande maioria freeware ou shareware, permitindo que os autores dos respetivos softwares rentabilizem o seu programa com a venda de informações estatísticas. Por esta razão é recomendado que o utilizador avalie atentamente as condições de serviço de cada produto e que selecione, sempre que possível, a instalação custom (permite ao utilizador escolher as componentes a instalar).

Que tipos de spyware existem?

Existem atualmente diversos tipos de spyware que normalmente são classificados pelo seu comportamento e respetivas consequências. Os adware’s são considerados um subgrupo de spyware e abrangem um conjunto amplo de ameaças. São concebidos para mostrar publicidade indesejada redirecionando o utilizador para sítios comercias. Pode, por exemplo:

· Abrir janelas de publicidade indesejada e intrusiva, incluindo conteúdos ofensivos;

· Realizar downloads de publicidade da Internet utilizando indevidamente a largura de banda do utilizador;

· Alterar as definições do browser como, por exemplo, a página de entrada, página de pesquisa, página de erro, os favoritos e os bookmarks;

· Adicionar novos ícones no ambiente de trabalho;

Outras versões mais nefastas podem, ainda:

· Bloquear o acesso a determinados sítios eletrónicos;

· Induzir o utilizador a desligar o antivírus e o antisspyware;

· Bloquear as atualizações do antivírus e o antisspyware;

· Ser de remoção difícil ou mesmo impossível;

· Monitorizar as atividades do utilizador online com o objetivo de enviar mais propaganda.

Os sypwares de vigilância são a versão mais extrema e, tal como alguns vírus, podem também:

· Pesquisar os discos do computador em busca de informação privada;

· Monitorizar as teclas que o utilizador digita para recolher palavras-passe ou números de cartão de crédito;

· Realizar screenshots dos sítios visitados pelo utilizador para capturar informação pessoal;

· Enviar a informação a criminosos na Internet.

Para além da invasão de privacidade do utilizador, os spywares podem igualmente degradar o desempenho do sistema consumindo, indevidamente, processador, largura de banda e espaço em disco. Apesar das semelhanças, os spywares, ao contrário dos vírus, não se propagam para outros computadores. O objetivo é manterem-se despercebidos para poderem continuar a controlar os dados do utilizador.

Como eliminar o spyware?

Eliminar e detetar spyware são operações cada vez mais difíceis. O utilizador deve tomar medidas de precaução, como por exemplo:

· Não aceder a sítios de credibilidade duvidosa;

· Não instalar aplicações de origem pouco fidedigna;

· Analisar com atenção as políticas de privacidade dos produtos.

Para além de evitar comportamentos de risco é recomendada a utilização de software específico para detetar e remover spyware. Para garantir a eficácia deste tipo de software, à semelhança do antivírus, é necessário assegurar algumas recomendações, tais como:

· Manter o Anti-Spyware atualizado;

· Ativar a proteção em tempo real (quase todos os a Anti-Spyware oferecem esta funcionalidade).

As aplicações antivírus têm vindo a incluir, cada vez mais frequentemente, a funcionalidade de Anti-Spyware. No entanto, não é recomendado que o utilizador confie esta tarefa apenas ao antivírus. A instalação de uma firewall pessoal pode permitir, por outro lado, detetar a presença de spyware impedindo o acesso à rede e, em simultâneo, impedir que transmita a informação recolhida.
 

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção XVIII

Utilize Uma Firewall

Uma firewall é um dispositivo de rede que tem como objetivo controlar o tráfego de dados entre redes distintas e impedir a transmissão e/ou receção de acessos indevidos ou não autorizados de uma rede para outra. Existem na forma de software e hardware ou na combinação de ambos (normalmente chamadas de “appliance”).

As firewalls pessoais são, normalmente, software e são utilizadas para proteger apenas o computador em que se encontram instaladas. Permitem, quando devidamente configuradas, bloquear vários tipos de ameaças, tais como:

· Tentativas de invasão;

· Propagação de vírus (“worms”);

· Tráfego que pode, eventualmente, ter sido originado por um vírus ou um spyware.



A firewall deve ser vista como uma barreira entre a Internet e o computador pessoal. No entanto, uma firewall não é suficiente nos seguintes casos:

· Vírus;

· SPAM;

· Instalações de Spyware;

· Se o utilizador der acesso a outros utilizadores para aceder ao sistema;

· Se o utilizador desativar a firewall ou configurar demasiadas exceções de acesso;

· Certo tipo de atividades ilícitas online;

· Se um vírus ou utilizador criar uma backdoor na firewall;

· Se o agressor souber a palavra-passe da firewall;

· Nos casos de tráfego malicioso com origem na rede sem fios mal configurada;

· Nos ataques após a rede ter sido comprometida.

Este tipo de software alerta o utilizador para possíveis tentativas de acesso ou ataque. É recomendado que o utilizador analise com atenção esta informação para garantir que autoriza apenas acessos legítimos.

Mantenha as suas Aplicações Atualizadas

Muitos dos problemas de segurança estão associados a vulnerabilidades existentes no sistema operativo ou nas aplicações do computador. Quando estas vulnerabilidades são conhecidas, os fabricantes, normalmente, disponibilizam atualizações (“patches”) para corrigir este tipo de falhas.

A maioria dos produtos permite, aliás, que o utilizador tenha conhecimento das atualizações efetuadas recentemente, não só através do sítio do produto, como também através de notificações no correio eletrónico caso o sistema ou aplicação não suporte atualizações automáticas.

Os benefícios de manter um sistema atualizado são vários:

· Proteção face a alguns vírus;

· Proteção face a alguns artifícios de hackers;

· Correção de bugs;

· Adição de novas funcionalidades.

As atualizações são um bom complemento de segurança. No entanto, não dispensam a existência de um software de antivírus, antisspyware e firewall.

Escolha boas Palavras-Passe

A utilização de palavras-passe curtas e simples facilita e compromete o acesso a informação pessoal do utilizador e o acesso a sistemas online. Existem variados métodos de ataque para quebrar palavras-passe ou forjar mecanismos de autenticação:

· Brute force attacks – testes de palavras-passe, em que normalmente se percorre o alfabeto de forma sequencial, até que a autenticação seja bem sucedida. Um mecanismo simples para evitar este tipo de ataque passa por limitar o número de tentativas falhadas, bloqueando as credenciais.

· Dictionary attacks – testes de palavras-passe, com recurso a uma lista de palavras bem conhecidas e com grande probabilidade de sucesso. A prevenção para este tipo de ataques - para além da solução apresentada anteriormente – passa pela não utilização de palavras do dicionário como palavras-passe.

· Key loggers – são pequenos programas, muitas vezes inadvertidamente instalados no computador pelo próprio utilizador, que registam a atividade desse utilizador no teclado, enviando-a posteriormente pela Internet.

O método de ataque mais bem sucedido é, no entanto, a chamada “engenharia social” que se resume a convencer o detentor de uma palavra-passe a divulgá-la de forma consciente.

De referir ainda que para avaliar a sua palavra-passe não deverá deixar de utilizar o seguinte sítio: []hxxp://cert.pt/index.php/pt/servicos/avaliador-de-palavras-chave[/].

Como criar Palavras-Passe robustas?

O formato das palavras-passe é, normalmente, condicionado pelo mecanismo de verificação da identidade, denominado “mecanismo de autenticação”. O serviço Multibanco, por exemplo, solicita ao utilizador uma palavra-passe com 4 algarismos. Outros sistemas requerem palavras-passe mais complexas, exigindo a utilização simultânea de carateres numéricos e alfanuméricos, maiúsculas e minúsculas ou mesmo carateres especiais. A maior parte dos sistemas de autenticação permite, no entanto, um formato de palavra-passe mais ou menos livre.

Quando solicitado a criar uma palavra-passe, o utilizador deverá ler com atenção as regras de formulação dessa mesma palavra.

As palavras-passe devem ser tanto mais complexas quanto a criticidade ou o valor do serviço a que se destinam. A robustez da chave usada para um serviço de banca direta deverá ser, por exemplo, maior do que a robustez da palavra utilizada para acesso ao correio eletrónico.

Outro cuidado a ter na formulação de palavras-passe é o de não utilizar elementos que, de alguma forma, estejam associados ao utilizador e que sejam conhecidos por mais pessoas que não o próprio. Exemplos de elementos a não utilizar são a data de nascimento, os nomes e os apelidos, a morada, os números de identidade e contribuinte, etc. É relativamente fácil obter estas informações a respeito de qualquer pessoa e depois testá-las como palavra-passe.

Sempre que possível, deverá usufruir do comprimento máximo de palavra-passe admissível pelo sistema de autenticação, aumentando, desta forma, a robustez face a alguns tipos de ataque bem conhecidos.

Outra forma de aumentar a robustez de uma palavra-passe é combinar, de forma não sequencial, letras, números e símbolos. Deve ser ainda evitada a utilização de palavras encontradas em dicionários, quer de língua portuguesa, quer de língua estrangeira.

Formular uma palavra-passe robusta requer, sem dúvida, alguma imaginação. Por um lado, esta deverá ser de fácil memorização para o utilizador. Por outro, deverá ser complexa de adivinhar, por parte de terceiros.

Existem, aliás, algumas dicas que poderão ajudá-lo a criar uma palavra-passe com alguma robustez. Sugerimos, desta forma, a seguinte metodologia:

1. Identificar uma frase que seja fácil de relembrar. Por exemplo: “criar palavra passe forte em três passos para melhorar a segurança”;

2. Utilizar a primeira letra de cada uma das palavras. Por exemplo: “CPPFETPPMAS”;

3. Substituir algumas letras maiúsculas por minúsculas, substituir letras por números e símbolos. Por exemplo: “cPpFe3ppm_X_s”.
 

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção XIX

Quais os principais cuidados a ter na utilização de palavras-passe?

Ter uma boa palavra-passe não é tudo, sendo necessário utilizá-la com algumas precauções. Existe assim um conjunto de cuidados gerais a adotar no que diz respeito ao manuseamento da palavra, propriamente dito, e um conjunto de cuidados mais específicos a ter quando essa mesma palavra é utilizada na Internet. Vejamos então:

Cuidados Gerais

1. Não guardar qualquer registo ou auxiliar de memória para as suas palavras-passe;

2. Não utilizar a mesma palavra-passe em serviços diferentes. Para cada serviço deverá ser criada e utilizada uma palavra distinta, minimizando, desta forma, os danos causados, no caso de uma palavra-passe ter sido comprometida;

3. Utilizar a palavra-passe com privacidade, assegurando-se de que não existe qualquer câmara apontada para si e que ninguém o observa enquanto digita os carateres;

4. Alterar a palavra-passe por omissão. Muitos equipamentos são vendidos com uma única palavra-passe. Esta deverá ser alterada, aquando da sua primeira utilização;

5. Alterar periodicamente as suas palavras-passe: por exemplo, de seis em seis meses.

Cuidados na Internet

1. Confirmar se a palavra-passe é transmitida em canal seguro. A sessão na Internet que solicita a palavra-passe deverá apresentar um pequeno cadeado fechado no canto inferior direito do seu browser;

2. Assegurar a identidade do sistema de autenticação. Confirmar se o endereço da página na Internet é o correto e verificar o certificado de servidor;

3. Manter atualizado um sistema de antivírus e antisspyware no seu computador;

4. Não utilizar palavras-passe em computadores de terceiros ou computadores desconhecidos;

5. Preferencialmente, deverá ainda evitar a utilização de mecanismos de armazenamento de credenciais no seu computador e sobretudo em computadores que não lhe pertencem.

Faça Cópias de Segurança dos seus Documentos

As cópias de segurança permitem recuperar de eventuais falhas do sistema, mas também das consequências de um possível ataque por vírus ou invasão. Se um vírus apagar ou danificar ficheiros no disco rígido, uma cópia de segurança recente poderá ser a única forma de recuperar os dados. É assim recomendado que o utilizador efetue, regularmente, uma cópia de segurança de todo o sistema. No mínimo, deverá criar uma cópia dos ficheiros que para si são mais significativos como é o caso dos documentos, imagens, hiperligações favoritas, livros de endereços e mensagens de correio eletrónico importantes.

Como posso armazenar cópias de segurança?

É possível fazer cópias de segurança de ficheiros em qualquer um dos seguintes tipos de armazenamento:

· Discos rígidos internos – Utilizar um segundo disco interno e usá-lo para guardar cópias de segurança dos ficheiros.

· Outros discos amovíveis – Utilizar um disco rígido externo para fazer cópias de segurança dos ficheiros. Recomenda-se a compra de um disco com bastante espaço para as cópias de segurança.

· DVDs e CDs graváveis.

· Localizações de rede – Realizar cópias de segurança para uma localização na rede. O utilizador deverá certificar-se de que tem as permissões necessárias para aceder à rede e de que outros utilizadores não conseguirão ter acesso à sua cópia de segurança.

Para escolher uma destas opções, é importante comparar a conveniência, o preço e a facilidade de utilização e ter em consideração a quantidade e o tamanho dos ficheiros dos quais pretende fazer cópias de segurança.

Denúncia e Tratamento

Os sistemas informáticos deveriam ser invulneráveis e autossuficientes, não necessitando de assistência para serem utilizados na Internet com segurança. No entanto, como os capítulos anteriores ilustram, a utilização de sistemas informáticos na Internet requer, dos utilizadores, proteções e cuidados de segurança nem sempre existentes. Assim, é de prever que continuem a ocorrer, cada vez mais, incidentes na Internet e, possivelmente, com maior prejuízo para as vítimas.

O tratamento de um incidente pode ser organizado em quatro fases:

· detetar ou confirmar a ocorrência;

· conceber uma estratégia de resposta;

· investigar o incidente e restabelecer o ambiente informático;

· encerrar o incidente.

A prática revela que a preparação prévia pode ser determinante para resolver um incidente. O sítio CERT.PT (Início) divulga informação adicional sobre o tratamento de incidentes na Internet.

Preparação prévia

Para tratar incidentes de segurança na Internet, os utilizadores necessitam de se familiarizarem com medidas organizacionais e técnicas. A vertente organizacional abrange as políticas de segurança informática que regulam o tratamento dos incidentes e os procedimentos e recursos necessários. A vertente técnica prende-se com a análise dos incidentes e com a implementação de medidas para restabelecer a operação normal dos sistemas informáticos.

Vertente Organizacional

Políticas de segurança informática

A utilização segura da Internet pressupõe, entre outras, boas práticas de:

· sensibilização e de formação;

· classificação da informação;

· controlo de acesso à informação e aos sistemas na Internet;

· desenvolvimento e manutenção do software;

· combate à criminalidade informática;

· deteção e resposta aos incidentes;

· cumprimento dos requisitos legais e das políticas que governam a utilização dos sistemas informáticos.

A norma ISO/IEC 27002 aborda estes temas e outros, dando orientações claras para elaborar políticas de segurança informática.

No que respeita especificamente ao tratamento de incidentes, a norma ISO/IEC 18044:2004 fornece recomendações e orientações sobre:

• benefícios da gestão correta dos incidentes de segurança informática;

• incidentes de segurança informática e possíveis causas;

• requisitos de planeamento e de documentação para adotar métodos estruturados de gestão de incidentes de segurança informática;

• procedimentos e processos de resposta a incidentes de segurança informática.
 

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Guia de Boas Práticas de SEGURANÇA - Secção XX

Adotar a norma ISO/IEC 18044:2004 pode contribuir para cimentar relações de confiança no tratamento de incidentes, para estabelecer critérios comuns de atuação e para tratar os incidentes eficazmente. Por exemplo, pode facilitar acordos sobre os (tipos de) incidentes que deverão ser tratados prioritariamente, os tempos mínimos de resposta por (tipo de) incidente e os recursos iniciais necessários ao tratamento destes.

Durante o tratamento de um incidente poderão ser chamadas a intervir entidades que, em condições normais, não teriam acesso aos dados informáticos. Assim, importa zelar, atempadamente, pela privacidade e proteção dos dados. Convém estabelecer regras claras para que, posteriormente, durante o tratamento de um incidente, cada entidade saiba se lhe é permitido (continuar a) processar, guardar e divulgar (ou não) dados sensíveis - em conformidade com os interesses, direitos e deveres dos titulares desses dados. As entidades envolvidas no tratamento de um incidente devem atuar, sempre, em conformidade com a política de privacidade e de proteção de dados – com o princípio de que os dados sensíveis são partilhados com terceiros, única e exclusivamente, em caso de real necessidade e com autorização prévia da pessoa singular ou coletiva a que digam respeito.

Procedimentos de tratamento de incidentes

Os procedimentos devem ser definidos em função das políticas de segurança informática, em particular as que dizem respeito ao tratamento de incidentes. A principal vantagem em formalizar procedimentos é acordar as principais tarefas que deverão ser executadas aquando dos incidentes, e, consequentemente, decidir como serão executadas e por quem - o que implica clarificar as funções e as responsabilidades das vítimas, das equipas de resposta a incidentes, dos fornecedores de serviços, dos agentes judiciários e, possivelmente, de outros intervenientes.

Apesar de os procedimentos descreverem, detalhadamente, as tarefas e os fluxos de atividade recomendados, o tratamento de cada incidente dependerá do seu contexto específico, com fatores difíceis de prever como: a informação que estará disponível sobre o incidente, a correlação do incidente com outras ocorrências, os sistemas envolvidos, os danos, a legislação aplicável a vítimas ou agressores de outras comunidades, etc.

Recursos

Os utilizadores devem conhecer as melhores práticas de segurança, as políticas, os procedimentos e as ferramentas de segurança adequadas aos seus ambientes informáticos. Devem, também, beneficiar de informação fidedigna e de apoio especializado de entidades competentes e fiáveis.

Para detetar e tratar incidentes, algumas das ferramentas são utilizadas para: criação e manutenção de listas de contactos de segurança; monitorização de eventos; análise de tráfego; registo e comunicação de incidentes; análise de vulnerabilidades; deteção de intrusões; eliminação de malware e análise forense em sistemas informáticos. As ferramentas para tratar incidentes num sistema informático devem, na medida do possível, estar a salvo de incidentes nesse mesmo sistema.

Vertente Técnica

O tratamento de incidentes pressupõe intervenções técnicas, seja para analisá-los e conceber medidas corretivas, seja para implementar as medidas definidas. Dependendo do tipo de incidentes a tratar e dos objetivos a satisfazer com o tratamento, pode ser necessário intervir em sistemas infetados e, eventualmente, em outros sistemas. Por exemplo, eliminar malware, identificar a sua origem e preservar os vestígios pode obrigar a utilizar ferramentas antisspyware e ferramentas de análise forense num sistema alvo, bem como ferramentas de análise de intrusões em sistemas de apoio. Para terminar serviços ou implementar outras medidas de contenção pode ser útil intervir em sistemas atacantes, o que nem sempre é possível.

Embora a vertente técnica seja menos descuidada que a organizacional, é, na maior parte das vezes, mal planeada. As insuficiências técnicas podem resultar de vários fatores: carência de pessoas qualificadas e de apoio especializado, falta de ferramentas adequadas, escassez de tempo, desconhecimento ou subvalorização dos riscos, etc. As insuficiências técnicas devem, no entanto, ser colmatadas, sob pena dos incidentes não serem tratados.

Detetar ou confirmar o incidente

Nesta fase, é feita a junção dos dados para descrever o incidente e informam-se as (potenciais) vítimas, os fornecedores dos serviços afetados, a equipa que responde aos incidentes e, eventualmente, as autoridades. Estes dados são importantes para fazer um diagnóstico essencial e, se possível, resolver o incidente imediatamente.

A descrição do incidente deve incluir:

• a identificação da entidade que reporta o incidente;

• a identificação das vítimas e, se possível, dos agressores;

• uma descrição detalhada do ataque;

• os dados que evidenciam o ataque, comprovando eventos e danos associados;

• a data e a hora dos eventos relevantes;

• as chaves públicas e informações complementares para comunicar com segurança.

Quando o incidente é detetado pela vítima, esta deve registar os dados relevantes. Não conseguindo tratar o incidente sozinha, deve procurar ajuda a quem estiver incumbido de responder a incidentes (helpdesk, CSIRT, etc.), aos fornecedores dos serviços afetados ou às autoridades competentes.

Quando o incidente lhe é reportado por terceiros, a vítima deve validar os dados e confirmar a ocorrência ou os sintomas. Deve fazê-lo com apoio de terceiros, principalmente se a informação for insuficiente ou não proceder de uma fonte segura.

Elaborar a estratégia de resposta

Esta fase tem por finalidades:

· classificar o incidente;

· conceber as medidas para conter e erradicar o problema;

· descobrir as medidas para restabelecer o ambiente informático;

· manter as entidades relevantes informadas.

Nem sempre é fácil determinar a “melhor estratégia”. Ou seja, podem ser concebidas medidas temporárias para compreender o problema, revendo-se, posteriormente, a estratégia inicial ao longo do ciclo de tratamento do incidente.

Os fatores mais determinantes para elaborar a estratégia de resposta são:

• o tipo de violações de segurança e as vulnerabilidades exploradas;

• o impacto causado ou esperado;

• as medidas implementadas por vítimas ou equipas de resposta.

As referências para elaborar a estratégia são as políticas de segurança dos sistemas vitimados, incluindo a política de classificação de incidentes. A classificação deve identificar a violação de segurança mais gravosa e as vulnerabilidades exploradas. O potencial impacto do incidente pode, eventualmente, ser calculado com base em informação que as entidades credíveis divulguem sobre vulnerabilidades, ataques e danos.

Investigar o incidente e restabelecer o ambiente informático

Os principais objetivos desta fase são:

· conter o ataque, limitar os danos e evitar a propagação a outros sistemas;

· recolher e preservar evidências sobre a atividade maliciosa e o agressor;

· recuperar elementos do sistema que tenham sido comprometidos e eliminar as vulnerabilidades diagnosticadas;

· implementar medidas para prevenir a reincidência;

· restabelecer o sistema informático para voltar a operar normalmente.

A investigação do incidente pode implicar uma análise ininterrupta dos registos de ocorrências, dos processos dos sistemas afetados, do tráfego na rede, dos eventos correlacionados ou de outras evidências ou pistas. Pode ser necessário interagir com várias entidades da comunidade da vítima, da comunidade do presumível agressor ou, se o incidente tiver uma dimensão alargada, de outras comunidades.

Conter o ataque é relevante quando o incidente resulta de uma ação premeditada e ilegítima. Neste caso, é importante contrariar a estratégia de atuação do agressor que, frequentemente, passa por:

• identificar no sistema informático alvo uma vulnerabilidade conhecida;

• explorar a vulnerabilidade identificada para aceder ao sistema;

• substituir software válido por malware e, possivelmente, obter privilégios especiais;

• criar uma porta camuflada (backdoor) para continuar a aceder ao sistema de forma ilegítima;

• eliminar pistas que denunciem a atividade maliciosa e identifiquem o agressor;

• aceder a este sistema através de uma backdoor, possivelmente danificando mais software (dados ou programas) e lançando ataques a outros sistemas a partir do sistema comprometido.

Encerrar o incidente

Nesta fase, é garantido que o incidente ficou resolvido a agrado da vítima, é comunicada informação atualizada às entidades relevantes e os conhecimentos adquiridos são partilhados para melhor prevenir e tratar novos incidentes.

O tratamento de um incidente não é necessariamente um processo linear. Normalmente, consiste em ciclos, mais ou menos complexos, que se repetem enquanto necessário e que devem ser avaliados e melhorados de forma continuada. Por exemplo, a investigação de um ataque pode conduzir a pistas sobre outros ataques até então desconhecidos e revelar vulnerabilidades no sistema informático ou revelar práticas desajustadas ao ambiente pretendido - o que pode levar a reavaliar o ambiente informático e a estabelecer uma nova estratégia para tratar o incidente. As lições aprendidas com essa investigação podem revelar a necessidade de desenvolver (ou de atualizar) políticas e procedimentos de segurança e de capacitar os utilizadores a prevenirem e tratarem incidentes na Internet.
 
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