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Giardia

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Giardia

Giardia - Género de protozoário flagelado parasita do grupo Diplomonadida. Estirpes deste organismo são encontradas no tracto intestinal de um grande número de vertebrados; os organismos são transmitidos na forma de quistos.

G. lamblia (=e.g. G. intestinalis, Lamblia intestinalis) ocorre no intestino delgado do homem (causando Giardíase), de outros primatas e de suínos. Morfologicamente, o trofozóito assemelha-se a metade de uma pêra cortada longitudinalmente, sendo a parte plana a ventral; habitualmente mede aproximadamente 10-20 x 5-10 micrómetros. Os dois núcleos ocorrem simetricamente na região anterior mais larga. Os 8 flagelos emergem ventralmente entre os dois núcleos e ligeiramente anteriores aos mesmos; três pares são laterais e as extremidades distais do quarto par libertam-se na extremidade posterior da célula. A superfície anterior ventral do corpo celular apresenta um grande ‘disco de sucção’ ou ‘ventosa’, que se pensa ser a estrutura através da qual o parasita adere à parede do intestino do seu hospedeiro (ver também GIARDÍASE). A célula apresenta um par de AXOSTILOS e um ou dois corpos em forma de bastonete ou de vírgula revelados por coloração (corpos medianos ou parabasais), localizados no centro da célula e orientados mais ou menos perpendicularmente ao eixo longitudinal da célula. Os trofozóitos reproduzem-se por fissão binária; uma coloração apropriada pode ser realizada, por exemplo, com hematoxilina-ferro. [Culture of G. lamblia in serum-free médium: J. Parasitol. (1983) 69 1181-1182. Lipid metabolism in Giardia: TIP (2001) 17 316-319.]

G. lamblia forma quistos ovóides (aprox. 11-15 x 7-10 μm) no lúmen do intestino que são expelidos com as fezes. Os quistos maduros contêm, em geral, quatro núcleos, habitualmente reunidos num dos pólos. Os núcleos e porções dos corpos medianos e dos flagelos podem ser vistos em quistos sujeitos a uma coloração com, por exemplo, iodo.

A classificação das estirpes de Giardia em espécies permanece controversa. As estirpes habitualmente recebem o seu nome de acordo com o hospedeiro onde foram encontradas – p. ex. G. canis (de cães) – mas este critério de diferenciação de espécies poderá não ser o mais correcto. Propôs-se o reconhecimento de apenas três espécies, com base na morfologia e no tipo de hospedeiro: G. agilis (rãs e girinos), G. muris (roedores e aves) e G. duodenalis (mamíferos); as estirpes actualmente conhecidas como G. lamblia seriam, assim, incluídas na espécie G. duodenalis.

Giardíase (lamblíase) - Doença do ser humano causada por Giardia lamblia. A infecção ocorre através da ingestão dos quistos; pode ocorrer transmissão pessoa-a-pessoa por contacto ou através da ingestão de alimentos ou água contaminados (os quistos podem sobreviver aos níveis de cloro utilizados para o tratamento de provisões de água).

Período de incubação:4-7 dias. A infecção pode ser assintomática ou poderá ocorrer diarreia aguda ou crónica, frequentemente acompanhada de náuseas, perda de peso, fezes gordurosas e flatulência. Pensa-se que os sintomas advêm da obstrução mecânica da mucosa intestinal; não ocorre uma invasão dos tecidos. Apesar de se pensar que a adesão de G. lamblia à mucosa do intestino depende da ‘ventosa’ do organismo, a adesão poderá envolver uma lecitina específica produzida pelo organismo, a qual é activada pelas proteases do tubo digestivo [Science (1986) 232 71-73].

Diagnóstico: os trofozóitos podem ser detectados por microscopia de preparações de fezes diarreicas (frescas) em soro fisiológico; nas preparações de fezes formadas encontram-se quistos e não trofozóitos. Pode utilizar-se um método de base ELISA que utiliza anticorpos policlonais para detectar os antigénios de Giardia nas fezes.

Quimioterapia: p. ex. com metronidiazol, quinacrina.
[Giardia in drinking water supplies (cyst levels, parasite viability, health impact): AEM (1996) 62 47-54.].


Fonte:
Dictionary of Microbiology and Molecular Biology
Paul Singleton, Diana Sainsbury
3rd Edition
John Wiley& Sons, LTD

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