• Olá Visitante, se gosta do forum e pretende contribuir com um donativo para auxiliar nos encargos financeiros inerentes ao alojamento desta plataforma, pode encontrar mais informações sobre os várias formas disponíveis para o fazer no seguinte tópico: leia mais... O seu contributo é importante! Obrigado.

Jack Kevorkian, o “Doutor Morte”

Luz Divina

GF Ouro
Entrou
Dez 9, 2011
Mensagens
5,990
Gostos Recebidos
0




Jack Kevorkian, o “Doutor Morte”





jack-kevorkian-doutor-morte.jpg



Jack Kevorkian, anjo da piedade ou assassino?



Uma distinção fundamental na análise de casos de médicos e enfermeiros assassinos é o motivo que leva o “profissional” a cometer seus atos. O motivo pode ser parcialmente descoberto pelo tipo de vítimas. Há aqueles que matam apenas doentes terminais, já condenados a morrer, vítimas de câncer, AIDS etc.

Estes geralmente alegam que agiram por motivos humanitários, para abreviar o sofrimento dos pacientes. Isto é, estariam praticando a eutanásia.
“Eutanásia” é uma palavra formada de radicais gregos que significa “boa morte”.

Alguns países já legalizaram a eutanásia, mas é fato incontestável que, onde é ilegal, é praticada à margem da lei. O que devemos diferenciar, neste nosso estudo, são duas posições básicas que podem assumir quem a pratica.

Uma coisa é um médico ceder aos apelos de um paciente para acabar com seu sofrimento, suas dores. Ou aos clamores da família, com gastos enormes para manter apenas respirando alguém já em morte cerebral há vários meses.

Outra coisa é o médico decidir por conta própria matar os pacientes terminais, sem consultá-los ou às famílias, muitas vezes indo contra os desejos destes. Este médico ou enfermeira está atendendo aos seus desejos e, mesmo que alegue que não queria ver tal paciente sofrer, indiscutivelmente está passando sobre um direito do paciente que, afinal, mesmo sofrendo, pode preferir continuar vivo.

A história de Jack Kevorkian, o “Doutor Morte”

O mais famoso defensor e praticante da eutanásia, que foi apelidado de “Doutor Morte”, o americano Jack Kevorkian, nasceu em 1928 e ainda vive.

Seu caso está numa posição entre as duas situações básicas. Ele não sai matando quem não pediu para morrer, mas também não é um médico que praticou a eutanásia eventualmente, em apenas um ou outro caso específico, atendendo ao pedido de um ou outro paciente. Ao defender abertamente a eutanásia, passou a ser procurado por vários pacientes e familiares que desejavam o fim indolor da vida.


jack-kevorkian-maquina-da-morte.jpg

a Máquina do Suicídio, de Jack Kevorkian


Jack Kevorkian inventou a Tanatron, isto é, a “Máquina da Morte”, também chamada de “Máquina do Suicídio”, e ajudou cerca de 130 pessoas a morrer.

A palavra “suicídio” cai bem em muitos casos: quando o paciente está consciente e decide que quer morrer. Porém, alguns não conseguem se matar por insuficiência de meios (exemplo: totalmente paralisado em cima de uma maca).

Outros, entretanto, teriam forças e meios suficientes para se matar (com uma faca, um revólver, pulando de um prédio etc.), mas querem um processo indolor (mesmo sendo os últimos segundos de vida, não querem sofrer). Ou querem um processo “limpo”: seus familiares ficariam menos chocados com um cadáver intacto no caixão do que com um totalmente fragmentado pela queda do 10o andar.

Estes poderiam tentar a morte por overdose de sedativos, mas o fato é que a muitos falta a coragem para se matar, embora tenham a de deixar que outro o faça. Alguns pacientes, paradoxalmente, alegam motivos religiosos para a eutanásia. Suicidar-se é um pecado.

Mas pedir para alguém matar-lhes não seria. Contraditório, mas isto é o ser humano.
Jack Kevorkian tinha um certo fascínio pela morte desde que era médico residente, pois fotografava os olhos de pacientes mortos. Foi aí, precocemente, que ganhou o apelido de “Dr. Morte”, que carregaria pelo resto da sua longa vida. .

Nos anos 60, uma proposta de Kevorkian começou a jogar-lhe no centro de polêmicas. Ele defendeu que condenados à morte fossem anestesiados e submetidos a várias experiências: retirada de órgãos, exame do cérebro etc. As idéias de Kevorkian neste assunto se aproximam muito das práticas nazistas, especialmente as do Dr. Josef Mengele.

Em 1980, Jack Kevorkian praticou sua primeira eutanásia, e logo foi indiciado. Ao longo dos anos 80, defendeu publicamente o procedimento e, em em 88, inventou a máquina que administrava medicamentos letais nos pacientes, quando estes apertavam um botão – ou seja, eles é que se matavam, embora com totais apoio e ajuda de Kevorkian. Em 1990 foi inocentado daquela primeira acusação.

Entretanto, a licença médica de Kevorkian foi cassada em 1991, e então ele não teria mais acesso a medicamentos. Mas ele não desistiu de sua cruzada letal: passou a utilizar monóxido de carbono.

Um caso em específico lançou dúvidas sobre as reais motivações de Kevorkian: Rebecca Lou Badger, de 39 anos, foi assistida em sua morte por Jack Kevorkian, que afirmou que a mulher tinha esclerose múltipla. Entretanto, na necrópsia, não foi encontrado qualquer sinal da doença.

Ou seja, Kevorkian poderia estar ajudando não apenas doentes terminais, mas qualquer pessoa que quisesse se matar (alguém com depressão, por exemplo – situação passível de tratamento, com reversão do desejo de morrer). De fato, descobriu-se depois, muitos do que o “Doutor Morte” ajudou a morrer estavam longe de um estágio terminal, e muitos seriam apenas depressivos.

É claramente uma situação diferente da eutanásia de um doente terminal.
O Código Penal brasileiro, no seu artigo 122, prevê o crime de “induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça”. Pena: reclusão, de dois a seis anos. Se o crime é praticado por motivo egoístico, a pena é duplicada.

Leis semelhantes só surgiram em Michigan (onde Kevorkian atuava) na década de 90, mas ele acabou sendo inocentado em algumas acusações.


jack-kevorkian-identificacao-criminal.jpg

Doutor Morte fichado



Uma delas é uma história macabra, segundo um relatório feito pelo próprio Kevorkian. Em 1993, Hugh Gale, de 70 anos, teria sua morte por monóxido de carbono porém, algum tempo após começar a inalar o gás, ficou agitado e pediu que o procedimento fosse interrompido.

A máscara de monóxido foi substituída por uma de oxigênio. Pouco tempo depois, o paciente abriu novamente a máscara de monóxido, mas, novamente, pediu que o procedimento fosse interrompido. Mas, logo após ter pedido, ficou inconsciente e Kevorkian continuou o procedimento. A defesa alegou que este relatório de Kevorkian era apenas um rascunho errôneo do que tinha realmente acontecido e o caso não foi adiante.


jack-kevorkian-preso.jpg

Kevorkian algemado



Entretanto, um caso muito polêmico trouxe-lhe uma acusação diferente: homicídio. Um paciente, Thomas Youk, que tinha a síndrome de Lou Gehrig (a mesma que acomete o físico Sthephen Hawking) foi submetido à morte na máquina de Kevorkian. Entretanto, foi o próprio “Doutor Morte” que acionou o dispositivo suicida.

Além disto, filmou o procedimento e exibiu a gravação em um programa de TV, em 1998. Youk tinha claramente condições de acionar a máquina, pois, no vídeo, aparece inclusive assinando um documento em que diz desejar sua morte. No julgamento, Jack Kevorkian dispensou advogados. “Morrer não é um crime”, ele afirmara.

Foi condenado a 25 anos de prisão mas, por ter idade avançada, teria direito de tentar a condicional após alguns anos. Foi solto há pouco tempo, com o compromisso de não ajudar mais ninguém a morrer, mas passou a dar palestras pagas e voltou a aparecer em programas televisivos, defendendo que os mais jovens têm de conhecer suas posições.


Kevorkian, como tudo o mais nesta vida, foi motivo para piadas de humor negro:




jack-kevorkian-humor-negro.png



(Kevorkian está preso e o guarda introduz um velhinho na cadeira de rodas na cela: “Seu novo companheiro de cela…” Kevorkian esfrega as mãos, contente…)

Alguns fatos da vida de Kevorkian talvez ajudem a entender o caminho que tomou. Sua mãe teve câncer, ficou longo tempo em coma e chegou a pesar 31 quilos. Seus filhos pediram aos médicos que as máquinas que a mantinham viva fossem desligadas, já que os tratamentos não davam resultados. O pedido não foi aceito.

A arte de Jack Kevorkian


O “Doutor Morte” também tem um lado artista, pintando, expondo e vendendo quadros.
Suas pinturas poderiam ser de paisagens campestres, belas moças, mas, não surpreendentemente, abordam temas macabros e fúnebres.


Veja aqui algumas de suas insólitas pinturas.



jack-kevorkian-the-gourmet-war.gif



jack-kevorkian-arte-brother-hood.gif



jack-kevorkian-pintura-for-he-is-raised.gif



jack-kevorkian-quadro-fever.gif



jack-kevorkian-very-still-life.gif



jack-kevorkian-painting-nearer-my-god-to-thee-.jpg



jack-kevorkian-artista.jpg

Doutor Morte explica à garotinha a transcendência da cabeça degolada




oserialkiller
 
Topo