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Kate Winslet: Um caso raro de atriz

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KATE WINSLET: UM CASO RARO DE ATRIZ

por vitor dirami
Ela já contabiliza mais de 18 anos de carreira, e já passaram 15 desde que interpretou a jovem Rose no mega sucesso Titanic. Desde então, Kate Winslet cresceu, amadureceu e se firmou como uma das melhores atrizes da década de 2000. Relembre a carreira desta inglesa obstinada que conquistou o mundo armada de muita dedicação e arte.


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Kate Winslet em "Almas Gémeas".

Não é força de expressão dizer que Kate Elizabeth Winslet carrega a arte nas veias; nascida numa família de artistas, seus pais eram atores e seus avós foram administradores de um teatro. Desde criança manifestou interesse pelas artes cênicas e demonstrava vontade de atuar. Ao longo da adolescência, ela já acumulava diversas participações em teatro e televisão, todas embrionárias, sem muita importância.

A estreia no cinema veio em 1994, atuando ao lado de Melanie Lynskey no thriller Almas Gêmeas (Heavenly Creatures) – uma história de assassinato e lesbianismo baseada em fatos reais. Com apenas 17 anos de idade e muita obstinação, ela teve de fazer testes para o papel e acabou vencendo outras 175 candidatas. Kate não hesitou nem em viajar sozinha para a Nova Zelândia, onde o filme foi todo rodado. Foi um sucesso de crítica: o London Circle Critics Film Awards elegeu Kate a principal atriz britânica do ano. Tudo isso em seu primeiro papel de destaque no cinema.

Em 1995 Winslet interpretou Marianne na adaptação para o cinema da obra de Jane Austen Razão e Sensibilidade (Sense and Sensibility), dirigida por Ang Lee. O filme foi um grande sucesso, tendo ganhado o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado, entre muitas outras indicações. A própria Kate recebeu sua primeira indicação ao Oscar por sua interpretação – na categoria Melhor Atriz Coadjuvante. Ela ainda ganharia o BAFTA nesta mesma categoria. Com menos de 19 anos de idade e em seu segundo papel importante no cinema, Kate Winslet já era apontada como uma das principais promessas de sua geração.

Em 1996, ela interpretou dois personagens de época com idêntico sucesso. O primeiro foi a melancólica Ofélia em Hamlet, do diretor Kenneth Branagh, baseado na obra homônima de William Shakespeare; o segundo foi o papel de Sue Bridehead em Paixão Proibida (Jude) – drama baseado na obra Jude, o Obscuro – escrita por Thomas Hardy.

Kate Winslet estudava propostas de trabalho quando leu o roteiro de Titanic. Tornou-se famosa a obstinação com que a atriz lutou pelo papel de Rose DeWitt Bukater no filme de James Cameron. Winslet telefonou para Cameron dizendo ser ela a Rose que ele procurava – uma, duas, três... várias vezes. Porém, Cameron e a Fox estavam temerosos em dar-lhe o papel da protagonista, levando em conta que ela ainda não era uma atriz reconhecida mundialmente. Todavia, isso não a demoveu do seu objetivo e no final ela conseguiu a personagem que mudaria a história de sua vida. Ao seu lado estava Leonardo DiCaprio, um ator de fama internacional que, ao contrário dela, relutou até o último instante em aceitar interpretar Jack Dawson.

Segundo Kate, Rose foi a personagem mais difícil de sua carreira, principalmente porque exigia muito dela fisicamente. O filme foi em sua maioria rodado no México e as filmagens, que duraram em torno de nove meses, se tornaram bastante comentadas devido aos casos de estouro do orçamento, intoxicação alimentar, acidentes de gravação – incluindo fraturas de ossos, resfriados e infecções; a própria Kate Winslet contraiu pneumonia devido às horas filmando debaixo da água gelada.
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Kate Winslet em "Titanic".

Apesar de todas as dificuldades das gravações e das diversas críticas ao filme – tanto positivas quanto negativas - quando estreou, em 1997, Titanic virou imediatamente mania mundial, um dos maiores sucessos da história do cinema, e de quebra pôs Winslet e DiCaprio sob a luz os holofotes do mundo inteiro, formando um dos pares românticos mais celebrados do cinema.

Titanic
fez dela uma das atrizes – se não a mais – requisitada e famosa do mundo no fim dos anos 90; sua atuação no filme de James Cameron lhe rendeu sua primeira indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

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Kate Winslet e Leonardo DiCaprio em "Titanic".

Depois da passagem do verdadeiro tsunami que foi Titanic, Kate Winslet soube fazer o certo e descansou sua imagem; entre 1998 e 2004 a atriz apareceu em vários filmes de pouca distribuição mundial, de sucesso relativamente modesto, mas que fizeram com que ela pudesse explorar diversos gêneros. Dentre os principais filmes desta fase destacam-se O Expresso de Marrakesh (Hideous Kinky, 1998); Fogo Sagrado (Holly Smoke!, 1999); Contos Proibidos do Marquês de Sade (Quills, 200); Iris (2001) – filme pelo qual recebeu sua segunda indicação ao Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante – e A Vida de David Gale (The Life of David Gale, 2003).

Em 2004 Kate Winslet retornou aos grandes circuitos em dois filmes que estão entre os mais queridos pelo seu público. Em Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind) ela interpretou a tresloucada Clementine, ao lado de Jim Carrey. O filme de Michel Gondry, com sua linguagem inovadora e estilo alternativo, foi um grande êxito e rendeu a Kate sua segunda indicação ao Oscar de Melhor Atriz. Brilho Eterno... é lembrado hoje como uma das melhores produções de Hollywood na década passada. O outro filme foi o drama indicado ao Oscar de Melhor Filme, Em Busca da Terra do Nunca (Finding Nerverland), no qual ela atuou com Johnny Deep.

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Kate Winslet e Jim Carey em "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças".

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Kate Winslet em "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças".

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Kate Winslet e Johnny Deep em "Em Busca da Terra do Nunca".

Em 2005 Winslet participou de seu primeiro musical – Romance e Cigarros (Romance & Cigarretes), atuando ao lado de James Gandolfini, Susan Sarandon e sob direção de John Turturro. A seguir, ela foi uma das protagonistas da comédia romântica de sucesso O Amor Não Tira Férias (The Holiday, 2006). No mesmo ano, Winslet arrebatou a crítica mais uma vez no drama Pecados Íntimos (Little Children), filme baseado no romance best-seller Criancinhas, de Tom Perrotta. A atuação competente de Winslet rendeu-lhe sua terceira indicação ao Oscar de Melhor Atriz.

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Kate Winslet em "Romance & Cigarros".

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Kate Winslet e Patrick Wilson em "Pecados Íntimos".

No ano de 2008 ela haveria de brilhar de forma absoluta, interpretando uma alemã acusada de crimes na II Guerra Mundial no drama O Leitor (The Reader); atuando ao lado de Ralph Fiennes e dirigida por Stephen Daldry, Winslet finalmente recebeu pela primeira vez a estatueta de melhor atriz da academia, pelo papel de Hanna Schmitz. Esta é sem dúvidas a melhor interpretação de sua carreira até os dias de hoje e O Leitor é provavelmente o seu melhor filme, no qual ela atingiu a maturidade artística e o ápice de seu talento dramático, interpretando uma personagem extremamente complexa e cheia de controvérsias.

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Kate Winslet e David Cross em "O Leitor".

Foi Apenas um Sonho (Revolutionary Road, 2008); dirigido por seu segundo marido, Sam Mendes, marca a tão aguardada volta do casal DiCaprio-Winslet, 10 anos depois de Titanic. O filme é de longe um dos melhores da carreira de ambos os atores, muito superior à parceria anterior, principalmente quando se trata do roteiro – baseado no aclamado romance Foi Apenas um Sonho: Rua da Revolução, escrito por Richard Yates em 1961; curiosamente, apesar da maravilhosa performance de Winslet como April Wheeler, – que lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama – este filme permanece um dos seus filmes menos conhecidos pelo grande público.

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Kate Winslet e Leonardo DiCaprio em "Apenas um Sonho".

Após um hiato, Kate Winslet reapareceu nas telas na aplaudida adaptação de Roman Polanski para o cinema da obra Deus da Carnificina, da dramaturga francesa Yasmina Reza. No mesmo ano, 2011, a atriz estrelou na televisão um dos melhores trabalhos de sua carreira – a minissérie da HBO Mildred Pierce, baseada no romance homônimo de 1941, escrito por James M. Cain e que rendeu o Oscar de Melhor Atriz a Joan Crawford no papel-título em 1945. A interpretação de Kate arrancou elogios rasgados da crítica e lhe rendeu o Globo de Ouro e o Emmy na categoria Melhor Atriz em Minissérie/Filme de TV.

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Kate Winslet em "Mildred Pierce".

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Kate Winslet em "Mildred Pierce".

Mãe de duas crianças – Mia Honey Threapleton e Joe Alfie Winslet Mendes - e atualmente à espera do terceiro filho do terceiro marido, Ned Rocknroll, Kate Winslet é hoje, aos 37 anos uma das mais importantes atrizes inglesas da atualidade; contando com um Oscar de Melhor Atriz, entre diversos outros prêmios, aclamação da crítica e do público e uma legião de fãs espalhada pelo mundo. Com 22 anos de carreira, Kate já se imortalizou a si mesma e a seus filmes e personagens na história do cinema moderno.

Há sempre ansiedade pelo próximo filme de Kate Winslet, porque ela é uma atriz que sabe surpreender o público e prender a atenção das platéias; ela está sempre aprimorando seu talento dramático – cada vez mais, a cada novo trabalho, Kate é a jóia da sua geração. Ela não é a mais bela, não é a mais carismática, nem fez sua fama baseada em simpatia. Mas Kate tem magnetismo e essa qualidade aliada ao talento é status quo para o sucesso.

Suas performances são avassaladoras. Ela parece ser uma espécie de atriz à moda antiga, uma diva do cinema pertencente a tempos passados – distante dos olhares curiosos e apaixonados do público e completamente devotada à sua arte. Em suma, Kate Winslet é um caso raro de atriz. Com certeza, podemos aguardar com ansiedade muitos outros ótimos trabalhos seus nos próximos anos.


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