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Dente fossilizado de espécie gigante revela linhagem de ornitorrinco desconhecida
Filipa Alves
A descoberta de um dente fossilizado pertencente a uma espécie gigantedeu a conhecer numa linhagem de ornitorrinco até agora desconhecida. A existência do Obdurodon tharalkooschild sugere que um dos cinco únicos mamíferos atuais que põem ovos, pertence a um grupo que foi mais diverso do que se julgava, conclui um artigo que será publicado no próximo número da revista Journal of Vertebrate Paleontology.
O dente foi recuperado na Riversleigh World Heritage Area, localizada no Noroeste de Queensland, por uma equipa de investigadores formada por Rebecca Pian (Columbia University, Nova Iorque, EUA) e Suzanne Hand e Michael Archer (University of New South Wales, Austrália).
As características do dente permitiram não só determinar a que tipo de animal pertencia, mas também o seu tamanho e do que se alimentava.
“O Odurodon tharalkoochild era um ornitorrinco muito grande [media quase 1 metro de comprimento] que tinha dentes bem desenvolvidos, e pensamos que provavelmente se alimentava não só de lagostins e outros crustáceos de água doce, mas também de pequenos vertebrados como peixes pulmonados, rãs e pequenas tartarugas, que também ficaram preservados no depósito fóssil Two Tree Site”, explica Suzanne Hand.
Estas características são bem diferentes das apresentadas pelo ornitorrinco que atualmente habita o território australiano (que, na idade adulta, não possui quaisquer dentes e cujos machos medem cerca de 50 cm), indicando que se trata de uma linhagem evolutiva distinta desta que, ao contrário do que se pensava, não é a única.
“A descoberta desta nova espécie foi um choque para nós porque, até agora, o registo fóssil sugeria que a árvore evolutiva do ornitorrinco era relativamente linear”, revela Michael Archer. “Agora, compreendemos que nesta árvore existiram ramos laterais, alguns dos quais se tornaram gigantes”.
A designação científica atribuído à nova espécie faz jus às suas invulgares características. “Obdurodon”, o nome do género, faz alusão aos “dentes persistentes” (Ordurate) e “Tharalkooschild” recupera a lenda aborígene sobre a origem do ornitorrinco, segundo a qual, uma jovem fêmea de pato desobedeceu aos pais, aventurando-se a nadar numa zona habitada por um macho de uma espécie de ratazana aquática, tendo acabado por por um ovo do qual eclodiu, em vez um pato, uma criatura “híbrida” com patas e bico de pato, mas com o pelo e os dentes típicos de um roedor.
Fonte: EurekAlert! - Science News
Filipa Alves
A descoberta de um dente fossilizado pertencente a uma espécie gigantedeu a conhecer numa linhagem de ornitorrinco até agora desconhecida. A existência do Obdurodon tharalkooschild sugere que um dos cinco únicos mamíferos atuais que põem ovos, pertence a um grupo que foi mais diverso do que se julgava, conclui um artigo que será publicado no próximo número da revista Journal of Vertebrate Paleontology.
O dente foi recuperado na Riversleigh World Heritage Area, localizada no Noroeste de Queensland, por uma equipa de investigadores formada por Rebecca Pian (Columbia University, Nova Iorque, EUA) e Suzanne Hand e Michael Archer (University of New South Wales, Austrália).
As características do dente permitiram não só determinar a que tipo de animal pertencia, mas também o seu tamanho e do que se alimentava.
“O Odurodon tharalkoochild era um ornitorrinco muito grande [media quase 1 metro de comprimento] que tinha dentes bem desenvolvidos, e pensamos que provavelmente se alimentava não só de lagostins e outros crustáceos de água doce, mas também de pequenos vertebrados como peixes pulmonados, rãs e pequenas tartarugas, que também ficaram preservados no depósito fóssil Two Tree Site”, explica Suzanne Hand.
Estas características são bem diferentes das apresentadas pelo ornitorrinco que atualmente habita o território australiano (que, na idade adulta, não possui quaisquer dentes e cujos machos medem cerca de 50 cm), indicando que se trata de uma linhagem evolutiva distinta desta que, ao contrário do que se pensava, não é a única.
“A descoberta desta nova espécie foi um choque para nós porque, até agora, o registo fóssil sugeria que a árvore evolutiva do ornitorrinco era relativamente linear”, revela Michael Archer. “Agora, compreendemos que nesta árvore existiram ramos laterais, alguns dos quais se tornaram gigantes”.
A designação científica atribuído à nova espécie faz jus às suas invulgares características. “Obdurodon”, o nome do género, faz alusão aos “dentes persistentes” (Ordurate) e “Tharalkooschild” recupera a lenda aborígene sobre a origem do ornitorrinco, segundo a qual, uma jovem fêmea de pato desobedeceu aos pais, aventurando-se a nadar numa zona habitada por um macho de uma espécie de ratazana aquática, tendo acabado por por um ovo do qual eclodiu, em vez um pato, uma criatura “híbrida” com patas e bico de pato, mas com o pelo e os dentes típicos de um roedor.