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Greenpeace protesta no rio Moscovo, enquanto relações da Rússia com a Holanda afundam

kokas

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Set 27, 2006
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Alguns barcos da organização ambientalista Greenpeace navegaram esta quarta-feira pelo rio Moscovo, na capital russa, em protesto pelo boicote da Rússia às audiências no Tribunal Internacional do Mar sobre a queixa que a Holanda colocou sobre o caso dos activistas presos no país há quase dois meses. Em ambiente de crispação diplomática, Haia mostrou disponibilidade para acolher cidadãos russos perseguidos pelas leis discriminatórias russas.

A Holanda, país onde o barco Arctic Sunrise estava registado, apresentou uma queixa junto do Tribunal Internacional do Mar, em Hamburgo, contra a Rússia pela detenção de 30 pessoas de várias nacionalidades. As audiências começaram esta quarta-feira, mas o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo fez saber que não vai comparecer, por não concordar com o processo de arbitragem, de acordo com a agência governamental RIA Novosti.
Em protesto pelo boicote das autoridades russas à audiência, alguns barcos de borracha foram lançados ao rio Moscovo, passando perto do Kremlin, transportando bandeiras onde se lê “Free the Arctic 30” (Libertem os 30 do Árctico).
Em Setembro, um navio da Greenpeace foi apreendido pelas autoridades russas, nas águas do Árctico. Os activistas tentavam subir a uma plataforma petrolífera da empresa russa Gazprom, como forma de protesto pelos danos ambientais das perfurações naquela área, quando foram detidos e levados para Murmansk, onde foram julgados e acusados de pirataria organizada.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros holandês decidiu abrir um processo contra o Estado russo, baseado na Convenção das Nações Unidas sobre o direito do mar, considerando as detenções ilegais.
A complicar ainda mais as relações entre a Holanda e a Rússia veio o anúncio do ministro dos Negócios Estrangeiros holandês, Frans Timmermans, de que o país está disposto a acolher cidadãos russos alvo de discriminação devido à sua orientação sexual, noticia a RIA Novosti.
Numa carta dirigida ao parlamento, Timmermans afirmou que “o tratamento desumano deve ser tomado como uma séria violação dos direitos humanos e deve ser considerado nos casos de asilo”. “Isto inclui as leis antigays mas também a discriminação pelas autoridades e cidadãos russos”, acrescentou.
Moscovo reagiu com estranheza à tomada de posição do executivo holandês, afirmando não acreditar num êxodo dos seus cidadãos. “Este anúncio é mais do que estranho. Mas o ministro e o Governo holandês podem fazer o que quiserem no seu território”, declarou a chefe da comissão da Duma (parlamento russo) para as Famílias, Mulheres e Crianças, Elena Mizulina.
Ano aziago para russos e holandeses
Este é apenas mais um episódio num ano que tem sido particularmente nocivo para as relações entre a Holanda e a Rússia e que, ironicamente, servia para celebrar o fortalecimento dos laços entre os dois países.
Na noite de 16 de Outubro, dois homens, vestidos de electricistas, invadiram a casa do chefe da embaixada holandesa em Moscovo, Onno Elderenbosch, e espancaram-no. No espelho da sala da moradia do embaixador, os assaltantes desenharam um coração cor-de-rosa, atravessado por uma seta, em torno da sigla LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgéneros).
Uma semana antes, a polícia holandesa tinha forçado a entrada na casa do adido da embaixada russa em Haia, Dmitri Borodin, e, segundo a versão de Moscovo, terá agredido o diplomata em frente dos filhos de dois e quatro anos. Segundo a BBC, a polícia estaria a responder a uma denúncia dos vizinhos de que os filhos do diplomata seriam alvo de maus tratos, acusação que Borodin negou. O Presidente russo, Vladimir Putin, reagiu pessoalmente ao incidente, declarando ser uma “violação grosseira” da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas.
Esta semana, o rei Guilherme da Holanda vai visitar Moscovo, numa iniciativa que esteve mesmo para ser cancelada. Foram necessários dois debates parlamentares na Holanda até se decidir que o rei podia fazer a viagem, escreve o The Guardian.
Apesar de ser tido como uma personagem conciliadora, a visita do rei não deverá deixar de ter a sua dose de polémica. A mais conhecida orquestra holandesa, a Concertgebouw, vai tocar no Conservatório de Moscovo na sexta-feira, perante o monarca e, possivelmente, Putin. A orquestra prometeu que não vai fazer alusão aos direitos dos homossexuais, mas espera-se que haja alguma tomada de posição dos membros, a título individual, como por exemplo vestirem-se com as cores do arco-íris.



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