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«Cunhal, Brejnev e o 25 de Abril»: um outro PCP, um outro Cunhal

p.rodrigues

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A viver em Moscovo desde 1977, para onde foi - como o próprio indica – para assistir à «construção do comunismo», José Milhazes, correspondente da SIC na capital da Rússia, acaba de publicar, com a chancela da Editora D. Quixote, “Cunhal, Brejnev e o 25 de Abril”.

Um testemunho feito de documentos e memórias que procura contrariar a ideia de que a URSS quis uma revolução socialista em Portugal. Mas também dando-nos a conhecer um PCP e um Álvaro Cunhal menos “revolucionários” e mais submissos.

Afirmando ainda no Prefácio não pretender um ajuste de contas com o seu passado político (algo que, de resto, garante já ter feito), o também historiador José Milhazes assume, com “Cunhal, Brejnev e o 25 de Abril”, pretender, sim, revelar formas e meios de influência da União Soviética no processo político português que se seguiu ao 25 de Abril de 1974. Dando a conhecer não só o modo como a elite soviética via os acontecimentos que iam acontecendo em Portugal, mas também o papel desempenhado quer pelo partido Comunista Português, quer pelo seu líder histórico, Álvaro Cunhal.

Escrito de uma forma simples e preferencialmente descritiva, com o autor a recorrer frequentemente a documentos e testemunhos de personagens que participaram directa ou indirectamente nos acontecimentos descritos no livro, Milhazes apresenta um PCP diferente do afirmado pelos seus dirigentes - não um partido comunista independente e nacional, mas antes uma força política organizada de forma a ser dirigida pelo Partido Comunista da Rússia. E que, especialmente durante o período em que foi dirigido por Cunhal, sendo «mais vermelho do que os muros vermelhos do Kremlin de Moscovo» e totalmente obediente a Moscovo.

Quanto ao seu líder, Álvaro Cunhal, o autor apresenta-o como um dirigente igualmente submisso perante o Partido Comunista da Rússia, chegando a ser qualificado de oportunista na forma como aproveita as benesses que lhe são concedidas pelo Kremlin durante as suas temporadas em Moscovo, beneficiando de regalias que não estavam ao alcance da maioria dos russos. Isto ao mesmo tempo que contribuía para o mesmo seguidismo e obediência da parte do PCP, os quais via como única garantia de sobrevivência do Partido Comunista Português tal como ele o concebia.

Fonte: DD
 
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