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Pescando Na Praia

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Introdução

Pescar na praia é um constante desafio aos nossos conhecimentos e não é raro que pescadores recém iniciados na modalidade desistam de pratica-la. Entretanto é excelente "terapia" quando o fazemos como forma de lazer e apaixonante quando praticada em torneios e competições do gênero, por proporcionar, além do prazer da pesca, a oportunidade de conhecer novos lugares e fazer novos amigos.


As condições básicas para uma boa pescaria compreendem o tempo, as condições do mar favoráveis, o local propício, o equipamento adequado, a isca apropriada e o jeito certo.

Dentre esses fatores só não temos como controlar o tempo e o mar, o restante são, por assim dizer, os "macetes" da pesca.

Arremessar aleatoriamente em direção ao mar, esperando que um peixe morda nossa isca pode até resultar em sucesso mas pescaria tem ciência, não é jogo de azar.


Antes de iniciar a pescaria devemos fazer um reconhecimento do local buscando identificar os canais, valões e depressões do fundo do mar existentes ao longo das praias. São faixas de águas mais fundas onde os peixes se concentram quando ativos, nadando em busca de alimento. Um bom óculos polarizado pode ajudar bastante nesse reconhecimento, onde as águas mais claras são as mais rasas e a s mais escuras as mais profundas.

Porém nem todas as praias têm a mesma conformação, cada qual possui particularidades quanto a inclinação, profundidade e relevo do fundo. Para facilitar, vamos classifica-las em três tipos, as praias rasas, de tombo e as de fundo de baía.

Em geral as praias rasas possuem vasta extensão de areia, com inclinação mínima, e várias linhas de arrebentação com pequenas ondas. Nestes pequenos canais concentram-se os pequenos peixes. Os grandes canais ficam longe da areia e para atingi-los serão necessário arremessos longos com material apropriado.

Nas praias de tombo a inclinação da areia é acentuada e podem haver canais, valões e poços bem próximos, visíveis pela cor da água mais escura (resultante da maior profundidade) e alcançáveis com arremessos curtos.

Praias de fundo de baía e enseadas geralmente não tem canais como nas praias de mar aberto. Normalmente não existe concentração de peixes em locais específicos mas quase sempre ficam próximos à beira d'água.



Essa matéria está dividida nos seguintes tópicos:
 
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PESCANDO NA PRAIA - Varas de Pesca

Existe uma infinita variedade de varas à venda nas lojas especializadas que vão desde as tradicionais varas de bambu até as produzidas a partir de fibras e mistura de fibras como as de carbono, grafite e outros materiais, como o kevlar por exemplo, e estão cada dia mais leves e resistentes.


A não ser pelo seu baixo custo, varas de bambu não trazem qualquer benefício para o pescador de arremessos na beira da praia (surfcasting), portanto iremos discorrer somente sobre as varas produzidas a partir de fibras sintéticas.


O fator determinante de um bom arremesso não é, como muitos pensam, a altura da vara e sim a aceleração que se consegue imprimir à chumbada ao arremessa-la. Os tamanhos mais indicadas para o surfcasting devem ter entre 7 e 14 pés (2,10 e 4,20 m.), confeccionados em grafite de carbono ou tramas de fibras mistas com capacidade de carga de lançamento (casting weight) entre 30 e 250 gramas.


De modo geral, varas com tamanhos superiores a 13 pés não são aconselhadas por serem mais lentas e pesadas, cansam o pescador alem de desbalancear o ponto de apoio e aumentar o efeito de alavanca na mão deste. Em teoria, somente pescadores de compleição física avantajada podem tirar vantagem das varas acima desta medida.


Potência é a capacidade de carga de lançamento (casting weight), ação é o trabalho da vara, ou seja, a propriedade de curvar-se e voltar a posição de inércia. Estes dois fatores combinados determinam a capacidade da vara em catapultar a chumbada.

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A - Ação Ultra Rápida - Curva-se somente na parte da ponta.

B - Ação Rápida - Curva-se na terça parte superior da vara.

C - Ação Média - A curvatura estende-se em toda a metade superior.

D - Ação Lenta - Curvatura progressiva em todo a vara.


Para escolher as suas varas de pesca, primeiro precisamos definir as distâncias dos arremessos. Para tal usaremos os conceitos de Beira, Meia e Fundo. A pescaria de Beira será aquela onde os arremessos são feitos entre linha d'água (onde termina a areia) da praia até a distância que pode variar de 30 a 40 metros, a pescaria de Meia é a praticada entre 40 e 100 metros e a Pesca de Fundo são aquelas de arremesso superior a 100 metros.


Vara de Beira - Devem ter entre 7 e 9 pés (2,10 e 2,75 m.), leves, sensíveis porém firmes, sua ação deve variar entre rápida e ultra rápida, com casting entre 30 e 80 gramas.


Vara de Meia - Entre 9 e 11 pés (2,75 e 3,30 m.), resistentes e o mais leve possível, de ação rápida e casting entre 80 e 110 gramas.


Vara de Fundo - Entre 11 e 14 pés (3,30 e 4,20 m.) resistentes e fortes de ação rápida ou ultra rápida e casting acima de 110 gramas podendo chegar até 250 gramas ou mais.


Vale lembrar que existem varas específicas para o uso com carretilhas e varas específicas para o uso com molinetes, e que o uso de uma carretilha numa vara de molinete impede o bom funcionamento do conjunto e o inverso também ocorre.


Quando adquirir uma vara de pesca tenha certeza da sua compra. Confira o casting, a composição e se o tamanho atende suas necessidades (estas informações estão impressas no próprio caniço). Verifique a ação da vara, a qualidade dos passadores, do prendedor de molinete e a montagem destes. Lembre-se: quem compra errado compra duas vezes.


Muitas vezes uma boa vara de pesca vem equipada com passadores de má qualidade (talvez por economia dos custos de fabricação), para estes casos é aconselhável e até indicado substitui-los por outros de qualidade superior.


Para conservar sua vara de pesca, lave-a com esponja e detergente a cada utilização, especialmente nos passadores e ponteira para evitar o aparecimento de pontos de corrosão, retire o excesso de água e deixe secar ao ar livre.

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PESCANDO NA PRAIA - Molinetes

Dentre os equipamentos destinados a arremesso e recolhimento de linha de pesca o molinete é uma das melhores opções pela sua versatilidade. Indicados principalmente para os arremessos mais longos, proporcionam excelente saída de linha, grande velocidade de recolhimento e principalmente facilidade de operação.


São encontrados em diversos tamanhos tipos e preços. Os top de linha podem ter 6, 10, 12 rolamentos, alguns dotados de recursos técnicos como dispositivos anti-twist (impedem que a linha se torça), anti-reverse (impedem o retrocesso da manivela), etc. O grande problema destes recursos é que são proporcionais ao preço, mas se dinheiro não é problema, não pense duas vezes, vale a pena.


Como encher a bobina


1 - Com a bobina vazia faça o nó e inicie o bobinamento da linha adotando o procedimento conhecido por backer, que é uma espécie de "cama" para a linha de pesca. Comece colocando uma linha bem mais grossa e faça trocas sucessivas até chegar ao diâmetro desejado. Isto evitará o excesso de pressão exercido nos flanges do carretel pelas linhas mais finas e economiza vários metros de linha que certamente nunca seriam usados.


Exemplo: Se pretende pescar com uma 0,20 comece com uma 0,50 e encha 2/3 do carretel, emende uma 0,30 e continue bobinando, quando faltar cerca de 1 cm. para o enchimento total emende a 0,20 e complete o enchimento.

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2 - Para realizar o enchimento coloque o carretel de linha "de frente" para o conjunto (figura 1).
Para que a linha não entre frouxa no carretel peça que alguém segure a bobina de linha prendendo-a levemente.


Jamais bobine a linha com o carretel "em pé", porque a linha entra torcida no molinete.


3 - A linha terá sempre que ficar paralela as bordas superiores e inferiores da carretel. Se for insuficiente, provocará atrito excessivo com o flange superior prejudicando o arremesso. Se for em excesso fará com que a linha saia embolada arrastando-se pelos passadores, muitas vezes prendendo e arrebentando-a. O preenchido correto propiciará lançamentos mais longos e perfeitos

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Corrigindo Problemas

Se você já possui um molinete é possível que o desgaste do equipamento ou até mesmo defeitos de fabricação proporcionem um enrolamento irregular de linha. Quando não há possibilidade de conserto do molinete, retire toda a linha da bobina e faça um backer, moldando com as mãos, o base do carretel. Podemos citar alguns casos:


1 - Se a bobina não desce até o ponto que deveria, enrola-se mais linha na parte inferior dela. Ou o carretel não está corretamente encaixado ou seu molinete está com defeito. Na impossibilidade de acerto faça um backer na forma inversa.


2 - Defeito inverso ao primeiro exemplo, a bobina não está subindo até o ponto ideal, enrolando mais linha na parte superior, é provável que seu molinete tenha perdido calços ou arruelas e as vezes a colocação de uma ou duas arruelas no eixo da bobina corrige o defeito se não houver possibilidade de acerto faça o backer inverso.


3 - Estes casos geralmente são defeitos de fabricação encontrados em diversos molinetes de qualidade inferior e sua correção é impossível, mas podem ser minimizados com o backer.


Escolhendo os Molinetes

Molinete de Beira - Pequenos, velozes, com capacidade da bobina para 100/200 metros de linha 0,20.


Molinete de Meia - Médios, rápidos com bobina cônica e capacidade de armazenamento entre 200/300 m. de linha 0,30.


Molinete de Fundo - Grandes com boa capacidade de recolhimento, bobinas obrigatoriamente cônicas com capacidade de carga de mais ou menos 400 metros de linha 0,30


Para o leigo, todos os molinetes podem parecer iguais, mas existem detalhes e características que os diferenciam. Abaixo vamos tentar ajuda-lo na escolha partindo da premissa de que estamos comparando molinetes de tamanhos idênticos:


1 - Observe o tipo, diâmetro e altura do carretel. Carretéis de perfil baixo e/ou com diâmetro reduzido indicam baixa performance de lançamento. Carretéis de diâmetro interno reduzido também indicam menor velocidade de recolhimento. Prefira molinetes com carretéis de perfil mais alto, com bom diâmetro dando preferência aos carretéis cônicos .


2 - Verifique a relação giro de manivela x voltas do eixo central, esta informação geralmente está inscrita no próprio molinete, caso não encontre, segure-o pelo pé e gire lentamente a manivela enquanto conta o as voltas do eixo, quanto mais voltas fizer eixo central maior sua velocidade de recolhimento (válido para molinetes dotados de bobinas de mesmo diâmetro).


3 - Compare o balanceamento, segure-o firmemente pelo pé dê um forte impulso à manivela de forma que esta gire velozmente e observe a vibração do molinete enquanto gira.


4 - Dê especial atenção ao movimento de sobe e desce do carretel enquanto gira a manivela. Subidas e descidas muito rápidas e invariáveis significam que o molinete não enrola a linha direito, dê preferência aos molinetes que tenham estes movimentos mais lentos.


5 - Certifique-se de que o molinete possui, pelo menos, dois rolamentos, um no eixo central e outro no eixo da manivela, o que proporcionará mais leveza no recolhimento e menor desgaste do equipamento.


Generalidades

Quando montar seu equipamento para pescar não deixe de verificar se o sistema de freio do molinete está bem regulado. Este deve estar apertado de forma que não patine e solte linha quando se faz o arremesso, impedindo que o violento atrito da linha queime ou corte seu dedo. Após o arremesso, regule-o de forma que a linha seja liberada e não se rompa caso um peixe maior pegue no seu anzol.


A perfeita regulagem é importante em qualquer molinete, especialmente quando utilizamos linhas finas para a pesca. Controlar a patinagem da fricção não só evitará o rompimento da linha quando houver trancos ou esforços acima de sua capacidade, como também serve para cansar o peixe fisgado


É importante lembrar que o molinete não é guindaste, ele foi projetado para recolher a linha e não para arrastar pesos excessivos. Quando capturar um peixe muito grande ou estiver preso a enroscos muito pesados utilize o conjunto, ou seja puxe a vara para traz e com o molinete recolha a linha que a vara puxou ao mesmo tempo em que aponta a vara para o mar e repita esta operação sucessivamente.


Para que seu molinete tenha vida longa, são necessários alguns cuidados:


1 - Quando retornar de uma pescaria lave-o em água corrente utilizando uma esponja ou pincel com detergente ou sabão neutros, retire bem a espuma e o excesso de água seque e deixe ao ar livre para evaporar o restante de água.


2 - A cada 4 ou 5 pescarias verifique a necessidade de lubrificação das peças móveis do seu molinete, usando para lubrifica-las apenas óleos específicos para molinete.


3 - Anualmente desmonte e faça uma revisão geral, limpando e lubrificando todas as peças. Se você pesca todos os finais de semana, faça a sua revisão semestralmente.

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PESCANDO NA PRAIA - Carretilhas

A carretilha é uma excelente opção para pescarias de beira e meia água, existem diversos tipos e modelos, alguns, destinados a pesca marítima embarcada, dotados de marcadores mecânicos e até computadorizados. As destinadas a pesca marítima de arremesso são divididas basicamente em dois estilos de acordo com o seu desenho. As carretilhas de perfil mais baixo possuem capacidade de arremesso geralmente inferior as carretilhas de perfil alto.

Comparadas ao molinete são mais precisas, resistentes e duráveis, possuem maior poder de tração e não torcem a linha de pesca. Proporcionam ao pescador maior controle e precisão nos arremessos facilitando muito sua vida naqueles dias em que tudo parece ir contra como mar agitado, correnteza e vento forte, isto porque durante o arremesso a linha se mantém esticada e controlada pelo pescador, impedindo a formação da famosa "barriga da linha", que potencializa a ação do vento e da força da água sobre o conjunto.

Porém são mais lentas ao recolher a linha, seu manejo é mais difícil e seu custo mais elevado. Em geral são limitadas às pescarias de curta e média distância por não proporcionarem os arremessos longos, necessários à pesca de fundo.

O maior problema da carretilha, as famosas "cabeleiras" levam alguns a desistirem de pescar com esse equipamento. Em geral ocorrem por falta de perícia no arremesso e/ou má regulagem do equipamento
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Arremessar corretamente requer prática constante até que se consiga sincronizar os movimentos necessários. Quanto a regulagem, normalmente pode-se fazer 3 tipos de regulagens básicas:



1 - Freio do Carretel: Localizado no eixo central, (geralmente em forma de estrela) abaixo da manivela não exerce influência no arremesso. Sua função é similar ao freio do molinete, e a regulagem é idêntica.


2 - Fricção do Carretel: Botão localizado ao lado do eixo da manivela, regula-se com a carretilha montada na vara, para isso prenda o chumbo e vá apertando/afrouxando até que o chumbo seja liberado de forma lenta e suave.


3 - Fricção Auxiliar: Podem ser magnéticas ou mecânicas e tem dupla função, auxiliar a fricção principal e minimizar o efeito de retrocesso do carretel após o lançamento. As carretilhas que utilizam o sistema magnético tem um botão escalonado em números, para regular sua intensidade.


Para diminuir a intensidade deste mecanismo nas carretilhas que utilizam o sistema mecânico-centrífugo, é necessário abri-la e retirar ou desativar as pequenas peças móveis que fazem este sistema funcionar.


Escolhendo as Carretilhas


Carretilha para Beira - Pequena, de perfil baixo e capacidade de linha de 100/200 metros de linha 0,30.


Carretilha para Meia - Média, perfil alto e capacidade de armazenamento 200/300 m. de linha 0,30
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1 - Certifique-se que o modelo escolhido seja destinado a pesca em água salgada, isto evitará corrosões prematuras da carretilha.

2 - Verifique a relação giro de manivela x voltas do tambor do carretel, esta informação geralmente está inscrita na própria carretilha, algumas são muito rápidas com relações superiores a 6x1 mas uma 5x1 atende perfeitamente.

3 - Certifique-se de que possui, pelo menos três rolamentos, dois para o carretel central e um no eixo de manivela, isto garantirá melhores arremessos e menor desgaste.


Generalidades


Para colocação da linha na carretilha deve-se adotar os mesmos procedimentos usados para o molinete, inclusive com a colocação do backer.


Os cuidados necessários para limpeza e manutenção das carretilhas são idênticos aos adotados para o molinete.
 
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PESCANDO NA PRAIA - Anzóis

Pode ser difícil de acreditar, mas descobertas arqueológicas indicam que na Idade da Pedra os primeiros homens fabricavam anzóis a partir de ossos, chifres, pedras e até madeira. O povo do antigo Egito já usava anzóis metálicos e, no Império Romano, os súditos dos Césares possuíam excelentes anzóis em bronze, mas apesar disso, esta peça atravessou séculos sem grandes modificações em seu formato.

A evolução tecnológica acrescentou pequenos e fundamentais melhoramentos. Hoje o pescador dispõe de uma enorme variedade de tipos que se diferenciam pelo formato, composição, espessura, ponta, etc. Um anzol para ser considerado ótimo deve possuir qualidades improváveis de se conciliar em uma só peça por isso priorizamos uma ou outra qualidade conforme o tipo de pescaria que nos propusemos a fazer. Se ambicionar os peixes de grande porte dê preferência a resistência, e para os peixes pequenos escolha anzóis finos com melhores matadores.

Escolhendo os anzois
Modelos como o Kirby e Farpado são muito fortes e seguram bem o peixe ferrado. Feitos em aço inox resistem melhor a ação da água salgada e são muito apreciados pelos iniciantes porque são dotados de argola, o que facilita o trabalho de empata-los, mas não fisgam tão bem como os modelos mais finos de ponta curta e farpa pequena.


Nas competições de pesca busca-se capturar a maior quantidade de peixes possível dentro do limite de tempo estipulado. O alvo do pescador recai sobre os peixes pequenos e médios e anzóis do tipo Akita Kitsuni, Sode ou Hansure produzem melhores resultados por serem dotados de excelentes matadores. Eventualmente o uso do Maruseigo (um anzol intermediário) é necessário para alguns tipos de peixes mas dificilmente alguém usará um anzol mais grosso tentando capturar um pouco provável peixe grande.


Conforme visto anteriormente, numa pescaria de espécies variadas a escolha inicial penderá para anzóis mais finos de ponta bastante afiada, com melhores matadores e que a um simples beliscar do peixe garanta uma boa fisgada (um Akita, por exemplo), mas esta escolha óbvia nem sempre estará correta.


Para escolher o tipo certo de anzol a ser utilizado na pescaria devemos levar alguns fatores em conta como o tipo de peixe que se pretende pescar, o tamanho médio dos peixes no local da pescaria, o tipo de isca que será utilizada, etc. Demonstraremos abaixo, passo a passo, como proceder esta análise usando como exemplo a pesca do xerelete:


Sabemos que xereletes normalmente vivem em grandes cardumes, são predadores vorazes e um dos maiores brigadores da praia mas tem a boca frágil, que rasga-se com facilidade.


Predadores Vorazes atacam ferozmente a isca, será necessário um anzol resistente. Como são brigadores o anzol terá que possuir boa fisga para que o peixe não escape. Se a boca é frágil deve-se optar por anzóis mais espessos para diminuir a probabilidade de rasga-las e perder a fisgada.


Se o cardume for grande podemos usar um anzol maior dos que usaríamos normalmente para pescar outros peixes de porte similar aumentando ainda mais a nossa chance do anzol prender-se a boca do peixe visto que quanto mais peixes no mesmo lugar, menor será a oferta de alimento e os peixes, vorazes, disputarão a nossa isca.

Neste caso podemos concluir que para capturar uma quantidade maior de xereletes devemos deixar de lado a "escolha óbvia" dos anzóis Akita Kitsune, (Nº 7 ou 9) para optar pelo Maruseigo (Nº 10 ou 12).


Considero esse exemplo de grande valor para o pescador, que muitas vezes não atenta para pequenos detalhes, não analisa corretamente uma situação e após uma pescaria de baixa produtividade prefere colocar a culpa na sorte, no pesqueiro, em sua isca, etc.


Nunca leve para a praia uma enorme variedade de tipos de anzóis diferentes e em vários tamanhos, ao contrário do que pode parecer, isso só irá atrapalhar porque você nunca saberá com qual começar e não conseguirá comparar corretamente, fixar ou avaliar cada situação de pesca.


Recomendo sim que experimentem todos os tipos de anzóis possíveis, mas comparando dois tipos de cada vez e pelo processo de eliminação vá selecionando até chegar a apenas dois ou três tipos, no máximo. Posso assegurar que, se bem selecionados, 2 ou 3 tipos diferentes e com tamanhos variados, atendem a pelo menos 98% das suas pescarias.


Os anzóis escolhidos devem ser levados para a pescaria (pelo menos 6 de cada tipo e número que você pretende usar), devidamente amarrados e acondicionados no porta-anzol, para que você não desperdice seu tempo durante o ato de pescar.


Para evitar as corrosões provocadas pelo ar marinho nos anzóis "empatados" e não utilizados lave-os, sem retirar do porta anzol, com água morna e deixe secar ao ar livre.
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PESCANDO NA PRAIA - Linhas

Os fabricantes dos monofilamentos de nylon tem oferecido cada vez mais produtos com características aprimoradas. Essas características dizem respeito a maciez, a elasticidade, resistência, uniformidade e a memória, que é, simplificadamente, a capacidade da linha em reter dobras ou voltas.

Existem também as linhas multifilamentos, feitas sob determinada forma de trança com microfilamentos. São produzidas à partir de materiais como kevlar e spectra que podem ser fundidos ou não, dando origem à linhas de pesca muito mais finas e extremamente resistentes. Além de serem muito caras, sua baixíssima elasticidade (quase zero) as fazem mais adequadas a outros tipos de pescaria.

Para a praia uma boa linha em monofilamento de nylon é preferível. Um dos muitos equívocos cometidos por pescadores iniciantes é a utilização de linhas mais grossas que o necessário (entre 0,30 e 0,60 mm). Se espantam ao constatar que pescadores de competição usam linhas com diâmetro entre 0,12 e 0,20 mm., mas os motivos para usa-las são tanto técnicos como esportivos.

Linhas finas tem menor atrito com os passadores e sofrem menos resistência do ar durante o arremesso, atingindo distâncias impossíveis de se alcançar com linhas grossas. Dentro d'água a ação da correnteza e das ondas sobre a linha é muito menor, mantendo por mais tempo a chumbada no local arremessado.
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Além disto deve-se ressaltar o aspecto esportivo, com linha fina um peixe de 200 gr. proporcionará uma boa "briga", obrigando que o pescador utilize sua técnica para retira-lo da água. Com linha grossa este peixe não teria chance, basta enrolar a linha que ele sai da água e, na minha opinião, isso não tem a menor graça.



Em tempo: linhas finas não se prestam apenas para captura de pequenos peixes, dependendo da habilidade e da técnica do pescador, acredite, pode-se capturar exemplares com mais de 3 kg. utilizando linhas 0,18 mm. (uma briga fantástica).
 
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PESCANDO NA PRAIA - Lider

PESCANDO NA PRAIA - Lider










O líder (arranque, rabicho ou chicote) nada mais é do que um pedaço de linha mais grossa adicionado a linha de pesca para evitar seu rompimento no arremesso. São necessários na pesca de fundo e meia água e podem ser de três tipos: emendados, colados ou industrializados.

Arranques industrializados têm qualidade excelente e, como sempre, custam caro. Com tamanho total entre 15 e 20 metros, aumentam o diâmetro da linha progressivamente e possibilitam excelentes arremessos. Porém algum deles são duros demais, prejudicando a performance na hora dos longos arremessos.

Para confeccionar os arranques emendados, adicione uma linha com diâmetro maior do que a linha de pesca e progressivamente aumente o diâmetro a cada nova linha colocada. As linhas intermediárias não podem ser curtas demais sob risco de provocar atritos excessivos, use pelo menos 1,5 m. a cada emenda.

O tamanho final do arranque será aproximadamente o dobro do tamanho total do caniço. O ideal seria montar seu conjunto, passar a linha pelos passadores e emendando o arranque, bobinar a linha até que a linha grossa complete 2 ou 3 voltas no carretel, cortando a linha dois palmos depois que a mesma sair pela ponteira.

Na pesca de beira praticamente não se usa o arranque para não perder a sensibilidade, quando muito atamos uma linha um pouco mais grossa, o suficiente apenas para não arrebentar com o peso do chumbo, o mesmo caso para as praias onde existe muita sujeira ou vegetação marítima .

Definitivamente o que decide uma boa pescaria é o material que será arremessado dentro d’água, pode parecer óbvio, mas muitos pescadores compram excelentes varas, molinetes, carretilhas e anzóis e não dão a importância devida a montagem dos chicotes (ou rabichos), que são a espinha dorsal do equipamento.

Na praia são comuns trocas constantes de anzóis e os chicotes devem facilitar essas substituições. O modo mais prático é adotando o uso do rotor, pequenas peças, geralmente confeccionadas artesanalmente. Entre os diversos tipos de rotor existentes, um dos melhores é o chamado "saque rápido".

Um dos maiores benefícios da utilização do rotor é sua ação giratória em relação ao eixo da linha mestra. Isto aumenta o raio de ação do anzol dentro da água e consequentemente as possibilidades de captura dos peixes, além de contribuir para que a linha principal não se torça.

Os chicotes devem ser compatíveis com o tipo de pescaria onde será empregado, assim sendo:

1) Chicotes para a pesca de beira devem ter entre 100 a 120 cm., linha mestra 0,30 mm. (no máximo) e rotores diminutos e o mais leve possível. Este chicote, por ser leve, aumentará a percepção dos pequenos peixes.

2) Chicotes de meia água terão entre 120 e 140 cm., linha mestra 0,40., e rotores médios.

3) Para a pesca de fundo terão entre 140 e 160 cm., com linha mestra 0,50 e rotores resistentes.
 
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PESCANDO NA PRAIA - Chumbos

Grande parte dos pescadores iniciantes acreditam que as chumbadas só servem para levar seus chicotes até o local onde estão os peixes mas esta é apenas a função primária e menos importante da chumbada. Na pesca de praia a escolha do chumbo certo para cada ocasião é fundamental.

O chumbo selecionado deve ter peso compatível com o casting do conjunto usado, e adequado ao tipo de pescaria. Pescarias de fundo são caracterizadas por arremessos longos, as de meia água pela precisão e constância dos arremessos e as de beira pelas suas variantes.

Costumamos dizer que "o chumbo pega peixe" e isto não é apenas retórica, o chumbo correto auxiliará na fisgada ao passo que chumbadas impróprias quanto ao formato e/ou peso resultam em pescarias de baixa produtividade.

Pesca de Fundo
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Para arremessos a grandes distâncias, deve-se usar chumbos com pesos entre 100 e 150 gr., com boa aerodinâmica como, por exemplo os do tipo beachbomb, aquazoon ou gota. Chumbos desse tipo são deixados de lado quando as condições do mar impedem sua fixação no local onde foi arremessado, nestas ocasiões optamos por chumbos com ranhuras como o melão ou , chumbos dotados de ângulos como o pirâmide.

Pesca de Meia Água
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Neste tipo de pescaria onde buscamos a precisão do arremesso os chumbos aerodinâmicos são vitais. Os formatos são idênticos aos usados na pesca de fundo mas o peso deve variar entre 60 e 100 gr. Também devemos troca-los por chumbos com ângulos caso as condições do mar impeçam sua fixação.

Pesca de Beira
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Na beira é onde a técnica do pescador será mais exigida. Os chumbos, com pesos entre 25 e 60 gr., são encontrados em diversos formatos, desde os arredondados até os com grandes ângulos, passando pelos chumbos com ranhuras e reentrâncias.


Algumas espécies de peixes atacam melhor às iscas quando o chumbo acompanha o fluxo da corrente marinha, então, chumbos mais leves e sem ranhuras tem melhor desempenho, outras espécies atacam mais quando as iscas ficam fixas, neste caso devemos escolher chumbos com ângulos para que se fixem a areia.

De acordo com o tipo de peixe que pretendemos pescar, avaliamos as condições do mar e optamos por um formato que dentro d'água, produza a ação necessária a captura do peixe.

Em algumas ocasiões a correnteza do mar está tão forte que simplesmente cospe o chumbo para fora da água. Nesses dias deveremos ignorar a preferência dos peixes, e usar um chumbo que permita simplesmente que o material fique o maior tempo possível dentro da água.
 
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PESCANDO NA PRAIA - Iscas

PESCANDO NA PRAIA - Iscas

Como em qualquer modalidade de pesca com anzol, as iscas são fundamentais, no nosso caso (pesca de arremesso na praia) vamos nos concentrar apenas nas iscas naturais e provenientes do mar, excluindo desde já as iscas artificiais visto que suas particularidades e variantes constituem um vasto campo à parte e sua utilização tem mais a ver com outros tipos de pescaria.


Há um conceito generalizado entre os pescadores, segundo o qual as melhores iscas são as que existem no lugar onde se pesca ou seja, aquelas que o peixe está acostumado a comer. Este parece desenvolver hábitos alimentares e conforme a região uma mesma espécie pode pegar melhor em iscas diferentes.
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Para complicar um pouco mais nossa vida, peixes da mesma espécie parecem preferir iscas diferentes em certas épocas e ocasiões ao longo do ano. Pode-se dizer que , principalmente durante o inverno e nos dias mais frios os peixes preferem as iscas frescas ou vivas capturadas na praia tais como o tatuí (tatuíra), minhocas de praia, sarnambis (sernambi, moçambique, ou maçambique) e corruptos.


Por existirem em todos os mares e ser um dos principais alimentos dos peixes o camarão é considerado como isca universal e nunca pode faltar numa pescaria de praia. Como qualquer tipo de isca natural é importante que seja fresco e que não seja lavado ou conservado em contato direto com o gelo para que não absorva a água e perca seu cheiro característico, fator importante para atrair os peixes. Caso sua captura seja impossível ou inviável, adquira de preferência camarões frescos do tipo cinza ou ferro que, comprovadamente, produzem melhores resultados à pesca. Para iscar, descasque e corte em pedaços compatíveis com o anzol, pode-se corta-los em toletes ou filés, partindo-os ao meio no sentido longitudinal.

Qualquer que seja a isca use sempre pedaços compatíveis com o anzol que está sendo usado, se precisar aumentar ou diminuir o tamanho das iscas, faça o mesmo com os anzóis.

Iscas macias ou moles devem ser presas com linhas elásticas ou de viscose para evitar quedas ou deslocamentos durante os lances, para arremessos curtos e suaves, geralmente isso é desnecessário
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Iscas mal colocadas certamente serão roubadas, colocar bem uma isca no anzol, aumenta de forma incrível a possibilidade de fisgadas.

Para facilitar a tarefa de "ferrar", as pontas dos anzóis podem e devem ficar à mostra.

Mesmo durante uma competição não tenha pressa para iscar. O tempo que perderá olhando para um caniço inerte justifica este cuidado.

As iscas devem ser refeitas a cada arremesso, mesmo que nada tenha sido capturado. Você aumentará sempre as probabilidades de captura.
 
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ESCANDO NA PRAIA - Arremesso

Hoje com as varas de mantas de carbono associadas ao kevlar, wisker e outros materiais, exigiu dos pescadores uma especialização técnica a nível de arremessos.
Antes as varas eram mais lentas, sua ação era mais para o meio da vara, ou seja, as varas no arremesso fletiam a partir do meio. Hoje elas fletem somente no terço superior.


Então, nos arremessos de antigamente, a técnica era com o arremesso passando por cima da cabeça, ambas as mãos saindo do alto, chumbo no chão, impulso braço + caniço + corpo com um passo a frente arremessando o chumbo. Essa técnica ainda é muito utilizada nas praias de todo o Brasil, alias, muita gente só conhece esta técnica.

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Com os novos materiais, varas de carbono de ação rápida, esta técnica modificou. O movimento deve ser uniformemente acelerado de modo continuo alcançando o ponto máximo de esforço pouco antes da soltura da linha.

1 - A posição inicial é de lado pro mar, pés paralelos e afastados à distância dos seus ombros. Se o mar fosse 12 horas, você estaria virado pra 3 horas, isso se for destro, é claro. Se for sinistro, 9 horas.


2 - Com a vara firme nas mãos, coloque a sua ponta às 7 horas (destro), com o chicote a 90º da ponta da vara e chumbo a aproximadamente 1,5m da mesma.


3- Iniciando o movimento, o pé direito desloca-se um pouquinho a frente para que você possa transferir o peso do seu corpo para a perna direita, fazendo o calcanhar do pé esquerdo se erguer um pouco, mantendo assim o equilíbrio.


4 - Mão direita junto ao molinete, perto do joelho direito, e mão esquerda próxima à parte interna do joelho esquerdo. Cabeça em direção do pé esquerdo.


5 - Levantar a mão esquerda a altura da testa, sem deslocar a ponta do caniço, cotovelo esquerdo alto para que o pescador tenha visão por debaixo da axila da direção do arremesso .


6 - O movimento se inicia com uma puxada de aceleração contínua EM TORNO DO PRÓPRIO EIXO DO CORPO, ou seja, você vai rodar. Levantando o corpo para a posição vertical, a mão direita apoia a vara enquanto a esquerda a traz firmemente para baixo em direção ao lado do corpo. Força máxima no ponto de liberação da linha, que ocorrerá próxima a posição 2 horas.


O chumbo ( que parte do chão) executará uma trajetória semicircular de aproximadamente 220 graus e será lançado de forma ascendente a aproximadamente 45 graus em relação ao solo, posição que também deverá ficar a vara no final do movimento ajudando assim a liberação da linha do molinete.


Os ajuste de direção se vão dando de acordo com cada pescador. Se o arremesso tender a sair para esquerda, liberar a linha um pouco mais cedo do que estava fazendo.


Alguns pescadores já estão no método avançado deste arremesso, que é ficar de costas para o mar aumentando a trajetória semicircular para 270º (ponta da vara às nove horas p/ destro), o que propicia avançar mais alguns metros de arremesso.

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