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Chineses, franceses e russos ficaram com as jóias vendidas pela Câmara de Lisboa

kokas

GF Ouro
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Set 27, 2006
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A segunda hasta pública promovida este mês pela Câmara de Lisboa para alienar parte do seu património imobiliário trouxe algum ânimo ao executivo de António Costa: Foram vendidos dez dos 14 imóveis leiloados e o valor total das adjudicações quase igualou o montante que teriam rendido todos eles, caso fossem alienados apenas pelas bases de licitação.

O valor base dos 14 somava 21,7 milhões de euros, enquanto que os negócios efectuados, ainda com carácter provisório, ascenderam a 21.599.000 euros, apenas 100 mil euros abaixo daquele montante. Este resultado ficou a dever-se ao facto de os dez prédios transaccionados terem sido vendidos, em média, por mais 16,5% do que o preço pelo qual foram à praça.
Numa sala repleta, com cerca de 100 representantes dos autores das 23 propostas apresentadas e por alguns curiosos, viveram-se momentos de intensa competição, com os despiques mais duros a serem protagonizados por investidores estrangeiros.
Entre os presentes contava-se uma dúzia de cidadãos de origem asiática, a maior parte deles ligados a empresas chinesas e acompanhados por consultores e advogados portugueses. Outros eram de origem indo-paquistanesa, mas estabelecidos em Portugal há muito tempo. Pelo meio havia também candidatos com origem em Angola, na Russia, em França, na Áustria e até no Irão.
Feitas as contas, mais de 19,5 milhões dos 21,6 milhões que o município vai arrecadar (90%) têm origem em empresas detidas por estrangeiros.
Os chineses, através da Pigmentparty, uma pequena imobiliária sediada numa garagem que adquiriram em Agosto, foram os que mais desembolsaram com a compra de um único prédio — o nº 61 da Rua do Ouro, onde funcionou a sede do Banco Santander, que tinha uma base de licitação de sete milhões. Depois de um renhido duelo com o Fundo de Pensões do Banco de Portugal, que também perdeu a corrida a três outros imóveis (o Palácio Marquês de Tancos, o Palácio Monte Real e o edifício dos bombeiros do Rossio), a Pigmentparty acabou por arrematar o edifício por 7,3 milhões.
Outras empresas com a mesma proveniência licitaram outros imóveis, mas sem sucesso.
Já os franceses do grupo Repotel, uma holding que tem uma administradora de origem portuguesa e possui várias residências medicalizadas para idosos na região de Paris, conseguiram ficar, através da 2 I Inter Investissements, com os palácios Marquês de Tancos e Monte Real, pagando um total que ronda 8,5 milhões.
Os dois edifícios situam-se perto um do outro, na zona do Caldas. O primeiro, classificado como imóvel de interesse público, serve ainda de sede à empresa municipal EGEAC, e foi vendido por 5,5 milhões (base de licitação de cinco milhões). O segundo acolheu até recentemente um lar de idosos da Misericórdia, custando aos franceses três milhões (base de 1,8 milhões). O programa da hasta pública não contém quaisquer restrições aos usos que ambos venham a ter.
A luta mais acesa travou-se, porém, em torno das instalações dos bombeiros municipais do Rossio, situadas atrás do Teatro D. Maria II. Farshad Motavasel, um empresário de Teerão, ao cabo de dezenas de licitações, resolveu desistir da corrida, quando o preço já ia perto do dobro do valor base de 1,6 milhões.
O prédio, que também admite todos os usos, ficou para os russos da Planeta do Aplauso, por 2.962.000 euros. O interesse desta empresa poderá estar ligado ao facto de já ser proprietária do edifício da Ginginha Sem Rival, na vizinha Rua das Portas de Santo Antão, para o qual tem aprovada a construção de um hotel, com a obrigação de manter a loja da gingiginha.
Dois dos outros edifícios, um por 511 mil euros e outro por 397 mil euros, foram adquiridos por empresas ligadas a empresários de origem indo-paquistanesa e angolana.

Para os concorrentes portugueses ficou um pequeno prédio da Rua Maria Pia (49.600 euros), um outro em Marvila (220.000), um terceiro na Ria da Bica Duarte Belo (324.000) — adquirido por uma sociedade que tem sócios das famílias Pinto Basto e Espírito Santo — e um último na Rua do Loreto (1,3 milhões). Três destes quatro edifícios tiveram apenas um candidato à sua aquisição.
Na semana passada, a Câmara de Lisboa tinha promovido uma primeira hasta pública destinada à venda, pelo valor base de 28,7 milhões de euros, de cinco lotes de terreno para construção, mas não conseguiu vender nenhum deles.
A sessão desta quarta-feira, em que ficaram por vender quatro edifícios com o valor base total de cinco milhões de euros, devolve algum ânimo ao executivo camarário, embora os resultados estejam muito longe dos 60 milhões de euros que o município projectava arrecadar nas cinco hastas agendadas para este mês.
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